Problemas
Outra vez ela entra e sai da minha vida como um furacão, deixando-me com cara de idiota,
virando o meu mundo de ponta cabeça.
— O que significa isso Joseph? — Sophie me tira do meu estado de estupor e, me encara com
olhos injetados de fúria.
— O que você está fazendo aqui, Sophie?
— Eu vim conversar com você, já que não atende mais minhas ligações. Quem é essa mulherzinha, Joseph?
— Acho que ela já disse — respondo, calmamente — Minha noiva.
Eu não sei ainda porque estou confirmando essa história absurda. Mas vejo-me fazendo
exatamente isso.
— Isso não é verdade! — Sophie avança em minha direção — Não pode me humilhar assim. Trocar-me por uma desqualificada como aquela. Não pode fazer isso, Joseph.
Eu nunca presenciei minha doce e controlada ex-noiva, tão irritada como nesse momento. E estou adorando isso. Sophie acha mesmo que depois de tudo o que me fez, eu ainda me importo com o que ela pensa ou sente? Essa vingança, é um prato que eu degustarei lentamente.
— Tanto posso. Como fiz — cruzo os braços e olho para ela cinicamente — E sabe...? Ela é
demais na cama.
Eu não minto. Demi é incrível na cama e, se não fosse pela aparição irritante de Sophie, nesse momento, eu estaria transando com Demi até a exaustão. Só em pensar nisso, eu fico pau duro.
— Seu cretino! — a mão dela voa em direção ao meu rosto.
— Nem pense nisso! — seguro seu pulso com firmeza, impedindo que acerte meu rosto — Eu não acho correto bater em mulheres, mas eu não pensarei duas vezes em revidar.
Ela me encara assustada, começa a chorar e se joga em meus braços.
— Ah, Joseph — ela choraminga em meu peito — Já chega de me punir...
— Dá um tempo Sophie! — afasto-a de mim com um empurrão — Se quer alguém para chorar, procure o seu amante.
— Joseph, não pode estar falando sério. Não pode estar noivo daquela prostituta, por que é
obvio que é isso que ela é. Sua mãe não vai aceitar isso.
— A única prostituta que vejo aqui é você — encaro-a com desprezo — E minha mãe não manda em mim.
É patética a forma que ela me vê. Claro que grande parte da culpa sobre isso é minha. Havia
aceitado todas as decisões dos meus pais, principalmente de minha mãe, por achar cômodo ou por não ver motivos para contrariar, mas agora as coisas haviam mudado.
Sem a mínima vontade de continuar a ouvir suas lamúrias estúpidas, eu entro, bato a porta e, deixo-a falando sozinha do lado de fora. Na realidade, gritando. Mais uma vez, tenho um vislumbre de como ela realmente é e, dou graças a Deus que esse noivado tenha fracassado.
A única coisa que me importa agora é reencontrar aquela morena que deixa minha pele em
chamas. Demi conseguiu me surpreender a cada encontro e a noite anterior havia sido fantástica. Ela me deixou completamente viciado nela. Nunca desejei tanto uma mulher como a desejo e ontem havia sido apenas um aperitivo.
Minha vida sexual com Sophie era desbotada, se comparada com os momentos explosivos que tive com Demi, em apenas uma única noite. Nunca houve essa necessidade e paixão. Nunca foi uma coisa de pele. Fazíamos sexo, porque era uma necessidade física prazerosa, como comer, beber e dormir. Até mesmo com as outras mulheres, antes de minha ex-noiva, foi mecânico. Eu buscava meu prazer e retribuía. Simples assim.
Com Demi eu quero mais, eu sempre quero mais, desejo ir além de sua alma. Anseio possuí-la de todas as formas, alimentar essa fome que sinto por ela, até que reste apenas uma pequena chama de desejo. Ainda estou embasbacado de quantas vezes a procurei durante a noite e, de como ela foi extraordinariamente receptiva. Ela está se tornando um vício para mim e tenho que fazer alguma coisa, antes que eu enlouqueça.
O problema é que a jovem feiticeira, havia sumido como num passe de mágica. E como agora já não trabalha no clube, eu não tenho como encontrá-la. Ao menos que peça a Peter, no entanto, não quero envolvê-lo. Com certeza me achará maluco, por estar obcecado por uma garota de programa.
Terei que resolver esse assunto do meu jeito.
Só mais uma vez. Preciso tê-la, apenas mais uma vez e, comprovar que tudo não passa minha mente pregando peças malucas. Nenhuma mulher é tão poderosa assim. O que há aqui é muito desejo sexual envolvido.
Coloco as mãos no bolso do robe e sinto a nota amassada lá dentro. Um sorriso volta aos meus lábios ao me lembrar do bilhete, que havia encontrado em meu travesseiro mais cedo. O que ela quis dizer com aquilo? Sempre achei que as mulheres eram criaturas confusas e difíceis de entender, mas Demi supera qualquer teoria.
Olho para relógio, já passam das nove horas, mesmo tendo o costume de acordar muito cedo, resolvo voltar para cama. Como hoje é sábado e não tenho nada em vista na agenda, volto para o quarto, jogo-me na cama. Ainda sinto o cheiro do perfume dela em meu travesseiro. O aroma volta a excitar-me, me faz ficar duro como pedra, a única coisa que me resta a fazer, é dar alívio para meu corpo, enquanto imagino Demi ali comigo. Suas mãos macias tocando-me, a boca deliciosa abocanhando meu membro, enquanto eu agarro seus cabelos, controlando os movimentos. Ela fode meu pau com vontade.
— Demi! — gemo seu nome, alto, grave, entregando-me ao prazer, com essa fantasia em mente.
Aliviado, mas ainda não satisfeito, fecho meus olhos e adormeço.
***
Estou parado em frente à porta do maldito clube, uma placa adverte que não haverá atendimento, pois o mesmo está em reforma. Aqui eu não conseguirei nada. É melhor eu engolir meu orgulho e pedir ajuda a Peter ou deixar que as coisas esfriem e que eu perca o interesse por ela. Foi o melhor sexo da minha vida, mas é apenas sexo, certo?Estou prestes a ir embora, quando reparo duas garotas saírem lá de dentro. Uma delas eu
reconheço, é mesma japonesa do outro dia.
— Olá — eu interpelo as duas, com um dos meus melhores sorrisos — Eu vi que o clube não irá funcionar hoje.
— Sim — a loira me encara com interesse — Houve uma grande confusão ontem à noite. Ficará fechado para reforma, por alguns dias.
— Foi horrível — a japonesa arregala os olhos — Eu conheço você, não conheço?
— Sim. Sou amigo da Demi — murmuro, com naturalidade — E combinei de encontrá-la aqui, hoje.— Ah meu Deus! — ela abre e fecha a boca algumas vezes — Você é o bonitão que estava interessado nela. É uma pena, mas Demi não trabalha mais aqui.
— Droga... — faço cara de desolado — Sabe onde posso encontrá-la?
— Desculpe, mas eu não posso passar essa informação — ela diz, receosa — Demi me mataria se eu desse o endereço a um estranho.
— Com certeza! Mayume tem razão — a loira platinada concorda, dando mais ênfase do que
necessário — Aquela garota é uma selvagem.
— Amanda, você sabe que Denu não é assim — Mayume a repreende — Você que nunca soube lidar com ela.
Sinceramente, a discussão entre essas duas está começando a me aborrecer. Então faço a minha melhor cara de menino carente e tento arrancar alguma informação da japonesa. Parece-me claro que a tal Amanda odeia Demi, consequentemente, dela eu não conseguirei nenhuma informação.
— Por favor, eu realmente preciso falar com ela — insisto, com um sorriso doce — É muito
importante.
— Sinto muito, senhor...?
— Jonas.
— Eu posso ligar para ela depois e dizer que está procurando-a. Se quiser deixar seu telefone?
Não é exatamente o que quero, entretanto, não tenho outra alternativa, a não ser confiar na jovem. Passo o número e, despeço-me das duas. Sigo até minha moto perto dali e volto para casa, completamente frustrado.
***
— Alô?
— Sr. Jonas — uma voz feminina vibra do outro lado da linha — Aqui é Amanda Jones. Nós
nos esbarramos um pouco mais cedo.
— Como conseguiu meu telefone?
Pergunta idiota. Eu havia dado a amiga dela. Teria notícias de Demi? Agrado-me com a ideia.
— Peguei com Mayume quando ela se distraiu... — ela ronrona — Pensei que nós dois
pudéssemos, você sabe...
— Desculpe-me — corto-a, rudemente — Mas não estou interessado em um programa.
— Tem certeza? — Amanda pergunta, em uma voz rouca, mais para ridícula do que sensual, como era sua intenção — Poderíamos fazer qualquer coisa...
— Hoje não. Adeus.
— Espere! — ela grita, antes que eu possa desligar — Tenho algo que talvez queira.
— Amanda, eu já disse que não estou interessado — a insistência está me deixando impaciente.
Não sou do tipo que paga por um programa. Minha única exceção foi Demi, mas ela não havia levado meu dinheiro, pelo contrário, havia deixado o dela. Uma atitude realmente esquisita, cada vez que penso nisso, fico mais confuso.
— Eu tenho o endereço dela — Amanda põe-me alerta — Sinceramente eu não sei o que viu
naquela garota, mas se ainda quiser. Encontre-me em um bar perto do clube e traga mil dólares.
— O que? — pergunto, estupefato. Mil dólares por apenas uma informação. Claro que, no meu estado de desespero atual, eu pagarei dez vezes mais, se necessário.
— Bem se não quiser...
— Espere. Tudo bem — procuro um bloco de notas e uma caneta — Passe-me o endereço.
Meia hora depois estou em um bar decadente perto do clube. Encontro Amanda agarrada a um homem todo tatuado e, com enorme alargador na boca.
— Trouxe o dinheiro? — ela pergunta, assim que me vê.
— Como sei que não está mentindo?
— É um risco que terá que correr cara — o homem fala com desdém, enquanto acaricia Amanda de forma grotesca.
Dou o dinheiro a ela, que me entrega uma folha com o endereço. É uma região um pouco pesada do Bronx. Olho para relógio em meu pulso, já passam das dez horas, um pouco tarde, resolvo deixar a visita para o dia seguinte.
***
Não sei quanto tempo fiquei ali, mas saí assim que pensamentos sensuais de como eu gostaria de possuí-la em cada canto da piscina, começaram a dominar minha mente. Que merda é essa? Por que é tão difícil tirá-la da minha cabeça?
Volto para o quarto, faço a barba e tomo uma ducha rápida. Não quero esperar nem mais um segundo para tê-la em meus braços, precisamente na minha cama. Visto uma calça jeans preta e camisa branca. Calço tênis esportivo e saio do quarto. Pego a chaves em cima da mesa e, confiro novamente o endereço na folha de papel.
Quando alcanço a porta, o telefone toca.
— Joseph?
Droga! O que minha mãe pode estar querendo comigo em pleno domingo de manhã?
— Olá, mamãe.
— Eu quero falar com você — diz ela, taxativa — Venha para o almoço, hoje.
Suas palavras deixam-me irritado. Nada de, por favor, ou se você puder.
— Hoje eu não posso. Estou de saída.
— Isso não me importa — diz ela— Desmarque.
— Sinto muito, mas eu não quero.
— Joseph, o que está acontecendo com você? — ela objeta — Já teve tempo o suficiente para
colocar a cabeça em ordem. Sophie me contou o que aconteceu. Eu sei que está apenas tentando dar uma lição a ela, mas...
— Eu preciso desligar.
— Joseph!
Encerro a ligação sem pensar duas vezes. Minha paciência para com minha mãe é praticamente nula. Meus pensamentos voltam para Demi. Ela me desconecta do mundo exterior. Mesmo agora, basta pensar nela e meu corpo se agita, de uma forma diferente. Perto dela eu perco o controle, essa é última coisa que quero. Eu não gosto disso. Não posso deixar que ela que se infiltre tanto assim em minha vida.
E eu só preciso vê-la mais uma única vez, tento me convencer. Depois eu me manterei o mais longe possível. É isso.
Com esse objetivo em mente eu sigo para o elevador. O celular vibra, ligação de Kevin. Droga!
Com certeza minha mãe entrou em contato com ele, pedindo que interferisse. Eu não atendo.
Ele insiste.
— O que você quer Kevin? — pergunto, raivoso.
— Mamãe foi para o hospital Mount Sinai.
— O que?
— Encontre-me lá agora! — ele desliga.
Tento retornar a ligação para saber o que está acontecendo, mas vai direto para caixa postal.
Provavelmente, Kevin havia desligado o telefone. O que teria acontecido? A pergunta martela e minha cabeça por todo percurso até o hospital. Apesar de tudo, ela é minha mãe, eu a amo e me preocupo com ela.
Uma onda de culpa e remorso me invade. Talvez tenha sido duro demais. Afinal, eu havia mudado de uma hora para outra, não deve ser sido fácil para ela assimilar isso, saber que não tem mais controle sobre mim.
Chego ao hospital em uma velocidade recorde. Encontro Kevin e Danielle esperando por notícias no corredor.
— Como ela está? — pergunto a Kevin.
— Ainda não sabemos — ele me encara com raiva — Estão fazendo alguns exames.
— O que aconteceu?
— Mamãe passou mal depois que você desligou — resmunga ele — O que você disse? Ela
desmaiou e nós a trouxemos para o hospital.
Então a culpa havia sido minha. Se algo acontecer a ela eu jamais conseguiria me perdoar, pelo olhar que recebo de Kevin, ele também não faria isso.
Os minutos se arrastam e fico cada vez mais apreensivo e culpado. Depois da morte trágica de meu pai em um acidente de carro, onde ele dirigia bêbado, minha mãe passou a ser ainda mais controladora com Kevin e eu. Sempre a considerei uma mulher inabalável, é difícil imaginá-la tão frágil assim.
— Como ela está doutor? — Kevin interpela o médico, assim que ele sai do quarto.
— Fizemos alguns exames — ele sorri — Está tudo bem.
— Então ela não corre mais risco, doutor? — pergunto, preocupado.
O médico nos encara com olhar divertido.
— Na verdade, ela nunca esteve — ele suspira — Senhores, a mãe de vocês tem um coração de ferro e viverá muito mais do que nós todos juntos.
— O que o senhor quer dizer? — Kevin pergunta, confuso — Eu a vi desmaiar, o senhor mesmo quis fazer os exames.
— Apenas por desencargo de consciência e por insistência sua — murmura ele — Sua mãe tem o que chamamos de... carência afetiva. Deem um pouco mais de atenção a ela e ficará tudo bem.
— Tem certeza doutor? — inquiro.
— Absoluta, fizemos todos os exames necessários. Sejam pacientes, tudo bem?
Ele nos informa que em alguns minutos, poderemos entrar e que minha mãe receberá alta em seguida.
Eu não sei se estou mais aliviado ou puto da vida com ela, pelo circo que ela havia montado. Se minha mãe pensa que armações como essa, irá conseguir com que eu faça o que quer, descobrirá o quanto está iludida.
Caminho em direção à porta com passos firmes e decididos. Nós dois precisamos ter uma boa conversa.
— Espere, Joseph! — Kevin segura meu braço — Lembre-se do que o médico falou. Temos
que ser pacientes.
Uma ova. Eu sinto vontade de rir na cara dele. Ao contrário de mim, ele caiu como um patinho na chantagem ela havia preparado. Com certeza para mim.
— Claro, eu vou me lembrar de cada palavra.
— Pobrezinha — ouço Danielle dizer, antes de entrarmos no quarto.
Encontro-a deitada com os olhos fechados. Para um desavisado, a cena pareceria comovente.
Pergunto-me por quanto tempo pretende manter a farsa.
— Mamãe? — Kevin aproxima da cama e segura a mão dela — Estamos aqui. Fique calma.
— Oh, Kevin querido — ela abre os olhos e choraminga para ele — Eu tive tanto medo.
— Pode parar com o show, mamãe — digo, impassível — Já sabemos que é tudo fingimento.
— Joseph! — Kevin me encara, furioso.
— Viu como seu irmão me trata, Kevin? Esse comportamento irá me levar para o túmulo com seu pai.
— Como pode ser tão insensível, Joseph? — Kevin estoura.
— Tudo isso, é por que ele está com uma desclassificada. Essa possibilidade já me faz perder os sentidos... — ela volta a encolher-se na cama — Aposto que é ela que está fazendo a cabeça dele.
O comentário me deixa colérico. A única pessoa manipuladora que conheço é ela mesma. Não foi Demi a causadora dessa mudança em mim, mas sim minha ex-noiva. Se algo que eu possa agradecer a Sophie, foi o fato de ter me aberto os olhos para vida inerte e sem graça que eu estava tendo.
Mas se minha mãe quer seguir por esse caminho, eu entrarei nesse jogo.
— Demi é sim, minha noiva, mas não tem nada a ver com isso — outra vez vou de encontro a essa mentira, que começa ganhar proporções gigantescas.
— Noiva? Quem é essa mulher? — Joseph inquire — E Sophie?
Porra, era só o que me faltava. Kevin está mesmo me perguntando isso, depois de tudo o que havia acontecido?
— Sophie é a merda de uma cadela, que me traiu — grito, furioso para ele.
— Bem... — Kevin parece um pouco constrangido —Achei que estivessem...
— Faça o seguinte, Kevin — respiro fundo — Pegue a estúpida da sua mulher, na cama com
outro, tente lidar com isso, depois venha conversar comigo.
Acho que minhas palavras deve tê-lo atingido de alguma forma, pois ele abaixou o olhar e ficou em silêncio.
— Eu nunca faria isso! — Danielle se defende — E não sou estúpida.
— Claro que não querida — minha mãe olha carinhosamente para ela e, me encara fixamente — Não vai ficar com essa mulherzinha...
— Já me cansei disso aqui. Apenas observe.
Eu não posso ficar nem mais um minuto. Faria e diria coisas que me arrependeria, com certeza.
Estou cansado da minha mãe e de Kevin, querendo me controlar como uma marionete. Sinto-me enojado. Como eles podiam ser tão frios e calculistas? Que tipo de sangue corre em suas veias?
Eles precisam de uma lição e eu daria isso a eles. E sei quem pode me ajudar com isso.
Joseph arrasando com a cara da Sophie, adorei kkkkkkkk
e o Joseph desesperado atrás da demi, essa capítulo foi antes dele bater na porta da casa dela.
essa amanda não é de brincadeira não, uma cobra.
a mãe e o irmão do Joseph serão bem controladores e chatos, vai infernizar a vida do Joseph.
o que acharam? espero que tenham gostado.
o que acharam? espero que tenham gostado.