30/08/2017

for you: capítulo 34


Birth

Eu simplesmente, estou apaixonada pela Itália e, seu admirável patrimônio histórico, cultural e artístico. A Terra do Renascimento, das artes plásticas, vinho e gastronomia. Não tem como não amar as pequenas e encantadoras cidades, seus monumentos históricos, que parecem surgir do solo, sem contar, suas magníficas paisagens que são bálsamo para o espírito. Chegamos e, nossa primeira parada foi no aeroporto de Malpensa em Milão, capital financeira do país e, onde ficamos por alguns dias. Visitamos o Parque Sempione, o maior parque do centro de Milão e é lindo, cheio de atrações, como, a Biblioteca Municipal de Milão e o Museu do Design da cidade, também há um lago com uma ponte romântica, onde paramos para tirarmos algumas fotos. Passamos por monumentos como a Torre Branca, uma estrutura metálica de 102 metros, que foi construída nos anos 30 e, oferece uma visão panorâmica de 360 graus da cidade, onde é possível ver os limites de vários pontos turísticos. O Castelo Sforzesco, de uma estrutura impressionante, foi erguido para proteger a família que dominava o ducado de Milão, na época, foi um dos maiores castelos da Europa! A igreja de San Ambrogio, foi um dos meus lugares preferidos, é de uma das mais belas estruturas antigas da cidade. A igreja de San Ambrogio tem a aparência rústica, devido
aos seus tijolos laranjas e colunas romanas. O pátio tem colunas de pedra que se acoplam com o resto da estrutura, dando um efeito muito atraente. A parte interna de San Ambrogio é adornada com colunas de pedra que formam arcos e que ligam com o teto do templo. Foram muitos lugares lindos e pouco tempo para explorar com decência.
Depois de Milão, seguimos para Roma. Ir à Itália e não visitar o Vaticano, a Basílica de São
Pedro, as Tumbas dos Papas e alguns museus, seria imperdoável.
Ambas as cidades são esplendorosas e, como diz um ditado italiano: “Roma é a mulher experiente que tem belezas e dons mais óbvios, e Milão é a jovem tímida, com belezas que são descobertas com calma e tempo. Adorei ambas. Joseph e eu queremos voltar em breve, com mais tempo para explorá-las devidamente.
Em seguida, partimos para Toscana, que está situada na parte central da península, banhada ao leste pelo Mar Tirreno. Alí nasceram algumas das maiores figuras da cultura italiana, Leonardo, Michelangelo, Dante, entre outros... A princípio ficaríamos em um luxuoso hotel, na região, mas minha mãe e o marido, insistiram muito para que ficássemos em um dos charmosos chalés da família em Chianti. Uma região vinícola muito extensa na Toscana, território poético e encantador, com um vinho excelente.
Assim que conhecemos o chalé, foi amor à primeira vista. A decoração rústica e campestre, me encantou instantaneamente. Havia cozinha, um quarto e na sala, uma lareira perfeita para nossas noites tão maravilhosas, regadas a garrafas de vinho, enquanto apreciávamos o calor do fogo, antes e depois de nos consumirmos as chamas e desejos dos nossos corpos.
Fazer amor com o trepidar da lareira, o brilho dourado sobre nossas peles e, a luz ilusória das chamas, ficará guardado em meu coração para sempre, mesmo quando somos, ás vezes, um pouco intensos.
Lembro da noite anterior. Joseph sentado no chão, o tronco apoiado contra o sofá. Eu sentada em cima dele, minhas pernas enroscada em sua cintura, enquanto nos embalava no ritmo do amor. Suas mãos cravadas em minha cintura, conduzindo-me. Nossos olhos sempre conectados até que o prazer foi tão intenso que não me restou nada a não ser, mergulhar naquela sensação vertiginosa.
Quando ele apareceu na noite anterior com o contrato que Kevin havia me induzido a assinar eu fiquei preocupada com a reação que ele poderia ter. E quando ele simplesmente jogou na lareira eu fiquei completamente sem palavras.
“O que está fazendo?”
“Isso não tem valor legal,” disse ele, sorrindo. “Eu não estava presente e nem mesmo sabia
sobre isso...”
Joseph se aproximou de mim no amontoado de cobertas no chão e segurou meu rosto.
“Tudo o que eu tenho é seu,” sussurrou ele, segurando meu rosto com as duas mãos. “Minha maior fortuna é você, Demi. Nada mais importa.”
Fiz coisa que qualquer mulher perdidamente faria, após uma declaração dessa. Entreguei-me de corpo e alma. O coração, já pertence a ele, há muito tempo.
— O que você está pensando? — diz ele, encobrindo-me com seu corpo, trazendo-me de volta ao presente.
Paramos na vinha, antes de ir para o almoço de domingo na casa da minha mãe. A imensidão verde é lindíssima, com suas incontáveis trilhas pelo caminho.
— Nada — suspiro, feliz.
— E por que está tão corada? — rebate ele.
— Por causa do sol, oras — disfarço, envergonhada.
— Mentirosa, o dia está nublado — senta-me em seu colo, no chão, onde estamos e, me aconchega ainda mais a ele — Está feliz, feiticeira?
Dou um pequeno beijo de esquimó em seu nariz.
— Por que insiste em me chamar de feiticeira? — estranho que essa seja a primeira vez que eu pergunto isso. Apenas aceitei o apelido carinhoso com naturalidade.
— Porque você me enfeitiçou, desde o primeiro momento que eu a vi.
Caramba. Ele sabe mesmo me colocar no chão.
— Você sempre me diz as coisas mais lindas — murmuro, encantada.
— Estamos na Itália e, eu tenho minha musa — sussurra ele, mordiscando meu lábio — Isso é fácil. Então, está feliz?
— Deixe-me ver? — finjo meditar sobre o assunto — Em uma escala de um a dez....
— Acho que mil — agarro seus cabelos macios para um beijo.
— Sua mãe disse, que foi em uma dessas vinícolas que se apaixonou novamente — diz ele, ao se afastar, olhando ao redor — Eu posso imaginar o porquê. Se eu me deparasse com você aqui, nesse vestido tentador...
Ele admira o vestido amarelo que uso. O decote redondo realça meus seios, ele é justo do busto até a cintura e nas mangas que vão até o pulso, mas abre num rodado a partir das coxas. Me faz parecer uma dama, dos filmes antigos.
— É muito bonita — sussurro.
— Sim, muito bonita — ele repete, alisando minhas coxas.
— Falo da paisagem — digo, radiante — Eu poderia ficar aqui para sempre.
— Você quer isso? — arqueia a sobrancelha, que é revoltante mente perfeita — Quer morar aqui?
— Eu sei que faria isso se eu pedisse — murmuro, não posso tirar mais nada dele, já havia feito tanto por mim — Mas temos uma vida em Nova Iorque. Você tem seu trabalho e ano que vem, inicio meu curso. Além disso, eu tenho que ver onde encaixo um bebê.
— Você... — diz ele, os olhos cheios de esperança — Quer dizer... Você está...
— Não, ainda não, vamos nos organizar primeiro, ok — gesticulo vagamente — Eu sei que
prometi, mas quero você só para mim, por um tempo.
Volto a beijá-lo para afastar o vislumbre de decepção.
— Então, esse pode ser nosso lugar no paraíso — murmuro.
— Para mim, o paraíso é onde você está — diz ele, acariciando meu seio, o que faz minha pele arrepiar em segundos.
— Temos que voltar em uma hora — gemo, com seu toque mais ousado por baixo do vestido — Minha mãe está esperando para o almoço em uma hora.
— Querida, eu faço você virar os olhos em cinco minutos — diz ele, arrogante — Uma hora, é um banquete.
Afasto a mão boba e levanto-me em um pulo.
— Não se tiver que me pegar — corro para longe — Venha conquistar seu prêmio, campeão.
Corro meio que dançando e girando pela vinha. Em poucos minutos, estou amparada em seu peito forte e musculoso.
— Você gosta disso não é? — ele faz-se de zangado.
— O que? — finjo inocência.
— Que eu viva aos seus pés — sorri, meio de lado — Venerando-a.
Em instantes, fazemos amor de forma avassaladora. Como dois adolescentes apaixonados que mal podem ficar separados. Lembro-me do nosso dia na praia, a qual ele também correu atrás de mim, na areia, proporcionando momentos tão inesquecíveis quanto esse.

***

Minha irmã é uma figura, muito inteligente, estilo nerd, tímida, bem diferente de mim. Inicialmente achei que teria mágoas dela, afinal, ela teve tudo que eu não tive, uma família. Mas foi impossível ignorar a criaturinha encantadora, apesar do pouco contato que tivemos em meu casamento. Mas assim que nos conhecemos, tudo perdeu a importância, nos tornamos amigas na mesma hora e, esses dias aqui tem estreitado essa relação. Joseph diz que é coisa de sangue, eu acho que é de coração. Em relação a minha mãe, ainda é difícil esquecer o que fez, quem sabe eu nunca esqueça, mas vou aprender a lidar com isso, para realmente ter um bom relacionamento com ela. Meu padrasto Vincenzo é um cara legal, se bem que, extremamente sério. Contudo, é um homem muito bonito, que Joseph não me ouça. Entendo agora, porque minha mãe havia se apaixonado por ele. É um tipão, aquele estilo de homem italiano que se lê em romances. Introspectivo, mas de presença marcante. O almoço é ao ar livre, estilo piquenique. Na gigantesca mesa com toalha vermelha, há uma infinidade de comida típica italiana. São tantas opções que sinto-me perdida. Além da família, estão presentes alguns familiares e amigos íntimos da minha mãe e Vincenzo.
Dançamos em roda, cantamos, e até mesmo, amassamos uvas com os pés. Pela primeira vez, vejo meu padrasto solto, como um menino. Até notei olhares furtivos entre ele e minha mãe. Espero que eles se acertem logo e, falo com sinceridade, porque quando estamos felizes queremos que todos sejam.
No auge da festa, Vincenzo interrompe a música para informar que a festa era em homenagem a Joseph e eu, por nossa última noite na cidade.
— É uma pena que tenham que ir embora — minha mãe diz, quando se une a mim em um dos bancos espalhados pelo pátio — Tinha esperança que ficassem por mais alguns dias.
— Minha amiga precisa de mim. Não sou do tipo que abandona as pessoas que amo — digo, sem pensar. Iremos embora no dia seguinte. Anne voltou a atacar, e estou preocupada com Jenny.
Noto seu olhar magoado e arrependo-me de minhas palavras.
— Desculpe, eu...
— Não se preocupe — murmura ela — Foi mais generosa do que eu merecia.
— Vocês podem nos visitar também — mudo de assunto, para amainar o clima — Uma lua de
mel, talvez. 
Indico onde Joseph e Vincenzo estão.
— Quem sabe... — diz ela, vagamente.
Iniciamos uma conversa sobre o que mais gostei na Itália, deixando sentimentos tristes para trás. Joseph, se une a mim um tempo depois, e ficamos agarradinhos, observando a fogueira, enquanto ouvíamos cantigas antigas. Foi a lua de mel perfeita, tanto pelos laços com minha nova família como pelos momentos inesquecíveis que Joseph e eu tivemos.

***

Enfim, estamos em casa. Nada como nosso lar. Ainda não fomos para o “quarto secreto” e
Joseph, parece um garotinho ao redor de mim, morrendo de curiosidade. Quis esperar descansarmos do primeiro dia de viagem, foram horas cansativas e o que pretendo naquele quarto, demanda muita energia.
— Tá na hora — paro em frente à TV, impedindo-o de continuar vendo a reprise do jogo.
— Mesmo? — diz ele, ansioso — Vou finalmente saber o que há naquele quarto.
— Quase... — subo as escadas, arrastando-o pelo braço.
— Demi! — ele estaca no corredor quando passamos direto pelo quarto e vamos em direção ao quarto de hóspedes, onde dormimos a noite anterior.
— Curiosidade é uma característica feminina — reclamo, apoiando em seu peito, enquanto
empurro-o quarto a dentro.
— E a sua, é me enlouquecer — diz ele, emburrado.
— Aguente firme — fecho a porta com rapidez — Valerá a pena.
— Demi! — grita ele, batendo contra a madeira — Abra essa porta.
Dou a segunda volta na fechadura, só por precaução.
— Só quando estiver tudo pronto — salto feliz — Se fosse confiável não precisaríamos disso.
— Se você não fosse maluca, não precisaríamos disso — ouço-o retrucar do outro lado.
Saio rindo ainda mais empolgada que antes. Abro a porta e dou uma olhada no ambiente. Olivia tinha ficado responsável para garantir que terminassem o serviço a tempo. O quarto havia ficado exatamente como imaginei. Espero que ela não tenha ficado chocada de mais.
Tomo banho rápido, preferiria um longo banho de espuma, mas se demorasse muito, Joseph seria capaz de arrombar a porta. Passo um hidratante que ele gosta, evitei molhar os cabelos, quero-os caindo solto pelas costas, sei que ele adora. Faço a maquiagem, visto a roupa que havia comprado antes de viajarmos, pego alguns acessórios e vou para o quarto libertá-lo. Espere que não esteja muito zangado, afinal, havia demorado apenas quarenta minutos, um recorde. Empurro a porta com cuidado, por que minhas ideias parecem perfeitas apenas quando as tenho? 
Encontro-o jogado na cama, os braços atléticos cobrindo os olhos. Não sei se está dormindo ou tentando manter a calma.
— Ei, tigrão — apoio-me na porta, fazendo uma pose sexy, o braço sobre a cabeça e cintura
inclinada para o lado.
Inicialmente os olhos dele focam os meus. Furiosos. Depois, ele desce o olhar pelo espartilho
preto, calcinha rendada, passeia por minhas coxas e cinta liga, finalizando em meus sapatos vermelhos de salto agulha.
— Vem aqui gatinho — chamo-o com a ponta do chicote — Tenho uma coisinha para você.
Ele senta na cama mordendo os lábios, com um olhar abrasador.
— Coleira não! — diz ele, determinado, ao notar a coleira de couro com pinos de ferro em minha outra mão — Recuso-me a isso.
— Eu imaginei que não — murmuro decepcionada, mas não insisto, já fui muito longe aqui — Mesmo assim, ainda sou sua dona... — chicoteio — Não, domadora. Ajoelha.
— Que? — diz ele, confuso, como se eu falasse outra língua.
— Ajoelha! — aproximo-me dele e bato o chicote em sua coxa, fazendo-o dar um salto para trás.
— Demi! — ameaça ele.
— Por favor... — sussurro, com voz de dengo. Viro de costas para ele e vou em direção a porta — Talvez você precise de um incentivo.
Ajoelho-me com meu traseiro virado para ele, rebolando de um lado a outro. Eu sinto o ar quente de sua respiração, contra o tecido rendado e transparente da minha calcinha.
— Agora não tigrão — começo a engatinhar para fora — Se você quer, tem que caçar. É a lei da selva.
De quatro, começo a engatinhar pelo corredor, olho por cima do ombro e observo-o sentado sobre os joelhos, vejo a excitação em seus olhos, mas o rosto tem uma expressão incrédula. Balanço o bumbum outra vez, atraindo-o como o toureiro atrai o touro.
— Eu não acredito que eu estou fazendo isso — diz ele, rendendo-se a mais uma de minhas
loucuras.
Quando chegamos em frente a porta do nosso quarto, eu me levanto mas obrigo-o a continuar no chão.
— Tira meu sapato — ordeno.
Dessa vez ele não questiona, escorrega a mão por minhas, coxas, joelhos, panturrilha. O toque suave me faz queimar por inteiro. Com lentidão, sem desviar os olhos dos meus, ele tira o sapato.
Empurro-o contra a parede e apoio meu pé em seu ombro. Lentamente vou deslizando uma meia, depois outra. Se os homens babassem feito cachorro, diria que ele está as vias de chegar a isso.
— Agora, feche os olhos — digo, com a voz rouca — E não fale nada até eu permitir.
— Demi! — ele parece transtornado.
— Agora! — chicoteio em seu rosto, com a parte macia.
Ele obedece, entrando no jogo. Joseph briga com a fivela por alguns segundos. Quando ele
finaliza eu apoio meu pé em seu ombro, começo a deslizar a meia lentamente, sem desviar os olhos dos dele, que estão em chamas. Coloco o chicote no chão para vendá-lo com uma das meias. Assim que termino, conduzo-o para dentro do quarto.
— Cuidado com a cama — oriento assim que a alcançamos.
— O que vai fazer? — sonda ele, desconfiado.
— Quieto! — o chicote volta a ação — Não disse que podia abrir a boca.
— Mulher vai me pagar por isso! — diz ele, com um sorriso torto.
Beijo-o com paixão, pois acho que é única forma de calá-lo ou porque estou doida para fazer
isso, desde que o encontrei no outro quarto.
Assim que me separo dele, confesso, com muita dificuldade, ergo seus braços acima da cabeça, ajoelho-me na cama, pego a outra meia presa a minha cintura enrolando-a em seus pulsos, prendendo-os firmemente, na grade da cama.
— Isso é necessário — diz ele, puxando os pulsos, é claro que se ele quisesse mesmo sair não
seria esse pedaço de pano a segurá-lo.
Texto a resistência e em seguida tiro-lhe a venda. Antes de sair de seu colo esfrego-me contra ela, provocando-o um pouco. Joseph me olha com curiosidade e expectativa. Afasto-me dele para que tenha uma ampla visão do quarto. Ele foi todo redecorado em estilo Moulin Rouge.
— Não quero que trapaceei — sorrio, como uma diabinha — Só vai me tocar se eu permitir.
— Demi... — ele geme — Seja misericordiosa, veja como já estou.
Olho para o volumoso pacote embaixo do moletom. A visão magnífica me faz salivar em
antecipação. Preciso de muita força de vontade para seguir adiante.
Caminho até a cortina de seda no centro quarto.
Puxo o cordão e ela desliza até o chão, revelando o mastro de pole dance que ela ocultava. Meu lindo menino arregala os olhos sem conseguir acreditar no que vê.
— Demi! — grunhe ele, puxando os pulsos em minha direção.
— Não, não menino malvado — circulo o mastro sem desviar os olhos dos dele — Você só vai
olhar.
Ligo o som e faço a mesma coreografia que fiz quando nos vimos pela primeira vez. No dia, eu fingia que ele era meu príncipe encantado. Hoje, meu marido, companheiro, meu homem. O que me faz feliz todos os dias. A pessoa que me completa como nenhuma outra no mundo. Após a última nota e meu passo de dança, eu caminho até ele na cama.
Livro-me do espartilho em uma dança lenta, sem música. Ele inclina o corpo em minha direção, buscando meus seios nus, mas eu me afasto.
— Eu quero me divertir um pouco — passeio o chicote em seu peito malhado. Faço mesmo com meus lábios em seguida.
Joseph me encara com olhar gaseado em cheio de paixão. Grunhidos saem de sua boca quando livro-o da calça. Deslizo minha língua pela parte interna de suas coxas e abocanho seu membro rijo e rosado com ânsia.
— Demi... — grita meu nome, quando acelero os movimentos de entra e sai do pau dele em minha boca.
Ele inclina o quadril em minha direção para que eu o tome mais e faço isso com vontade, em uma perfeita garganta profunda que leva-o a loucura.
— Por favor — ele geme, enlouquecido.
Também desejo-o insanamente. Tiro a calcinha já encharcada de minha excitação e coloco-me sua cintura. Ofereço meus seios a ele que chupa-os com vontade, afogando-se, como se eles fossem oásis para alguém perdido no deserto.
Já sem qualquer controle sobre mim, eu seguro seu pênis duro e escorrego-o para dentro de mim. Inicialmente de forma lenta, suave, degustando do prazer de ser preenchida por ele.
— Ah... — gemo, quando sinto-o, completamente dentro de mim.
Começo a montar sobre ele com lentidão, delirando, com a sensação dele me alargando, mexendo com cada terminação nervosa do meu corpo. Apoio minhas mãos no peito dele e aos poucos vou aumentando a velocidade, em uma cavalgada alucinada.
Sinto-me poderosa. Felina. Eu estou no controle. Levo-nos e tiro-nos do precipício diversas
vezes. Até que eu explodo em milhares de partículas.
— Tira a amarra — diz ele, numa voz sexy e selvagem, prendendo suas pernas em volta da minha cintura — Agora!
Droga! Era eu quem deveria estar no comando ali. Mas o pedido é tão imperativo e cheio de
promessas que me vejo sôfrega, brigando e amaldiçoando a tira de seda. Antes que eu me dê conta, vejo-me amarrada na grade da cama de costas para ele. Ele havia se segurado o tempo todo para me castigar como queria. O mero pensamento faz o meu corpo tremer.
O espartilho sai do meu corpo com rapidez. Ele me venda como eu havia feito com ele. Em
seguida, faz um passeio com suas mãos em meu corpo.
— Ah... — gemo, quando belisca um dos meus mamilos, ainda sensíveis.
— Só vai falar quando eu quiser — ordena ele, colocando um dedo em minha boca, simulando os movimentos penetração — Agora, pequena travessa, vou fodê-la, até desmaiar de exaustão.
Seus dedos continuar torturando-me em minha boca, fazendo-me arder de antecipação, desejando-o novamente dentro de mim. Sua mão livre percorre minhas costas, beliscam minha bunda e eu ondulo o corpo em direção a ela.
— Hum — soluço, ao sentir o chicote arder em minha pele, quero gritar, berrar e extravasar
todo desejo que ferve em mim, mas a mão em minha boca me impede.
Outra chibatada, dessa vez, em meu clitóris e eu convulsiono.
— Quietinha — sussurra ele, em meu ouvido — Se disser algo, deixo você aqui sozinha, louca de tesão, até o jantar.
— Joseph — reclamo, desejando que ele me foda logo.
— Calada — dois dedos estocam em minha vagina e mordo meus lábios para abafar o som,
enquanto ele me fode com os dedos.
Ele introduz um dedo em minha vagina, enquanto chupa meu pescoço e vez ou outra, diz algo pervertido em meu ouvido. Anseio por ele dentro de mim, em todos os lugares, da forma que desejar. Quando penso que vou enlouquecer, ele me toma. Todo desejo reprimido liberto em uma única investida.
Isso, amor — geme ele, enquanto arremete com força — Assim...
Ele continua as investidas, cruel, precisa e fodidamente prazerosa, os dedos acariciando meu
clitóris de forma sincronizada. Outra vez gozo gritando seu nome e, libera seu jato quente dentro de mim. Soltando grunhidos de satisfação e êxtase.
— Garota, o que eu faço com você? — diz ele, alguns minutos depois, libertando meus pulsos — Vejo-me daqui a cinco anos, careca e com pontes de safena.
— Então, vamos aproveitar esse tempo — esparramo-me na cama, puxando-o comigo — Eu tenho excelentes ideias.
Rimos juntos perdidos em nosso ninho de amor.

***

Dois anos depois

Estou no escritório a mais de uma hora, pensando em como contar a ele. Joseph está na cozinha cuidando do jantar. Isso ainda não mudou. Sou péssima cozinheira. É uma questão de talento e eu não o tenho. Então, ele acaba cuidando das refeições. Não que antes fosse um cozinheiro espetacular, mas havia progredido ainda mais devido minha inaptidão. Era isso, ou morreríamos de fome, nos dias de folga da cozinheira.
— Joseph! — saio do escritório e grito da escada — Amor, vem aqui!
Volto a me esconder em frente ao computador enquanto o aguardo.
— O que foi?
Olho para ele e sorrio. Está lindo com sua calça jeans favorita, regata preta e um pano de prato pendurado nos ombros. Um verdadeiro chef.
— Estou pesquisando todos os tipos de comidas esquisitas e foras de época para pedir a você
durante a gravidez.
Abro um enorme sorriso na direção dele.
— Por que? — pergunta ele, inocente.
—O Neil ficou com aquelas coisas de enjoo e, como essa síndrome é tão rara, se é que existe
mesmo — eu brinco — Bem, é praticamente nulo que você a tenha... Então, você tem que sofrer junto comigo de alguma maneira.
— A gravidez é um estado glorioso para as mulheres — murmura ele.
— Você diz isso porque não é você que ficará enorme — reclamo — E não sairá uma bola de
futebol do seu pintinho.
— Pintinho não — exclama ele, ofendido — Não serve eu prometer fazer massagens nos pés e nas costas?
— Isso já faz parte do pacote — respondo como se fosse óbvio — É seu dever.
— De qualquer forma, isso não faz sentindo — diz ele, olhando para tela do computador — Não está sendo precipitada?
— Claro que não — encaro-o séria — Eu tenho menos de oito meses para torturá-lo de todas as formas possíveis.
Há uma longa pausa até que a compreensão caia sobre ele.
— Oh — ele abre a boca em um O perfeito, os olhos arregalados em minha direção — Vai me dar um bebê, é isso?
— Um, dois, três e quantos você quiser Sr. Jonas. Parei de tomar o remédio há algumas
semanas.
— Tem certeza? — ele parece receoso.
Eu sei quais são seus medos. Ambos havíamos sofrido muito quando acreditei estar grávida na primeira vez.
— Sim. Fiz o teste de farmácia várias vezes... — digo, sorrindo — E não satisfeita com isso, fui ao médico e fiz o teste de sangue. Estou completamente e inegavelmente, grávida.
— Demi! — Joseph tira-me da cadeira e gira comigo pela sala.
Beijando-me, abraçando e rindo, tudo ao mesmo tempo.
— E o seu curso? — diz ele, preocupado.
Estou no segundo ano do curso de arquitetura, ou seja, na metade. Não será nada fácil conciliar os dois.
— Quando cuidávamos dos gêmeos da Jenny, quando aquilo tudo... — minha voz falha — Eu vi que seria um excelente pai. Não quero esperar mais nenhum minuto, veja tudo o que aconteceu com ela. Nada me impede de ter esse bebê e continuar estudando. Você me ajuda?
— Estarei ao seu lado a cada segundo, sempre — diz ele, depositando um beijo em meus lábios
— Poderiam ser gêmeos também, não é?
Afasto-me de seu abraço de urso e, encaro-o com horror.
— Por Deus! Não!
Ele volta a me puxar para ele e ronrona em meu pescoço.
—Eu gostaria e que fossem dois ou três meninos, tão endiabrados quanto você.
— Então, tenha seus próprios filhos gêmeos, Sr. Jonas — solto, indignada.
— Mas e se acontecer? — ele pousa a mão em minha barriga, afagando-a.
— Você não ouse fazer isso comigo!
Ele ri deliciosamente.
— Querida, eu nem sabia que havia feito esse ou esses bebês.... Aí — ele geme, após receber meu tapa — Mas estou imensamente feliz.
Sim, ele está. Nunca vi seus olhos brilharem tanto, como hoje. Merda! Valerá a pena. Se é para ter constantemente esse brilho de felicidade em seus olhos eu teria cinco filhos de uma única vez.

***

Eu sempre acordo com essa sensação esquisita de que preciso ir ao banheiro urgente. Dessa vez, parece que é diferente. Por que a cama está molhada. Sento-me com certa dificuldade e afasto o lençol. Merda, ainda falta uma semana.
— Joseph — empurro seus ombros tentando acordá-lo. Céus, o homem não percebeu a cama
úmida?
Não posso culpá-lo, nos últimos dias, venho tendo insônia e o arrastado comigo em conversas madrugadas adentro.
— Joseph a bolsa estourou — sacudo-o novamente.
— Amanhã eu compro outra — geme ele — Volte a dormir.
— Eu vou ter o bebê — grito ao ter a primeira contração.
Ele salta da cama como um gato pulando o telhado. Os olhos esbugalhados em minha direção.
— Tudo bem, está tudo sobre controle — murmura ele, pegando-me no colo — Não fica nervosa.
— Eu tenho que trocar de roupa — indico a camisola molhada.
— Tá — sussurra ele, voltando para o quarto, colocando-me de volta na cama — Essa aqui?
— Não entra — balanço a cabeça em negativa, quando ele pega um vestido preto que usava antes do meu ventre explodir — Deixa que eu faço isso. Troque sua calça.
Dez minutos depois chegamos ao carro.
— A bolsa, Joseph — gemo, apoiando-me contra o carro, após uma contração leve.
— Já estourou — diz ele, empurrando-me para dentro do carro — Fique calma.
Reviro os olhos e tento conter a vontade de rir ou bater nele. Eu descobri que eu sou péssima com dor.
— Querido, a bolsa do bebê.
— Claro — ele esfrega a cabeça — Não saia daqui.
Acomodo-me no bando do passageiro, resmungando. Para onde ele acha que eu iria com uma bola de boliche querendo passar pelas minhas pernas? Homens.

***

— Tá doendo.... — grito ao sentir uma contração — Não deixa aquela mulher chegar perto de
mim de novo. Parece que ela vai arrancar meu útero.
Já estamos no hospital e as contrações são mais frequentes e intensas. Uma enfermeira entra a cada meia hora, cutucando-me e cada vez que ela faz isso, vejo estrelas de todas as formas e cores.
— Eu sei amor — diz ele, angustiado.
— Você não sabe porra nenhuma! — agarro a gola da camisa dele e, encaro-o com olhar
assassino — A culpa é sua, porque você é tão gostoso, porque transou comigo várias e várias
vezes...
— Amor, tá pensando em sexo — diz ele, incrédulo — Agora?
— Sexo me deu isso aqui — gemo, acariciando o ventre enorme. Não deveria ter comido tanto durante a gravidez como disseram. Eu não fui uma grávida elegante. Acho que essa criança é gigantesca, tanto que até cogitei a ideia de ser mais de um bebê — Não farei sexo nunca mais em minha vida!
As contrações, agora são cada vez mais frequentes.
— Me dê sua mão para eu morder — apesar do grande pânico em seu olhar ele estica a mão em direção a mim. A cara dele é tão cômica que eu poderia rir se outra gigantesca e dolorosa contração não me rasgasse ao meio, literalmente — É melhor não, arrancaria todos os seus dedos.
— Ainda tá doendo? — diz ele, inocente.
Aparentemente o remédio que me deram para dor era feito de açúcar.
— Não, tá fazendo cocegas, idiota! — vocifero, revirando os olhos. Na verdade, já nem sei se dói ou é apenas meu psicológico — Eu quero uma cesariana.
— Ela quer uma cesariana — Joseph salta da cadeira assim que o médico de meia idade, todo
equipado, entra na sala de parto.
— Não dá mais tempo — diz ele ao me examinar — A cabeça já está coroando.
— Amor não dá tempo está...
— Eu não sou surda, Joseph! — agarro-me ao lençol da cama, como se fosse um bote — Fica
quieto!
Ele me olha como um cãozinho abandonado. Suas mãos voam para trás das costas e ele parece perdido.
— Vá para trás de sua esposa, Sr. Jonas — diz o médico — E auxilie-a, como aprenderam nas
aulas de pré-natal.
Joseph me olha vacilante, como se eu fosse o maníaco da serra elétrica, prestes a desmembrá-lo.
Estico a mão em direção a ele.
Os momentos seguintes são terríveis. Desejo morrer a cada nova contração e agora os intervalos são de quinze segundos.
— Empurre, Demi — insiste o médico — Está quase lá, querida.
— Ah... — ranjo os dentes, empurrando com toda força que ainda me resta — Eu acho que meu cérebro vai sair aí em baixo.
— Espirituosa — diz o médico a Joseph.
— Não viu nada ainda, doutor — diz ele — Amor, você consegue, só mais uma vez.
Ignorando a conversa masculina que com certeza, mais tarde me deixará enfurecida, eu faço o que acredito ser minha última tentativa.
Segundos depois o som mais perfeito que eu já ouvi em minha vida ecoa pelo quarto. Similar a voz de um querubim.
— É uma menina — diz o médico, colocando o pequeno embrulho em meu peito.
Imediatamente caio em um rio de lágrimas, apertando-a contra o peito.
— Nossa menininha — murmuro, olhando para o pai de minha filha, através do véu de lágrimas.
— É verdade — acaricio a cabeça do bebê, memorizando cada detalhe.
— O quê?
— Depois que nascem, nós esquecemos da dor — sussurro — Desculpe por gritar com você.
Encaro-o, arrependida. Havia me transformado em uma louca.
— Você foi guerreira — diz ele — Tenho muito orgulho de você.
— Por chamá-lo de idiota — digo chorosa — De estúpido, cretino, imbecil, cafajeste,
desgraçado....
Ele me encara com olhar questionador.
— Bem... — sorrio, marota — Esses últimos foram apenas em pensamento.
— Ela é linda — sussurra ele, ajoelhando-se ao meu lado — Obrigado.
Uma enfermeira tira-a dos meus braços minutos depois, alegando que ela precisa alguns cuidados, assim como eu.
Joseph sai, em seguida, voltando o que para mim, foram longos e intermináveis minutos depois, com um embrulho rosa em seus braços. Não sabíamos o sexo do bebê até o último momento, mas ele tinha certeza absoluta que seria um menino. Já quem em sua família só há meninos em várias gerações. Isso me faz lembrar Diana, ele me disse a algum tempo, que a mãe sempre quis uma menina, talvez por isso, não soube lidar com dois garotos.
É triste que ela perca esse e todos os futuros momentos da neta.
Afasto esse pensamento melancólico e concentro-me nas duas pessoas mais importantes da minha vida.
— Está decepcionado? — pergunto, temerosa
Joseph olha a pequena em seus braços. Meu coração se contrai ao vê-lo com os olhos marejados.
— Ah Demi... — ele cola o rostinho suave contra o seu e aproxima-se de mim na cama — Eu a
amo. Pensei que jamais fosse amar alguém como amo você. Mas eu a amo ainda mais, desculpe-me.
Não me sinto enciumada ou magoada com o que ele disse. Eu entendo perfeitamente, amo essa coisinha fofa desde o momento que desconfie de sua existência. Não há amor que possa se comparar a esse. É um pedaço dele que cresceu e nasceu de mim. E é uma parte minha que ofereço a ele.
Nossa família está completa agora.

Demi foi visitar a mãe na itália, que lindos eles em lua de mel.
o quarto ela só que ela queria dançar para ele lá hahaha.
e ela falando para ele da gravidez? aw
morri de rir com esse parto, Joseph sem saber o que fazer.
e ele falando da bolsa que estourou kkkkkk
espero que tenham gostado da história e comentem o que acharam.
volto em breve com o epílogo, bjs amores <3
respostas do capítulo anterior aqui

27/08/2017

for you: capítulo 33


Wedding bells

O apartamento está vazio e silencioso. Expulsar meu futuro marido de casa, duas horas atrás, não havia sido algo muito inteligente. Na verdade, não sou conhecida por fazer coisas que fazem sentido.
O que eu posso fazer se eu sou uma pessoa completamente passional? Guiada pelos meus instintos e pelo o que diz meu coração. A cara que ele me fez quando eu fechei a porta foi ao mesmo tempo cômica e de cortar o coração. O olhar desolado e tristonho que ele me deu quase me fez fraquejar. Inacreditavelmente eu continuei firme.
Mas a culpa de tudo isso é dele. Havia dado muito trabalho para planejar essa surpresa para ele. E Joseph havia me prometido não se aproximar daquele quarto. Homens! Contudo... No final, valerá a pena.
Enfim, aqui estou eu, nesse gigantesco apartamento, sozinha. Eu odeio ficar sozinha por tanto tempo. É nessas horas que você percebe o quanto a família é importante.
Eu deveria ter minha mãe em volta de mim, me enlouquecendo com todos os detalhes finais. Uma ou duas irmãs ao meu lado, trocando confidências.
A única coisa que tenho próximo a isso, é Jenny. Pobre Jenny, além do Joseph, ela foi a única a suportar as minhas crises pré-casamento. Todas as ligações noturnas, minhas crises de choro, além de me ajudar com a maior parte dos preparativos. Mesmo com todas as turbulências que vem enfrentando. O acidente de Neil, a amnésia dele, a gravidez inesperada e agora a última crueldade de Anne.
A megera havia envenenado, Amanda contra ela, dizendo que Jenny deixaria de amá-la quando o bebê nascesse. As palavras tristes da menina ainda arrepiam minha pele e cortam meu coração, sempre que lembro-me da nossa conversa há alguns dias.
Jenny...” Amanda soluçou, em meio às lágrimas. “Não vai gostar de mim agora que não é cega.” Só havia uma pessoa perturbada o suficiente para colocar essas ideias absurdas na cabeça da criança. Minha vontade naquele momento, era sair da lanchonete onde estávamos e esganar Anne com minhas próprias mãos.
“Quem disse isso a você?”
“Anne me disse, no fim de semana que fiquei com os meus avós,” ela fungou. “Ela não gosta
e mim, porque sou aleijada. Jenny não vai mais gostar também e meu pai...”
Ah, droga! Uma faca invisível rasgou meu peito sem a menor piedade. Eu tentei evitar as
lágrimas, mas foi uma missão impossível. Ver a garotinha sofrendo tanto porque simplesmente queria ser amada, aceita como é, com todas as imperfeiçoes. Mas quem no mundo é completamente perfeito, físico ou emocionalmente. Todos temos que lidar com algum lado ruim.
“Eu posso ficar com você?” os enormes olhos negros me encaram, com grande expectativa e esperança. “Não quero ir para um colégio interno. Eu prometo ser boazinha.”
“Você não pode!” Eu disse, enfaticamente. “Embora seja um prazer para mim, seu pai e Jenny jamais permitiriam isso.”
Encaro-a com um olhar suave, e seguro suas mãos trêmulas debaixo da mesa.
“Sabe por que estamos aqui, Amanda?” Levantei-lhe o queixo, obrigando-a a me encarar.
“Para falar sobre o seu casamento.” Amanda sussurrou. “Você não quer que eu faça uma coisa feia como cair na igreja com as alianças. Não vou fazer isso Demi,” ela sacode a cabeça, chateada. “Eu vou ser cuidadosa.”
Crianças precisam de seguranças, em lares felizes e aconchegantes. Eu sempre me senti infeliz por não ter minha mãe por perto, por ter crescido sem seu amor e abraços carinhosos. Mas com Amanda havia sido muito pior. Ela tinha uma mãe que a desprezava. E quando havia encontrado alguém capaz de preencher esse espaço vazio em seu coração, a bruxa da Anne manchava essa relação, com palavras venenosas.
“Não. Jenny está muito triste pela forma que vocês vêm se tratando, por isso saiu de casa,”
tento ser cuidadosa com as palavras. “Ela a ama muito e quer te dar espaço, mas está sofrendo muito. E Neil também está triste com a situação. Todos nós estamos. Amamos você.”
“Eu não quis ser malvada com ela. “ Amanda volta a chorar. “Eu só fiquei com medo.”
“Tudo bem,” sequei as lágrimas com delicadeza. “Termine seu sorvete, sim. Vou leva-la para casa. Você irá conversar com a Jenny?”
“Acha que ela vai me perdoar?”
“Ela mal pode esperar para abraçar você novamente,” sorri. “Tudo será como antes, confie em mim.”
O sorriso que Amanda me deu compensou todos os mementos tristes.
Fico feliz que agora tudo parece bem entre eles. E a notícia de que Jenny espera gêmeos, veio para unir ainda mais essa família.
Eu não sei se algum dia eu reencontraria minha mãe. Mas se um dia isso acontecer, se os
sentimentos dela em relação a mim forem verdadeiros e sinceros, estarei disposta a virar a página.
Eu sei porque ela me abandonou. Ela não teve escolha, o que sempre doeu foi ela nunca ter
retornado. Havia me deixado sem olhar para trás. Mas, chega de rancores e ressentimentos. Começa uma nova vida para mim, com promessas de felicidade. Depois do que houve com Diana, quero me cercar de todas as pessoas que eu amo e retribuem meu amor. O amor é a única coisa por qual vale a pena viver. Eu tenho muita sorte, tenho doses inesgotáveis de amor.

***

— Meu Deus, Jenny! —meus olhos estão praticamente fora de órbita ao deparar-me com ela
estirada na cama — Você parece um urso panda. O que aconteceu com você?
Ainda de robe e os cabelos desgrenhados, ela parecia uma mulher das cavernas, sem contar os enormes círculos escuros em volta de seus olhos azuis. Ainda nem havia se levantado e já eram mais de quatro horas da tarde.
— Não tenho dormido muito bem — Jenny boceja, sentando na cama.
— Problemas com a gravidez? — pergunto, preocupada.
Meu problema se chama Neil — boceja novamente.
— Como assim? — pergunto, confusa.
— Além da síndrome de Couvage — murmura, erguendo a sobrancelha — Essa mania por sexo tem me deixado doida.
— E ele tem enjoos e tudo mais? — pergunto a ela, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, de tanto rir.
— Demi não conte a ele eu falei sobre isso — Jenny me encara zangada — Eu até acho tudo muito bonitinho. Neil está bem melhor depois dos remédios, mas essa história o tem deixado irritado e nossos amigos não tem ajudando muito, sempre provocando-o, desnecessariamente.
— Claro, agora ele está com os hormônios aflorados — não perco a oportunidade de provocá-la.
— O sonho de toda mulher, um homem inabalável.
— Eu não reclamo, mas é difícil acompanhar o ritmo.
— Me disseram que as mulheres ficam um pouco maníacas quando estão grávidas. Acha que Neil está sentindo isso também? — pergunto, enxugando as lágrimas.
— Estou perdida — ela conclui, constrangida — O homem é uma máquina de sexo. Sabe que às vezes me liga durante o dia. Isso quando consigo ficar acordada.
— Sei, hormônios? — cruzo os braços — Vocês dois viraram maníacos sexuais, isso sim. Essa
noite você ficará comigo. Arrume suas coisas.
— Por quê?
— Não quero você caindo de sono em pleno altar amanhã. E há essas olheiras horríveis —
murmura — E eu preciso manter Joseph longe de mim, muito longe.
— Onde ele está? O que você fez, Demi?
— Por que tem que ser eu a fazer alguma coisa — resmungo — Ele violou uma regra.
— Demi?
— Expulsei o pobre de casa — sorrio, mordendo meu dedo — Tinha ver a cara dele.
— Demi, você é incrível — Jenny dá risada — Segure esse homem, não vai encontrar outro que tenha tanta paciência com suas loucuras como ele.
— Olha quem fala! — exclamo, emburrada — Não sou eu que pareço irmã do conde drácula.
— Quero ver o que vai dizer quando for sua vez — Jenny choraminga, apontando a barriga, antes de ir para closet trocar de roupa.
Talvez não fosse tão ruim. Pelo menos a parte relacionada ao sexo. De repente eu sinto um calor correndo por todo meu corpo. Caramba, eu já sou louca o suficiente sem todos esses hormônios eclodindo de dentro de mim. Pobre Joseph.

***

Contos de fada. É essa a sensação que eu tenho. Cercada por todos os tipos de mimos, em um exclusivo salão de beleza. Um dia de noiva perfeito ao lado da minha melhor amiga Jenny e Penélope, recém integrada ao nosso privado clube.
— Para onde ela está indo? — aponto Jenny que caminha apressada em direção a recepção
— Coisas de grávida — Penélope me arrasta para o outro lado do salão — Que tal uma
massagem? Você parece tensa. Muito tensa.
Eu sei quando as pessoas tentam me enganar e essas duas estão atoladas até o pescoço. Eu espero que essa fuga inesperada não esteja relacionada ao Neil, ele havia ficado furioso comigo, por ter sequestrado Jenny, no dia anterior. Ainda escuto os ecos dos gritos dele ao telefone. Sinceramente, esses homens precisam apreender a serem um pouco menos intensos.
Respiro fundo e sigo Penélope sem protestar. Uma massagem parece uma ideia boa. Sinto-me tensa. Minha vida irá mudar para sempre a partir de hoje e mal posso esperar por isso.

***

Uma hora depois, após desfrutar de uma longa e relaxante massagem de quase quarenta minutos, encontro-me deitada em uma cama estilo divã. Rodelas de pepinos cobrem meus olhos e há alguma pasta gosmenta em meu rosto.
Esse é um tratamento, que nós mulheres deveríamos receber todos os dias. Sermos tradadas como princesas. Se eu confessasse amar essa pequena extravagância de Diva para meu amado noivo, ele moveria céus e terra para transformar um dos quartos do nosso apartamento em um pequeno Spa particular, com direto a massagista e tudo, claro, desde que fosse mulher. Homens me tocando? Jamais.
Ele é ciumento. Muito. Um sorriso cálido surge em meu rosto. Sem dúvidas ele vem se esforçando para controlar o homenzinho verde que há dentro dele, para que nossa relação seja o mais saudável possível. Por outro lado, devo confessar que parte de mim é fascinada por sua possessividade.
Finalmente eu sinto que pertenço a alguém.
— Não se mova senhorita — ouço a voz da esteticista ao meu lado, me repreendendo pelo enorme sorriso em meus lábios— Só mais alguns minutos e você estará livre.
Tudo bem, brincar de princesa é interessante, até a página dois. Ficar parada como uma estátua, não é atrativo. Eu começo a cantar mentalmente para passar o tempo, e dedilho os dedos no colchão, de forma impaciente. Meu Deus, faltam poucas horas. Depois disso tomarei um relaxante banho de banheira, arrumarei os cabelos, farei a maquiagem, vestido e igreja. Queria falar com Joseph.
Ouvir sua voz rouca e sexy, mais uma vez. Ele me acalma. Ele sempre me acalma. Mas Penélope havia confiscado meu o telefone. De acordo com ela, agora só teríamos contato na igreja. E ela havia sido bem autoritária. Quem diria, com aquela carinha de anjo. São quase vinte e quatro horas sem vê-lo.
Desde que voltamos da Grécia que não passamos tanto tempo separados. Sinto saudades.
— Demi? — escuto meu nome após suave ranger da porta.
— Oi, Panda — apoio o cotovelo no divã e tiro um dos pepinos dos olhos — Pensei que você
estaria na montanha mais alta, na torre mais alta, no reino tão, tão, distante. Me diz ai, o Shrek soltou você?
Jenny não riu da minha piada, pelo contrário, seu rosto está sério e apreensivo. A forma que
sempre torce os dedos quando está nervosa coloca-me em alerta. Deslizo pela cama até que meus pés tocarem o chão frio, e vou em direção a ela.
— Você está de bom humor — ela sorri, nervosa — Isso é bom.
Franzo a testa, enrugando a máscara, agora seca em meu rosto.
— É o meu casamento — enfatizo — Nada abalará minha felicidade, hoje. Não é?
Observo-a caminhar até um sofá marrom de dois lugares no outro lado da sala.
— Sente-se aqui — Jenny dá uma batinha no estofado e me encara com uma expressão
indecifrável.
Ignoro o pedido e continuo parada entre o divã e o sofá.
— O que está acontecendo Jenny? — começo a me sentir inquieta e irritada — É o Joseph? Aconteceu alguma coisa com ele? Fale!
— Não — diz ela, suavemente. O rosto voltado para o chão, parece tentar encontrar as palavras certas para me dizer — Ele está bem. Quase...
— Ele não quer se casar comigo? — minhas pernas parecem feitas de gelatina. Parece-me uma ideia estapafúrdia. Não. Joseph jamais faria isso comigo. Eu não seria capaz de suportar tanta dor.
— Está mesmo me perguntando isso? — ela revira os olhos.
— Eu sei — solto o ar — Foi uma pergunta idiota. Então fale de uma vez, Jenny? A mãe dele está aqui?
Após o desastroso jantar na casa de Diana, ela evidenciara que não tinha a menor intenção de estar na cerimônia realizada hoje. A não ser claro, para atrapalhar meu casamento.
— Não a mãe dele.... — ela diz, com a voz ofegante — Olha, não é fácil dizer isso. Eu nem
mesmo acho que seja justo, fazer isso com você. Afinal, hoje é o seu grande dia, tudo deveria ser perfeito...
— Jenny!
— É sua mãe. Ainda não acredito que...
— O que tem a minha mãe? — a interrompo, voltando a franzir a testa.
— Sara está aqui! — diz ela, estrondosamente — E que falar com você.
Sinto uma grande agitação dentro mim. Minha mãe está aqui! Apoio-me contra a parede. Meu coração bate tão forte e descontrolado que eu acho que posso ouvi-lo batendo em meus ouvidos, em meio ao imenso silêncio que havia instaurado na sala.
Cuidado com o que você deseja. Passei tantos anos pedindo isso, agora que me deparo com a
realidade, sinto-me perdida. O que eu diria a ela? Ou quais explicações ela teria para mim?
— Aqui? — meus lábios retorceram levemente, as palavras saem sufocadas da minha boca — Na cidade?
— Aqui, aqui — murmura ela — Precisamente, lá fora. Com o Joseph.
— Minha mãe está aqui — murmuro, ainda sem conseguir assimilar o que ela me diz — Foi por isso que você sumiu?
A resposta foi um leve balançar de cabeça. Agora tudo faz sentindo. A saída secreta era para
confabularem as minhas costas.
— Olha, não tem que fazer isso se não quiser — diz ela, num tom doce — Vou pedir que ela vá embora.
Embora? De novo? De repente, sinto uma ponta de medo enraizando em meu coração. Há muito tempo não me sinto desamparada e sem direção.
— Não! — solto um grito agudo — Quero vê-la.
Eu preciso vê-la. Preciso de respostas.
— Tem certeza?
Afirmo com a cabeça. Meus olhos ardem com as lágrimas contidas.
— Espere! — eu corro até um banheiro anexo a sala, lavo meu rosto com pressa. Eu não quero que a primeira imagem que minha mãe tenha de mim, seja do o monstro do logo Ness.
Assim que Jenny sai, as batidas em meu coração parecem intensificar. E ele parece querer sair da minha boca a qualquer momento. Olho para a porta, como se um ser horrível pudesse atravessá-la a qualquer momento.
Alguns minutos depois o que para mim, parecem horas intermináveis, a porta é aberta. Uma
mulher na faixa de quarenta e poucos anos entra. Seus olhos fixam-se em mim. É exatamente como eu me lembrava. Não. Está ainda mais bonita do que eu me recordava. Parece elegante. Alta, cabelos negros, preso em um coque elaborado, olhos castanhos, idênticos aos meus.
A mulher dos meus pensamentos tinha os cabelos bem mais opacos. Era magra e sofrida.
Não essa senhora elegante que tenho diante de mim.
Mãe?
— Filha — a cada passo vacilante que ela dá em minha direção eu recuo dois, até que me vejo
encurralada contra a porta do banheiro — Demi, eu...
Não foi exatamente como eu esperava. Não há corridas em câmera lenta. Nem abraços apertados, com lágrimas escorrendo pelo rosto, pelo menos não no meu. Diante de mim eu tenho uma estranha.
Minha mãe, mas uma completa desconhecida. E eu só sinto um grande vazio em meu peito.
— Perdoe-me, filha — ela faz uma pausa, as lágrimas enchendo seus olhos, tristes — Perdoe-me por abandoná-la. Eu não tive escolha. Ou acreditei que eu não tinha...
No entanto, por mais que eu queira odiá-la, eu não posso. Estranho, não consigo odiá-la. Por
incrível que pareça, por mais magoada que eu tenha ficado, eu nunca a odiei.
E eu vejo o arrependimento sincero em seus olhos, as lágrimas que descem por seu rosto não são fingidas. Mas isso bastaria? Conseguiria apagar todos os anos de solidão e distanciamento?
— Eu entendo porque me deixou mamãe — murmuro — O que eu não entendo é por que nunca foi me buscar? Eu esperei todos os dias, por anos.
Eu entendo que fugíamos de meu pai, um homem doente e violento. Tenho uma vaga lembrança de ficarmos vagando de cidade a cidade, até que o dinheiro acabasse. O carro foi a primeira coisa que ela se desfez. Lembro-me disso porque dormimos nele muitas vezes.
— Você nunca veio. Nem mesmo uma carta ou um telefonema.
— Quando eu a deixei no orfanato — ela arfou — Eu já estava sem dinheiro algum. Você estava sem comer há quase dois dias. Dormíamos em banheiros sujos de rodoviárias ou lugares muito piores. Não podia deixá-la continuar naquela vida.
Eu me lembro vagamente. Do banheiro sujo e com odor ruim, das pessoas estranhas que entravam e saiam. Mulheres vulgares, homens bêbados, acho que até mesmo drogados.
Mas a imagem mais forte que tenho daqueles últimos dias, era a forma que minha mãe se exprimia em cima do vaso sanitário, na pequena cabine do banheiro. O jeito que cantava para mim, até eu pegar no sono. A suavidade com que passava a mão em meus cabelos e amor que eu via em seus olhos. Não importa o que acontece de ruim em nossas vidas, são as pequenas coisas que nos marcam.
De todas as coisas tristes, foram as lembranças mais doces que me fizeram desejar reencontrá-la, durante todas as noites, em minha pequena cama no orfanato.
— Fiz coisas que eu não me orgulho — um soluço escapou de seus lábios, na tentativa de conter o choro — Eu fui para as ruas... Eu...
Não foi preciso que ela concluísse a frase. Sei muito bem o que acontece quando não há mais
saídas. Quando se é jovem e bonitas, mas sem direção. Eu quase estive nesse limite, muitas vezes.
— Senti vergonha do que eu me tornei. Das coisas que fiz, por dinheiro, para sobreviver — diz ela, encolhendo-se — Alguns meses depois, um amigo de seu que pai esteve de passagem pela cidade e me reconheceu no clube onde eu trabalhava. Seu pai... Ele me encontrou. Ele queria saber onde você estava. Disse que eu jamais chegaria perto de você novamente. Eu tive medo.
— Ele me machucou muito — continua, com a voz arrastada — Então, eu fugi novamente. De
estado a estado e depois de país. Ficar longe de você a manteria em segurança. Foi o que imaginei na época.
— Quando eu conheci o Marcello, foi como um raio de sol abrindo caminho em meus dias
nublados — ela sorri, pela primeira vez, desde que entrou — Uma nova oportunidade de voltar a ser feliz, mesmo eu não merecendo isso.
— Eu me perdi em uma de suas vinhas. Quando nos encontramos, foi uma atração explosiva — eu me identifico com isso. Joseph e eu havíamos nos apaixonado com a mesma velocidade — Nunca pensei que eu pudesse me apaixonar assim. Depois de tudo o que passei. Confiar no amor, em um outro homem, era terrivelmente assustador.
— E uma criança não estava inclusa no pacote? — sussurro, em um tom amargo, não consegui evitar.
— Não foi assim. Sempre imaginei que a recuperaria de alguma forma. Mas as coisas não
aconteceram assim — diz ela — A família dele é uma das mais tradicionais de Toscana, eu era uma ex prostituta! Não tem ideia de como a mãe tratava, apenas por ter raízes. Se soubesse sobre o meu passado. Tive medo de perder sua irmã como perdi você.
— Você me abandonou!
— Não foi fácil — sussurra ela — Eu fui covarde, admito. Depois que sua irmã nasceu meus
medos se multiplicaram.
— Então, eu tenho uma irmã? — meus lábios tremem.
— Anabela — ela tira uma foto da bolsa e me entrega — Irá adorar conhecê-la. Vincenzo é um homem maravilhoso, mas muito ligado a família, jamais aceitaria o que fiz a você. Esse medo me fez ficar calada por tanto tempo. Os dias transformaram-se em anos e comecei a acreditar que você jamais me perdoaria...
— E que agora espera que eu a perdoe — digo, ríspida — Você foi embora, teve outra família. Eu continue aqui, sozinha.
— Você não precisa me perdoar, o que eu fiz não merece perdão — ela estende a mão, como se fosse me tocar, mas meu olhar ressentido faz com que recue um pouco — Não teve um dia que a culpa não corroesse a minha alma. Sei que me odeia e eu mereço isso. Sua irmã e meu marido também me desprezam pelo que fiz a você. Talvez nunca mais voltem a me olhar da mesma maneira que antes. Aceito isso.
— Sinto muito — é verdadeiro. Apesar de tudo, não eu desejo ver seu lar destruído.
— Não sinta — ela sacode a cabeça — As pessoas colhem o que plantam.
— Como me encontrou? E por que?
— Não encontrei. Sinto muito por isso também. Seu noivo pediu que amigo dele, Peter, me
encontrasse. Inicialmente eu não quis. Senti muito medo de sua rejeição. Da minha família, do seu desprezo. Mas ele foi bem insistente. Aceitei encontrar-me com ele na Itália. Depois que vi as fotos que ele me enviou. Está tão linda. Eu soube que não poderia mais continuar me fugindo, mesmo que não acredite, eu amo você. Ainda amo aquela garotinha que deixei para trás, e gostaria muito de conhecer essa mulher linda na qual você se transformou. Se não for tarde demais, talvez um dia, possamos ser, quem sabe... amigas.
Ela não foi a melhor mãe do mundo, mas eu conheço bem piores. Parece-me sincera em suas
palavras. Ela cometeu um grande erro. Um erro que me fez sofrer muito, mas na vida todos erramos, uns mais do que outros.
— Jamais serei feliz se eu não abrir mão dessa mágoa em meu coração — murmuro, emocionada — Eu perdoo você, Sara.
Ainda não posso chama-la de mãe. Talvez um dia.
— Posso abraçar você? — diz ela, receosa.
— Sim.
Por um momento, em seus braços, eu tive um vislumbre da minha infância. Volto a ser a mesma garotinha que ela colocava em seus braços, a qual alisava os cabelos enquanto ninava. Seu perfume ainda é o mesmo. Eu não sei quando voltara a confiança ou quando restaurará o elo que foi perdido ao longo dos anos. Contudo, eu estou disposta a tentar. De todo coração.
— Seu noivo deseja entrar — diz ela, ao me soltar, com certa relutância — Ele parece bem
preocupado com você. Vejo que a ama muito — ela sorri — Estarei lá fora.
Ela beija meus cabelos, como se me abençoasse. Eu sinto uma pequena chama trepidando em meu coração.
Volto para o divã pois as minhas pernas já não são capazes de me sustentar sozinhas. Abraço
meus joelhos e apoio a cabeça, absorvendo tudo o que havia acontecido nos últimos minutos. O clique na porta chama minha atenção, mas permaneço imóvel.
— Desculpe, amor — ele diz, erguendo meu rosto e seguida me abraçando com força — Sinto
muito. Nunca quis magoar você. Eu...
— Não fez isso — silencio-o, selando seus lábios com o dedo — Passei tanto tempo desejando
algo que achei impossível, e o que eu realmente amo e preciso, está bem aqui, diante de meus olhos.
Joseph havia preenchido todas as lacunas vazias do meu coração. Já não me importa o passado, desde que meu futuro seja ao lado dele. Não importa a família que eu não tive. O que importa é a família que construiremos, juntos.
— Não sei se um dia eu vou conseguir olhá-la como minha mãe — digo, sorrindo um pouco — Mas daqui há alguns anos, quando eu olhar para nosso álbum de fotos eu saberei que ela esteve aqui, hoje. Não há mais um buraco a preencher. A ferida está criando casca, e quem sabe um dia, haja apenas um vislumbre de uma cicatriz.
— Tem o coração mais generoso que eu já vi — diz ele, com a voz enrouquecida — Se pode
perdoá-la, eu também posso. Por você.
Ele inclina-se para beijar minha testa. O gesto reverente trouxe novas lágrimas aos meus olhos, mas essas são de felicidade.

***

Respirar, caminhar. Respirar, caminhar. Esse é o meu mantra. Com um suspiro eu olho através da janela da limusine. Na rua, do outro lado da catedral St. Patrick, o trafego continua intenso, como sempre. Eu olho para igreja, uma das mais lindas e disputadas da cidade. Como Joseph havia conseguido uma vaga ali em tão pouco tempo, eu não sei. Na verdade, eu sei sim, ser rico e influente tem suas vantagens e essa é a melhor delas. De todas as igrejas que visitamos, essa foi a que mais me encantou, por sua magnitude e imponência, sem contar a beleza gótica. Possuí duas torres que erguem-se a 100m de altura. O interior tem altares, dos dois lados, com vitrais magníficos, dedicados a santos e figuras sagradas.
Assim que desço do carro, Vivian, a organizadora, ajuda-me com o vestido e repassa todos os detalhes.
— Espere dez minutos — ela parece mais afobada do que eu — Vou ver como as coisas estão lá dentro.
Olho para meu vestido, ele é justo do busto até os joelhos, onde abre-se como calda de sereia, todo trabalhado em rendas e botões de pérolas. As mangas até o pulso, são transparentes, com detalhes em rendas. Um profundo decote em V dá um toque sensual. É o vestido perfeito, apaixone- me por ele à primeira vista. Provocativo sem ser vulgar. Com certeza deixará Joseph alucinado.
— Tem certeza que quer entrar sozinha? — pergunta Vivian, embora tente disfarçar, eu noto seu olhar piedoso — Algum dos convidados poderia...
— Não! — digo, categórica — Vou sozinha.
Havia estado sozinha por muito tempo. E é como se eu tivesse quebrando um rito. A solidão. É a última vez que vou caminhar sozinha em minha vida e vou enfrentar isso com coragem. Minha felicidade me espera há alguns passos.
— Os padrinhos já estão posicionados lá dentro — ela segue nas orientações — Assim que a
música começar a porta será aberta e você entra.
Seguro o buquê com força.
Continuo o meu mantra para manter a calma.
— Demi? — sobressalto-me com a voz masculina atrás de mim.
— Kevin? — encaro-o, abismada — O que está fazendo aqui?
Depois do desastroso jantar ele havia deixado bem claro em qual lado ele estava. Nem mesmo o contrato pré nupcial que Adam havia feito havia derrubado sua arrogância.
— Você não vai atrapalhar o meu casamento! — alerto-o, com determinação — Sua mãe enviou você?
— Calma garota...
— Eu vou entrar nessa igreja, Kevin! — vocifero, agora muito irritada. Como ele ousa! — Amo o Joseph e nada e ninguém vai me impedir de ficar com ele. Aceite isso!
Ele dá um passo em minha direção. E eu recuou. Não por medo dele, mas sim, pelo o que eu
poderia fazer, guiada pela ira.
— Não vim atrapalhar o seu casamento — murmura ele — Quando você assinou aquele contrato nupcial, percebi que estava julgando-a erroneamente. Pode parecer que não, mas eu amo aquele garoto. Só estive tentando protegê-lo.
— De mim? — pergunto, incrédula.
— De uma aproveitadora — ele pigarreia, desconcertado — Desculpe-me. Como disse, eu
estava errado.
Perdoando ou não as atitudes dele, a partir de hoje ele fará parte de minha família, então é melhor virar a página. Joseph ama-o, e não posso ficar entre eles.
— Está perdoado — digo, calmamente, parece que hoje é o dia de perdoar todo mundo — Fico feliz que tenha vindo. Acho melhor entrar logo ou perderá a cerimônia.
Kevin passa a mão no cabelo e me encara seriamente.
— Vou conduzi-la até o altar — ele coloca-se ao meu lado, inclinando o braço em minha direção — Me permite?
As palavras dele me chocam. Nem em um milhão de anos eu esperaria algo como isso. A música começa a tocar e eu continuo estática encarando-o.
— Por favor — sussurra ele.
Bem, isso é surpreendente. Eu poderia entrar sozinha. Realmente não me importa. Mas se vamos começar um novo relacionamento. Por que não?
— Obrigada — volto a me recompor, encaixando o braço no dele — É bom ter alguém para me segurar, eu confesso. Não achei que eu ficaria tão nervosa.
— Respire fundo — ele sorri — Você não vai desmaiar não é?
— Embora eu sinta que possa — murmuro — Isso não faz meu estilo.
— Você é durona — ele brinca.
— É, eu sou — encaro-a seriamente, antes de sorrir — Lembre-se disso.
Ele bate continência e guia-me em direção a porta. Ele tem senso de humor. Bom, talvez não seja tão insuportável quanto aparenta.
As gigantescas portas duplas são abertas. Por dentro a igreja foi decorada com lírios brancos, detalhes em prata e amarelo claro, velas artesanais estavam por todo o caminho e um longo tapete branco estendia-se da entrada ao altar.
Respire fundo, digo a mim mesma. O violino toca. Eu começo a navegar pela nave da igreja,
seguindo o compasso. Um dois, um dois. Nós entramos, os convidados se levantam. É a última coisa que me lembro antes de focar meus olhos no homem lindo parado em frente ao altar.

***

Eu vejo-o. Respiro fundo.
Azul sempre foi a minha cor preferida? A partir de hoje. Sim. Sabe quando você lê nos livros que todas as outras pessoas em volta desaparecem, magicamente? Que não há mais ninguém no mundo a não ser você e a pessoa amada? Isso realmente acontece. Impressionante.
Quando alcançamos o altar Kevin entrega-me ao homem da minha vida. Meu amor. Joseph dá um beijo em minha testa como havia feito mais cedo. Eu tenho um vislumbre das pessoas na igreja, enquanto caminho pela nave, mas meus olhos estão focados nele. O sorriso orgulhoso e seu olhar apaixonado em direção a mim, expulsou todo o nervosismo de alguns minutos.
O padre conduz a cerimonia com palavras emocionantes. Ressaltando laços especiais de amizade, amor e afeto. Essa é uma união não só de corpos, mas também de alma e coração.
Assim que ele termina o sermão, Amanda aproxima-se de nós com as alianças. Ela está linda e confiante.
Joseph pega a aliança e começa a deslizar pelo meu dedo enquanto faz seus votos:
— Demi, com esta aliança eu recebo-a como minha mulher, amiga, confidente. Eu prometo amá-la e protegê-la todos os dias das nossas vidas. Nós somos perfeitos juntos — diz ele, com a voz rouca e emocionada — Tudo o que há em mim, ama tudo o que há em você. Viver para mim tem um nome: Demi. Suas imperfeições é o que a tornam perfeita pra mim. Amo você hoje e vou amar para sempre. Porque é esse amor que faz meu coração bater todos os dias.
— Joseph..com esta aliança eu recebo-o como marido, prometo amá-lo, respeitá-lo e fazer de
todos os seus dias felizes — respiro fundo e tento manter a calma, meus lábios tremem e meu coração dispara, eu nunca fui tão verdadeira em minha vida, tão honesta — Por que ninguém mais me faz sentir o que você faz. Você é minha vida, alma e minha razão de viver. Meu amor, meu coração. Hoje, amanhã e enquanto vivermos.
Após as trocas da aliança o padre pede que fiquemos de joelhos e que todos estendam suas mãos em direção ao altar, para uma oração, pedindo a bênção de Deus sobre nós dois.
— Com a autoridade conferida a mim e com as bênçãos da igreja, eu vos declaro marido e mulher — concluí o padre, após a oração — Pode beijar a noiva.
Ele me beija e o mundo sai de órbita. Voltamos a ser nós dois, perdidos no tempo e espaço. Eu sou do meu amado e ele é meu.

***

Desde o momento que saímos da igreja até o caminho até o salão de festas, vejo-me emaranhada por seus braços, pernas e praticamente estou sendo afogada por beijos de tirar o fôlego.
— Joseph — tento desvencilhar-me dos braços dele, confesso que sem muita vontade — Nós já chegamos.
— Hum, hum — ele ronrona em meu pescoço. A língua deslizando por meu pescoço em um beijo sensual, fazendo-me tremer — Vamos pular a festa?
Se eu fosse atender a vontade de meu corpo, especificamente, uma parte bem peculiar do meu corpo, seguiríamos dali diretamente para lua de mel. Mas a garotinha romântica dentro de mim exige, festa, dança, momentos especiais com nossos amigos, fotos e tudo o que temos direto, e que eu passei anos sonhando. Eu tenho o castelo, o príncipe e agora desejo o baile. E sem perder o sapatinho de cristal.
— Não — remexo em seu colo, afastando minha boca da dele — Pare....
— A culpa é todo sua — ele sorri, malicioso. O sorriso arrebatador que eu amo tanto — Esse
vestido é.... — Joseph me atrai ainda mais para seus braços. O nariz desliza meu pescoço até a curva dos meus seios, inalando meu perfume — Tentador, sexy, um verdadeiro tormento. Eu quero o que está aqui em baixo.
Uma mão apodera-se de meu seio, de forma possessiva, enquanto a outra tenta tocar minha parte íntima, sob o vestido. Um suspiro irritado escapa de seus lábios, após a tentativa frustrada, o vestido é muito justo.
—Merda de vestido! — ele esbraveja, traçando com a língua a parte exposta do meu seio
esquerdo.
Eu mordo os lábios e saboreio por alguns segundos a sensação da língua árida sob minha pele.
— Controle-se — empurro-o, jogando-me no outro lado do banco, fugindo de suas mãos e lábios tentadores. Deus! Como é difícil resistir a isso — Prometo que eu vou recompensá-lo depois.
Ele se estica como uma pantera. Passeia o polegar em seus lábios, os olhos fixos em mim,
predadores.
— Eu vou cobrar isso Sra. Jonas — Joseph pisca, antes de abrir a porta — Tenha certeza. Eu
vou.
Após entrarmos, pararmos para algumas fotos eu observo que algumas pessoas já haviam
chegado. Demoramos mais do que eu esperava dentro do carro. O salão fica apenas há alguns minutos da catedral onde havia sido realizado a cerimonia. Não queríamos arriscar que alguém ficasse preso no trânsito por muito tempo. Então, acho que praticamente quase todo mundo já está aqui.
— Espero que todos os homens lá dentro gostem de marrom — diz ele, atraindo-me ainda mais para o seu corpo.
— O que quer dizer? — sorrio, fingindo inocência.
— Seus olhos —murmura ele, contrariado — É a única parte de você que eles terão permissão para admirar, hoje.
— Ciumento — escorrego as mãos pelo fraque grafite que ele está usando — Eu sou toda sua.
— É... — um beijo, depois outro e outro — Agora eu até tenho um documento que comprava isso. Legalmente minha.
— Deixem isso para depois — Vivian aparece em nossa frente, como um sargento — Comecem a cumprimentar os convidados e depois vocês pousarão para outras fotos.
Joseph revira os olhos e faz uma careta para ela, que o ignora. Eu tento não rir, mas é
praticamente impossível. Tiramos mais fotos que ele gostaria e menos do que eu quis. Após nosso discurso de agradecimento, o microfone foi passando de padrinho a padrinho. Os mais emocionantes foram os de Paul, Jenny e Neil. Acho que pelo fato de serem meus amigos mais próximos ou porque tenho um imenso carinho por eles. São como irmão para mim. Começamos o baile com a dança dos noivos.
— Como você conseguiu reservar aquela igreja? — pergunto, curiosa — Em tão pouco tempo?
Ele gira-me pela pista e parece dividido entre dizer ou não.
— Era a que você queria não era? — desconversa.
— Mas Vivian disse que era impossível — encosto a cabeça no peito dele e desfruto da música
— Como você conseguiu?
— Eu comprei a data.
— Como?
— Paguei uma quantia significativa para que um casal trocasse a data conosco, para daqui a um ano.
— Serio? — murmuro, pesarosa — Isso é horrível.
Alguém havia desistido do próprio sonho para que eu realizasse o meu. Eu me sinto meio culpada.
Talvez eles precisassem muito do dinheiro para fazer algo como isso. Eu jamais abriria mão, por nenhum dinheiro no mundo.
— Não sinta-se culpada, feiticeira — Joseph para na pista, afasta-se um pouco e ergue meu
queixo, obrigando-me a encará-lo. Caramba, ele é capaz de ler minha mente, ou talvez eu seja muito transparente — Acho que fiz um favor a eles dois, pareciam bem felizes em adiar a data. Inclusive não reagendaram, verifiquei isso. Com certeza devem estar desfrutando do dinheiro com outras pessoas.
Isso que é desfazer um casamento na porta da igreja. Eu estaria desolada. Bem quando não é para ser não é.
A música termina e inicia outra. Um jazz romântico. Em seus braços, sinto-me languida.
Embriagada de amor e sedução.
— Será que eu posso?
Paul nos encara com um sorriso enorme. Joseph me entrega a ele, apesar de vacilante. Eles ainda não os melhores amigos. Mas já não há aquele olhar gladiador entre eles, como se fossem inimigos declarados.
— Sra. Jonas? — Paul conduz-me pela pista, com um olhar provocativo — Quem diria que a
senhora esquentadinha e eu jamais me casarei, chegaria até aqui?
— Era uma camuflagem — respondo a provocação com um meio sorriso — Noventa e noves por cento das mulheres fazem isso. Dizem que não, mas no fundo. Queremos ser resgatadas da torre.
— Mesmo o príncipe sendo um ogro?
— Paul! — dou uma batida em seu ombro.
— Ele a fez sofrer — diz ele, com birra.
— Não! — sorrio — Ele me faz feliz.
— Estou brincando, na verdade, eu estou muito feliz por você, Demi — murmura ele — Eu
sempre soube que um dia encontraria a pessoa que a faria feliz. De todas as pessoas presente aqui, você é a que mais merece isso.
— Ah, Paul... — um nó em minha garganta impede-me de continuar.
Nos conhecemos um pouco mais de dois anos, logo que me mudei para cidade. Tornarmos amigos foi como misturar café com leite. Ele é mais íntimo de mim e me conhece melhor do que minha própria mãe. Você pode conhecer uma pessoa a vida toda e ela ser um estranho, enquanto outras parecem ser irmãs de almas. Apesar das constantes viagens que ele faz em seus torneios de luta, nós sempre estivemos conectados de alguma forma.
— Aquele cara tem muita sorte — Paul aponta com a cabeça na direção de Joseph. Ele dança
com a irmã e parecem bem animados em uma conversa. Foi uma grande surpresa encontrar a irmã de Joseph na igreja. Aliás, o dia inteiro tem sido uma grande surpresa. A única coisa que não me surpreendeu foi Diana não ter comparecido. Quem se importa. Ela havia escolhido a amargura e solidão. Um dia sua decisão pesaria muito.
— Lembre-o disso constantemente — Paul continua — Ou eu mesmo o farei.
— Eu que tenho sorte — murmuro. De onde está, Joseph nos observa e dá uma piscadela para mim — Eu tenho muita sorte.

***

Chegamos ao hotel onde passaremos a noite. No dia seguinte, partiríamos para Itália em lua de mel. Além de conhecer o país que é lindo, ficaremos um tempo para tentar estreitar os laços com minha mãe e minha nova família.
— A tradição diz carregar a noiva da porta do quarto para dentro e não pelo hotel inteiro — eu brinco — Não atreva-se a desmaiar de exaustão. Tenho muitos planos para essa noite.
— Carregá-la foi apenas uma desculpa para tê-la em meus braços o tempo todo, sem ter que
receber olhares recriminatórios — ele entrega-me a chave da suíte para que eu abra a porta — E é em meus braços que pretendo mantê-la durante a noite.
Chegamos ao quarto, e como todo hotel, ele é lindo. A cama toda branca com pétalas de rosas vermelhas, formando um coração. Há uma garrafa de champanhe em uma mesinha redonda do outro lado da cama.
Assim que Joseph me coloca no chão, ele vira-me de costas para ele. A cada botão do vestido
que ele abre eu sinto um beijo em minha pele. Pequenas descargas elétricas espalham-se pelo meu corpo. Assim que o vestido toca meus pés ele volta a segurar-me em seu colo.
— Agora Sra. Jonas — Joseph joga-me na cama, apenas de calcinha e salto alto. Eu solto um
gritinho entre alegre e surpresa — Quero minha promessa.
Estou praticamente babando ao observar seu corpo musculoso, enquanto ele desfaz-se de suas roupas.
— Antes um pequeno brinde — diz ele, completamente nu, torturando-me com seu corpo perfeito.
Ele caminha até a mesinha para estourar a champanhe. Regozijo-me com a visão de seu traseiro sexy, redondo, perfeito. O enorme tigre em suas costas parece querer devorar-me a qualquer momento. Eu estou ardendo, tanto quanto o fogo tatuado nas costas dele.
— Um brinde — ele volta, e vira a garrafa no vale entre meus seios. O liquido gelado me faz
sobressaltar — A mulher mais sexy... — ele lambe onde o champanhe escorrega, eu gemo —
gostosa... — novamente — e quente que eu conheço.
— Você vai molhar a cama toda — murmuro, deliciada.
— Quem se importa? — desliza as mãos pelo meu corpo, sinto-me tonta. Em um movimento
rápido, ele rasga minha calcinha, derrama o champanhe em minha vagina.
— Eu me importo — ronrono, tentando soar coerente. Merda é difícil, esse homem sabe mesmo como me enlouquecer — Não vou dormir em uma cama molhada.
A língua para a maravilha que estava fazendo. Eu e minha maldita boca grande.
— Quem disse que vamos dormir? — ele me lança um olhar abrasador. Cheio de promessas.
E sem aviso, me dá uma lambida profunda. Levanto os quadris oferecendo-me mais a ele. Seus lábios e língua fazem loucuras em mim. Posso gozar apenas com sua boca. Sim. Oh. Eu posso!
Será que minha pele havia absorvido todo o álcool ou é ele que me deixa embriagada assim?
Cheio de amor ele me possui. Como sempre, estou pronta para recebê-lo. Meu corpo explode, como fogos de artificio. Meu interior abrindo-se para ele, como uma flor de lótus. A cada estocada ele me leva as alturas. Eu sinto seu pênis em cada terminação nervosa de minha vagina. Suas mãos acariciam minhas coxas e prendem minhas pernas em minha cintura.
— Jamais vou me cansar disso — ele geme em meu ouvido ao penetrar-me mais duramente — Nunca.
Ah... — reviro os olhos. O prazer parece querer rasgar minha pele.
Demi! — ele aumenta a velocidade.
— Joseph... — soluço seu nome, em meio as ondas de prazer.
Beijos e mãos exigentes percorrendo meu rosto, pescoço, garganta e seios. Êxtase, agonia, prazer, leva-nos ao clímax. Com um soluço surdo, entrego mais do que o meu corpo, entrego a minha alma. Gozamos juntos, essa é maior demonstração de amor que nossos corpos oferecem um ao outro. Estamos deitados no chão, com várias cobertas como colchão, já que a cama está arruinada pelo champanhe.
— Posso pedir uma coisa? — Joseph esparrama o corpo sobre o meu, me prendendo entre ele e o chão, mas usando os cotovelos como apoio, evitando esmagar-me com seu peso.
— Se não for o divórcio? — brinco, e agarro seus cabelos, mordiscando seus lábios — Eu farei
qualquer coisa que me pedir.
— Me dê um filho, Demi — sussurra ele, os olhos fixam-se em meu ventre — Faça-me um homem completo.
Esse é um pedido tão simples. Não há nada que eu queira no mundo mais do que isso. Uma parte de nós dois em meus braços. A vida não poderia ser mais perfeita. Um pequeno Joseph derretendo meu coração com um sorriso tão encantador como o pai.
— Por você eu faço tudo — murmuro, baixinho — Eu amo você.
— Não mais do eu que feiticeira — murmura ele, antes de tomar meus lábios — Não mais do que eu.
Não sei se ele tem razão e qual de nós dois ama mais o outro. O correto é admitir que amamos com a mesma intensidade. Eu faria tudo por ele, mas, Joseph já havia feito tudo por mim. Eu perdi o medo da chuva. Dei-me outra oportunidade com relação à minha mãe. Ele ainda fez com que eu voltasse a acreditar no amor. E, para mim, o tipo de amor descrito por Sthendal: "o amor é uma flor delicada, mas, é preciso ter a coragem de ir colhê-la à beira de um precipício". 
E como tal, ele me colheu e amou como a mais preciosa rosa do seu jardim.

Jenny está grávida de gêmeos aw <3
Demi e a mãe se ''acertaram'', vocês viram um pouco do passado da Sara.
Kevin levou a Demi no altar, que bom que eles se acertaram.
esse casamento? que lindo, Jemi é maravilhoso.
que bom que a irmã do Joseph foi ao casamento.
e o Joseph pedindo um filho para a Demi? tem como não amar esse casal?
espero que tenham gostado e comentem o que acharam.
o próximo capítulo é o último e depois o epílogo :(
volto em breve, bjs amores <3
respostas do capítulo anterior aqui