I'm in love with him
A indecisão conseguiu me distrair do meu celular, que está sobre o criado- mudo num silêncio zangado. Além disso, digo a mim mesma, tive o equivalente a um treino de duas horas de academia, levando tudo isso de um lado para o outro. Eu poderia me contentar com uma sessão de treinamento cardiorrespiratório.
A noite se arrasta. Faço uma omelete, me sirvo uma taça de vinho e fico assistindo, sem enxergar realmente, ao Late Show, tentando me impedir de pensar. Mais tarde, tomo um banho e outra taça de vinho. Antes que me dê conta, metade da garrafa se foi.
No entanto, ainda me sinto enjoada. Apreensiva.
Embora com um dia de atraso, eu definitivamente ainda tenho tristezas para afogar. O que diabos eu estava pensando? Passei de uma mulher confusa fazendo terapia a uma adúltera. Porque é assim que vejo, independentemente de termos ou não transado. Nós nos beijamos e nos tocamos e eu queria mais. O calor entre minhas coxas quando ele devorou minha boca foi prova suficiente.
Às dez horas, subo na cama e puxo as cobertas sobre a cabeça, bloqueando os pensamentos, as memórias e minha decepção comigo mesma. Tudo o que realmente acontece é uma tela em branco para as memórias. Penso no que senti com os lábios de Joseph nos meus, o volume rígido da calça jeans quando ele se apertou contra mim.
Me beije na boca, Demi, por favor.
Quase posso ouvi-lo dizer as palavras. O desespero atado em sua voz está refletido dentro de mim. Esses últimos meses ficam se repetindo na minha mente. A frieza de Simon, minha ansiedade. A forma como Joseph estava presente para me dar apoio.
Por favor, não o faça sofrer tudo de novo.
Será que sequer vale a pena salvar meu casamento com Simon? É como se a paixão que senti ontem à noite tivesse despertado algo em mim. Algo que pensei poder viver sem.
Agora não sei mais.
***
Porque não é ele, me diz uma vozinha na minha cabeça.
– Acordei você? – a voz de Simon é suave. – Me desculpe, querida. – uísque exala de seu hálito.
– Que horas são? – estou desorientada, não só de acordar, mas por causa da maneira como ele está me abraçando. Nós mal nos falamos por semanas, muito menos nos tocarmos. Parece errado.
– Acabou de dar meia-noite. – ele ainda está aninhado. Seus lábios deslizam pelo meu pescoço quando ele fala. – Voltei há mais ou menos uma hora, o trânsito estava bem leve. – outro beijo, desta vez me pressionado a coluna. – Senti sua falta.
É difícil não estremecer. Devo fingir que voltei a dormir? Seria crível? Eu não estava pronta para esse súbito ataque, de afeto. Estava esperando a frieza habitual. Até mesmo tinha esperanças dela. Com a frieza eu poderia ter lidado.
Sua mão sobe, entra embaixo da minha regata, numa paródia grotesca das carícias de Joseph. Mordo o lábio e tento não chorar. Quando ele alcança meus seios, me sinto tremer, porém, ainda assim, não digo nada. Talvez essa seja a penitência, uma maneira de pagar por todas as minhas transgressões.
Simon deve sentir minha coluna endurecer, pois pressiona o rosto no meu cabelo, murmurando baixinho:
– Me desculpe por ser um imbecil. Sei que esses últimos meses não foram fáceis, mas vou tentar mais. Podemos fazer uma consulta com aquela terapeuta de quem você andou falando. – ele apalpa meus seios. – Deus, senti falta disso. Senti sua falta.
– Não podemos ir à terapeuta. Ela não vai trabalhar com a gente enquanto casal.
Sua mão direita desliza para baixo, roçando minha barriga, pressionando entre minhas coxas. Viro a cabeça no travesseiro, tentando esconder a repulsa. Isso era o que eu queria, não era? Que ele falasse comigo novamente, que pudéssemos trabalhar em nosso casamento. Eu deveria estar me virando e me lançando nos braços dele, enchendo seu rosto de beijos, como fiz com Joseph, ontem à noite.
Joseph. É errado até pensar nele enquanto meu marido enfia a mão dentro do cós do meu short. Traça um dedo pela minha coxa e preciso de um grande esforço para não pressioná-las uma na outra.
– Você está bem?
Respiro fundo.
– Só estou cansada.
– Pobrezinha. – Simon puxa a mão para fora do meu short e passa por cima da minha cintura para me virar. Fico de frente para ele, olhando em seus olhos cor de chocolate. Ele afasta uma mecha de cabelo do meu rosto, e sua ternura me faz querer chorar. Quando aperta o nariz contra o meu, tenho que fechar os olhos para bloquear tudo.
– Me beije – ele sussurra.
Fico paralisada. Ouvir as palavras de Joseph saírem da boca de Simon parece ser algum tipo de piada cruel.
– Eu não posso.
Não posso beijar Joseph porque sou casada com Simon. Não posso beijar Simon porque eu estou apaixonada por Joseph. Paixão, não amor. Isso é o que é.
Simon me solta, rolando de costas, derrotado. Arremessando um braço sobre o rosto, ele respira fundo.
– Está bem – diz lentamente. – Eu entendo. Precisamos ir com calma. Mas passar esse fim de semana fora me deu muito tempo para pensar e odeio a forma como andei tratando você. Vou recompensá-la por isso, prometo. – ele pega minha mão na sua, entrelaça os dedos. E, embora eu volte a cair no sono, não descanso nem me sinto revigorada.
***
– Só estou alguns minutos atrasada. – afasto-me da chuva de migalhas que voam para fora de sua boca. – E, aliás, você está nojenta.
– Apenas sem tempo. – ela amassa o papel alumínio numa bolinha e joga na lixeira. – Tenho um paciente à uma hora e, pela sua cara, vamos precisar de mais de 55 minutos para resolver todos os seus problemas.
– Não há tempo suficiente no mundo para isso – murmuro, então desabo de modo dramático na poltrona de couro ao lado da mesa dela. – Você não deveria me aconselhar sem uma mesa entre nós?
– Pare de pegar no meu pé. – ela toma um gole do café e, em seguida, faz uma careta. – E, de qualquer maneira, isso não é uma sessão de aconselhamento. É almoço. É quando você começa a me fazer sentir melhor comigo mesma, me falando como sua vida rica e privilegiada é uma porcaria.
Dou risada, não consigo evitar. Ela tem esse dom de ver o que há de ridículo em tudo.
– Se você mencionar os problemas do primeiro mundo, vou lhe dar um tabefe – alerto.
– Ei, eu ganho a vida com os problemas do primeiro mundo, nunca os desrespeitei. – ela se inclina para frente, apoiando os cotovelos sobre a mesa e juntando as mãos. – Então, me conte tudo sobre ele. Espero que haja detalhes sexuais sórdidos envolvidos. Senti falta disso desde que cheguei aqui.
– Detalhes sórdidos também incluem se recusar a transar com o marido?
– Não, isso é o que gostamos de chamar de casamento.
– Certo, ótimo, você resolveu todos os meus problemas. – sorrio alegremente.
– Agora vamos trabalhar pela paz mundial.
– Então o rei gelo descongelou? – ela ignora minha brincadeira.
– Ele chegou em casa no domingo, tomou umas bebidas e depois tentou vir para cima de mim. Acho que você poderia chamar de um degelo.
– Ele mencionou o tratamento de silêncio?
– Não, só tentou me beijar. E eu beijei Joseph na noite anterior – deixo escapar, totalmente espontânea.
Selena ficou pasma.
– O quê? – ela se aproxima de mim, os olhos arregalados. – Você fez o quê?
– Eu o beijei, ou ele me beijou. – meu coração está acelerado. Não sei se é a memória ou a confissão. – Nós dois nos beijamos.
– Quando, onde? Ai, meu Deus, você contou ao Simon?
– Você está me julgando – sibilo. – Seu rosto já mudou todo e não era para ficar assim. Se esqueceu do seu treinamento?
– Não sou sua conselheira. Sou sua amiga e vou julgar, se eu quiser – ela retruca. – Mas, de qualquer forma, não estou julgando você. Estou surpresa, talvez chocada, mas não estou julgando. – ela se arruma no assento. – Ele veio jantar com a gente ontem à noite e não mencionou nada.
– Ele foi jantar na sua casa? – pergunto. – Sem mim? – é difícil não me sentir ofendida. É como se meus dois melhores amigos tivessem passado o dia fora e tivessem se esquecido de me convidar.
– Desculpe, não recebi o memorando de que vocês dois tivessem trocado uns amassos e que agora deveriam ser tratados como um casal inseparável. É isso que vocês são agora?
Nego com a cabeça.
– Corri para fora do apartamento dele e não nos falamos desde então. – me sinto corar com a lembrança e enterro o rosto nas mãos. – O que vou fazer?
Ela vai afastando dedo por dedo meu, até que eu esteja olhando para ela. Não aponto que ela saiu de trás da mesa e que agora não restam barreiras entre a gente. Não era a hora.
– Como você se sente sobre ele?
– Qual ele?
– Joseph. A última coisa que ouvi era que ele era apenas uma relíquia irritante do seu passado. Alguém que você preferiria esquecer. Como isso tudo mudou?
– Nos tornamos amigos – sussurro. – Ele me esperou do lado de fora da delegacia, depois da prisão de Cameron, e me levou para tomarmos alguma coisa. E depois me convidou para jantar com ele e a mãe dele...
– A mãe?– ela explode. – Você jantou com a mãe dele? Cristo, isso é sério.
– Cale a boca! Nós éramos só amigos naquele dia. Ainda somos, eu acho, embora eu não o veja desde sábado à noite. – enrugo a testa. – Talvez a gente não seja mais.
O pensamento me deprime. Porque eu gosto de Joseph. Realmente gosto dele. Como pessoa, e não apenas como um cara atraente que faz meu pulso acelerar.
– Então, como você passou de um jantar com a mãe dele para um sanduíche de língua? Você não fez isso na frente dela, não é? Porque seria extremamente constrangedor.
– Não. Ele me convidou para ir lá no sábado à noite.
– Duas noites seguidas – ela interrompe.
– E?
– Estou só dizendo. Ele convida você para conhecer a mãe numa noite. Na seguinte convida você para uns amassos. Não acha que foi tudo um pouco... demais?
– Não – lamento. – Eu não acho nada. Esse é o problema. Eu deveria ter pensado, então talvez eu não estivesse nessa confusão.
– Fofa, isso não tem que ser uma confusão, não, a menos que você deixe ser. Só precisa decidir o que você quer fazer. Se é Simon ou Joseph que você quer.
Ela faz isso parecer muito fácil. Mas as coisas que parecem simples na superfície, por baixo, acabam sendo as mais complicadas. No fim das contas, não sei o que diabos eu quero. A falta de segurança está me deixando enjoada.
***
Estou olhando fixamente para o armário de materiais, quando ouço a porta da sala de aula ser aberta. O rangido prolongado me faz virar a cabeça com antecipação nervosa. Mas a pessoa em pé na porta não é Joseph. Em vez disso, Selena entra, com o celular na mão. Ela fica olhando para a tela por um instante antes de olhar para mim.
– Hum, acabei de receber uma mensagem de texto do Joseph. Ele não vem hoje.
– O quê? – meu estômago afunda. De repente, estou desesperada para vê-lo.
– Pelo que ele disse, teve uma emergência. – ela arregala os olhos para a última palavra. – Aparentemente, envia suas desculpas.
Aparentemente. Que diabos isso significa? Dou de ombros, tentando ignorar a sensação de esmagamento no meu peito que se parece demais com decepção.
– Legal da parte dele pelo menos me avisar – resmungo. Tenho cerca de uma hora para pensar em alguma maneira de entreter um grupo de crianças desordeiras. E não gosto das probabilidades.
– Talvez ele esteja doente – diz Selena. – Talvez uma onda súbita de náusea tenha acabado de engoli-lo e o deixando acorrentado a uma prisão de porcelana.
– Ele provavelmente vai ficar doente se me vir, isso sim.
– Isso tudo poderia ser apenas uma coincidência. – ela não parece convencida.
– Não significa que ele está evitando você.
– Se ele não está me evitando, por que mandou mensagem para você? Ele tem meu número, poderia ter usado.
Eu deveria estar aliviada. O momento que estive temendo durante toda a semana foi subitamente adiado. É como ir fazer uma prova importante e descobrir que o professor faltou porque está doente, mas não deixou a folha de perguntas em lugar nenhum.
Mas não estou aliviada. Parece irônico que Simon, de repente, comece a falar comigo ao mesmo tempo que Joseph decidiu me ignorar. E errado que eu esteja desesperada para que fosse o contrário. O que isso diz sobre o meu casamento? Quando eu iria preferir conversar com o homem do meu passado em vez de
meu marido?
Ainda estou digerindo isso tudo quando chegam as crianças. Charlotte é a primeira: olhos brilhantes e bochechas rosadas de entusiasmo, porque teve permissão para visitar a mãe no sábado. Os outros seguem logo atrás. Cameron Gibbs é o último a entrar. Ergue o boné Snapback e me faz um aceno de cabeça.
– E aí?
– É bom ver você, Cameron. – tento manter a voz uniforme, deixando-a sem qualquer coisa que ele possa interpretar mal. Considero meus esforços bem- sucedidos quando ele apenas dá de ombros e caminha para o fundo da sala. Uma das poucas coisas sábias que meu pai me ensinou, quando eu era jovem o suficiente para ele se interessar, foi comemorar as pequenas vitórias. Então, por dentro eu fiz uma festinha.
No final, eles todos decidem fazer cartões de melhoras para Joseph. Não posso deixar de achar engraçado. O que eu não daria para ser uma mosca na parede quando ele receber quinze cartões feitos à mão para uma doença que ele nem tem. Definitivamente vou fazer esses cartões chegarem até ele. Não apenas porque estou me sentindo passivo-agressiva no momento, embora meu estado de nervos seja motivo suficiente. A razão verdadeira é que eu quero que ele volte. Sinto falta dele. Quero vê-lo.
Estou começando a perceber o que realmente quero.
vocês viram o AMAs? amei as performances da demi e da Selena.
agora sobre o capítulo, será que o Joseph está evitando a Demi?
logo ela irá conversar bem sério com o Simon e não vai ser nada bom.
me digam o que acharam nos comentários, ok?
espero que gostem do capítulo, volto em breve.
espero que gostem do capítulo, volto em breve.
respostas do capítulo anterior aqui.
Eu vi,a performance da Demi e da Selena foi maravilhosa.
ResponderExcluirE sim acho q o Joe ta evitando a Demi, mas to em duvida tal vez ele esteja mesmo doente.
Quero muito ver essa conversa do Simon e da Demi..
Amei o capitulo posta logo!!
Pfv faz maratona pfv
Elas arrasaram!
ExcluirNos próximos capítulos saberão se ele está evitando ou não.
Será em breve a conversa entre os dois.
Maratona no momento eu não vou fazer pois não estou com capítulos adiantados mas se eu tivesse, faria com certeza.
Vou postar mais hoje.
Beijos, Jessie.
O Ama's foi perfeito!!!!
ResponderExcluirContinua, ficou maravilhoso ❤❤
Foi perfeito mesmo, amei!
ExcluirFico feliz que tenha gostado amor.
Vou postar mais hoje.
Beijos, Jessie.