Passados, presentes e futuros de tirar o fôlego
Tempo.
Demi nunca mais o encarara da mesma forma depois que a mãe morrera. A percepção do que a vida devia significar e de como podia ser tirada a qualquer momento foi transformada para sempre no dia em que viu o caixão de cerejeira da mãe ser baixado na cova, na terra encharcada de chuva. Sem ela, que desaparecera como um vapor turbilhonante, o tempo tinha um novo sentido para Demi.
Fechando a porta da cobertura, Demi perguntava-se onde os últimos sete meses haviam ido parar. O tempo parecia deslizar para dentro dele próprio, um buraco negro sugando lembranças e deixando as lindas digitais de Noah. Como estrelas cadentes no seu céu, o filho imprimia a sua marca na vida de Demi de tantas maneiras mágicas. O olhar amoroso de Demi pousou sobre Noah, sentado como o garotão no qual estava se transformando, estendendo a mãozinha minúscula para Joseph. Depois de molhar um bloquinho de brinquedo com a sua doce saliva, ele o atirou na cabeça do pai. No chão ao lado de Noah, contendo-se para não rir, Joseph lhe deu um falso olhar de tristeza.
Alguns pensamentos passaram pela cabeça de Demi enquanto ela ria. Primeiro: Joseph tinha sorte de estar usando o boné dos Yankees. Segundo: ele tinha ainda mais sorte de o bloco com as letras do alfabeto ser de algodão. Terceiro: cercado de uma variedade de brinquedos que se espalhavam de uma extremidade à outra da sala, Joseph lhe pareceu completamente comível, não vestindo mais do que um boné do Yankees e uma calça de pijama naquela linda tarde de domingo. Apesar de o tempo estar passando mais rápido que um piscar de olhos, Demi achava que cada segundo não era menos do que magnífico.
– Olhe quem chegou em casa, Noah – anunciou Joseph, sentando-se no sofá. Sorriu para Demi e ajeitou o boné de beisebol na cabeça. – E trouxe presentes. Vamos ser alimentados, mamãe?
Sorrindo para Joseph e Noah, Demi pousou dois sacos de compras sobre a bancada.
– Depende. – tirou um pão de fôrma de centeio do saco. – A roupa limpa está dobrada?
Joseph arqueou a sobrancelha.
– Meu irmão tinha razão: não dá para acreditar em quanto você me domestica.
– Vou tomar isso como um sim. – depois de enfiar uma alface na geladeira, Demi pôs as mãos na cintura. – Não minta: você adora ser domesticado.
Joseph riu, pegando o jornal da mesa de canto.
– Sim, senhora. Para ser sincero, foi o Noah quem dobrou a pilha toda. – ele abriu o jornal, os olhos verdes brincalhões espiando por cima da seção de esportes. – Mas fizemos uma eleição masculina. Concordamos que estamos cansados de dobrar a roupa limpa. Queremos a empregada de volta. – com um sorriso radiante de covinhas, Joseph olhou para Noah. – Não é, amigão?
Noah fez que sim, segurando um chocalho musical de palhaço com uma das mãos e enfiando a outra na boca.
– Esse é o meu garoto. – Joseph riu, olhando para Demi. – Viu só, você está em desvantagem, boneca. Nós vencemos. Vou ligar para a Leslie e recontratá-la em tempo integral. E não se fala mais nisso.
De queixo caído, Demi soltou uma risadinha.
– Isso é obviamente uma conspiração. Já é ruim o bastante que o meu filho use um pijaminha de corpo inteiro dos Yankees. Agora você conseguiu que ele se virasse contra mim? Maldade. Pura maldade.
Joseph deu uma risada diabólica e passou à seção de economia, abrindo o mesmo sorriso de dar água na boca que a laçara na primeira vez que o vira.
– Ora, você já sabe disso há um tempo – lembrou-lhe, com um dar de ombros e uma piscadela. – E ama cada pedacinho da minha malvadeza.
Cada fibra de Demi concordava com ele. Não havia dúvida de que ela amaria para sempre cada pedacinho malvado e não malvado dele. Demi continuou a tirar as compras das sacolas, inclusive uma revista de culinária que vira no caixa. Uma receita de frango assado cremoso lhe chamara a atenção. Ao contrário das duas últimas vezes, ela estava decidida a fazer com que o jantar daquela noite não provocasse uma intoxicação alimentar.
– Demi, o que é isso nas mãos do Noah?
Demi estreitou os olhos, tentando enxergar do outro lado da sala.
– Não sei. Um bloquinho?
– Dá para você tirar dele? – Joseph olhou por cima do jornal. – Ele enfiou na boca.
Demi franziu a testa.
– Joseph, os dentes dele estão nascendo. Ele morderia o meu sapato se eu deixasse.
– Eu sei. É que eu não quero que ele morda esse bloquinho. – ele deu um sorriso maroto, os olhos se iluminando de divertimento. – E nem os seus sapatos, para ser sincero. Dava para você tirar dele? Pode estar... sujo.
Inclinando a cabeça para o lado, Demi deixou os ombros caírem e revirou os olhos.
– Um: você tem mesmo mania de limpeza. Dois: prefiro que ele morda o meu sapato ao seu. Três: você está bem aí, tire você da mão dele, seu doido de pedra.
– Doido de pedra? – questionou Joseph, rindo, bastante impressionado com o novo adjetivo. – As minhas costas estão doendo. Pegue você.
– Sim: doido de pedra. – Demi suspirou, sorridente, e colocou a revista em cima da mesa. – Você só está tentando arrancar outra massagem de mim.
Ela deu a volta na bancada, completamente convencida de que seu namorado obsessivo-compulsivo tinha pirado. Com os pés descalços, pisou no edredom sobre o qual Noah brincava.
Na verdade, ele não estava mordendo um bloquinho. Demi olhou para Joseph, que exibia um sorriso enorme, de muitos megawatts, e mais uma vez para a caixinha de veludo preto em que Noah cravava o dentinho que acabava de despontar. Antes que Demi pudesse piscar ou respirar, Joseph deslizou do sofá e sentou-se de pernas cruzadas sobre o edredom. Colocando Noah no colo, virou o boné dos Yankees com a aba para trás, tirou a caixinha das mãos do filho e a substituiu por um livro minúsculo. Fitou Demi, que estava imóvel, e disse com uma voz suave:
– Venha se sentar aqui. Temos uma coisa para você.
De súbito, a garganta estava seca. Trêmula, foi se abaixando lentamente, sentando-se diante de Joseph. Com os joelhos tocando nos dele, fitou aquele sorriso preguiçoso. Eles se beijaram até Noah reclamar de estar imprensado entre os dois. Demi deixou escapar uma risadinha nervosa e passou a mão pelos cabelos ondulados do filho.
– Ele está com ciúmes, só isso – sussurrou Joseph, dando um beijo na cabeça de Noah.
Joseph encarou Demi e engoliu em seco. Pela segunda vez na vida, estava prestes a pedir uma mulher em casamento. No entanto, pela primeira vez, não sentia nem um pouco de reservas. Joseph sabia que ela era a mulher que havia sido criada para ele. Com a mão trêmula, tomou o rosto de Demi entre as mãos, o coração aos saltos.
– Eu amo você, Demi. Você sempre vai ser a minha melhor amiga. Sempre vai ser a minha... Molly. – com os olhos arregalados, Joseph chegou o corpo para a frente e deu um beijo suave nos seus lábios trêmulos. – Você é a mãe do meu filho. Você e Noah trouxeram cores para a minha tela vazia, luz para a minha escuridão. – com o polegar, enxugou uma lágrima morna do rosto de Demi e respirou fundo. – Vamos pintar juntos o quadro completo e iluminar o céu, docinho. Eu amo vocês dois mais do que qualquer coisa. – ele ergueu a sobrancelha, o sorriso maroto e sexy realçando os traços perfeitamente talhados.
– Lembra? Você é melhor do que bombons de dia dos namorados.
Fungando, Demi deu uma risadinha. Joseph sorriu, mas logo ficou sério.
– Eu acredito no “para sempre” e é isso que você e eu somos. Nós definimos a eternidade. Pode soar piegas, mas você me faz chegar até lá. Você coloca borboletas esvoaçantes na minha barriga, Demi Lovato. Nunca senti isso antes e não quero abrir mão disso por nada. Nunca. Eu pedi certa vez para você seguir em frente comigo e você topou. Agora... Estou pedindo que embarque numa viagem completa. Caminhe comigo o resto da jornada até a gente ficar velhinho, sentados nas nossas cadeiras de balanço, olhando os nossos netos, pirados de tanto açúcar, brincarem no quintal. Eu já vi este mundo todo um milhão de vezes, mas nunca o vi com você ao meu lado. Quero, ou melhor, preciso que você seja minha esposa. Preciso acordar todas as manhãs sabendo que você é a Sra. Demi Lovato Jonas. – ele fez uma pausa e Demi percebeu que seus olhos estavam ficando marejados. – Por favor. Dê esse último passo comigo.
Ele abriu a caixinha. Em meio à assinatura clássica de Harry Winston, encontrava-se um diamante redondo e reluzente engastado em platina com brilhantes menores encravados ao seu redor.
Demi descobriu que o ar havia evaporado de seus pulmões. Ficou paralisada diante da seriedade das palavras dele e o seu coração disparou, tumultuado de tantas emoções. A declaração de Joseph cantou em seus ouvidos, reverberando em notas musicais de amor.
– Eu te amo – disse ela, a voz embargada, os olhos ardendo com lágrimas de felicidade. Enlaçou o pescoço dele e o puxou para si. – Sim, eu dou esse último passo com você, Joseph.
– É mesmo? – perguntou ele, rindo entre beijos. Mais uma vez, Noah deu um guincho de desprazer, tentando escapulir de Joseph, chutando as pernas gorduchas em sinal de frustração. – Você vai ser minha mulher?
– Vou. Eu vou ser sua mulher – disse Demi, chorando e levando Noah ao colo.
Ele se aquietou ao receber uma mamadeira, o corpinho relaxando. Os membros de Demi enfraqueceram quando Joseph tomou a sua mão para colocar o anel de noivado. Sua alma se acalentou diante de tudo o que ele representava.
– Obrigada – sussurrou ela, olhando nos olhos de Gavin. – Não tenho palavras para descrever como você me faz feliz todos os dias.
E não tinha mesmo. Ele a encontrara aos pedaços, definhando, e remendara seu coração, enfaixando-lhe a alma com a sua presença. E, durante tudo aquilo, lhe mostrara o que era o amor de verdade. Ele era um sonho. A única coisa que Demi podia fazer era rezar para nunca mais acordar daquele paraíso. Ganhou mais uma chuva de beijos inebriantes enquanto descia a mão por seu peito nu. O tempo era de suma importância, mas agora seria para sempre preenchido com tudo aquilo com o qual Demi amais imaginara, tudo o que nunca poderia ter esperado.
– Você já me deu a única palavra que eu precisava ouvir – disse Joseph baixinho. Ele a beijou outra vez, massageando-lhe os cabelos. – Agora precisa se levantar e se arrumar. Tem um presente para você em cima da cama.
– Me arrumar?
Ela deitou Noah, completamente adormecido, sobre o edredom. Sorrindo, fitou-o por um momento e absorveu a visão daquele corpo minúsculo e exausto.
– Aonde a gente vai?
Ficando de pé e puxando Demi consigo, Joseph alongou o corpo rijo, o que atraiu a atenção dela no mesmo instante. Ela mordeu o lábio, perscrutando a pele dourada, sentindo necessidade de seguir a gloriosa descida do dragão por baixo da calças de pijama de Joseph. Mas estava tudo bem. Cada pedacinho dela ainda tinha toda a vida para adorar a linda obra de arte que era o extraordinário corpo do noivo.
– Vamos comemorar.
Joseph se aproximou da orelha dela, lambendo-lhe o lóbulo. Seu corpo todo se arrepiou. Ele a beijou uma última e gloriosa vez, de forma suave e carinhosa. Joseph deu um passo atrás, deixando o corpo dela dolorido com a sua ausência.
– A Selena vai chegar daqui a quinze minutos para tomar conta do Noah. Vou mimar a minha mulher esta noite. – com os olhos grudados nos dela, Joseph meneou a cabeça em direção ao quarto. – Vá. Já, já vejo você, futura Sra. Jonas.
Joseph sempre arranjava as coisas mais doces para dizer, mas aquelas palavras em especial deslizaram de sua língua como chocolate. Sem fôlego, Demi assentiu e seguiu pelo corredor, a mente esfuziante de alegria, excitação e amor.
Ao entrar na suíte, Demi viu uma caixa grande e retangular na cama com um laçarote vermelho. Perguntou-se o que o amor da sua vida tinha reservado para ela. Um horroroso conjunto de moletom rosa dos Yankees lhe veio à mente, mas, como ele dissera que iam sair para comemorar, imaginou que não fosse o caso. Pensando bem, não estranharia se Joseph aprontasse uma dessas. Ele adorava imprimir sua marca nas coisas. Afundou na cama, estendendo a mão em direção à caixa, a curiosidade mais do que atiçada. Depois de tirar o laçarote, ergueu a tampa. Uma risada escapou dos seus lábios ao deparar com o papel crepom prateado, azul e branco dos Yankees. Balançou a cabeça, rezando para que ele não a fizesse aguentar uma noitada na cidade trajando o uniforme do seu time favorito. Com as mãos coçando, rasgou o papel com a velocidade de um foguete. Ofegou, aliviada por seu homem não ter feito aquilo.
O traje escolhido fora um vestido-envelope de seda preta de um ombro só com um drapeado acima e abaixo do busto. De pé, Demi encostou o elegante vestido de noite de encontro ao peito enquanto se mirava no espelho de corpo inteiro. Batendo logo acima do joelho, com um vistoso aplique de pedraria marcando a cintura, o vestido valorizava suas recém-adquiridas curvas maternas. Para finalizar a surpresa, Joseph escolhera um par de Manolo Blahnik pretos de tirinhas daquela estação. Com uma alegria infantil, Demi se virou para se arrumar para a noitada e deparou com Joseph encostado, muito à vontade, no vão da porta.
– Estava me observando esse tempo todo? – perguntou Demi, sentindo um rubor lhe subir às faces.
– Estava, e curti cada minuto. – com os braços cruzados, ele lançou-lhe um sorriso preguiçoso. – Mandei bem?
Demi atravessou o quarto, deleitando-se com seu rosto divino. Emaranhou os dedos nos cabelos macios e escuros e o puxou para um beijo.
– Você alguma vez não manda bem?
– Mmm – ele roçou os lábios no maxilar dela. – Já que você perguntou, acho que acerto na mosca o tempo todo.
Demi deu uma risadinha, aninhando-se de encontro ao seu peito nu.
– Tão convencido...
– Sou, sim.
– Bem, Sr. convencido, onde está o nosso filho?
– Dormindo no berço. Agora, me beije pela boa ação do papai.
Sem hesitação, Demi obedeceu. Antes que pudesse devorar os lábios dele com a intensidade pela qual o corpo ansiava, a campainha tocou.
– Selena – sussurrou Demi, tentando se recompor enquanto se afastava dele.
– Timing perfeito, mas nem tanto. – Joseph se virou em direção ao corredor. – Vá se arrumando, que eu abro a porta. Logo depois que eu... me acalmar.
Com o pau quase duro, Joseph tentou pensar em alguma coisa, qualquer coisa, que tirasse sua cabeça dos lábios deliciosos de Demi. Porém, nada funcionava. Ao abrir a porta, esperou que Selena não notasse nada.
– Eba! – Selena entrou na cobertura quase aos berros. – Onde está o meu afilhado?
– Dormindo.
– Ah, assim não vale. – Selena franziu a testa e atirou a bolsa na mesa do hall de entrada. Ainda fazendo beicinho, entrou marchando na sala de estar e afundou no sofá, bufando. – Toda vez que eu venho aqui ele está dormindo.
Com uma expressão confusa e ao mesmo tempo divertida, Joseph balançou a cabeça.
– Sel, é o que os bebês fazem de melhor: dormir. – ela revirou os olhos, dramática como Sarah Bernhardt. Joseph se acomodou numa poltrona de couro. – Você não está curiosa para saber se a Demi aceitou o meu pedido de casamento? Fico surpreso por não ter sido a sua primeira pergunta.
Selena voltou a revirar os olhos.
– Pff. Não faço perguntas óbvias. Não havia a menor chance de ela não aceitar. Senão, eu encheria de porrada, fugiria para me casar com você e adotaria aquele bebê precioso que parece estar permanentemente adormecido. Vocês o andam drogando?
Joseph ficou boquiaberto. As coisas ditas por Selena conseguiriam chocar até mesmo um serial killer caminhando para a morte na câmara de gás.
Colocando-se de pé, ela bateu na bochecha com o dedo, perdida em pensamentos.
– Por falar em bebês drogados e adormecidos, vou lá acordá-lo. A titia Sel precisa de um pouco de amor do Noah.
Joseph deu de ombros.
– Problema seu. Vou logo avisando: por mais que ele a adore, vai se transformar no seu pior inimigo se você interromper a soneca dele.
– Vou correr esse risco – retrucou Selena, correndo em direção ao quarto de Noah.
Logo, Joseph ouvia Noah aos berros e Selena tentando acalmá-lo. Joseph riu e decidiu que era o momento perfeito para se arrumar. Selena iria ver o que era bom para a tosse e Joseph estava bastante certo de que Noah a levaria ao nocaute.
***
Demi foi assimilando a paisagem enquanto Joseph pegava a Taconic Parkway. Apesar dos céus frios de março e das árvores ainda por florescer, Nova York continuava a ser uma espetacular paleta da natureza, o que nunca deixaria de impressionar Demi. A silhueta de Manhattan já sumira de vista havia muito tempo e a aridez da cidade dera lugar à paz. Imensas rochas ladeando a estrada distinguiam-na da caótica selva. De certa maneira, aquela parte de Nova York a fazia lembrar do Colorado. Ainda que diferente de muitas maneiras, guardava a calidez que o estado natal sempre teria.
– É uma surpresa – respondeu Joseph, ligando a seta para a direita. Olhou pelo retrovisor antes de passar para o acostamento. Estacionou, sorriu e deu um beijo suave em Demi. – E você vai precisar ficar vendada. – ele abriu a porta e saltou do carro.
Demi foi tomada pela curiosidade enquanto observava Joseph dar a volta graciosamente até o seu lado do carro. Meu Deus, como ele estava incrível, vestindo um terno preto Armani muito bem-cortado, com uma camisa branca e engomada se insinuando por debaixo e os cabelos que o deixavam sexy sem ele precisar fazer o menor esforço. Abriu a porta e sacou a venda do bolso traseiro da calça. Pegando a mão de Demi, ajudou-a a sair do carro com um sorriso brincalhão que sugeria intenções travessas. Tomou-a nos braços fortes, protegendo-a do frio, enquanto a versão acústica ao vivo de Find Me, do Boyce Avenue, tocava nos alto-falantes. Por um momento, Joseph olhou nos seus olhos e balançou ao som da música.
– Déjà vu – disse Demi com um tom sonhador. Recordava a última vez que haviam dançado daquele jeito, no acostamento de uma estrada no México. – Você é muito requintado, Sr. Jonas. – Joseph lançou um sorriso preguiçoso para ela e Demi ergueu a sobrancelha, a curiosidade crescendo a cada segundo. – O que está aprontando?
Antes que ela pudesse piscar, Joseph deslizou a venda de seda por cima dos seus olhos e levou os lábios ao seu ouvido. Demi arquejou quando Joseph roçou os dedos pelo queixo dela e falou com uma voz suave, fazendo-a arder.
– Nós vamos participar de um jogo. E não é o das vinte perguntas, boneca.
– Não? – sussurrou Demi. O barulho dos carros passando apressados e a música dos alto-falantes desapareceram enquanto os dedos de Joseph trilhavam a curva de seu pescoço.
– Não. Este jogo vai estimular todos os seus cinco sentidos para além da compreensão humana. Visão... – ele a puxou para mais perto e Demi pôde sentir o pau se endurecendo de encontro à sua barriga. – Vou lhe mostrar coisas que você nunca viu na vida. – afastando o casaco de marinheiro de lã cinza do ombro dela, foi passando os lábios, leve como plumas, por sua clavícula. Demi estremeceu, arrepiada. Cada pelinho seu ficou em pé. Depois de um momento, ele levou os lábios de volta à orelha e mordiscou levemente seu lóbulo. Enquanto ele rodeava os brincos de diamante com sua língua quente, Demi jurou que iria derreter no cascalho do acostamento.
– Audição... – ele enfiou os dedos por seus cabelos e o corpo dela gritou, pedindo a liberação daquele prazer. – Você gosta de sentir o meu hálito na sua orelha?
Demi engoliu em seco e fez que sim. Palavras eram uma coisa do passado enquanto ela mergulhava no toque dele.
– Paladar... – ah, como a deixava excitada, correndo a língua macia de forma dolorosamente lenta por seus lábios entreabertos. – Eu sou viciado no seu sabor, Demi. Sempre fui e sempre vou ser. Mas eu quero que você seja viciada em mim da mesma maneira.
Será que ele tinha enlouquecido? Já a transformara num demônio sexual para todos os sabores desejados, entretanto tinha a sensação de que estava prestes a torná-la de vez uma viciada, rezando pela próxima dose.
– Olfato... – correu o nariz por seus cabelos, descendo pelo pescoço para subir pelas bochechas ruborizadas. O som dele inalando o seu aroma precipitou uma sensação de necessidade que desceu direto à calcinha úmida. – Hm, o cheiro de cada parte do seu corpo doce me levaria a matar por ele se um dia fugisse à minha posse. Ele é... meu.
Demi exalou, a dominância sugerida pelo tom dele acordando terminações nervosas que ela nem sabia que existiam.
– E, por último, mas não menos importante, o tato... – Demi o ouviu dar um passo atrás. Seu corpo se sentiu privado do calor dele. Precisava de mais. Queria mais. Desejava mais ardentemente. O que ele estava fazendo? Era para estar tocando nela. – Bem, isso, Srta. Lovato, não deve ser difícil de descobrir. Nós vamos tocar, cheirar, saborear, ouvir e ver tudo o que o outro tem a oferecer como nunca antes.
Sem visão e com o fôlego roubado pelas palavras dele, Demi se sentiu como uma louca. Felizmente, Joseph a trouxe de volta à normalidade, escapando de um embaraçoso ataque sexual que o levaria à morte. Mas estava quase certa de que ele não se importaria. Sentiu os dedos dele se entrelaçarem com os dela, guiando-a cautelosamente de volta ao carro e a acomodando no assento. O som da porta se fechando fez o corpo de Demi, já com os nervos à flor da pele, saltar de expectativa. Os pés dele triturando o cascalho deixaram os sentidos dela, já exaltados, em estado de alerta. Depois que ele entrou no carro, sua respiração deixou o coração dela, já descompassado, bater ainda mais rápido.
Joseph deu partida no carro, puxou a faixa do cinto de segurança por cima da cintura dela e o fechou com um clique. Mal lhe tocando a pele, traçou no ar pequenos círculos em torno do anel de noivado. Ele a estava provocando e saía-se muito bem. Vez ou outra, roçava seu pescoço, tocava de leve em sua coxa e afagava seus cabelos, tornando o restante da viagem intensamente silenciosa, torturante. Quando ouviu o carro parar de vez, Demi estava tão sexualmente excitada que se convenceu de que iria enlouquecer.
Estavam estacionados na estrada de acesso circular da casa de dois andares em estilo mediterrâneo que ele havia construído para os dois com base nas características que Demi fornecera sem saber nos últimos muitos meses. Joseph abriu um sorriso reverente enquanto observava o peito de Demi subir e descer com a respiração curta. Vê-la ao seu lado, sem ter ideia do que ele estava prestes a lhe mostrar, o deixava embriagado. Seu joguinho ainda não chegara ao fim. Não. Ia saborear o momento pelo tempo que pudesse. Após um leve toque num botão, os ornados portões de ferro fundido se fecharam. Joseph saiu do carro, o sorriso cada vez maior ao abrir a porta do carona e ajudar a futura noiva vendada a se levantar.
– Onde estamos? – sentindo os braços dele deslizarem em volta da sua cintura, Demi sorriu. – Estou um pouquinho assustada.
Joseph a puxou de encontro ao peito enquanto a conduzia pela pista de acesso de arenito multicolorido. O coração dele batia cada vez mais rápido à medida que se aproximava da porta da frente.
– Suba um degrau – sussurrou ele, e Emily obedeceu. – Mais um. Adivinhe só?
– Mais um degrau? – perguntou ela, rindo.
– Acertou.
Uma vez na varanda, Leslie, empregada de Joseph que já havia sido recontratada em tempo integral, os cumprimentou silenciosamente, abrindo a porta da frente. Joseph assentiu, falou “obrigado” sem emitir som, e a observou descer a pista de acesso em direção ao carro.
Dando um passo para dentro do hall de entrada marmorizado, Joseph fechou e trancou a porta, deslizou o casaco de Demi por seus ombros e a beijou suavemente.
– Fique aqui. Não quero que nada aconteça com você.
Cruzando os braços, Demi inclinou a cabeça para o lado.
– Não dá para você ver os meus olhos neste instante, mas eu os estou revirando, seu espertinho.
– Aposto que sim.
Joseph riu. Caminhou até a escadaria e pendurou o paletó e o casaco no intrincado corrimão de cerejeira, entalhado à mão.
– Venha aqui – chamou ele, sorrindo. – Minha voz vai guiar você.
– Você está brincando? – Demi ouviu as suas palavras ecoarem no ambiente. – Estou quase arrancando esta maldita venda.
Antes que ela pudesse fazer isso, o som dos passos rápidos e firmes de Joseph invadiu o ar, seguido da sensação de sua mão na lombar.
– Não – replicou Joseph, conduzindo-a até a espaçosa sala de estar. Leslie tinha deixado pronto tudo o que ele havia pedido. – A venda fica onde está. Tenho outro jogo pra gente. Depois disso, se eu achar conveniente, eu tiro. – Joseph adorou o beicinho de Demi. Ajoelhou-se diante dela e passou as mãos de leve por suas panturrilhas. – Segure nos meus ombros para se apoiar.
Considerando que não podia ver nada e que o corpo estava hiperciente do toque de Joseph, Demi ficou mais do que satisfeita quando suas mãos encontraram os cabelos dele, e enterrou os dedos nas mechas sedosas.
– Nada de ombros, mas isto aqui serve. Eu devo puxá-los?
– Da mesma forma que você me implora para puxar os seus quando estou atrás de você?
– Uhum – murmurou Demi, fazendo exatamente o que ameaçara.
Ela o sentiu beijar a sua barriga. Um tremor involuntário percorreu-lhe a coluna.
Joseph tirou os sapatos dela, subindo as mãos por suas coxas. O tremor que começava a se espalhar pelo corpo de Demi o fez pensar em desistir daquela parte do jogo e ir direto ao assunto, mas ele iria esperar. O próximo passo era a parte principal da surpresa. Joseph ficou de pé, tomou as mãos de Demi e a guiou até um enorme tapete creme de alpaca que cobria toda a sala de estar.
– Onde estamos? – sussurrou Demi, sentindo a textura macia sob os pés. – E o que você está fazendo comigo?
Ainda de mãos dadas, Joseph se sentou no tapete e, lentamente, puxou Demi para o colo. Posicionando as pernas dela ao redor de sua cintura, Joseph lutou para se controlar ao ver as deliciosas tiras pretas da cinta-liga que espiava por baixo do vestido. Demi arquejou enquanto Joseph arrastava os dedos indolentemente por sua cintura, puxando-a para bem perto.
– Agora vamos passear pelas nossas lembranças. – Joseph a beijou, sugando o seu lábio inferior. – E, quando terminarmos, vamos estar no nosso futuro.
Joseph estendeu a mão para uma bolsa de lona contendo diversos objetos ligados ao passado deles. A primeira peça era uma concha que ele trouxera do México. Levando-a ao ouvido dela, iria estimular a sua audição.
– Ouviu isso?
– Ouvi – sussurrou Demi, escutando o mar distante. – É uma concha?
– É. O que ela a faz lembrar? – perguntou ele, levando os lábios aos dela.
Demi tentou respirar enquanto a outra mão dele acariciava as suas costas.
– Os Hamptons.
– Quase – sussurrou Joseph, afastando a concha. – O tempo que passamos no México. Um período que começou mal, mas que terminou muito bem. Você não concorda?
Demi sorriu, as lembranças daquele tempo agridoce invadiram seu coração. Buscando os lábios dele, inclinou o corpo para a frente, chegando perto de acertar o alvo ao plantar um beijo no nariz de Joseph.
– Concordo. – passou os braços pelos ombros dele. – Obrigada por essa lembrança.
– Obrigado por ter ido atrás de mim – respondeu ele baixinho.
Enfiou a mão outra vez na bolsa. Sacando uma casca de amendoim, imaginou que aquela lembrança fosse ser um pouco mais difícil de decifrar. Colocou-a debaixo do seu nariz com o intuito de aguçar seu olfato.
– Cheire.
Demi inspirou o aroma de amendoim.
– Manteiga de amendoim? – perguntou ela, franzindo a testa. – Hm, sei que a gente gosta de usar chantili na cama, mas não me lembro de manteiga de amendoim, Jonas. Está me confundindo com outra mulher?
Joseph sorriu com malícia, levando a mão livre à nuca de Demi, e puxou o rosto dela a centímetros do seu.
– Nunca. Mas chegou perto, Srta. Lovato, em breve Sra. Jonas. Você sabe que eu comeria qualquer coisa que cobrisse o seu corpo. Você tem a minha permissão para se considerar o meu sanduíche particular de manteiga de amendoim com geleia.
Demi sorriu.
– De onde é isso?
– Droga, mulher. – Joseph riu. – Talvez isso ajude. – atirou a casca de amendoim nos cabelos dela.
Demi chegou para trás.
– Você jogou alguma coisa no meu cabelo agora?
– Joguei. E o que você vai fazer a respeito? – desejando que Demi pudesse ver o seu enorme sorriso maroto, Joseph inclinou o corpo para trás, apoiando-se com as mãos no tapete. – Meu jogo. Minhas regras. Aguente.
– Você pirou – comentou Demi com uma risadinha.
Depois de encontrar a casca de amendoim, Demi a arrancou do cabelo e, cegamente, atirou-a na direção em que, ela esperava, o nariz dele se encontrasse. Passou como um foguete por cima da cabeça de Joseph e aterrissou na pedra da lareira.
– O jogo de beisebol – exultou Demi.
Buscando os ombros dele, agarrou-os e o puxou de encontro ao peito.
– Apesar de o jogo ter sido uma porcaria, porque os seus Yankees ganharam dos meus Birds, é uma lembrança que nunca vou esquecer.
– Humilharam os seus Birds – Joseph corrigiu, tirando mais uma recordação da sacola.
Demi suspirou e balançou a cabeça. Joseph imaginou que a próxima lembrança aguçaria seu tato e estava quase certo de que ela saberia do que se tratava tão logo a sentisse. Tomando sua mão, colocou uma tampinha de garrafa na palma e olhou o seu rosto se iluminar de imediato.
– Minha favorita – sussurrou Demi, beijando a tampinha. Inclinou o corpo à frente para beijar qualquer parte do corpo dele que os lábios encontrassem, e deu com um ponto logo acima do queixo. – Tampinhas por toda a vida?
– Sempre – respondeu Joseph, guiando os lábios dela até os seus.
Ele a beijou ternamente, extasiado, porque sua garota considerava grandioso um gesto tão pequeno.
– Agora eu já posso tirar a venda? – Demi quase implorou.
– Seja paciente, pequenininha – retrucou Joseph, sacando as duas últimas lembranças da bolsa. O sentido que ele iria incendiar agora seria o paladar. Joseph se perguntou se ela recordaria a conversa que dera início a tudo. – Abra a boca – sussurrou, observando-a com seriedade separar os lindos lábios carnudos.
Depois de abrir uma pequena embalagem de creme e um envelope de açúcar, despejou os dois deliciosos conteúdos sobre a língua de Demi. Antes que Joseph conseguisse respirar, de alguma forma Demi encontrou a sua boca. Os lábios dos dois se juntaram ansiosos, num beijo com sabor de creme e açúcar. Suas línguas dançaram como uma só.
– Eu sei o que é isto – ronronou Emily.
– Sabe?
Ele a beijou ainda mais profundamente e se ergueu, tomando-a nos braços como um homem recém-casado que leva a noiva.
– Sei, sim, Sr. creme e açúcar. Agora eu exijo que você tire esta venda – disse Demi com a voz rouca, extravasando um enorme desejo, provocado pela doce tortura a qual ele a sujeitara.
Joseph obedeceu. Viu-a piscar os lindos olhos castanhos, e a sua expressão surpresa lhe deu um formigamento de satisfação.
– Bem-vinda ao nosso futuro.
Com os pés pendurados por cima dos braços de Joseph, Demi não conseguia decidir para que lado olhar primeiro. O chão era de madeira, reluzente de tão polido. A sala de estar era tão grande que fazia a cobertura de Joseph parecer um alojamento de faculdade. Seu olhar se deteve na escadaria de mármore, que se dividia em duas no patamar, localizada no meio do hall de entrada. Os tetos tinham uma requintada sanca, muito acima de janelas panorâmicas que exibiam a piscina no quintal dos fundos. Portas arqueadas se espalhavam por todas as direções.
Joseph a carregou para dentro de uma cozinha com infindáveis superfícies de granito creme. Utensílios em aço inoxidável, dignos de um master chef, destacavam-se em elegantes armários de cerejeira. Joseph passou depressa com Demi pela biblioteca, pela sala de bilhar e pelo escritório. Sem móveis, a casa parecia ainda maior. Demi se deu conta de uma coisa e seu coração se dilatou. A residência deles era nada mais, nada menos que resultado do infame jogo das vinte perguntas, que sempre incluía alguma informação esquisita sobre cor, textura ou design. Era o futuro deles. Havia respostas dela por todos os lados.
– Eu te amo – sussurrou ela de encontro aos lábios dele. – Eu amo cada pedacinho furtivo e conspiratório seu. – Demi o beijou com mais intensidade ainda, precisando que Joseph soubesse como lhe era grata por tudo o que ele representava, por tudo o que lhe dera. – Me leve de volta para a sala de estar para eu poder fazer amor com o meu noivo shmexy.
Joseph ignorou-a e começou a carregá-la escada acima.
– Você acha que eu faria amor com você no chão?
Demi beijou o pescoço dele e o tentador aroma da colônia almiscarada fez cócegas no seu nariz. Ela não estava dando a menor importância para o local naquele instante. Precisava dele.
– Nós já transamos num provador da Neiman Marcus. – ela mordiscou o lábio dele. – Já transamos na praia nos Hamptons. – alisando seus ombros largos com as mãos, começou a desabotoar a camisa. – Já transamos até num armário de equipamentos na minha escola. Agora, de repente, você está preocupado em transar no chão? Desde quando você ficou seletivo com relação a isso?
Um brilho malandro se insinuou nos olhos de Joseph à medida que as lembranças de cada um dos atos mencionados por Demi percorriam a sua mente. Ela estava certa, mas naquele dia era diferente. Tinha outros planos. Continuou a carregá-la para o que seria a suíte do casal.
Demi prendeu a respiração ao ver uma elegante cama king-size de dossel com quatro colunas. Feita de mogno escura e coberta com uma rede branca transparente, a peça solitária dava ao quarto um ar etéreo e romântico. Joseph a pousou suavemente, pressionando o peito contra suas costas. Afastando os cabelos ondulados do pescoço de Demi, aproximou-se de sua orelha e abriu o zíper do vestido bem devagar.
– Eu pretendo inalar cada centímetro do seu corpo em cima desta cama – sussurrou ele, abaixando a alça única de seu ombro. – Tudo bem, Srta. Lovato?
Demi não conseguia pensar, respirar ou se mexer enquanto o vestido batia no chão frio de madeira, deixando o corpo quente praticamente nu, só de cinta-liga e corselete tomara que caia.
– Tudo bem – concordou ela, respirando fundo.
Em segundos, ele tinha aberto o corselete, libertando os seios do confinamento. A lingerie de seda se juntou ao vestido descartado. Joseph apalpou os seios, apertando-os de leve. O toque dele era para lá de delicioso. Roçou a boca faminta pelo pescoço de Demi, subindo e descendo, e ela atirou a cabeça para trás, sobre seu ombro forte. Um gemido suave escapou-lhe dos lábios. Mesmo de costas, pôs-se a desafivelar o cinto dele, as mãos trabalhando febris sobre o couro. Meu Deus, não conseguia abri-lo rápido o bastante. Ao mesmo tempo que fazia amor com um de seus seios, Joseph enfiou a outra mão na sua calcinha, massageando o clitóris com círculos suaves e lentos. Tomada pelo desejo e precisando se segurar em alguma coisa, Demi parou de abrir o cinto, subiu as mãos pelo pescoço dele, enroscando-as em seus cabelos. Sua respiração rápida e arquejante ecoava pelo quarto quase vazio enquanto Joseph a fodia com os dedos até ela perder o juízo.
– Você está sempre tão molhada para mim... – comentou Joseph, a voz cheia de doçura erótica. Ele chupou o pescoço dela e depois o mordiscou com todo o cuidado. – Você é minha, Demi.
Ela gemeu, o calor se intensificando em sua boceta a cada estocada.
– Para sempre – sussurrou enquanto um prazer escaldante a rasgava por dentro.
O corpo se derreteu, ansiando por tê-lo dentro dela. Já sem conseguir esperar, virou-se para encará-lo.
Seus olhos, da cor de um ardente fogo, fitaram os dela com intensidade, as emoções muito claras, ferozes de paixão. Emily terminou de desabotoar a camisa e a calças e o despiu. A boca de Joseph se grudou à dela, os lábios lindamente esculpidos macios e cálidos. Ele a empurrou na cama. O calor que irradiava de sua pele quase incendiou Demi. Com um movimento único e torturante, Joseph se ajoelhou à frente dela, puxando a calcinha, a cinta-liga e as meias três-quartos até as canelas.
Encarando-o, Demi deslizou pela cama enorme. Os lençóis frios de algodão egípcio despertaram ainda mais seus sentidos. Com a cabeça aconchegada em travesseiros de plumas, ela tremia de expectativa enquanto Joseph engatinhava para se colocar entre suas pernas trêmulas. Como um falcão rondando a presa, ele se deteve acima dela por um segundo antes de voltar a beijá-la. Possuindo seus lábios, saboreou-os com lambidas lentas e profundas.
O beijo se intensificou e Demi entrelaçou os dedos nos cabelos dele, os lábios se entreabrindo com um arquejo ao sentir a cabeça grossa de seu pau penetrá-la devagar. Foi abrindo a sua fenda até alargá-la por completo. Arquejou de novo quando ele se retirou vagarosamente, deixando-a trêmula, ansiando por mais. Grunhindo, Joseph redemoinhou a língua quente ao redor do mamilo duro de Demi. Como se o ar tivesse sido sugado do quarto, ela não conseguiu respirar. Estava embriagada de prazer, bêbada de necessidade enquanto Joseph lambia um dos seios com círculos lentos e lânguidos, massageando o outro sem parar.
– Você tem ideia de quanto o seu corpo é lindo? – perguntou Joseph, a voz trêmula de emoção, os olhos vidrados de desejo, passando o braço por baixo das costas de Demi. Ela balançou a cabeça. – Este lindo corpo deu vida ao nosso filho. Vou adorá-lo para sempre. Estimá-lo pela dádiva que ele é. Pelo presente que ele me deu.
Aquelas palavras, tão poderosas, tão intensas, fizeram Demi estremecer. Sem fôlego, ela umedeceu os lábios e observou Joseph beijar lentamente suas costelas, flexionando os bíceps. Passou a língua pelo meio da barriga dela, demorando-se ali até partir para a cicatriz da cesariana. Joseph ergueu a vista para Demi, que demonstrava certa inibição enquanto ele passava a língua pela linda gravação que representava a vida de Noah. Percorreu a carne rosa saliente com os dedos.
– Obrigado por esta cicatriz permanente – sussurrou, tomando as nádegas dela entre as mãos. Ergueu a metade inferior do corpo dela até o rosto, beijando cada centímetro da sua barriga. – Obrigado.
O corpo todo de Demi estremeceu com o toque, assim como o coração. Sentia-se dominada por emoções intensas. O prazer se irradiou como eletricidade por cada músculo, fibra e célula sua no momento em que Joseph pôs a boca no meio de suas pernas. A língua se moveu rápida e suavemente pelo clitóris intumescido. Os arrepios percorriam sua pele e cada investida provocava uma onda feroz de êxtase. Seu estômago ardia como se tomado por lava. Os quadris saltaram, empurrando seu calor úmido de encontro à boca faminta dele. Apertando a bunda de Demi com mais força, Joseph foi lambendo a carne macia, banqueteando-se com sua doçura. Os gemidos dela atiçavam os seus sentidos; as pernas trêmulas, enlaçadas em sua cabeça, o deixavam tonto. O desejo o acossava cada vez mais, à medida que os gritos longos de Demi se dissolviam em choramingos. Ela agarrava os seus cabelos, puxando o rosto dele com mais e mais força para si e aquilo só fazia enlouquecer Joseph. Ela estava perto. Muito, muito perto. Enfiando dois dedos na fenda escorregadia, ele sentia uma necessidade tão grande de se afundar dentro dela que fazia os testículos latejarem. Eletrizado, com a sensação de estar prestes a pirar de vez, Joseph chupou a florescência inchada de Demi mais rapidamente e com mais força, movendo-se em sincronia com ela, sendo provocado a gozar. A panturrilha e as coxas, encostadas nas costas dele, começaram a tremer enquanto a boceta sugava seus dedos.
– Goze para mim, amor – rosnou Joseph, passando o polegar pelo clitóris. – Eu tenho que sentir o seu gosto por inteiro. Eu quero tudo.
O estômago de Demi deu uma cambalhota em resposta à voz sedosa, ao calor rouco que a fazia derreter até os ossos. A pele formigava e brilhava de suor. Os mamilos endureceram como pedras preciosas. Seu sexo pulsou violentamente quando o orgasmo a arrebatou, rolando por seu corpo como uma onda raivosa. Antes que o mundo pudesse se acomodar à sua volta outra vez, Joseph deslizou por seu corpo e empurrou a cabeça larga do pau para dentro dela. Demi arfou e abriu bem as pernas para acomodá-lo por inteiro. Enfiando as mãos nos cabelos dela, Joseph lhe deu um beijo movido a puro tesão, grunhindo e a lambendo mais fundo, com mais intensidade. Sentindo o próprio sabor forte na língua dele, Demi gemeu com a ardência grossa e incendiária que a invadia, quase lançando-a a outro orgasmo. Mas ela a acolhia com prazer, consumindo toda a sua delícia, sabendo que nunca seria o bastante. Que Deus a ajudasse, pois sabia que jamais se sentiria completa sem Joseph. Ele era vital para seu ser. Era seu abrigo de qualquer tempestade.
Perdendo-se nas sensações e nos sons dos dois corpos se fundindo, Demi olhou fundo nos olhos de Joseph enquanto os lábios dele a abandonavam. Ele a fitou com uma intensidade jamais vista, exibindo outro nível de amor. Um grau maior de paixão. Aprisionada por seu encanto, Demi capturou a boca dele com a sua, o beijo tinha gosto de suor salgado. Tremendo, Demi o agarrou pelos ombros, e as unhas deixaram riscas de um vermelho flamejante nos bíceps torneados. Aquela carne gloriosa era rija por inteiro, com camadas e mais camadas de músculos duros. Ele era um macho primitivo, perfeito. Demi sentiu os seus corpos deslizarem com uma necessidade mútua.
Com a mão trêmula, Joseph afastou uma mecha perdida de cabelos úmidos da testa dela.
– Eu te amo, Demi – grunhiu, fazendo círculos com os polegares nas têmporas dela. – Você é o meu mundo. A minha vida. O ar que eu respiro. Não consigo acreditar que você vai ser minha para sempre.
Joseph retirou a mão de seu rosto e desceu a boca até seus seios, passando a língua pelos bicos inchados e rijos. Os batimentos cardíacos se aceleravam em sincronia. Demi estava de tal forma extasiada, hipnotizada e dominada que lágrimas nascidas do amor que sentia por Joseph transbordaram dos olhos. Ela derreteu-se para dentro dele a cada lambida lenta, toque abrasador e beijo apaixonado com o qual venerava o seu corpo. Enquanto Joseph a penetrava com mais força, o mais puro fogo queimava dentro dela, fazendo aumentar sua escaldante necessidade. Com os lábios unidos aos dele, lambendo-lhe a boca e movendo os quadris no mesmo ritmo, Demi sentiu Joseph começar a tremer, e o corpo todo dele enrijecer. Os gemidos profundos, suaves e guturais do namorado adentravam seus ouvidos, levando-a ao êxtase.
Fincando as unhas nas costas dele, sorvia o ar rapidamente enquanto um orgasmo se elevava como uma onda e a engolia.
– Não pare – implorava ela, o corpo quente, os olhos fixos nos dele. A boceta se contraía em espasmos, se fechando ao redor do pau, e ele o enfiava com mais e mais força, mais e mais depressa. – Ah, meu Deus, Joseph, não pare.
Com os músculos tensos, Joseph tentava respirar a cada estocada, tentando prolongar o prazer dela, mas aquilo estava se tornando difícil demais. Firmou a mandíbula, determinado, e ficou olhando Demi se despedaçar, enlevada. Enfiou mais fundo e o orgasmo dela se transformou em outro, então num terceiro, até Demi gritar numa liberação final.
Mentalmente exausta, com a pele sensível da cabeça aos pés, Demi se agarrou aos cabelos úmidos de Joseph. Ela arrastou aquela linda boca em direção à sua. Ele deixou escapar um rosnado longo e grave e Demi sentiu o jato sedoso de sêmen jorrar para dentro de si, envolvida pelo calor do amado. Com os corações retumbantes, as respirações sincronizadas e as almas entrelaçadas, a sensação era de que seus corpos sabiam o que significavam um para o outro. Morto de cansaço, Joseph afundou o rosto no pescoço de Demi, inalando o aroma que era uma mistura dos dois e massageando seus cabelos.
– Preciso abraçar você e fazer amor a noite toda.
E, meu Deus, foi o que ele fez. Mostrando-lhe repetidamente quanto precisava dela, Joseph apagou da mente de Demi todas as lembranças de um passado impiedoso, fechando a porta do que jamais deveria ter acontecido. Enquanto ele a abraçava durante toda a noite, o futuro sem fôlego dela se viu contido no espaço dos braços cálidos e fortes de Joseph. E Demi soube que aquele início magnífico ficaria gravado para sempre em seu coração.
penúltimo capítulo pessoal :(
esse capítulo foi lindo, os dois juntos comemorando a nova fase da vida.
espero que tenham gostando.
volto logo com o epílogo.
bjs amores <3
bjs amores <3
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