Acordei com o barulho do cortador de grama vindo do quintal. O sol tinha acabado de nascer, e não havia qualquer motivo para alguém cortar a grama àquela hora. Fui até a varanda nos fundos da casa e vi Joseph no local onde havia acontecido o incidente com Stephen. Levei a mão ao coração e desci a escada, sentindo a grama molhada da manhã nos meus pés.
— O que você está fazendo? — perguntei.
Ele olhou na minha direção e desligou o cortador.
— Eu não queria que você visse o gramado daquele jeito quando olhasse para o quintal. Eu não queria que você se lembrasse do que aconteceu — ele colocou a mão no bolso e pegou uma moeda. — Stephen deixou cair essa moeda... você já a tinha visto antes? — ele a jogou na minha direção. — É uma moeda com dois lados iguais. É só cara.
— Ele nunca ganhou nenhum cara ou coroa, então? — constatei, um pouco chocada.
— Nunca. Não acredito que não percebi tudo antes, que ele quase conseguiu fazer mal a você e a Elizabeth... eu devia ter percebido que tinha algo errado.
Devia ter percebido...
Ele é tudo para mim. Eu queria muito pensar melhor sobre toda aquela situação. Sobre o fato de ele ter nos abandonado, sobre seu retorno. Eu queria duvidar de que ele poderia ser a pessoa certa para mim, mas meu coração silenciava minha mente. Meu coração dizia apenas para eu sentir, viver o momento, porque era tudo que eu tinha, aqui e agora. Num piscar de olhos, eu poderia perder tudo. Eu precisava abraçar esse homem que estava diante de mim.
— Eu te amo — sussurrei.
Os olhos sombrios de Joseph sorriram, melancólicos, e ele colocou as mãos nos bolsos.
— Não mereço isso.
Eu me aproximei, e meus dedos se entrelaçaram em sua nuca, trazendo seus lábios para perto dos meus. Os braços dele envolveram minha cintura, e eu estremeci ao sentir um pouco de dor.
— Você está bem? — perguntou ele.
— Já senti dor muito pior.
Meus lábios tocaram os dele, e senti o ar saindo de sua boca. Acompanhei sua respiração, enquanto ele expirava, eu inspirava. O sol da manhã se erguia atrás de nós, iluminando levemente a grama.
— Eu te amo — sussurrei novamente.
Ele encostou a testa na minha.
— Demi... preciso provar que não vou abandonar você de novo, que sou bom o suficiente pra você e pra Elizabeth.
— Cala a boca, Joseph.
— O quê?
— Eu disse cala a boca. Você salvou a vida da minha filha. Salvou a minha vida. Você não é só bom. Você é tudo pra nós.
— Nunca vou deixar de amar vocês duas, Demi. Prometo que vou te provar o quanto eu te amo por toda a minha vida.
Meu dedo tocou seus lábios.
— Joseph?
— Sim?
— Me beija?
— Claro.
E foi exatamente o que ele fez.
***
Na manhã seguinte, Elizabeth e eu estávamos sentadas na varanda da frente, bebendo o chá e o chocolate quente que o Sr. Henson havia trazido. Um carro se aproximou, e Elizabeth começou a gritar, superanimada, quando o motorista parou e abriu porta de trás. Zeus saiu correndo do carro na direção dela.
— Zeus! — gritou ela com um sorriso enorme no rosto. — Você voltou!
Ele balançava o rabo de alegria, a animação tomando conta dos dois. Derrubou Elizabeth no chão e começou a lambê-la.
Fiquei muito feliz ao ver o casal de meia-idade que saiu do carro.
— Desculpe — falei, apontando para Elizabeth e Zeus. — Eles são muito amigos.
Antes que eu falasse mais alguma coisa, a senhora me abraçou.
— Muito obrigada — murmurou ela. — Muito obrigada.
Quando nos separamos, sorri para aquela que, sem dúvida, era a mãe de Joseph.
— Ele tem seus olhos. Da primeira vez que o vi, achei algo familiar. E, agora entendo, eram os seus olhos.
— Acho que não nos apresentamos ainda. Sou Denise, e esse é meu marido, Paul.
— É um prazer conhecê-los. Sou Demi, e aquela é minha filha, Elizabeth.
— Ela é linda — disse Paul. — Ela se parece muito com você.
— Você acha? Sempre achei que era a cara do pai.
— Acredite em mim, querida. Ela é você em miniatura. Vamos entrar. Joseph disse que você decorou a casa. Que tal você me mostrar tudo?
Denise deu uma piscadela, e nós entramos. Elizabeth e Zeus nos seguiram.
— Então, Joseph já contou sobre a loja que o Sr. Henson deixou pra ele? — prosseguiu ela.
— Contou sim, e achei incrível. Joseph é muito talentoso. Acho que ele vai se sair muito bem. — sorri e me virei para Paul. — Ouvi dizer que o senhor vai ser sócio dele?
— Esse é o plano — respondeu. — Acho que vai ser muito bom. Um novo começo pra todos nós.
Enquanto eu mostrava a nova casa de Joseph, Denise comentou que eu deveria pensar em voltar a trabalhar com design de interiores. Pela primeira vez em muito tempo, considerei a possibilidade de recomeçar. Eu não sentia medo como antes. Na verdade, a ideia me inspirava.
Eu tinha esperança de que, no futuro, minha filha sentisse muito orgulho de mim.
ainda bem que eles se acertaram, amei esse capítulo.
que fofinhas a Demi e a Denise.
Gostaram? me contem aqui nos comentários.
que fofinhas a Demi e a Denise.
Gostaram? me contem aqui nos comentários.
bjs lindonas e até o próximo <3
Graças a Deus tudo deu certo... adoro essa história... falta um bebe dos dois agora pra ficar tudo lindooo!!! Continua....
ResponderExcluirVai ter, vou postar o último hoje :(
ExcluirLogo logo postarei o epílogo, bjs lindona <3