— Você faz ideia do quanto está me confundindo, Joseph? — perguntei, cruzando os braços
ao vê-lo na varanda da minha casa com sua camiseta preta e seu jeans escuro. Estremeci ao
sentir a brisa fresca, pois eu vestia apenas uma camisa bem larga e meias até o joelho. Joseph estava de costas para mim, as mãos apoiadas no parapeito de madeira da varanda, olhando fixamente a escuridão lá fora. Seus braços eram musculosos, e eu podia ver cada reentrância deles. Quando éramos mais novos, ele era bonito, mas não forte. Agora Joseph tinha o físico de um deus grego, e só de olhar para ele eu já sentia minhas pernas vacilarem.
— Eu sei. Só... não sabia para onde ir.
Joseph se virou para mim, e eu levei um susto ao ver seu olho roxo. Dei um passo na
direção dele, toquei-o de leve e senti seu corpo estremecer.
— Seu pai?
Joseph assentiu.
— Se eu voltar para a casa do Nicholas desse jeito, ele vai surtar.
Ah, Joseph...
— Você está bem? Sua mãe está bem? — perguntei. Era como se tivéssemos voltado no
tempo, como se vivêssemos novamente aquela mesma rotina. Desejei que essa não fosse uma das lembranças mais recorrentes.
— Ela não está bem. Mas está bem.
Déjà vu.
— Entre — falei, segurando sua mão.
Joseph fez que não com a cabeça e soltou minha mão.
— Você me perguntou uma coisa da última vez que nos falamos, e eu não respondi.
— O quê?
— Você me perguntou se eu penso no bebê. — ele passou a mão na nuca. — No final do
verão, ele ou ela começaria o jardim da infância. Eu penso em como ele teria seu sorriso e
seus olhos. Em como ela morderia a gola da camiseta e teria soluço quando ficasse nervosa.
Em como ela te amaria. Em como ele iria dar os primeiros passos, falar, sorrir, chorar. Penso
em tudo isso. Mais do que eu gostaria. E então... — ele fez uma pausa. — Então eu penso em
você. No seu sorriso. Em como você morde a gola da camiseta quando está nervosa ou tímida. Penso em você soluçando três vezes quando fica irritada e em como você fica mal quando sua mãe te coloca para baixo. Penso em como se sente em noites de tempestade e fico me perguntando se você, ainda que por um segundo, pensa em mim.
— Joseph, entre.
— Não me convide para entrar — murmurou ele.
— O quê?
— Eu disse: não me convide para entrar.
— Você não quer conversar?
— Não. — Joseph me encarou. — Não. Eu não quero conversar. Quero esquecer. Quero
parar de lembrar de tudo. Quero... Demi...
Ele suspirou, e suas palavras se desvaneceram. O tremor em sua voz teria passado
despercebido para alguém que não conhecesse Joseph. Mas eu o notei, eu conhecia Joseph e
sabia que sua mente estava percorrendo lugares sombrios novamente. Ele deu um passo na
minha direção, e eu continuei no mesmo lugar, firme. Queria que ele se aproximasse mais. Eu sentia falta dele junto de mim. Sua mão tocou sutilmente meu rosto, e eu fechei os olhos.
— Quero conversar com você, mas não posso — continuou Joseph. — Porque, então,
estaremos de volta ao mesmo ponto, e eu não posso fazer isso, Demi. Não posso me
apaixonar por você. Não posso te magoar de novo.
Meu coração teve um sobressalto.
— É por isso que você tem sido tão cruel comigo? — ele balançou a cabeça lentamente. —
Joseph, podemos ser apenas amigos. Não precisamos ficar juntos. Entre, vamos conversar.
— Não posso ser seu amigo. Não quero conversar com você, porque, quando faço isso, eu
me machuco. E eu não quero me machucar mais. Só que... não consigo ficar longe de você.
Estou tentando, mas não consigo. Quero você, Demi. — suas palavras me provocaram
calafrios e confundiram minha mente. — Quero passar as mãos pelo seu cabelo. — ele
colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Quero passar a língua pelo seu
pescoço. Quero sentir você. — sua mão acariciou meu rosto. — Quero provar você. — sua
boca percorreu lentamente meu pescoço. — Quero lamber você. — seus lábios beijaram
minha orelha, lambendo-a suavemente. — Quero... trepar... — ele me puxou para mais perto.
— Eu quero você, Demi. Eu te quero tanto. Eu te quero tanto que não consigo pensar em
outra coisa. Então, por favor, para evitar qualquer confusão entre nós, não me convide para
entrar — sussurrou ele em minha orelha antes de mordiscá-la novamente.
Meu coração estava acelerado, e eu recuei alguns passos até minhas costas se apoiarem na
parede da minha casa. Joseph se aproximou e apoiou os braços na parede, me cercando. Seus olhos estavam dilatados quando fitaram os meus, cheios de necessidade, desejo, esperança...?
Ou talvez fosse a minha própria esperança, aquela que tanto rezei para que não tivesse
desaparecido de seu olhar. Minhas coxas tremiam, minha mente estava um grande caos. Uma parte de mim se perguntava se eu estava sonhando, enquanto a outra parte não se importava.
Eu queria esse sonho. Desejei esse sonho. Ansiei por esse sonho ao longo dos últimos cinco
anos. Queria sentir o corpo de Joseph junto ao meu. Queria sentir o quanto ele sentiu minha falta. Queria beijá-lo.
Queria senti-lo...
Prová-lo...
Lambê-lo...
Joseph...
— Joseph — murmurei, incapaz de desviar minha atenção dos seus lábios, que quase
tocavam os meus. Ele ergueu meu queixo para que nos olhássemos nos olhos. Seus lábios me lembravam daquele remoto verão em que a única coisa que fizemos foi nos beijar. Eles me lembravam daquele garoto que eu amei, o primeiro e único que partiu meu coração. — Você está triste hoje.
Inclinei a cabeça ligeiramente para o lado e analisei cada detalhe dele. Seu cabelo, sua
boca, seu queixo, sua alma. As sombras nas profundezas de seus olhos. Sua respiração pesada, irregular como a minha.
— Estou triste hoje. Estou triste sempre. Demi, eu não retornei suas ligações... eu nunca
quis te magoar.
— Não importa. Foi há muito tempo. Éramos tão jovens.
— Eu não sou mais aquele garoto, Demi. Juro que não sou.
— Eu sei, e eu não sou mais aquela garota.
Mas uma parte da minha alma se lembrava do nosso passado. Uma parte da minha alma
ainda sentia o fogo que Joseph e eu sentimos muitos anos antes. E, às vezes, no silêncio do
entardecer, eu jurava que ainda sentia o seu calor.
— É por isso que eu quero que você fique aqui em casa esta noite — continuei. — Porque
estou triste também. Sem compromisso. Sem promessas. Apenas alguns momentos juntos
para nos esquecermos de tudo.
Seus dedos ergueram levemente minha camiseta, e fechei os olhos diante do prazer que
aquele simples ato me trouxe. Um pequeno gemido escapou de mim quando o polegar de
Joseph roçou o tecido da minha calcinha e começou a pressioná-lo com leves movimentos
circulares. Sua língua percorreu minha orelha antes de mordiscá-la com força. Sua mão
direita esgueirou-se até minha bunda e a esquerda moveu a calcinha para o lado, o que
permitiu que ele deslizasse um dedo dentro de mim.
Um dedo.
Dois dedos.
Três dedos...
A calcinha pesava em meu corpo, meu desejo se tornava mais forte a cada minuto. Meus
quadris arquearam na direção de Joseph, querendo-o dentro de mim. Eu me movia no ritmo
de seus dedos, ansiando pelo toque do qual senti tanta falta.
— Entre — falei, gemendo baixinho, puxando-o para mais perto de mim, precisando dele
mais perto de mim.
— Não me convide para entrar.
Seus dedos foram mais fundo. As batidas do meu coração aceleraram. Senti tudo nesse
momento. Todo medo, desejo, necessidade...
Sentir.
Provar.
Lamber.
Céus, Joseph...
— Entre — ordenei, passando uma perna em torno de sua cintura.
— Não, Demi.
— Sim, Joseph.
— Se eu entrar, não vou ser gentil com você. Se eu entrar, não vou conversar sobre nada.
Não vamos falar do passado, não vamos discutir o presente, não vamos conversar sobre o
futuro. Se eu entrar, eu vou te comer. Com força. Eu vou te comer para desligar meu cérebro,e você vai trepar comigo para desligar o seu. E então eu vou embora.
— Joseph.
— Demi.
Pisquei e, quando abri os olhos, prometi a mim mesma não desviá-los de Joseph novamente.
— Entre.
***
Não passamos do piano na sala de estar. Quando a boca de Joseph encontrou a minha, ele me beijou como eu nunca tinha sido beijada antes. Foi doloroso, rude, repulsivo e triste. Triste pra cacete. Eu sentia meu peito queimar ao corresponder com força, desejando-o mais do que ele poderia me desejar. Arrancamos nossas roupas, sabendo que o tempo estava prestes a se esgotar. Era a oportunidade perfeita para silenciarmos nossas mentes e arrancarmos a dor um do outro.
Joseph me ergueu, apoiando minhas costas no piano. Pegou minha mão e colocou-a em
seu pau duro. Eu a deslizei para cima e para baixo, e ele enfiou seus dedos em mim, nossos
olhares fixos um no outro.
Sentir.
Provar.
Lamber.
Isso...
Ele levou a mão ao bolso, pegou um preservativo e o colocou antes de abrir minhas
pernas. Quando ele me penetrou, gemi de alegria, de prazer, de dor. Seus dedos estavam
cravados em minha pele, e os meus agarravam suas costas. Meus braços o prendiam com
força enquanto ele se movia dentro de mim, fazendo meu corpo tremer sob seu peso. Nós
esbarrávamos nas teclas do piano, os sons traduzindo nossos desejos, nossas necessidades,
nossa confusão, nossos medos. Joseph entrava e saía de dentro de mim, e eu implorava a ele
que não parasse. Estávamos tão arrasados. Tão cansados da vida que vivíamos. Mas, essa
noite, fizemos amor com os cacos do nosso coração.
Foi intenso, foi sagrado, foi de partir o coração.
Teve momentos bons, outros nem tanto.
Parecia tão errado, mas sempre parecia certo.
Senti saudades dele.
Senti saudades de nós.
Senti tanta saudade de nós.
Quando ele se foi, não disse uma palavra.
Quando ele se foi, esperei que voltasse no dia seguinte.
estou impactada com este capítulo, finalmente ficaram juntos.
o que será que rola daqui pra frente entre os dois?
eles realmente colocaram muito emoção nessa noite deles.
eu espero muito que vocês tenham gostado amores, volto em breve.
eu espero muito que vocês tenham gostado amores, volto em breve.
respostas do capítulo anterior aqui.
Ficou incrivel!!!!
ResponderExcluirSerio
Joe bipolar, mas bem fafadinho
Toda vez q lembro da mae do Joe, lembro da mae de Justin, de 13 reasons why.
Parece, ne?
Que bom que gostou amor.
ExcluirJoseph é muito bipolar mas ele ama a Demi.
Parece mesmo, bem lembrado.
Vou postar mais hoje.
Beijos, Jessie.