28/03/2019

36. karaokê


Eu iria cantar no karaokê de novo.
Não sei como Demi conseguiu me levar até o palco do O’Reilly’s Bar e colocar um
microfone na minha mão. Ela prometeu que faríamos um dueto, que eu não me apresentaria
sozinho, mas ainda assim eu podia sentir um friozinho na barriga. Ela escolheu a música
“Love The Way You Lie”, da Rihanna com o Eminem.
— Sabe a letra? — perguntou Demi. — Eu canto essa música o tempo todo quando estou
dirigindo, então sei de cor.
— Posso acompanhar na tela.
Ela abriu um sorriso enorme. Eu também.
Meu maior vício.
Quando a música começou a tocar e as primeiras letras surgiram na tela, nenhum som saiu
nem da boca de Demi nem da minha. As pessoas no bar começaram a gritar, mandando a
gente cantar, mas continuamos em silêncio.
O DJ virou para o palco e fez um gesto em nossa direção.
— Hum, vocês sabem que precisam cantar, certo?
Olhei para Demi, confuso.
— Por que você não cantou? Era a parte da Rihanna.
— Ah, eu não canto a parte dela. Gosto das partes de rap do Eminem.
— O quê? — resmunguei, dando um passo na direção dela. — Eu não vou cantar a parte
da Rihanna.
— Por que não?
— Porque eu não sou uma garota.
— Mas você tem um lindo tom de voz agudo, Joseph. Acho que vai ser uma bela Rihanna —
zombou Demi.
— Vou colocar a música de novo, pessoal. É agora ou nunca — avisou o DJ.
— Não vou fazer isso — falei, ficando cara a cara com Demi, o peito estufado.
— Ah, vai sim.
— Não.
— Sim.
Fiz que não com a cabeça.
Ela fez que sim.
— Demi...
— Joseph...
A música recomeçou, e eu continuei balançando a cabeça, dizendo que não iria fazer aquilo
de jeito nenhum. Quando começou a parte da Rihanna, porém, levei o microfone à boca e
cantei a parte dela da música com uma voz aguda pra cacete.
Demi cobriu a boca para que eu não visse que ela estava rindo. Eu a fuzilei com os olhos
antes de me virar para o público e abraçar totalmente o meu lado feminino. Achei que estava
indo muito bem, que seria o responsável por tornar nosso desempenho memorável.
Mas então algo aconteceu.
Quando a música chegou na estrofe do Eminem, Demi se transformou em algo que eu
nunca tinha visto antes. Ela roubou o boné de beisebol do DJ, colocou-o na cabeça com a aba virada para trás e começou a andar pelo palco, conquistando o público e fazendo-o vibrar ao cantar a parte do rap.
Demetria Devonne Lovato estava imitando Eminem. E estava incrível. Ela se entregou
completamente ao papel que interpretava, com gestos e expressões faciais. Estava tão linda e
incontida. Livre.
Quando o refrão começou, ela olhou para mim, e eu voltei a cantar naquele tom agudo
terrível.
Em seguida, ela cantou outro rap, enfatizando cada palavra.
Quando Demi chegou à última estrofe, que era a mais difícil, ela respirou fundo, me
encarou e, antes de começar a cantar, mordeu a gola da camisa. Em seguida, soltou a gola e
cantou a estrofe final diretamente para mim.
E foi sexy pra caralho.
Seu corpo balançava para a frente e para trás, as palavras a envolveram. Quando
terminou, ela deixou cair o microfone, e a multidão foi à loucura. Eu cantei o refrão da
Rihanna para ela.
Quando terminamos, não conseguíamos parar de rir. Nós nos abraçamos bem apertado, e o público nos aplaudiu, implorando por um bis.
Cantamos mais cinco músicas antes de nos sentarmos a uma mesa nos fundos do bar para
beber e comemorar nossa performance.
Ficamos a maior parte da noite conversando sobre diversos assuntos. Fazia muito tempo
que não ríamos tanto. Por um tempo, tive a impressão de que foi sempre assim.
As risadas de Demi eram o ar que eu respirava. Seus sorrisos faziam meu coração bater.
Eu observava o movimento de sua boca enquanto ela discorria longamente sobre um
assunto qualquer. A verdade era que eu tinha parado de ouvir o que ela dizia. Tinha parado
de ouvi-la havia muito tempo, porque minha mente estava em outro lugar.
Queria dizer o que sentia por ela. Que estava me apaixonando mais uma vez. Que eu
ainda amava seu cabelo desgrenhado e sua boca sempre falante.
Eu queria...
— Joseph — sussurrou ela, paralisada. De alguma forma, minhas mãos foram parar na
parte inferior de suas costas, e eu a puxei para junto de mim. Meus lábios pairavam a
centímetros dos dela. Sua expiração quente misturava-se com minha respiração ofegante,
nossos corpos tremiam nos braços um do outro. — O que você está fazendo?
O que eu estava fazendo? Por que nossos lábios quase se tocavam? Por que nossos corpos
estavam tão próximos? Por que eu não conseguia tirar os olhos dela? Por que eu estava me
apaixonando pela minha melhor amiga novamente?
— Você quer que eu minta ou que fale a verdade? — perguntei.
— Minta.
— Não estou viciado no seu sorriso. Seus olhos não fazem meu coração disparar. Seu riso
não me provoca arrepios. Seu xampu de pêssego não me deixa louco, e quando você morde a
gola da camisa, eu não me apaixono ainda mais por você. Eu não estou apaixonado. Eu não
estou apaixonado por você.
Ela respirou fundo.
— E a verdade?
— A verdade é que eu quero você. Quero você de volta na minha vida de todas as formas
possíveis. Eu não consigo parar de pensar em você, Demi. Quero você de volta não para
fugir da realidade, mas para compreendê-la. Você é a dona do meu coração. Da minha alma.
Quero você. Por inteiro. E mais do que qualquer coisa agora, quero te beijar.
— Joseph... você ainda é a primeira pessoa em que eu penso quando acordo. É a única pessoa de quem sinto falta quando não está por perto. Você ainda é a única pessoa que me faz sentir bem. E, para ser sincera, quero que você me beije. Quero que me beije pelo resto da vida.
Entrelacei meus dedos nos dela.
— Nervosa? — perguntei.
— Sim, nervosa.
Dei de ombros.
Ela deu de ombros.
Eu ri.
Ela riu.
Entreabri meus lábios.
Ela entreabriu os lábios.
Eu me inclinei na direção dela.
Ela se inclinou na minha direção.
E mergulhei no passado, deixando meu mundo em chamas. Nós nos beijamos por um
longo tempo ali naquela mesa, superando todos os erros que havíamos cometidos,
perdoando-nos por todos os erros que ainda poderíamos cometer.
Foi lindo. Foi certo. Foi nosso.
Mas, claro, depois dos momentos bons, sempre vinham os ruins.
O telefone de Demi tocou, e nos afastamos um do outro. Quando ela atendeu, eu sabia
que algo estava errado.
— O que foi, Dallas?
Pausa.
— Ele está bem?
Senti um aperto no peito e endireitei o corpo.
— Estaremos aí logo. Ok. Tchau.
— O que foi? — perguntei quando ela desligou.
— Nicholas. Ele está no hospital. Temos que ir. Agora.

amores, desculpas mas não consegui postar no dia 25/03 e só consegui hoje.
sobre o capitulo, eu amei este capítulo, os dois cantando juntos e o beijo <3
e o nicholas? o que acham que aconteceu com ele?
agora só conseguirei postar em maio, como disse anteriormente irei viajar e não poderei entrar aqui.
vou sentir falta do blogger mas quando eu voltar vou postar vários capítulos para vocês.
espero que tenham gostado amores, volto em maio.
o que acharam? deixem seus comentários.
respostas do capítulo anterior aqui.
beijinhos no coração de cada um <3

18/03/2019

35. to get better


Quando saímos do restaurante, Joseph cerrou os punhos. Seu rosto estava vermelho, tamanha sua irritação com o pai. Eu não conhecia a história de Joseph e Sadie, mas sabia que ele temia pelo bem-estar dela, assim como já temeu por seu próprio bem-estar. O pai de Joseph era aterrorizante. Eu não podia imaginar como era estar no lugar de Sadie, ser incapaz de escapar dele.
— Você está bem? — perguntei.
— Só preciso de um tempo.
Joseph colocou as mãos na nuca e começou a andar pelo estacionamento. Havia muitos
carros ali, e as pessoas estavam do lado de fora do restaurante aproveitando o tempo bom,
socializando e rindo. Enquanto isso, Joseph lutava contra os demônios que o assombravam.
Ele merecia um tempo.
Eu me encostei na parede do prédio e esperei que ele se acalmasse. Joseph chutava a grama
alta para a frente e para trás.
— Está sentindo vontade de usar drogas? — perguntei.
— Estou — murmurou ele, fechando os olhos e andando em círculos.
Pobre Joseph.
— Sabe o que melhoraria as coisas? — perguntei, colocando as mãos nos quadris, o pé
esquerdo apoiado na parede.
— O quê?
— Sabe o que devemos fazer para você se sentir melhor de verdade?
— Hum, não, mas suponho que você tenha uma ideia.
— Ah, eu sempre tenho. Está ouvindo?
— Estou.
— Não, quero dizer, está ouvindo mesmo?
Joseph riu. Ótimo. Fiquei muito feliz por ele estar rindo. Ri também, porque ele era muito
lindo. Porque ele era meu amigo novamente. Porque meu coração sabia que isso nunca seria
o suficiente para mim.
— Sim, estou ouvindo.
Fiquei de pé, estufei o peito e disse:
— Karaokê.
— Meu Deus, não.
— O quê? Vamos! Não se lembra da vez que fomos ao karaokê quando éramos mais
novos? E você cantou “Billy Jean”, do Michael Jackson, fazendo aquela coisa com o quadril e
tudo o mais?
Repeti os movimentos que ele tinha feito na época, e Joseph riu de novo.
— Sim. Também me lembro de ter cheirado cocaína antes de fazer isso.
Meu rosto ficou em estado de choque.
— O quê? Você estava chapado quando fez aquilo?
— Sim, caso contrário, nunca teria concordado em cantar em um karaokê, acredite.
— Ah. Só achei que você estava animado com as músicas do Michael Jackson e do Justin
Bieber. Bom, não importa. Hoje vamos cantar no karaokê do O’Reilly’s Bar.
— De jeito nenhum.
Peguei a mão dele.
— Vamos sim.
— Demi, entendo que você esteja tentando me fazer sentir melhor e tal, mas, sério, isso
não é necessário. Estou melhor agora. Você me deixou melhor. Além disso, não vou cantar no karaokê de novo de jeito nenhum.

amores, postei mais um hoje é o próximo posto no dia 25/03.
estou postando pelo o celular, me desculpem qualquer erro.
espero que tenham gostado amores, volto em breve.
o que acharam? deixem seus comentários.
respondo os comentários no próximo capítulo <3

11/03/2019

34. sadie


Na semana seguinte, levei Demi comigo até o restaurante do Jacob para minha avaliação
final. Como ela era a minha inspiração em cada prato, parecia correto que estivesse sentada
ao meu lado quando Jacob dissesse para eu desistir e encontrar outra profissão. Pato assado
crocante com molho de framboesa e alecrim e batatas assadas temperadas com azeite de
oliva, condimentos, alho e couve-de-bruxelas.
Meu coração estava acelerado enquanto eu observava Jacob fazer a mesma cara de
paisagem ao mastigar minha comida. Demi batia o pé nervosamente ao meu lado e mordia a gola da camisa, o que me fez sorrir. Eu não sabia quem estava mais preocupado em não
atender aos padrões de Jacob, Demi ou eu.
— Você tem que mergulhar o pato no molho de framboesa! — recomendou Demi antes
de voltar a morder a camisa. — Ah, e as couves-de-bruxelas também!
Jacob fez o que ela disse, e eu me retraí. Ele soltou o garfo, se ajeitou na cadeira, e um leve
sorriso surgiu em seus lábios.
— Puta merda, isso é bom.
Finalmente me senti confiante.
— É?
— Não. Não é bom. É excepcional. A melhor coisa que já comi. — ele levou mais uma
garfada à boca. — Puta merda. Não sei o que você fez com esse prato, mas quero que faça a
mesma coisa todos os dias com os pratos do cardápio quando vier trabalhar.
— Então... consegui o emprego?
— Continue cozinhando assim e você pode ser dono do restaurante. — ele riu. então ficou sério, apontando o dedo para mim. — Isso foi uma piada. O restaurante não está à venda.
Foi minha vez de rir.
— O emprego está bom por enquanto.
Quase explodi de tanto orgulho. Demi estava radiante ao estender as mãos para me
abraçar.
— Eu sabia! — sussurrou ela em meu ouvido. — Sabia que você iria conseguir.
Senti o cheiro de seu xampu de pêssego.
— Tudo bem, crianças, saiam e comemorem esta noite. Joseph, você começa na segunda-
feira.
Nós nos levantamos. Jacob estendeu a mão para me cumprimentar, mas eu o abracei bem
forte e dei um beijo em sua testa.
— Obrigado, Jacob.
— Estou aqui para o que precisar, amigo.
Quando Demi e eu estávamos saindo, parei por um instante.
— Ah, sim, Jacob, espere.
Enfiei a mão no bolso de trás e tirei um pedaço de papel com a receita da minha máscara
para o cabelo.
Ele riu.
— Você estava guardando a receita e só iria entregá-la se eu te desse o emprego?
— Pode ser que haja uma pequena possibilidade de isso ter acontecido.
Ele fez um movimento com a cabeça, orgulhoso.
— Eu teria feito a mesma coisa.

***

Demi e eu ficamos vagando pela cidade pelo resto da noite, comemorando meu primeiro
emprego como chef. Acabamos parando num restaurante barato, com hambúrgueres e
batatas fritas, encarando o desafio de quem conseguiria comer mais sem passar mal.
Pela primeira vez, eu me senti feliz de novo.
Mas eu deveria saber que isso não duraria muito tempo, porque, depois dos momentos
felizes, sempre vinham os momentos ruins.
— Você também gosta da comida daqui, meu filho? — ouvi alguém falar atrás de mim e
fechei a cara.
Eu me virei e me deparei com meu pai sorrindo para mim, um sorriso tão idiota quanto
ele próprio. Estava abraçado a uma garota e, quando eu a vi, percebi o medo em seu olhar.
Minha mente voltou à noite em que vi aqueles olhos pela primeira vez.
Sabe o quanto seus olhos são bonitos?”, perguntei, mudando de assunto. Comecei a beijar o pescoço de Sadie e a ouvi gemer.
“Eles só são verdes.”
Ela estava errada. Eram de um tom único, verde-folha com um toque cinza.
“Há alguns anos, assisti a um documentário sobre porcelana chinesa e coreana. Seus olhos são da cor do verniz que eles usam.”
— Oi. — engoli em seco, desviando meu olhar de Sadie. — E aí?
— E aí? — repetiu ele. — Você fala como se não tivesse tentado começar uma briga
comigo da última vez que me viu.
Demi estava segurando a bolsa junto ao corpo, e eu podia ver o pânico em seu olhar. Ela
estava apavorada, assim como Sadie. Assim como a maioria das mulheres quando estava
perto do meu pai.
— Olha, não quero problemas — falei com a voz baixa.
— Ah, então agora eu sou um problema? — ele riu, falando alto, porque queria que todos
ouvissem a nossa conversa. Ricky era do tipo exibicionista. Ele se aproximou, seu rosto
pairando alguns centímetros acima de mim, mas eu continuei sentado. — Não se esqueça da
pessoa que cuidou de você e da sua mãe todos esses anos, Joseph — vociferou ele, fazendo
aquilo soar como uma ameaça.
Ricky me dirigiu um olhar cheio de ódio por alguns segundos antes de abrir um grande
sorriso e me dar um tapinha nas costas.
— Só estou te sacaneando, amigo. Podemos nos sentar? Podemos nos juntar a vocês?
Ele não esperou por uma resposta antes de se acomodar no banco ao lado de Demi. Ela
ficou tensa e parecia prestes a chorar. Segurei sua mão, apertei seus dedos de leve e trouxe-a
para perto de mim.
Eu queria ir embora e levá-la para casa. Eu odiava o modo como meu pai provocava
arrepios nas mulheres.
— Esta é Sadie, a minha garota — apresentou ele, passando o braço pela cintura dela e
puxando-a com firmeza para si.
Eu me retraí, sentindo minha serenidade se esgotar aos poucos, mas tentei não permitir
que Ricky me atingisse. Estendi a mão para cumprimentar Sadie.
— Prazer em conhecê-la — falei.
Sadie não estendeu a mão e desviou o olhar. Ricky falou por ela.
— Ah, não, não, não. Sem tocar.
A voz dele parecia abafada, o mesmo tom ameaçador que usava para se dirigir a minha
mãe. Ele achava que isso o fazia parecer fodão. Ricky menosprezava as mulheres como uma
forma de se sentir forte.
Para mim, isso só o fazia parecer covarde.
— Sadie não gosta de ser tocada por outros homens, não é, Sadie?
Ela não respondeu, pois ele não permitiria que ela o fizesse. Se eu não tivesse falado com
ela na outra noite, teria presumido que era muda. Sadie não tinha dito uma palavra sequer
desde que haviam chegado.
— Você precisa de algo, Ricky? — perguntei a ele, sentindo-me cada vez mais
incomodado.
Ricky ergueu as mãos, como se estivesse se defendendo.
— Calma aí, eu só queria dizer oi. — O celular dele tocou, e ele olhou para Sadie. — Tenho
que atender. Não saia daqui.
Ricky se levantou e saiu para atender a ligação.
Meu olhar se voltou para Sadie.
— Que diabos você está fazendo com ele? É ele o namorado de que você falou?
— E-eu não sabia... — a voz dela estava trêmula. — Vi você na estação de trem quando
tentei abandonar Ricky, e eu queria te contar tudo. Mas sabia que isso só traria mais
problemas. Quero deixá-lo, mas em todas as tentativas ele mandou pessoas virem atrás de
mim. Eu não posso...
— Ele machucou você? — perguntei.
Sadie olhou para o chão. Enfiei a mão no bolso de trás, tirei a carteira e catei o pouco
dinheiro que havia nela.
— Aqui. Pegue isso. Pegue o próximo ônibus e vá para longe dele.
Os olhos de Demi estudaram os meus, mas ela não perguntou o que estava acontecendo.
Sua mão pousou em minha perna, tranquilizando-me o tempo todo.
— Não posso ir. Não posso — disse Sadie com os olhos lacrimejando.
— Por que não?
— Estou grávida. Estou grávida e não tenho nada nem ninguém a quem recorrer. Ele me
afastou da minha família. Destruiu todos os meus relacionamentos. E agora ele é tudo que
tenho.
— Sadie, me ouça. Pelo seu filho, a melhor coisa que você pode fazer é entrar num ônibus
e não olhar para trás. Você não quer ter um filho com esse cara. Eu fui esse filho. Confie em
mim, não foi nada bom.
Ela tremia.
— Ok — sussurrou ela.
Demi pareceu confusa, mas rabiscou seu número num guardanapo.
— Se você precisar de alguma coisa, ligue para mim ou para o Joseph. Anotei nossos
números aqui.
Sadie secou as lágrimas.
— Por que você está sendo tão bom? Você mal me conhece.
— O quê? Claro que eu te conheço. Você me ensinou espanhol — brinquei, tentando quebrar a tensão. Ela me deu um sorriso e guardou o dinheiro. — Saia pela porta dos fundos.
Posso acompanhar você, se quiser.
Eu me levantei, segurei a mão dela e seguimos em direção à porta dos fundos. Quando
estávamos quase chegando, Sadie foi afastada de mim com um puxão.
— Qual parte do não se mova você não entendeu, mulher? — sussurrou meu pai. Ele
passou o braço ao redor da cintura dela e a apertou com tanta força que vi a expressão de dor no rosto de Sadie. — Hora de ir.
Ela olhou para mim com olhos suplicantes, e eu dei um passo adiante.
— Eu não acho que ela queira ir.
— O quê? — perguntou ele. Ricky passou os dedos no cabelo de Sadie e a puxou ainda
mais para perto de si, com força. — Você não quer vir comigo?
Ela não disse nada. Meu pai continuou.
— Faço tanto por você, Sadie, e é assim que você me retribui? Eu te amo. Você não sabe
disso?
Ricky se inclinou e a beijou da mesma forma que beijava minha mãe quando usava suas
mentiras para manipulá-la. Sadie retribuiu o beijo, exatamente como minha mãe fazia.
Naquele momento soube que ela não iria embora. Estava presa na teia dele.
— Nos vemos mais tarde, Joseph — disse ele.
Soou mais como uma ameaça do que como um encontro feliz, mas isso não me
surpreendeu. Meu pai não sabia nada sobre felicidade, era um especialista em desastres.
Quando eles se foram, me senti enojado. Fiquei em silêncio, puxando o elástico em meu
pulso.
— Você está bem? — perguntou Demi.
Fiz que não com a cabeça.
— Podemos ir lá fora pegar um ar, se você quiser.
— Sim, tudo bem.
Mas eu precisava de mais do que ar. Precisava que o meu pai desaparecesse, permitindo
assim que todos os que cruzavam seu caminho finalmente se vissem livres de suas correntes.

amores, me desculpem pela demora mas eu fico sem tempo mesmo de entrar aqui.
preciso falar com vocês, eu irei viajar no mês de Abril todo e não conseguirei postar aqui e pensei em fazer uma maratona de capítulos neste mês, no caso postaria hoje, outro capítulo no dia 18/03 e outro capítulo dia 25/03 para que vocês não fiquem sem capítulos para ler pois só voltaria a postar em maio, o que acham? 
sobre o capítulo, ainda bem que o Joseph conseguiu o emprego, lembram da Sadie lá do começo da história que ela e o Joseph tiveram uma breve noite juntos, agora ela está de volta porém com o pai do Joseph.
espero que tenham gostado amores, volto em breve.
jonas brothers voltaram e eu também aaaaaaaa <3
o que acharam? deixem seus comentários.
respostas do capítulo anterior aqui.