01/11/2017

begin again: capítulo 16


Nove anos antes

Estou encolhida na cama, sofrendo de uma ressaca de vinho combinado com viúva branca, quando, ouço uma batida na minha porta. Resmungando, viro a cabeça até enterrá-la no travesseiro e grito palavras abafadas.
– Estou dormindo.
– Então acorde.
Reconheço aquela voz. Aquela cadência. Um pequeno impulso de entusiasmo percorre meu corpo de chumbo.
– Não consigo. Seus amigos me envenenaram.
Uma risada baixa.
– A porta está trancada?
Não faço ideia. Antes que eu possa raciocinar a respeito, a maçaneta se vira e a porta se abre. Através de olhos semicerrados, eu o vejo entrar no quarto, segurando um saco de batatas-fritas e uma garrafa de Coca-Cola não diet.
– Você está um pouco atrasado para a larica – digo.
Joseph se senta ao pé da minha cama e afasta o cabelo dos olhos.
– Procurei por você hoje depois das aulas.
– Eu não fui. – isso é bastante óbvio. Tenho quase certeza de que estou com a aparência de uma garota que passou o dia todo na cama.
– Pois é, eu percebi. – ele faz uma pausa por um momento. – Ouvi dizer que a noite de ontem foi divertida.
Finalmente eu me sento e olho para ele.
– Pensei que você também estaria lá. Não sabia que era para eu convidar você. Foi tudo muito confuso.
– Não é culpa sua. Digby não serve para organizar nada. É isso que dá ter dinheiro a vida inteira. Ele precisa de uma secretária.
Sorrio, me lembrando de como ele cuidou de mim. Estou começando a ter uma quedinha por ele.
– Que tipo de pai dá ao filho o nome de Digby, hein?
Joseph começa a rir.
– Você acha que os pais dele o chamavam de Digby? Ele se parece com o maior cachorro do mundo para você?
– Na verdade, não. Então, por que ele é chamado de Digby?
– Não faço ideia. Acho que tinha uma propensão a cavar buracos quando era criança ou algo assim. O nome verdadeiro dele é James.
Não há como parar o riso que sai da minha boca. Olho para Joseph maravilhada que esse garoto lindo e divertido esteja passando tempo comigo. Se não estivesse me sentindo tão mal, eu o puxaria para cima de mim.
– Aqui, beba isto. – ele me passa a garrafa de um litro de Coca-Cola que acabou de abrir. Levanto-a até a boca e tomo grandes goles. O líquido doce e pegajoso se derrama pela minha garganta e entra fácil no meu estômago. Depois de eu ter engolido quase metade da garrafa, devolvo-a para ele.
– Agora você pode se levantar. – Joseph puxa as cobertas de cima da minha cama. Ainda estou com o jeans e a blusa da noite passada. – Vamos, ande.
Enrugo a testa.
– Por quê, o que nós vamos fazer? – gosto do som de “nós”. Quero dizer de novo.
– Vamos invadir o prédio de artes. Todos os meus apetrechos estão lá. Já é hora de eu começar a pintar você.

esse capítulo ficou um pouco pequeno, sorry.
como será que irá ficar essa pintura dela? hahaha
mas um pouco das lembranças do passado dos dois.
me digam o que acham nos comentários, ok?
espero que gostem do capítulo, volto em breve.
respostas do capítulo anterior aqui.

2 comentários: