Fora da minha vida
Pode até ser as preocupações com o casamento, que a deixam estressada assim, como ela mesma diz, sempre que a questiono. Espero que seja mesmo isso, e que minha família, não tenha nada a ver com isso.
Escrevo um bilhete rápido e coloco ao lado do seu chocolate preferido. O celular em cima da
mesa vibra, quando estava prestes a pegar a bandeja e levá-la para cima. O número na tela me deixa bastante intrigado.
— Mãe? — pergunto.
— Bom dia, Joseph — murmura ela.
Há semanas que eu não a vejo ou falo com ela. É uma surpresa que tenha entrado em contato comigo, depois da nossa última conversa. Minha mãe é muito orgulhosa, jamais daria o primeiro passo a não ser que algo tivesse acontecido.
— Kevin está bem? — pergunto, apreensivo.
— Até que onde eu sei, sim — diz ela.
Olho o dia chuvoso através da janela, o chuvisco manchando o vidro com pequenas gotículas. Se eu fosse comparar minha mãe a alguma coisa, seria como um dia como esse. Cinza, nublado e frio.
Mas até mesmo dias como esses, recebiam raios de sol de vez em quando. Pergunto quando ela se livrará dessa couraça que construiu ao redor dela. Quando dará a si mesma, a oportunidade de amar e ser amada.
— Eu vou dar um jantar em casa e eu quero que compareça — acrescenta ela — Traga sua noiva.
— Demi?
— A não ser que tenha mudado novamente — murmura ela, num tom que dava a entender a
estupidez da minha pergunta.
— O que pretende, mamãe? — enrijeço, desconfiado.
— Acertar as coisas — ela funga, contrariada.
— Está me dizendo que mudou de ideia? — digo, com certa relutância — Vai aceitar o meu
casamento?
— Eu tenho outra alternativa? — resmunga.
Não, ela não tem. Eu havia sido claro com ela em relação a Demi, ela está na minha vida de forma permanente. Nada do que minha mãe fizer ou disser, mudará isso. Eu havia encontrado minha alma.
Sinto-me completo agora e feliz como nuca estive.
— Bem, vou ver o que Demi acha...
—Agora precisa da permissão dela, para visitar sua mãe doente? — interrompe-me ela.
— Não se faça de vítima, mamãe — repreendo-a — E a sua saúde vai muito bem.
Eu já havia caído em sua chantagem uma vez. Está muito enganada se pensa que poderá usar essa artimanha novamente.
— Bem, espero vocês amanhã à noite — ela encerra a ligação antes que possa dizer alguma coisa.
Apoio-me na mesa, meditando sobre esse convite inesperado.
— Quem era? — pergunta Demi.
Está escorada contra parede, perto da porta. Linda como sempre. Os cabelos longos, caindo
cacheados e desalinhados em volta do rosto. Minha camiseta preta favorita, fazendo com que pareça extremamente sedutora. A gola caindo de lado, deixando uma parte do ombro esquerdo a mostra. A barra pouco cobre as pernas torneadas. O olhar gaseado, de quem acabou de acordar. O conjunto da obra é terrivelmente sexy para mim.
— Minha mãe — murmuro, aproximando-me dela — Ela nos convidou para jantar amanhã à noite.
Abraço-a, pois meus dedos estão formigando para isso. Apodero-me de seus lábios ao mesmo tempo que faço uma carícia leve em sua bunda, pressionando seus quadris nos meus.
— O que? — ela geme, tentando desenroscar-se dos meus braços — Isso é sério?
— Se não quiser, não precisamos ir — beijo-lhe o pescoço, inebriando-me com perfume
adocicado. É o suficiente para me deixar excitado. Apenas olhar para ela me deixa excitado.
— Joseph — ela se afasta, indo para o outro lado da mesa — Acha que Diana está tentando se
aproximar? Acho que depois de...
— Depois do que? — pergunto rodeando a mesa, como gato a caça do rato. Está tão
compenetrada em seus pensamentos que só nota minha presença quando a coloco sentada em cima da mesa.
— Eu quero — diz ela, após um gritinho de surpresa — Acho que ela entendeu que nos amamos... que eu amo você. Se ela quer tentar, por que não?
— Isso a faz feliz? — pergunto, preocupado.
— Vê-lo feliz é o que me faz feliz — murmura ela. Eu consigo ver a esperança brilhando em seus olhos. Deus, que minha mãe não a magoe. Não sei o que seria capaz se isso acontecesse.
— Está bem — volto a beijá-la com doçura, seguro seu rosto com ambas as mãos — Vamos
enfrentar a fera. Aconteça o que acontecer, sempre estarei ao seu lado. Sempre.
Dessa vez, é ela que me beija. Um longo e profundo beijo. Minhas mãos seguem tocando-a por todo corpo, até pousar nas coxas macias. Num movimento desesperado agarro a barra da camisa, levantando-a lentamente, meus dedos tocando suavemente a pele alva.
Jogo-a em uma cadeira e paro um momento para observá-la. Os seios empinados em minha
direção, como se suplicassem por serem tocados. Sentindo meu corpo ferver, passo a beijá-los.
Enquanto me farto de um seio com minha boca, acaricio o outro apertando o bico, fazendo-a arquear o tronco em oferta. Suas mãos agarram meus cabelos e passo a beijar o seio com sofreguidão, arrancando gemidos alucinados dos lábios dela.
— Ah... — suspira Demi, tocando meus ombros nus.
Felicito-me por usar apenas a calça moletom, a qual me desfiz com um gesto rápido. Meu pau rijo toca-lhe o ventre e esfrego-me contra ela. Nessa doce fricção que faz-me arder de prazer.
— Feiticeira... — gemo ao apoderar da cavidade úmida e lisa que dá para entrada de sua vagina, aprofundando o dedo dentro dela, lubrificando, excitando, umedecendo-a para que me receba como quero.
— Querido... — soluça Demi, movendo os quadris, completamente entregue — Por favor.
Apodero-me de sua boca e beijo-a como se quisesse devorá-la. Minha necessidade aumentando.
Afasto a bandeja para o lado e deito-a sobre a mesa, enroscando suas pernas em volta do meu quadril. Quando penso que estou ao ponto de enlouquecer arremeto dentro dela, com força. Demi contrai-se e morde o lábio, em puro êxtase.
Começo a mover-me guiado pelo delírio de estar dentro dela, preenchendo-a profundamente.
Afasto-me abruptamente e volto a penetrá-la com mais força. O compasso dos meus movimentos aumentando, cada vez mais rápidos, enquanto nossos corpos se ajustam sincronizados.
Noto-a explodir, o corpo convulsionando. Então permito-me entregar-me aos espasmos de prazer e gozo, meu jato quente, jorrando dentro dela. Como se eu quisesse esvaziar minha alma dentro dela.
Desabo sobre o corpo delicado, ainda dominado pelo arrebatamento e tremor de satisfação.
Alguns instantes depois, ergo-me para não sufocá-la com meu peso. Puxo-a para um abraço apertado, fazendo sua cabeça descansar em meu peito. Deslizo os dedos em seus cabelos, enrolando-os em uma carícia suave, enquanto nossas respirações começam a desacelerar.
— Isso é para mim? — suspira ela, indicando a bandeja, há muito tempo esquecida.
— É, eu ia entregá-la na cama — brinco com sua orelha — O que a tirou da cama?
— Ela estava vazia demais, senti sua falta — ela se aconchega mais a mim — Meus pés estavam ficando gelados.
Solto uma gargalhada antes de depositar um beijo em sua testa.
— É a primeira vez que me comparam a uma meia — belisco suas bochechas — Mas valeu a
pena.
Afasto-me um pouco e volto a vestir-lhe com a camisa.
— Tome seu café — murmuro, ao acomodá-la em uma das cadeiras.
— Você já tomou o seu? — pergunta ela, com a voz manhosa.
— Sim. Vou tomar uma ducha antes de ir para o trabalho, talvez dê tempo de comer novamente — pisco olho e sorrio das palavras dúbias — Estou louco para comer novamente.
— Está? — geme ela, lançando-me um olhar endiabrado.
— Sempre!
***
imprevisto que nos fez desviar do planejado. Passamos a última hora na casa de Jenny. Anne
envenenou Amanda contra Jenny. Isso havia deixado Neil furioso e, ele acabou indo atrás dela para acertar as contas.
— Está pronta? — sinto-a muito nervosa — Podemos ir embora se quiser. Depois da última
hora...
Eu sei que o que ela mais quer é que minha mãe a aceite e que nós voltemos a ser uma família de verdade. Como se algum dia tivéssemos sido isso. Acho que essa noite está sendo mais importante para ela do que para mim.
— Estou bem, querido — diz ela, num fio de voz — Tudo ficou bem entre Jenny e Neil, então,
vamos em frente.
Saio do carro e contorno-o para abrir a porta para ela. Ao segurar suas mãos, vejo o quanto estão frias. Entrego as chaves ao segurança de plantão e caminhamos pela trilha de pedras que leva a imensa mansão.
— Ei... — toco-lhe o queixo — Vai ficar tudo bem. Estou ao seu lado, lembra?
Demi balança a cabeça e sorri, com coragem. Está magnifica em um vestido tomara que caia, cor de pêssego. Os cabelos presos de lado, caindo em cachos pelos ombros e, os lábios tentadores em um batom vermelho sangue.
— Está linda — toco seus lábios de leve — Não se afaste de mim.
— Joseph... — ela protesta, assim que alcançamos a porta.
— É sério — prossigo — Alguns velhotes amigos de minha mãe, são bem saidinhos. Não quero você perto deles por muito tempo.
Em resposta, recebo um revirar de olhos acompanhado de um sorriso. Retribuo, feliz de que eu tenha alcançado o meu objetivo.
— Oi, querido — uma senhora, meticulosamente uniformizada atende a porta.
Abby trabalha como governanta na casa desde que era pequeno. Foram inúmeras vezes que chorei em seu colo quando me machucava ou quando queria me esconder das broncas de meus pais por causa de alguma travessura. Foi o mais perto que tive de afeto materno. Minha mãe esteve sempre ocupada com sua vida social para dar muita atenção aos filhos.
— Olá, Abby, essa é minha noiva, Demi Lovato — beijo-lhe o rosto com carinho — Demi, essa é Abby. Ela é como uma mãe para mim.
— Não diga tolices, seu bobo — diz ela, com as bochechas coradas, enquanto estende a mão em direção a Demi— Prazer Srta. Lovato.
— Prazer o meu — murmura Demi, ignorando a mão esticada para dar-lhe um caloroso abraço — Pode me chamar de Demi.
O gesto me toca. Sophie nunca teve um olhar para Abby que não fosse de superioridade. Mesmo sabendo o quanto a senhora havia sido importante em minha vida.
— Mas entrem — diz Abby, encabulada — Sua mãe está na sala.
— Deve estar intragável, devido ao nosso atraso — murmuro.
— Pergunta por você e sua noiva, a cada dez minutos — diz Abby.
Seguimos pelo longo corredor que leva a sala de visitas. Minha mãe se aproxima, atravessamos a porta.
— Aí estão vocês — retruca ela — Espero que tenha uma desculpa convincente, Joseph. Não
pensei que ia perder os bons modos tão rapidamente. Não é de bom tom deixar as pessoas esperando.
— Houve um imprevisto de última hora — Demi se justifica — A culpa foi minha.
— Eu não duvido — ela sussurra.
— Mamãe... — começo, em sinal de alerta.
— Não se preocupe querida — Diana, assentiu, com um meio sorriso — Vamos, quero apresentá-la para algumas pessoas, antes do jantar.
Ela passa os braços em volta de Demi e arrasta-a para um grupo de senhoras do outro lado da sala. Ao total, somos cinco casais e Kevin. Isso me deixa em estado de alerta. Pensei que seria um jantar íntimo, apenas para a família.
Resta-me fazer companhia a Kevin, em um canto, perto do bar.
— Danielle não está aqui? — pergunto a Kevin. Não vejo-a em parte alguma da sala.
— Alguns se casando e outros... — diz ele, numa voz sem emoção.
Não foi preciso que ele terminasse a frase para que eu compreendesse. Há algum tempo o
casamento deles vem enfrentando crises. A última delas, é que Kevin havia descoberto ser estéril.
— Sinto muito, Kevin — sussurro.
Volto a observar Demi, a distância. Desejo muito ter filhos com ela, mas se isso não for possível, poderíamos adotar quantas crianças ela desejasse. Até havíamos conversado sobre isso, em adotar alguma, mesmo tendo nossos próprios filhos. Porém, como o problema de Kevin não é genético, mas foi causado por uma doença que teve quando criança, essa ameaça não pesa sobre minha cabeça.
Demi nota meu olhar sobre ela e sorri, parece estar se divertindo. Apesar da expressão fechada, minha mãe parece estar sendo gentil com ela. Então, vou relaxando aos poucos. Quem sabe o problema de Kevin tenha aberto os olhos de minha mãe? Meus filhos serão os únicos netos que ela poderá ter.
***
Algumas vezes, vislumbrei alguns olhares compenetrados e indecifráveis de minha mãe em direção a ela. Sempre que isso acontecia um fio gelado passava por minha espinha, me incomodando.
Acaricio a mão de Demi por debaixo da mesa. Ela diz alguma coisa à senhora ao lado dela a
mesa e me sorri, como tem feito durante a noite.
— Meus queridos, gostaria de convidá-los para irmos até a outra sala — a voz de minha mãe
ecoa, chamando a atenção de todos — Tenho um comunicado a fazer.
Demi e eu somos os últimos a deixar a mesa. Puxo-a para um canto mais escuro do corredor, atrás de um enorme vaso de planta. Apodero-me de seus lábios macios, algo que quis fazer durante toda a noite.
— Acha que vai falar do nosso casamento? — murmura ela, os lábios ainda colados aos meus.
— Talvez — sussurro, acariciando seus ombros nus, minhas mãos deslizam pelas suas costas, até pousa na bunda empinada e macia, agarro as nádegas e puxo-a para mais perto de mim.
— Pare, Joseph — ela geme, ao sentir meu pau cutucando sua virilha — Comporte-se.
— Ouviremos o que ela tem a dizer — pressiono-a contra a parede, enroscando uma de suas
pernas em minha cintura, enquanto me esfrego contra ela — E vamos embora.
Esfrego o nariz contra seu pescoço, enquanto ela agarra meus cabelos.
— Pare — ela se afasta, ajeitando as roupas, a respiração acelerada — Seu tarado.
Inspiro fundo, e procuro controlar minha respiração desenfreada.
— Ou talvez você queira conhecer meu antigo quarto? — digo, malicioso, dando alguns passos em direção a ela, como um felino.
Demi respira fundo também.
— E irritar sua mãe — diz ela, fazendo bico — Agora que caminhamos para um entendimento.
Guarde esse taco para o próximo jogo campeão.
Ela ri e limpa meus lábios sujos de batom.
— Vamos, antes que nos procurem — estende as mãos para mim e eu a guio pela casa.
Essa casa sempre foi gigantesca para mim. Quando criança até gostava. Constantemente fingia ser uma fortaleza com calabouços e tudo. Na adolescência usava-a para impressionar as garotas. Depois pareceu-me exatamente o que é, uma mansão fria e solitária.
Assim que nos reunimos as outras pessoas, noto que todos já estão em seus lugares, espalhados no imenso sofá branco. Os tons de mogno predominam no ambiente. Assim que nos sentamos minha mãe aperta um botão no controle remoto em sua mão e uma imensa tela ergue-se da parede revelando a TV que ocupa metade dela.
— Queridos, como sabem, estou sempre envolvida em projetos sociais — diz minha mãe, com a voz aveludada — Temos tanto, e devemos retribuir a vida de alguma forma. É nosso dever ajudar os menos afortunados na vida. Pessoas que não tiverem a sorte de serem tão bem nascidas como nós.
A filosofia seria bonita, se eu não soubesse que por trás disso tudo, não houvesse apenas jogos de aparências. Contudo, o que importa não é a sua sinceridade, mas sim as pessoas que podem ser ajudadas.
— Esse projeto é muito importante — ela continua, enquanto liga a TV e prepara o vídeo — O
alcoolismo é um dos grandes problemas da nossa sociedade, atingindo jovens e adultos. Por isso, é tão importante para mim, e gostaria de contar com vocês nessa luta.
O vídeo começa com um médico falando sobre os malefícios do álcool, as estáticas que são
alarmantes e todas as consequências caóticas que esse vício acarreta. Embora a intenção de minha mãe seja louvável, não entendo por que levantar o assunto essa noite.
A cena muda para um bar. Um homem berra, alcoolizado.
— Eu não tenho família — vocifera ele — As desgraçadas da minha ex esposa e filha sumiram no mundo. Mas eu vou reencontrá-las e verão o que farei.
A cena é muito decadente. O homem desalinhado e sujo promove uma cena digna de pena.
— Não! — um grito abafado ecoa através das paredes e teto oval.
Dou-me conta que o som angustiado e dolorido vem de Demi ao meu lado. Suas unhas cravam-se em minha pele e, quando olho em seus olhos a dor é tão intensa que posso senti-la.
— Meu pai — sussurra ela, baixinho — É meu pai.
O suspiro carregado de dor atinge-me como uma facada no peito. Olho para minha mãe, ainda atordoado, uma onda de náusea envolve-me, enquanto pouco a pouco o entendimento desce sobre mim. O olhar vitorioso que lança em direção a Demi, coberto de ironia e o sorriso de vitória enche-me de ira.
— Por que está fazendo isso? — Demi pisca em meio as lágrimas escorrendo pelo seu rosto —
Você não sabe de nada. Não sabe quem ele é!
Ela levanta encarando as pessoas ao seu redor. Parece-me um animalzinho acuado, ferido,
perdido. Nunca a vi tão machucada como agora, nem mesmo quando nos separamos a primeira vez. Eu sei o que esse homem significa na vida dela. Todos os pesadelos que teve. E quando havia virado a página amarga de sua vida, minha mãe havia trazido o demônio diretamente das portas do inferno. Se há alguém que eu odeio é esse homem, por todas as lágrimas e cicatrizes que ele havia deixado na alma da Demi.
— Sinto muito — Demi soluça para mim.
As pessoas nos olham entre chocadas e pesarosas. Nem todos ali são tão cruéis como minha mãe.
— Pobre homem, ser abandonado por....
— Chega! — meu grito ecoa na sala, silenciando o burburinho ao nosso redor. Sinto o gosto da bílis queimando minha garganta. Eu juro que iria contra todos os meus princípios e respeito que tenho por ela, poderia ser capas de agredi-la se não calasse a maldita boca — O que pensa que está fazendo?
O silêncio predomina destacando ainda mais a voz ébria que ecoa irritantemente da tela.
— Joseph! — os olhos arregalados de minha mãe parecem saltar de órbita — O que pensa que está fazendo?
Olho para a TV estilhaçada após ser atingida por um vaso que eu nem me dei conta de ter pego e arremessado de encontro ao vidro. Tudo o que eu consegui foram os olhos que eu amo perderem o brilho. A profunda tristeza que vi no rosto de Demi estilhaçou meu coração em milhares de pedaços.
— Por que fez isso? — sibilo, minha voz aparentando exatamente toda a raiva que emana de mim — Toda a vez que você a ataca, está me ferindo. — Cada vez que a magoa... — digo, de maneira sombria — Está magoando a mim.
— Só queria que soubesse onde está se metendo... — diz ela, aos berros, saindo de sua pose
inabalada.
— Cala boca! —grito, furioso — Cala essa maldita boca!
Sua cabeça volta para o chão
Por momento seus olhos encaram o chão, a boca retorcida.
— Vai se arrepender — ela desafia.
— Mamãe chega — Kevin se coloca ao lado dela.
Encaro-o decepcionado, magoado, entristecido.
— Você quis humilhá-la — pronuncio as palavras, de modo lento, meus olhos frios, duros, em direção a eles — A única pessoa humilhada aqui é você. Tenho vergonha de dizer que uma pessoa cruel, mesquinha e amarga como você seja minha mãe.
O laço está sendo rompido, definitivamente, uma ruptura que jamais poderá ser selada novamente. Um dia ela foi a minha mãe, que eu amei, apesar de todas as nossas diferenças, hoje, eu só sinto desprezo. E isso dói. Massacra-me ter que lhe virar as costas, mas não há outra alternativa. Eu jogo o último punhado de terra sobre o caixão e, onde abro uma imensa ferida em meu peito. Ferida a que talvez jamais se cicatrize.
— Acho que todos vocês devem ter entendido quem realmente é digno de pena aqui — fito as
pessoas em volta, surpreso em como minha voz parece calma, quando por dentro há uma avalanche de sentimentos desabando sobre mim, comprimindo meu peito — A grande dama que conhecem não passa de uma mentira. Feriu uma jovem inocente simplesmente por ter sangue azul...
Cuspo as palavras como se fossem fel saindo de minha boca.
— Vangloria-se por suas caridades, mas não ama os próprios filhos — encaro o rosto gelado de minha mãe, um rosto que para mim deixou de ser humano — Amo aquela garota, Diana. Nada mudará isso. Tentei inúmeras vezes que você compartilhasse e fizesse parte de todo esse amor e felicidade. Agora.... Quero-a longe de nossas vidas. Definitivamente. Não tem ideia de tudo que irá perder.
Recomponho-me e percebo que Demi não está mais na sala. Estive tão compenetrado em enfrentar minha mãe que não me dei conta quando saiu.
— Eu juro que se você colocar aquele homem perto dela — sibilo — Eu vou matá-lo. Pense
muito bem sobre isso.
Enquanto encaro seus olhos congelados, uma imensa dor oprime meu peito. Eu posso ouvir meu coração martelando acelerado, zunindo em meus ouvidos. Saio sem pensar em mais nada, a não ser encontrá-la. Olho ao redor da mansão, desesperado. Onde poderia ter ido, sozinha?
— Espere, Joseph! — Charles agarra meu braço.
— Solte-me — exclamei, de raiva e de dor, enquanto tentava passar por ele — Fique longe.
— Eu não tive nada a ver com isso — apela ele — Eu juro. Eu não sabia de nada sobre isso. Tem uma coisa que preciso contar a você. Espero que me perdoe um dia....
Noto a sinceridade em seu rosto. Pode ser que eu me arrependa, mas vejo-a ali.
— Preciso encontrá-la, Kevin — interrompo-o. O que quer ele tenha a dizer não me importa
agora.
— Certo — murmura ele —Vou te ajudar a encontrá-la.
Encontramos o segurança que ronda a casa. Ele disse que a viu indo em direção ao portão. Quis ajudá-la, mas Demi não lhe deu ouvidos.
— Ela caminhou naquela direção.
— Vamos para o meu carro — Kevin sugere — Está mais fácil de sair.
Giro a cabeça em direção a escuridão. Esse não é um bairro perigoso, mas não está imune de
algum maluco ou pervertido.
— Não — maneio a cabeça — Vou seguir a pé na direção que ela foi. Você vai no seu carro.
Disparo em direção a saída, olhando desnorteado em todas as direções. Grito por ela,
enlouquecidamente.
Um ranger de um balanço desperta minha atenção. Apuro os ouvidos e contorno as árvores em volta de um parque infantil. Vou em direção aos balanços. Quase grito de alívio e contentamento, quando a vejo, sentada em um balanço amarelo. Contenho-me para não assustá-la.
Parece uma garotinha, a cabeça encostada nas correntes de ferros, os pés balançando no ar.
— Demi — caminho silenciosamente e jogo-me aos pés dela, minha voz saindo ofegante — Eu sinto muito. Perdoe-me.
Ela olha para mim, muda de surpresa. Parece consternada enquanto acaricia meu rosto com
delicadeza. Por um momento, enquanto estive procurando-a às cegas, cogitei a possibilidade de que pudesse perdê-la. Agora entendo o significado de morrer de amor. Seria esse meu fim, se ela decidisse afastar-me de sua vida.
— Eu entendo se estiver me odiando... — tento dizer, mas as palavras entalam em minha garganta — Saiba que eu a amo e vou amar eternamente. O passado ou até mesmo o presente não importa, quando tudo que almejo é um futuro ao seu lado.
— Aquele homem — começa ela, tentando parecer mais corajosa do que realmente sente.
Eu vejo pelos lábios trêmulos o quanto é difícil.
— Ele não importa — seguro seu rosto, apetando meus lábios contra os dela — Ninguém mais importa. Apenas nós dois.
— Não quero vê-lo — gagueja ela, atirando-se em meus braços — Por favor.
— Ele nunca chegará perto de você — esfrego seus ombros, tentando com que o atrito traga um pouco de calor ao seu corpo frio — Eu prometo.
Embalo-a por alguns segundos, acariciando seus cabelos.
— Quanto a minha mãe...
— Esqueça — Demi coloca um dedo em meus lábios, impedindo-me de continuar — A culpa não é sua. Eu jamais quis ficar entre você em sua família. Sinto muito, eu tentei, mas posso reparar as coisas. Nunca quis estar entre vocês...
— Não escolhemos quem nos dar a vida, mas escolhemos quem queremos que permaneça nela. Eu quero você. Isso é tudo que importa.
Estendo a mão para ela, tirando-a do balanço. A partir desse momento estamos conectados. Para sempre.
falei que iria rolar treta nesse jantar, essa mãe do Joseph não presta mesmo.
o Kevin ele é um homem bom, só às vezes que ele pisa na bola.
o que posso dizer é que a mãe do Joseph não irá atrapalhar mais.
espero que agora o Kevin se entenda com eles.
viram que o pai da Demi é um alcoólatra e que ele fez muito mal para elas.
sobre o que vai acontecer na despedida de solteiro, só no próximo capitulo.
espero que tenham gostado e comentem o que acharam.
volto logo, bjs amores <3
respostas do capítulo anterior aqui
espero que agora o Kevin se entenda com eles.
viram que o pai da Demi é um alcoólatra e que ele fez muito mal para elas.
sobre o que vai acontecer na despedida de solteiro, só no próximo capitulo.
espero que tenham gostado e comentem o que acharam.
volto logo, bjs amores <3
respostas do capítulo anterior aqui
Nossa a mae do Joe nessa fic é uma cobra ai que ódio. Estou ansiosa para ver o que vai rolar na despedida de solteiro.
ResponderExcluirAmo seu blog ele é perfeito ��
Ela é mesmo.
Excluirvou postar hoje amor, bjs <3
Nossa...que mulher traiçoeira miserável mentirosa mal amada e sem sendo humano, estou aqui mortificada de raiva, como pode ser tao cruel e machucar tanto assim minha linda Demi, vai acontecer alguma coisa com essa veia depois?????
ResponderExcluirEla é um ser humano sem caráter, ela só quer que o Joseph case com quem ela quer. O que posso dizer que ela não vai aparecer mais na fanfic.
Excluirvou postar hoje, bjs amor <3
Faz maratona por favor!!!
ResponderExcluirnão tem como postar maratona amor pois a história já está no fim, falta apenas três capítulos para acabar :(
Excluirvou postar hoje, bjs <3
Kevin é meu Jonas favorito, não consigo sentir raiva dele aaaaaaaaaaaaa.
ResponderExcluirMas eu consigo odiar a mãe deles meu Deus que mulher ridícula, um ser humano sem luz EU QUERO ELA LONGE DELES.
Infelizmente é difícil para o Joe, até porque é mãe, mas esse tipo.... Afasta dela.
Uma coisa é certa que Joe disse: o que importa é o futuro deles juntos e um já deixou claro que não irá desistir do outro EU AMO ESSES DOIS.
Jemi é muito endgame. Adeus mundo ♥♥♥
Posta logo o proximo capitulo que eu to ansiosa pela despedida e por mais jemi moments haha.
Venho de convidar para fazer parte de um projeto de escritoras que minha amiga e eu estamos preparando. Irei deixar o link para você ler e eu espero que você participe dele (https://gyllenswift.blogspot.com.br/2017/08/projeto-ficstape.html). Espero que participe e posta logo.
Beijos, Métis.
Mas o Kevin vai melhorar na fanfic e vai ficar tudo bem. Ela é sem caráter mas posso garantir que ela não vai mais aparecer na fanfic.
ExcluirAté hoje eu amo Jemi, meu casal desde de sempre. Amo meus bolinhos. Vou postar hoje amor e fico feliz que esteja gostando.
Vou participar, pode deixar.
Beijos <3