26/09/2017

begin again: capítulo 6


Pub

– Tem certeza de que não quer vir? Drew não vai se importar com uma pessoa a mais se eu ligar para ele. – Simon fecha a valise e olha para mim com expectativa. – Deixo você segurar minha arma.
– Bela oferta.
Ele está sendo mais doce do que o habitual. Sei que está ansioso há muito tempo para o fim de semana com seus garotos. Vão caçar tetrazes, ou algo parecido. Eu realmente não estava prestando atenção.
– Vá você e se divirta. Selena me convidou para ficar lá no fim de semana. – eu estava ansiosa, tanto quanto Simon estava pela caçada.
– Vou sair depois do almoço no domingo. – ele levanta a maleta da cama e se inclina para frente para me abraçar. Quando se afasta, há um leve sorriso no rosto. – Tente não se meter em nenhuma confusão.
– Quanta confusão eu posso conseguir em um fim de semana?
– Muita. – ele parece melancólico. Por um momento, eu me pergunto se realmente confia em mim. Desde que nos casamos, não fiz nada para causar problemas a nenhum de nós. Deixei aquela garota para trás há anos, embora, às vezes, especialmente nos últimos tempos, eu sinta falta dela. Simon simplesmente sorri e dá um beijo rápido na minha bochecha. Quando estou na porta e o vejo subir no carro esporte, fico me perguntando por que meu estômago se revira. Talvez eu vá sentir mais falta dele do que me dou conta.
Depois que Simon vai embora, tomo um banho rápido e visto uma roupa. Poucos minutos depois das 20h, saio de casa e vou para a estação de metrô no final da nossa rua. A plataforma está cheia de gente, algumas vestidas como eu, para uma noite casual, outras ainda com o visual de trabalho, indo para casa depois de um longo dia. É um microcosmo de cidade grande: pessoas e nacionalidades de todos os tipos, todas apertadas no espaço pessoal umas das outras.
O George & Dragon, uma alusão a São Jorge e o dragão, fica na beira de uma praça verde arborizada. O edifício vitoriano é decadente e está caindo aos pedaços. A placa pintada do pub, representando o momento em que São Jorge finalmente dá o golpe de misericórdia se balança suavemente na brisa noturna. Assim que abro a porta pesada de madeira, sou atingida pelo ar quente cheirando a mofo e pelo barulho de uma dúzia de conversas. Passando os olhos pelo salão, procuro por Selena, tentando não parecer muito fora de lugar.
O George é um tipo de pub sujo e rude. Não sucumbiu à valorização imobiliária da região que o circunda, embora a clientela seja uma interessante mistura dos frequentadores habituais e de alguns jovens modernos. Os mais velhos se sentam no bar público, evitando cuidadosamente o salão, que é onde estou agora, olhando para o palco no canto, que já está montado para a banda.
Bateria, guitarra e microfone estão todos pacientemente à espera de que seus donos retornem.
Faz muito tempo que estive em algum lugar como este. Desistir de bares temerários foi um efeito colateral do meu casamento tanto quanto me certificar de sempre depilar as pernas e nunca soltar gases perto de Simon. No entanto, acho que senti falta disso. Uma onda de expectativa nervosa enche minhas veias conforme vou me infiltrando na multidão de gente bebendo.
Eu os vejo em uma mesa no canto mais distante. Nicholas está sentado ao lado de Selena, seu braço casualmente dependurado no encosto da cadeira, a outra mão em volta de um copo de cerveja cheio de água. Tenho um carinho por Nicholas. Ele e Selena me acolheram em suas vidas num momento em que eu estava no fundo do poço. Naquela época, eles falavam comigo durante a noite, antes de gentilmente me cobrirem com uma manta de algodão macia durante minhas crises de choro até eu pegar no sono. São boas pessoas; fico um pouco com raiva de mim mesma por tê-los negligenciado. Vivi com eles por mais de um ano, após conseguir fugir de uma casa invadida. Foi provavelmente o melhor ano da minha vida.
Até eu conhecer Simon, lembro-me.
É Nicholas quem me vê primeiro. Um sorriso enorme divide seu rosto atrevido e ele se levanta, caminha até mim e me envolve em um abraço de urso assim que estamos próximos o bastante. Retribuo o afago, sentindo um misto de alívio e alegria. Realmente faz tempo demais.
– Por onde você andou, boneca? Senti sua falta – diz ele.
– Também senti a sua. – estou quase rindo. Ele é um sujeito excêntrico e gosta de se aproveitar desse fato tanto quanto possível. – Desculpe, me sinto muito mal por fazer tanto tempo que não nos vemos.
Sinto Nicholas encolher os ombros.
– Não se preocupe com isso, você andou ocupada. Mundos diferentes. Eu entendo.
Quando me afasto, me sinto arrependida. Porque ele está certo de muitas formas. Simon não estaria aqui nem pintado de ouro, mas eu me sinto em casa. Animada e nervosa. Jovem.
E gosto disso.
– Ei, você mudou o cabelo. – eu me estico para tocar seu topete preto e com gel. Está duro como uma tábua. No resto da cabeça, o corte é rente ao couro cabeludo. – Ficou ótimo.
– Você também mudou. – Nicholas dá um passo para trás e me mantém no comprimento do braço. Ele está me examinando, mas de uma forma que não parece sexual ou pervertida. Conheço essa postura, ele está se certificando de que estou bem. – Você ficou sóbria de verdade. Nada mal.
Adoro a forma como deslizamos facilmente para nossa velha rotina, como se eu não tivesse desaparecido da face da Terra dele por um ano. Acho que o fato de nós dois vermos Selena todos os dias, mesmo que não víssemos um ao outro, manteve a conexão ativa.
– Quando você vai tocar?
– Acho que daqui a uma hora. Quer uma bebida?
Sorrio.
– Eu aceito uma cerveja, por favor. – não me lembro da última vez em que bebi uma cerveja. Não me sinto bem com isso, parece quase ilícito. Como uma criança vasculhando o armário de bebidas dos pais.
– Vá lá e se sente, eu levo. – com um gesto de cabeça, ele indica a mesa onde Selena e os outros estão sentados. Começo a andar em direção a eles, sorriso ainda nos meus lábios, mas então eu paro de súbito onde estou. Inclinando-se sobre a mesa, alguns assentos, em frente à Selena, olhando para mim com os olhos semicerrados, não está outro senão Joseph Jonas.
Meu pulso acelera instantaneamente. Minha garganta se contrai até que seja doloroso sugar o ar por ela. Quando dou por mim, estou respirando mais rápido para compensar. Durante todo o tempo, fico paralisada no lugar, me perguntando o que diabos ele está fazendo aqui e por que diabos está olhando para mim desse jeito. Então Selena se vira e me olha, com um sorriso largo, e balanço um pouco a cabeça, tentando encontrar algum sentido no meu cérebro, algum movimento para meus membros.
É claro que ela gostaria de convidar Joseph para ir ao pub. Ele é um novo colega, recém-chegado na cidade e o projeto perfeito para ela e Nicholas assumirem. Se ele for algo parecido com o que costumava ser, artístico e carismático, os dois devem ter se apaixonado por ele.
É tão fácil.
De alguma forma, consigo me impulsionar e cruzar o salão. Inclino-me para baixo e abraço Selena, tentando não sentir ressentimento, me lembrando de que ela não faz ideia do fato de Joseph ser o cara que virou meu mundo de cabeça para baixo até que acabei parecendo um pano de prato úmido e usado. É claro que ela sabe o que aconteceu, ela é uma das poucas com quem eu me abri, mas acho que não cheguei a dizer o nome dele. Pois bem, por que eu deveria me sentir zangada por ela tê-lo convidado?
Fazia muito tempo que eu não me sentia assim tão confusa.
– Aqui, fique com esse. – Joseph se levanta e me oferece seu assento. Por alguma razão, seu gesto cavalheiro dói. Me faz querer ranger os dentes.
– Não se preocupe, vou pegar um banquinho. – olho em volta fracamente. O pub está lotado. Não há um lugar vago em parte alguma.
Ele não pretende aceitar um não como resposta, em pé, pegando a bolsa das minhas mãos. É grande e está pesada com as roupas e itens de higiene para a minha noite na casa de Selena. Ele a coloca no chão ao lado de seu assento agora vago. Engulo a irritação e me sento, espremendo-me na bordinha da cadeira.
– Posso dividir. – aponto para baixo, para a metade vazia da cadeira que estou oferecendo a ele.
Ele nega com a cabeça.
– Fico em pé numa boa.
– Ah, deixe disso, minha bunda não é tão grande. – assim que digo isso, Selena grita uma risada. Joseph sorri e balança a cabeça novamente, mas desta vez mais como se estivesse achando graça do que negando. Com dignidade, ele se senta ao meu lado, passando o braço esquerdo pelo encosto da cadeira, esticando a perna direita para se apoiar no chão. Ele está sentado perto. Tão perto que nossos quadris estão se tocando, e nossas coxas estão pressionadas uma contra a outra.
Dá para sentir o perfume de seu pós-barba, o hálito leve da cerveja que exala de seus lábios. O calor de seu corpo irradia através do tecido fino de sua camiseta. Provoca reações estranhas em mim. Meu coração ainda está disparado e minha boca secou. Os pelos nos meus braços estão em pé. Já dividi cadeiras antes, afinal, sou pequena e sou sempre a primeira a ter que me apertar, mas isso é diferente. Tento assumir o controle.
– Tudo bem?
– Estou bem, e você? – ele mexe o braço, e seus dedos roçam acidentalmente minha nuca.
– Desculpe.
– Não foi nada. – porque não foi. Consigo lidar com isso. Estou mais velha, casada. Não sou mais aquela garota que caiu aos pés de um estudante de arte bonito. – Não tem muito espaço aqui.
Nicholas me passa uma garrafa de Peroni, e noto sua testa franzir quando ele me vê sentada tão perto de Joseph. Estendo a mão esquerda para pegar a bebida, já que a direita está presa pelo corpo de Joseph, ainda que involuntariamente. Quando envolvo os dedos na garrafa, sinto-o se mexer ao meu lado.
– Você se casou. Aliança bonita. – não é uma pergunta, mas responde a várias das minhas. A maneira como ele fala, a entonação em sua voz, me diz que ele se lembra de mim. Embora seja difícil de acreditar que alguém pudesse se esquecer do que aconteceu naquele verão. Eu sei que não posso.
– Estou casada há dois anos.
– Onde está seu marido? – ele está fazendo aquilo de estreitar os olhos para mim. Repuxa sua testa e a deixa franzida numa careta. Linhas horizontais criam vincos em sua pele.
Começo a corar. Odeio que eu tenha quase vergonha de contar a ele sobre Simon. De admitir que me casei com um homem mais velho.
– Ele está fora. – não vou dizer que saiu para caçar tetrazes. Não vou. Talvez eu devesse ter orgulho de quem ele é, de quem nós dois somos, mas o choque entre meu passado e meu presente está deixando tudo esquisito.
– Que pena.
Faço que sim.
– Verdade.
– Ele é legal?
Começo a rir, porque essa é fácil.
– Claro que é. Se não fosse, eu não teria me casado com ele. De qualquer forma, você o conheceu na galeria.
Joseph franze todo o rosto em um esforço para se lembrar. Fico olhando para ele por um instante, absorvendo a imagem do maxilar talhado, das sobrancelhas grossas. Se é que é possível, ele apenas ficou mais glorioso com a idade.
Ele ainda está em silêncio, e fico com pena dele.
– Simon é o pai de Elise Gordon. Ele é dono da sua galeria. – tento ignorar a forma como as sobrancelhas grossas disparam para cima. Sinto que ele está me julgando. Começo a balbuciar para preencher o momento desconfortável. – Nós nos conhecemos em uma festa beneficente da clínica. Você iria gostar dele, eu acho. – mas que merda. Eu nem conheço esse cara que está sentado ao meu
lado. Não mais. Que direito eu tenho de supor que ele gostaria do meu marido ou não?
– Ele a faz feliz?
É a pergunta mais estranha. Dita baixinho, de uma forma que acaricia minha pele. Seu sotaque não diminuiu ao longo dos anos, desde que nos vimos pela última vez. Lembro-me do jeito como ele costumava sussurrar em meu ouvido.
A lembrança me faz querer suspirar.
– Ele cuida de mim. – não é mentira. Simon gosta de mim. Ele cuida de mim. Estou contente.
– Que bom.
Viro-me para olhar Joseph. Seus olhos de um verde profundo miram diretamente os meus. Nossos rostos estão a apenas centímetros de distância e posso sentir o calor de sua respiração na minha pele. Talvez eu esteja lendo todos os tipos de coisa na expressão dele que provavelmente não estão ali: acusações, recriminações, desculpas. Cada uma delas me faz ansiar por coisas que não posso ter. Ele está perto, muito perto. É como se estivesse me dominando, núcleo por núcleo. E, assim como anos antes, meus pensamentos são preenchidos por ele. Então, nossa conversa silenciosa é interrompida pelo primeiro acorde de uma guitarra, reverberando dos alto-falantes, e eu me vejo soltando um suspiro de alívio. Porque a emoção que percorre minhas veias parece mais potente do que qualquer droga que já tomei, e sinto que ele está me deixando desnuda.
Conforme a noite passa, vou ficando cada vez mais bêbada, encontrando consolo no fundo de uma garrafa de cerveja e em cada estalo de uma nova tampa. Selena me olha com preocupação e, de vez em quando, mostro um sorriso tranquilizador, tentando fazê-la entender que minha embriaguez não tem nada a ver com o abuso da substância e tudo a ver com fuga.
Assim que Nicholas começa a segunda metade de seu repertório, estou dançando na minha cadeira, aliviada por Joseph ter se mudado para um dos bancos agora vagos do outro lado da mesa, me dando espaço para respirar, para me mover, para sentir. Minha pele ainda formiga com a memória de sua proximidade, o que aumenta ainda mais meu barato. Estar perto dele faz com que me sinta com 19 anos outra vez. É algo que amo e que odeio.
– Está tudo bem? – Selena puxa a cadeira para perto da minha. – Você não está parecendo você mesma.
– Estou bem. Ótima. – mostro outro sorriso, mas não apaga a expressão preocupada no rosto dela.
– Você não costuma beber tanto. Pelo menos não ultimamente.
– Eu não costumo ter de me sentar ao lado de Joseph Jonas. – lamento as palavras assim que escapam dos meus lábios. Selena inclina a cabeça para a esquerda, me examinando com olhos sóbrios. Eu me remexo sob seu olhar.
– O que está acontecendo, Demi?
Dou uma olhada em Joseph, do outro lado. Ele está conversando com um amigo de Nicholas. Parece tão confortável, tão tranquilo. Existe uma certa aura em torno dele que atrai a gente. Por sorte, está longe o bastante de mim para eu falar sem que ele ouça.
– Eu estou fodida – admito, apoiando a cabeça na palma das minhas mãos.
– O que está acontecendo entre vocês dois?
– Nada. – dou um sorriso áspero. – Não agora.
Seus olhos se arregalam.
– Quando? Aconteceu alguma coisa na clínica?
Nego com a cabeça. Não estou tentando ser enigmática, só estou tendo dificuldade para encontrar as palavras certas.
– Antes. Na faculdade.
Selena conhece minha história. Ela me conhece.
– Joseph? Foi ele que... – sua voz some. Ela não precisa dizer mais nada, nós duas sabemos o resto da frase. Confirmo vigorosamente com a cabeça. Ela levanta o copo e vira o resto de sua Coca-Cola. – Ai, merda.
Eu a acompanho e termino minha quarta garrafa de Peroni. A cerveja esquentou de ficar em cima da mesa por um tempo, mas engulo mesmo assim. Gosto de sentir a cabeça zonza. Muito melhor do que o pânico e o nervosismo.
– Por que você não disse nada antes? – Selena sibila. – Você deveria ter me dito.
– Achei que eu poderia lidar com isso.
– Mas você não pode. Não sozinha. Essa situação toda, as lembranças, os sentimentos. Ah, Demi... – sua voz some de novo quando Nicholas se aproxima e a beija. Mordendo os lábios como se ela estivesse com medo de dizer qualquer coisa. Do jeito que o resto dos caras está rindo com Joseph, eles não fazem ideia do que está acontecendo aqui. Eu gostaria de deixar assim.
– Mais tarde – prometo. O jeito como ela me olha diz que ela vai me cobrar depois.
A festa continua pela noite. Somos expulsos do bar à uma da manhã e nos vemos caminhando de volta para o apartamento de Selena e Nicholas. Mesmo nas primeiras horas da madrugada a cidade parece viva, as ruas estão cheias de energia e expectativa. Nicholas e Selena foram na frente da van que levava os instrumentos, deixando-me com alguns dos amigos... e com Joseph Jonas. Ele está vestindo um moletom cinza-ardósia, fechado até o pescoço, além de jeans e Nike Air. Parece estranho olhar para ele e saber que já me apaixonei por esse cara, que passei horas embaixo dele, em cima dele e ao lado dele. Às vezes, estávamos tão chapados que nem conseguíamos saber que parte do corpo pertencia a quem.
– Quanto tempo faz que você trabalha na clínica? – ele pergunta.
– Já tem alguns anos. Comecei como voluntária, mas depois tive a sorte de receber uma oferta de emprego. Não paga muito, mas eu adoro. – dou de ombros. Nem me importo mais em fingir que não o conheço. Estou bêbada demais para isso.
– Acho que você não precisa do dinheiro. Com um marido rico e tudo mais. – suas palavras doem. Olho para ele, confusa. Ele está olhando para mim com aqueles olhos estreitos novamente.
– Eu não quis me casar com ele por causa do dinheiro – respondo.
– Então por quê?
Os outros se afastaram, estão lá na frente. Estamos ficando para trás. Percebo que estou me encolhendo para me afastar dele.
– Porque Simon cuida de mim. Ele nunca vai me ferir, ele me ama. – não
preciso acrescentar mais nada, a implicação está aí. Ele é tudo o que Joseph não era. Quando eu mais precisei dele. 
Quando ele precisou de mim.
– Você acabou de me dizer por que ele se casou com você. Não foi por isso que você se casou com ele. – sua voz é quase baixa demais. Tenho de me esforçar para ouvi-la. – Naquele verão... Deus, Demi. Tudo mudou. Eu esperava que você tivesse partido para uma aventura, seguido suas paixões. Em nenhum momento achei que você fosse se acomodar.
Giro a cabeça bruscamente, sentindo a raiva circular pelas minhas veias.
– Você não sabe nada sobre mim e Simon. Nada. – minha voz está carregada de fúria. – Uma pessoa morreu, Joseph. Não sei você, mas eu não superei isso tão facilmente. – está difícil de respirar. Memórias daqueles dias de verão, há nove longos anos, assaltam meus pensamentos. A dor, a saudade, as escolhas idiotas que eu fiz. O choque, o medo e a ambulância. Tudo aquilo foi culpa nossa. Naquele verão eu perdi tudo. Incluindo a mim mesma. – Percebi que você nunca mais me ligou. Você simplesmente desapareceu.
– Não desapareci. Eles me mandaram embora, exatamente como fizeram com você. Fiquei transtornado com tudo aquilo, nem conseguia pensar direito. Eu queria ligar para você, falar com você, ver se você estava bem. Mas depois que você fingiu não me conhecer...
Estou enjoada. A náusea começa a apertar meu estômago com garras ferozes.
– Eu não sabia o que fazer. Meu pai estava com muita raiva. Tudo estava uma merda. E você simplesmente apareceu com a porcaria do seu baseado na boca. – Paramos de andar. No meio de uma rua iluminada de Nova York , olhamos fixamente um para o outro com jeito acusatório. Envolvo os braços na minha barriga, como se isso fosse me proteger dele.
– Você partiu meu coração quando disse que não me conhecia. Passei as primeiras semanas em uma porra de uma bebedeira sem-fim. – Joseph desvia os olhos dos meus e baixa-os para os pés. Sua expressão muda. De repente, ele parece um menino, perdido, com medo, sozinho. – E então também acabei no hospital. Sempre que penso naquela época, em Digby, mexe comigo tudo de novo.
Lágrimas fazem minhas pálpebras arderem. Minha garganta está tão apertada que mal dá para pronunciar as palavras, mas de alguma forma eu consigo.
– Comigo também.

amores, resolvi postar hoje pois amanhã não irei conseguir passar por aqui.
Nicholas apareceu e eu amo a amizade deles.
teve momento Jemi e lembranças não muita boas do passado dos dois.
me digam o que acham nos comentários, ok?
espero muito que vocês gostem, volto em breve.
respostas do capítulo anterior aqui.

2 comentários:

  1. Voltei e li tudo de novo kkk agora estou entendendo! Amo demais socorro! Quero mais ❤️❤️❤️

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    Respostas
    1. Fico feliz amor que tenha gostado e que tenha entendido.
      Vou postar capítulo novo hoje.
      Beijos, Jessie.

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