2 de abril de 2013
— Pegou tudo? — perguntou Ashley, parada no meio do hall de entrada da casa dos meus pais, roendo as unhas. Quando seus belos olhos azuis sorriram para mim, pensei na sorte que tinha por ela ser minha.
Fui até ela e a abracei, apertando seu corpo mignon junto ao meu.
— Peguei. É isso, meu amor. A hora é essa.
Ela entrelaçou os dedos na minha nuca e me beijou.
— Estou tão orgulhosa de você.
— De nós — eu a corrigi.
Depois de tantos anos vivendo de planos e sonhos, meu objetivo de criar e vender minhas próprias peças de mobília artesanal estava prestes a se tornar realidade. Eu e meu pai, que também era meu melhor amigo e sócio, estávamos a caminho de Nova York para uma reunião com alguns empresários que se mostraram muito interessados em investir em nosso negócio.
— Sem o seu apoio, eu não seria nada. Essa é a nossa chance de conseguir tudo que a gente sempre sonhou.
Ela me beijou de novo.
Nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
— Antes de ir, é melhor saber logo que a professora do Charlie me ligou. Ele arranjou confusão na escola outra vez. O que não me surpreende, já que puxou tanto ao pai...
Sorri.
— O que ele aprontou agora?
— Segundo a Sra. Harper, ele disse para uma menina que zombava dos óculos dele que esperava que ela engasgasse com uma lagartixa, já que ela se parecia com uma. Que engasgasse com uma lagartixa. Dá pra acreditar?
— Charlie — chamei.
Ele veio da sala de estar com um livro nas mãos. Não estava de óculos, e eu sabia que era por causa do bully ing.
— Que foi, pai?
— Você disse para uma menina que queria que ela se engasgasse com uma lagartixa?
— Disse — confirmou ele, como se não fosse nada de mais.
Para um menino de 8 anos, Charlie parecia se preocupar muito pouco com a possibilidade de deixar os pais irritados.
— Cara, você não pode dizer uma coisa dessas.
— Mas, pai, ela tem mesmo cara de lagartixa! — retrucou ele.
Tive que me virar para disfarçar a risada.
— Vem aqui e me dá um abraço.
Ele me abraçou apertado. Eu ficava apavorado ao pensar no futuro, no dia em que ele não quisesse mais abraçar o velho pai.
— Vê se você se comporta enquanto eu estiver fora. Obedeça à sua mãe e à sua avó, está bem?
— Tá, tá...
— E coloque os óculos pra ler.
— Por quê? Eles são ridículos.
Eu me agachei, o dedo em riste tocando o nariz dele.
— Homens de verdade usam óculos.
— Você não usa — reclamou Charlie.
— Tá, alguns homens de verdade não usam. Só ponha os óculos, tá legal?
Ele resmungou antes de sair correndo para a sala. Eu ficava feliz por ele gostar mais de ler do que de jogar videogame. Sabia que ele havia herdado da mãe, bibliotecária, o amor pela leitura. Mas, no fundo, sempre achei que o fato de eu ter lido para ele durante a gravidez também influenciou um pouco sua paixão por livros.
— O que vocês pretendem fazer hoje? — perguntei a Ashley.
— À tarde vamos ao mercado central. Sua mãe quer comprar flores. Provavelmente também vai comprar alguma bobagem para o Charlie. Ah, já ia esquecendo... Zeus mastigou seu Nike favorito. Vou tentar comprar um novo.
— Meu Deus! De quem foi a ideia de termos um cachorro?
Ela riu.
— Sua. Eu nunca quis um, mas você nunca soube dizer não a Charlie. Você e sua mãe são muito parecidos — ela me beijou novamente antes de me entregar minha bolsa. — Tenha uma ótima viagem e transforme nossos sonhos em realidade.
Eu a beijei de leve e sorri.
— Quando eu voltar, vou construir a biblioteca dos seus sonhos. Com aquelas escadas altas e tudo mais. E depois, vou fazer amor com você entre a Odisseia e O sol é para todos.
Ela mordeu o lábio.
— Promete?
— Prometo.
— Me liga quando pousar, tá?
Fiz que sim com a cabeça e saí de casa para encontrar meu pai, que já estava no táxi, me esperando.
— Joseph — chamou Ashley, enquanto eu guardava a bagagem no porta-malas. Charlie estava ao seu lado.
— Sim?
Eles colocaram as mãos em torno da boca e gritaram:
— Nós te amamos.
Sorri e disse o mesmo para eles, em alto e bom som.
Durante o voo, meu pai não parava de dizer que essa era nossa grande oportunidade. Quando aterrissamos em Detroit para aguardar a conexão, pegamos o celular para dar uma olhada nos emails e enviar notícias para minha mãe e Ashley.
Assim que ligamos os telefones, nós dois recebemos um bombardeio de mensagens da minha mãe. Soube instantaneamente que alguma coisa estava errada. Senti um frio na barriga e quase deixei o telefone cair enquanto eu lia.
Mãe: Aconteceu um acidente. Ashley e Charlie não estão bem.
Mãe: Venham para casa.
Mãe: Rápido
Num piscar de olhos, num breve momento, tudo que eu sabia sobre a vida mudou.
— Estou tão orgulhosa de você.
— De nós — eu a corrigi.
Depois de tantos anos vivendo de planos e sonhos, meu objetivo de criar e vender minhas próprias peças de mobília artesanal estava prestes a se tornar realidade. Eu e meu pai, que também era meu melhor amigo e sócio, estávamos a caminho de Nova York para uma reunião com alguns empresários que se mostraram muito interessados em investir em nosso negócio.
— Sem o seu apoio, eu não seria nada. Essa é a nossa chance de conseguir tudo que a gente sempre sonhou.
Ela me beijou de novo.
Nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
— Antes de ir, é melhor saber logo que a professora do Charlie me ligou. Ele arranjou confusão na escola outra vez. O que não me surpreende, já que puxou tanto ao pai...
Sorri.
— O que ele aprontou agora?
— Segundo a Sra. Harper, ele disse para uma menina que zombava dos óculos dele que esperava que ela engasgasse com uma lagartixa, já que ela se parecia com uma. Que engasgasse com uma lagartixa. Dá pra acreditar?
— Charlie — chamei.
Ele veio da sala de estar com um livro nas mãos. Não estava de óculos, e eu sabia que era por causa do bully ing.
— Que foi, pai?
— Você disse para uma menina que queria que ela se engasgasse com uma lagartixa?
— Disse — confirmou ele, como se não fosse nada de mais.
Para um menino de 8 anos, Charlie parecia se preocupar muito pouco com a possibilidade de deixar os pais irritados.
— Cara, você não pode dizer uma coisa dessas.
— Mas, pai, ela tem mesmo cara de lagartixa! — retrucou ele.
Tive que me virar para disfarçar a risada.
— Vem aqui e me dá um abraço.
Ele me abraçou apertado. Eu ficava apavorado ao pensar no futuro, no dia em que ele não quisesse mais abraçar o velho pai.
— Vê se você se comporta enquanto eu estiver fora. Obedeça à sua mãe e à sua avó, está bem?
— Tá, tá...
— E coloque os óculos pra ler.
— Por quê? Eles são ridículos.
Eu me agachei, o dedo em riste tocando o nariz dele.
— Homens de verdade usam óculos.
— Você não usa — reclamou Charlie.
— Tá, alguns homens de verdade não usam. Só ponha os óculos, tá legal?
Ele resmungou antes de sair correndo para a sala. Eu ficava feliz por ele gostar mais de ler do que de jogar videogame. Sabia que ele havia herdado da mãe, bibliotecária, o amor pela leitura. Mas, no fundo, sempre achei que o fato de eu ter lido para ele durante a gravidez também influenciou um pouco sua paixão por livros.
— O que vocês pretendem fazer hoje? — perguntei a Ashley.
— À tarde vamos ao mercado central. Sua mãe quer comprar flores. Provavelmente também vai comprar alguma bobagem para o Charlie. Ah, já ia esquecendo... Zeus mastigou seu Nike favorito. Vou tentar comprar um novo.
— Meu Deus! De quem foi a ideia de termos um cachorro?
Ela riu.
— Sua. Eu nunca quis um, mas você nunca soube dizer não a Charlie. Você e sua mãe são muito parecidos — ela me beijou novamente antes de me entregar minha bolsa. — Tenha uma ótima viagem e transforme nossos sonhos em realidade.
Eu a beijei de leve e sorri.
— Quando eu voltar, vou construir a biblioteca dos seus sonhos. Com aquelas escadas altas e tudo mais. E depois, vou fazer amor com você entre a Odisseia e O sol é para todos.
Ela mordeu o lábio.
— Promete?
— Prometo.
— Me liga quando pousar, tá?
Fiz que sim com a cabeça e saí de casa para encontrar meu pai, que já estava no táxi, me esperando.
— Joseph — chamou Ashley, enquanto eu guardava a bagagem no porta-malas. Charlie estava ao seu lado.
— Sim?
Eles colocaram as mãos em torno da boca e gritaram:
— Nós te amamos.
Sorri e disse o mesmo para eles, em alto e bom som.
Durante o voo, meu pai não parava de dizer que essa era nossa grande oportunidade. Quando aterrissamos em Detroit para aguardar a conexão, pegamos o celular para dar uma olhada nos emails e enviar notícias para minha mãe e Ashley.
Assim que ligamos os telefones, nós dois recebemos um bombardeio de mensagens da minha mãe. Soube instantaneamente que alguma coisa estava errada. Senti um frio na barriga e quase deixei o telefone cair enquanto eu lia.
Mãe: Aconteceu um acidente. Ashley e Charlie não estão bem.
Mãe: Venham para casa.
Mãe: Rápido
Num piscar de olhos, num breve momento, tudo que eu sabia sobre a vida mudou.
Gostaram do prólogo? Me contem aqui nos comentários o que acharam!!!
segunda postarei o capítulo um...
bjs lindonas <3
bjs lindonas <3
Tadinho do Joe, posta logo!bjs
ResponderExcluirPostei o primeiro capítulo!!!
ExcluirBjs amor <3