Fazia dois meses que Joseph e eu tínhamos assumido nosso amor. Eu não sabia que nossa
amizade poderia se tornar ainda mais forte, mas, de alguma forma, foi o que aconteceu. Eleme fazia rir nos dias tristes, o que era mais importante que tudo para mim.
Quando encontramos alguém capaz de nos fazer rir quando nosso coração está triste, não
podemos deixá-lo escapar. Esse é o tipo de pessoa que muda nossa vida para melhor.
Havia muitos detalhes a planejar. Em três semanas eu iria me mudar para o campus da
faculdade, mas tinha planos de visitar Joseph com frequência. Continuaríamos juntos e ainda mais apaixonados. Ele gostava da ideia, o que era ótimo, porque eu o amava com todo o meu coração.
Eu estava andando nas nuvens. Porém, um dia, quando cheguei em casa depois do
trabalho, minha mãe estava lá, pronta para me trazer de volta à realidade.
— Demi! — chamou ela assim que entrei em casa. Tirei os sapatos no hall e os coloquei
no armário.
— Já guardei o sapato! — gritei para ela.
— Não era isso o que eu iria dizer — respondeu ela do escritório. Dei alguns passos na
direção de sua voz e olhei para dentro do cômodo. Seus olhos estavam fixos na tela do
computador, e ela segurava uma taça de vinho. — Fiz um bolo de carne sem carne, usando
proteína em pó e tofu. Coloque no forno para mim.
Isso não é um bolo de carne, mãe.
— Ok.
— E seu pai mandou uma carta.
Meus olhos se arregalaram, e senti uma explosão de alegria.
— O quê?
— Ele mandou uma carta. Está na bancada da cozinha.
Meu pai me mandou uma carta.
Meu pai me mandou uma carta!
Minha empolgação crescia a cada passo que eu dava em direção à cozinha. Peguei o
envelope, que não estava fechado, e tirei o papel.
Querida Demi,
Era um começo promissor.
Meus olhos percorreram as páginas lendo cada palavra, cada frase, ansiosos por encontrar
pelo menos uma linha que mencionasse o quanto ele sentia a minha falta, me amava e se
importava comigo. Eram tantas páginas. As folhas estavam preenchidas frente e verso, com
algumas palavras compridas, outras muito curtas. Havia pontos finais, de interrogação e de
exclamação.
Ele tinha uma caligrafia maravilhosa, que às vezes era difícil de entender.
Meu peito queimava com cada letra que eu lia, letras que formavam palavras, palavras que
formavam frases, frases que formavam desculpas, desculpas que pareciam falsas, porque
quem seria capaz de fazer isso com a própria filha?
Não nos veremos muito.
Respirei fundo ao chegar no final de um parágrafo.
Minha música está decolando. Tenho uma banda nova.
Respirei fundo novamente.
Focado em minha carreira...
Levei o polegar aos lábios. Quando cheguei à última página da carta, deixei-a cair e olhei
para as cinco folhas de papel totalmente preenchidas.
Não nos veremos muito, querida Demi. Espero que você entenda. Mantenha a música viva em você.
Meu pai “terminou” comigo com uma carta de cinco páginas. Quando o bolo de carne sem
carne foi servido naquela noite, minha mãe disse:
— Eu avisei.
Não consegui comer. Passei a maior parte da noite no banheiro, vomitando. Eu não podia
acreditar que uma pessoa fosse capaz de fazer algo tão cruel. Ele escreveu as palavras como se elas realmente fizessem sentido, o que me deixou ainda mais enjoada.
Passei o resto da noite no chão do banheiro, perguntando-me o que havia feito de errado e
por que meu pai não me amava mais.
***
Eu não o tinha visto nos últimos cinco dias, sentindo-me constrangida com a carta.
Durante esse tempo, mal conseguia comer alguma coisa sem vomitar tudo. O que mais me
incomodou foi o quanto minha mãe parecia satisfeita por meu pai ter me abandonado. Ela
sempre parecia feliz quando eu estava sofrendo.
Eu e Joseph estávamos sentados no letreiro. Eu sabia o conteúdo da carta de cor.
— Tecnicamente, foram dez páginas, cinco folhas frente e verso.
— Me dê o envelope — pediu Joseph.
Ele estava prestes a soltar fogo pelas ventas, o rosto vermelho de raiva. Eu não imaginei
que Joseph fosse ficar tão chateado com a carta, mas ele parecia que iria explodir.
— Por quê?
— Provavelmente o endereço do remetente é onde ele mora. Podemos ir até lá. Podemos
confrontá-lo. E...
— Não tem endereço no envelope. Acho que ele deixou a carta lá em casa, na caixa do
correio.
Joseph passou as mãos pelo rosto e suspirou. Começou a folhear as páginas mais uma vez.
— E o nome da banda? Ele falou?
— Não.
— Que absurdo!
— Está tudo bem.
Dei de ombros. A ficha ainda não tinha caído. Uma parte de mim achava que ele iria voltar,
mas a esperança era algo perigoso quando depositada em pessoas indignas de confiança.
— Já deixei isso pra lá — assegurei. Era mentira. Eu estava longe de fazer isso.
— Bem, mas eu, não! — exclamou Joseph, ficando de pé e andando de um lado para outro. — Não é justo. O que fizemos a essas pessoas? Seus pais. Meus pais. O que fizemos de errado?
Eu não tinha resposta. Provavelmente muita gente não conseguia entender por que Joseph
e eu combinávamos um com o outro. Éramos muito diferentes, exceto pela maior chama que
ardia dentro de nós: o desejo de sermos amados por nossos pais.
— Você é uma boa pessoa, Demi. Fez tudo para ser uma boa filha para ele. Fez tudo por
esse babaca, e ele nem tem coragem de falar com você pessoalmente? Vamos lá, quem faz isso com a filha por carta? Que tipo de pai diz que nunca mais vai ver o filho?
— Entende agora porque eu falei para você terminar com a Shay pessoalmente em vez de
mandar uma mensagem? — tentei brincar, mas ele não riu. — Joseph, vamos lá. Está tudo
bem.
— Quer saber? Ele que se dane, Demi. Você ainda vai fazer coisas grandiosas. Vai mudar
o mundo sem ele. Vai fazer mais sucesso do que ele jamais imaginou. Você não precisa do seu pai.
— Por que você está tão chateado?
— Como ele pôde fazer isso? Como ele pôde virar as costas para você? Pra você, Demi?
Você é a pessoa mais linda e gentil que já conheci. E ele simplesmente te abandonou. Por
quê? Pela música? Pelo dinheiro? Pela fama? Que merda, nada disso é mais importante. —
ele se sentou na beirada do letreiro ao meu lado, irritado, sua respiração ainda ofegante. —
Estou tentando entender, só isso — disse, balançando as pernas enquanto olhávamos ao
longe.
— Entender o quê?
— Como alguém poderia abrir mão de você.
***
minha vida. Ele me trocou pela música, o que era irônico, porque, para mim, ele era a minha
música. Passei mal a tarde toda, e só queria parar de sentir aquele vazio.
— Você pode vir até aqui?
Demi apareceu em minha casa por volta das onze da noite. Abri um sorriso tenso quando ele olhou para mim e me deu um abraço apertado.
— Você está bem? — perguntou.
— Sim.
Ele estreitou os olhos.
— É mentira?
— É.
— E a verdade?
Dei de ombros, meus olhos se enchendo de lágrimas.
— Me abraça?
Ele pareceu extremamente preocupado e recuou um pouco para observar cada centímetro
do meu rosto
— Demi...o que houve?
— Ele me deixou. — engoli em seco. — Ele não me quis.
Demi me levou para meu quarto e fechou a porta. Quando me deitei na cama, ele foi até
minha coleção de discos de vinil, e seus dedos percorreram cada um deles. Quando
encontrou o que queria, ele o colocou no toca-discos, fazendo-me derramar mais algumas
lágrimas.
Assim que a canção “She Will Be Loved”, de Maroon 5, começou a tocar, Joseph apagou a luz, veio até minha cama e me abraçou. Estremeci quando ele me puxou para mais perto de si e me aconcheguei em seu corpo enquanto ele cantarolava a letra em meu ouvido.
Comecei a chorar muito. Ele me abraçou ainda mais apertado. A música tocava
repetidamente. Joseph continuou cantando, a canção invadindo minha alma, domando o fogo selvagem que ardia dentro de mim, que me causava dor.
Sua voz me ninou, seus braços fizeram com que eu me sentisse segura.
Quando acordei no meio da noite, chorando por causa de um pesadelo, Joseph estava
dormindo. Seus braços estavam caídos do outro lado da cama, sua respiração saía pela boca, e fiquei olhando para ele por alguns instantes.
— Joseph — sussurrei.
Ele se mexeu.
— O que foi?
— Tive um sonho ruim. Me abraça?
Ele não hesitou, me puxou para perto de si de novo. Apoiei a cabeça em seu peito,
sentindo as batidas de seu coração.
— Você está bem, Demetria Devonne Lovato.
Ele suspirou, e senti o ar quente em minha pele.
Puxei-o para mais perto de mim, ainda derramando algumas lágrimas.
— Estou bem, Joseph Adam Jonas.
esse pai da Demi é um babaca mas você já sabiam disso hahaha.
Joseph sempre cuidado da Demi como ela merece.
mas desfocando um pouco da história, você tem algumas séries para indicar?
no momento to vendo The 100 e é muito boa, gostei literalmente.
o que acharam do capítulo? eu espero muito que vocês tenham gostado amores.
me digam o que acharam e comentem aqui embaixo.
respostas do capítulo anterior aqui.
Eu acompanho a sua fic faz pouco tempo, mas já estou amando! quando você vai postar o próximo capítulo????????
ResponderExcluirMenina você escreve muuuuuuuuito bem sério!
ResponderExcluirGostei muuuuuuito desse capítulo!
ResponderExcluirOlha, eu amo the walking dead e Riverdale, que são as que estou acompanhando no momento. Mas não sei qual você já assistiu...
ResponderExcluirAmoooor, voltei!!
ResponderExcluirPerfeito como sempre.
Series: Riverdale, Stranger Things, The end of the fucking world