01/08/2016

certain love: capítulo 31


Acho eu que não deveria ter trazido Demi aqui, porque ela é esperta, e eu sabia que ela iria detectar a menor flutuação na conversa. Mamãe também não dificultou muito as coisas para Demi. Mas este encontro entre as duas é importante, e fiz o que eu tinha que fazer.
Atravesso a sala e o corredor até o quarto da minha mãe. Ela está de pé, me esperando ali. Chorando.
— Mãe, não faz isso, por favor - eu a abraço, segurando sua nuca com a mão.
Ela funga, tosse e tenta parar de chorar.
— Joseph, por favor, vá falar com ele e...
— Mãe, não. Escuta - eu a afasto com cuidado do meu peito e olho para ela, segurando-a pelos ombros. — Já passou tempo demais. Adiei demais e você sabe disso. Admito que devia ter ido há oito meses, mas não fui, e agora é tarde demais.
— Você não tem certeza - lágrimas correm pelo seu rosto.
Abrando minha expressão, mas sei que ela não vai me ouvir, por mais que eu tente ser convincente.
— Tá pior agora - digo. — Olha, só queria que você conhecesse Demi. Ela é muito importante pra mim. Vocês duas são muito importantes pra mim, e acho que precisam se conhecer...
Minha mãe põe a mão diante do meu rosto e gesticula para mim.
— Não consigo falar disso - diz com voz sufocada. — Não consigo e pronto. Vou fazer o que você quiser e, filho, já adoro a menina. Já percebi que ela é maravilhosa. Consigo ver que ela é diferente de todas as garotas com quem você se envolveu. E ela é importante pra mim, não só porque é importante pra você, mas por causa de tudo que ela te deu.
— Obrigado - digo, tentando não chorar também.
Minhas mãos caem dos seus ombros.
Mexo no meu bolso de trás, tiro um envelope dobrado e ponho nas mãos relutantes da minha mãe. Eu beijo sua testa.
Ela se recusa a olhar para o envelope. Para ela, é algo final. Para mim, diz todas as coisas que não vou conseguir dizer.
Minha mãe balança a cabeça e mais lágrimas vertem dos seus olhos. Ela deixa o envelope sobre a penteadeira e pega um lenço de papel de uma caixa perto da cama.
Enxugando as lágrimas da face e fungando, ela tenta se recompor antes de voltar para a sala de estar e ver Demi.
— Por que você não conta pra ela, Joseph? - minha mãe diz, se virando para me olhar da porta do quarto. — Você devia avisar, pra vocês dois poderem fazer as coisas que sempre quiseram fazer antes que...
— Não posso - digo, e minhas próprias palavras abrem um buraco em meu peito. — Quero que tudo aconteça normalmente, e não forçado a acontecer antes por causa de outra coisa.
Ela não gosta da minha resposta, mas entende.
Saímos juntos do quarto, e ela está sorrindo o quanto pode, por Demi, quando voltamos para a sala de estar.
Demi conserva o sorriso também, mas está estampado em seu rosto que ela sabe que minha mãe chorou.
Mamãe anda até Demi, e ela instintivamente se levanta.
— Desculpe por ter que abreviar esta visita - minha mãe diz, abraçando Demi. — Mas Nicholas acabou de me dar uma má notícia sobre um parente. Espero que você entenda.
— Claro - Demi diz, com o semblante endurecido pela preocupação. Ela olha rapidamente para mim. — Lamento ouvir isso. Espero que a senhora fique bem.
Minha mãe balança a cabeça e força um sorriso em seus olhos lacrimejantes.
— Obrigada, querida. Diz pro Joseph trazer você quando quiser, você é sempre bem-vinda aqui.
— Obrigada - Demi diz baixinho, e resolve abraçar minha mãe de novo.
— Joseph, o que foi tudo aquilo? - ela pergunta antes mesmo que eu feche a porta do carro.
Suspiro e viro a chave na ignição.
— É só briga de irmão - digo, tentando não olhar para ela ao meu lado. Dou a partida e engato a ré. — Mamãe fica nervosa quando Kevin e eu brigamos.
— Você tá mentindo.
Estou, e vou continuar mentindo.
Olho rapidamente para ela e dou ré para a rua.
— Ela só não quis envolver você - digo, e o resto da mentira começa a se formar. — Mas é por causa do enterro do meu pai. Viu como ela não falou disso na tua frente? Me levou pro quarto dela pra conversar pra te poupar.
Ela ainda não está acreditando totalmente, mas posso ver que está começando.
— Então que papo foi aquele de uma má notícia sobre um parente?
— Não tem má notícia nenhuma - digo. — Ela só queria falar comigo, aí contei pra ela que briguei com Kevin por telefone antes de a gente sair do apartamento, e ela ficou chateada.
Demi suspira e olha pela janela.
— Minha mãe gostou de você de verdade.
Ela olha para mim. De início, tenho a sensação de que quer continuar falando de Kevin, mas ela deixa quieto.
— Bom, ela é um doce de pessoa - Demi diz. — Você e Kevin deviam tentar conviver melhor, pra não deixá-la tão triste.
Mesmo fora de lugar, é um bom conselho.
— Amor, olha, desculpa, talvez eu devesse ter esperado mais pra te trazer pra conhecê-la.
— Tudo bem - ela diz, e desliza para o meu lado. — Fiquei feliz por você ter me trazido. Me senti... especial.
Acho que agora ela acredita em mim, ou talvez esteja apenas tentando empurrar o pressentimento para o fundo de sua mente, porque se deu conta de que não vou revelar a verdade tão cedo.
Passo o braço ao redor dela.
— Mas você é especial.
Ela deita a cabeça no meu peito.
— Você não contou pra ela que a gente vai partir amanhã.
— Eu sei, mas vou contar. Posso ligar pra ela hoje à noite e contar - eu a aperto de leve. Agora que ela já te conheceu e se apaixonou, acho que vai ficar menos preocupada por eu estar fazendo algo tão anormal.
Demi enfia a mão entre as minhas coxas e sorri para mim.
— E agora só falta eu contar pra minha mãe - ela ergue o corpo de repente, como se tivesse acabado de ter uma ideia. — Posso deixar pra contar quando a gente passar pela Carolina do Norte, aí a gente faz uma visita e eu te apresento.
Seus olhos estão radiantes em seu rosto sorridente.
Sorrio também e balanço a cabeça.
— Quer levar alguém como eu pra tua casa e me apresentar pra tua mãe? E se ela bater o olho nas minhas tatuagens e te proibir de ficar comigo? - eu brinco.
— Sem chance - ela diz, rindo um pouco. — É mais fácil ela se apaixonar por você.
— Uau, vou traçar uma loba!
Seus olhos praticamente saltam das órbitas, e eu jogo a cabeça para trás, gargalhando.
— Amor, tô brincando!
Ela rosna para mim e respira fundo, irritada, mas também não consegue disfarçar muito bem seu bom humor.
— Ei, você já... bem...?
Ela não consegue dizer isso em voz alta, e eu acho hilário.
— Se já transei com uma mulher mais velha? - digo com um sorrisinho.
Esse assunto é claramente constrangedor para Demi, mas foi ela que perguntou, portanto, estou completamente livre para torturá-la com isso o máximo possível.
— Já, sim.
Ela vira a cabeça bruscamente e arregala os olhos mais ainda do que antes.
— Transou nada!
Rio ao mesmo tempo que confirmo:
— Transei, sim.
— Qual a idade dela? Ou... delas? - ela inclina a cabeça, mas sem mover os olhos.
O plural parece um território perigoso, de repente, mas quero ser completamente sincero com ela. Bom, pelo menos sobre esses assuntos...
Ponho a mão na perna dela.
— Foram poucas vezes. Uma tinha uns 38 anos, que pra mim não é muito diferente de 28. Mas também dormi com uma mulher de uns 43.
O rosto de Demi está quente de tão vermelho, mas ela não está com ciúmes ou zangada. Mas acho que pode estar um pouco... preocupada.
— E do que você gosta mais? - ela pergunta, muito cautelosamente.
Tento não sorrir.
— Amor, a questão não é a idade - admito. — Tipo, não curto vovozinhas, nada disso, mas acho que dá pra foder qualquer mulher, por mais velha que seja, se ela conseguir se manter gostosa.
— Ai meu Deus! - Demi ri. — Depois eu é que sou boca-suja!
Ela se recupera do choque do que eu disse e insiste: — Você não respondeu à minha pergunta.
— Tecnicamente, respondi - retruco, para bagunçar mais um pouco a cabecinha dela. — Você perguntou do que gosto mais, e não há uma resposta definitiva para a sua pergunta, apenas generalidades.
Sei exatamente o que ela quis perguntar, e tenho certeza de que ela sabe disso.
Mas nunca perco uma oportunidade de vê-la se retorcer.
Ela estreita os olhos para mim.
Eu rio e finalmente abro o jogo.
— Amor, você é a melhor transa que já tive - digo, e ela estufa os lábios como quem diz: Ah, tá, você só diz isso porque sou a mais recente. — E tô falando sério, Demi. Não tô tentando encher tua cabeça só porque você tá comigo agora, pra valorizar meu patrimônio.
Ela sorri e revira os olhos, mas agora acredita no que eu disse. Eu a puxo mais para perto de mim, e ela fica feliz em deitar a cabeça de novo no meu peito.
— Você é a melhor transa que já tive porque com você consegui uma coisa que nunca consegui de nenhuma outra garota.
Ela vira a cabeça para cima para me olhar, esperando para saber o que seria isso.
Sorrio para ela e digo:
— Eu desvirginei tua inocência, te deixei mais à vontade com tua sexualidade. E isso me enche de tesão.
Demi ergue o corpo e beija meu queixo.
— Você só gosta de mim por causa daquele boquete na estrada.
Olho para cima e sorrio.
— Bom, eu gostei muito, muito, muito daquele boquete, mas não, amor, não gosto de você só por causa disso.
Acho que Demi finalmente se sente justificada de novo. Ela ajeita a cabeça no meu peito e me aperta, passando o braço direito sobre a minha barriga.
Não dizemos nada o resto do caminho até meu apartamento. Sinto que o silêncio dela é menos sombrio do que o meu. Mas não quero que ela se preocupe nem sofra. Agora não. Nem nunca. É inevitável, mas quero adiar isso o máximo possível. 
Passamos quatro horas vendo filmes na sala de estar, os dois espalhados no sofá. 
Eu a seguro em meus braços e a beijo enquanto ela tenta prestar atenção numa cena
importante, e enfio a língua no seu ouvido só para que ela grite o quanto é nojento.
Ela fica tão lindinha quando está com nojo, portanto, é culpa dela se faço isso toda
hora.
Jogamos pipoca um na boca do outro e marcamos o placar. Ela ganha de mim por 6 a 4 antes de desistirmos e começarmos a comer a pipoca, em vez de brincar com ela. E eu a apresento à minha planta, Georgia, que não morreu na minha ausência. Demi me contou de um vira-lata que ela adotou de um abrigo para animais e batizou de BeeBop, e eu digo o quanto sinto pena do cachorrinho por ter recebido um nome tão besta. Por coincidência, BeeBop morreu de insuficiência cardíaca congestiva, como meu cachorro e melhor amigo, Maximus. Mostrei fotos dele, e ela tinha uma sua junto com BeeBop, também. O bicho era tão feio que chegava a ser bonitinho.
Falamos por horas e horas, até que ela sobe no meu colo no sofá, ficando a cavalo sobre mim. Ela encosta o corpo no meu e diz, tão baixinho que minhas entranhas tremem:
— Vamos pra cama...
Levanto com as pernas dela ainda em volta da minha cintura, segurando sua bunda com as mãos, e a carrego para o quarto. Tiro toda a roupa e me deito no meio da cama.
Eu já estava de pau duro antes de trazê-la para cá. E fico vendo Demi se despir lentamente na minha frente, tirando não só a roupa, mas também seu semblante normalmente tímido. Ela sobe em cima de mim do pé da cama e se posiciona no meu colo, até sentir que estou encaixado no meio de seus lábios quentes.
Ela não tira os olhos de mim enquanto se curva para aproximar sua boca da minha, beijando meu peito e lambendo ao redor dos meus mamilos. Mantenho o calor de suas coxas nas minhas mãos até que ela me beija e eu passo a apertar seus seios.
— Você é tão gostosa - murmuro perto de sua boca, pouco antes que ela tire meu fôlego com um beijo.
Eu a forço de leve embaixo, e ela corresponde à pressão um pouco mais, me provocando e me fazendo querer meter fundo dentro dela. Mas agora é ela que está no controle, e eu deixo de bom grado.
Ela interrompe o beijo e beija um lado do meu pescoço e depois o outro, sempre mexendo seus quadris tão lentamente que meu desejo aumenta mais e mais.
— Quero te deixar molhada antes - sussurro para ela, segurando com força sua bundinha. Ela já está molhada, mas a questão não é essa. — Sobe aqui, amor — digo, levantando o queixo para indicar o meu rosto.
Ela lambe meus lábios primeiro, e depois começa a levantar o corpo, e eu me deito um pouco mais para lhe dar espaço.
Não perco tempo quando suas coxas envolvem minha cabeça e começo a lambê-la furiosamente, chupando seu clitóris com tanta força que ela começa a apertar os quadris no meu rosto, se segurando na cabeceira da cama. Ela tá molhada pra caralho. Quando começa a gemer e choramingar, eu paro. E ela sabe por quê.
Sabe que quero que ela goze comigo.
Demi desce de novo pelo meu corpo e se senta no meu colo, se esfregando no meu pau antes de pegá-lo com a mão.
Quando ela se encaixa em mim lentamente, ambos gememos e estremecemos.
Depois de uma noite fazendo amor, ela adormece em meus braços e eu a abraço, sem querer soltá-la jamais. 
Eu choro baixinho com o rosto mergulhado na maciez do seu cabelo até pegar no sono também.

O que será que o Joseph não quer contar a Demi? achei esse capítulo lindo!!! Está vindo coisa triste gente :( ~spoiler~
Comentem e até o próximo, bjs lindonas <3

4 comentários:

  1. Não, não ele não pode morrer, sério não pode.
    Capitulo perfeito posta mais!!!!!!

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    Respostas
    1. Ele não vai!!! Que bom que gostou...
      Já postei amore, bjs <3

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