05/12/2016

heartbeat: capítulo 4



Pensamentos em você 

– Sr. Jonas , o conselho está satisfeito com os rendimentos deste trimestre. Para o próximo, estamos prevendo um crescimento ainda maior da Jonas Industries, considerando a nova conta Armstrong que o senhor adquiriu. Jonas passava os dedos ritmadamente pela superfície lustrosa da mesa de reuniões de mogno.
– Que ótima notícia, Barry. Já temos alguma novidade da conta Kinsman?
Dez pares de olhos se voltaram para o homem que folheava algumas pastas, nervoso.
Outro executivo entrou na conversa com excessiva avidez:
– Sim, Sr. Jonas. Aceitaram a oferta e devem estar prontos para fechar até o final de julho. Já entreguei toda a papelada ao seu irmão.
Joseph se levantou da cadeira, assentiu satisfeito e deu a reunião por encerrada.
Depois que o último membro do Conselho saiu, ele caminhou até a janela do escritório, que ia do chão ao teto. Espiando as ruas de Manhattan lá embaixo, observava as vidas caóticas. Aos 28 anos, sabia que dominava o mundo. A Jonas Industries era uma das maiores agências de publicidade de Nova York. No entanto, Joseph não tinha aquilo de que mais precisava para viver: amor. Estava ciente disso, droga, tinha mais consciência disso do que dos traços do próprio rosto. Embora viesse saindo com várias mulheres desde o fim de seu último relacionamento sério, poucas se tanto chegaram a despertar algum sentimento nele. Encontrar alguém que gostasse dele de verdade, por quem ele era, acabara se tornando... algo no mínimo interessante, desde o fim do namoro.
Enquanto olhava as pessoas minúsculas caminharem apressadas pelas calçadas lá embaixo, seus pensamentos voltaram a Demi. Fazia menos de 24 horas que descobrira quem era o namorado dela.
Joseph estava morrendo de raiva por Alex tê-lo usado naquela confusão com Monica. Mas, apesar da atração por Demi, sabia que precisava dar cobertura ao amigo.
Ainda assim, seus sentimentos se alternavam entre a mentira que fora obrigado a contar e o desejo por ela. É claro que parte era atração sexual. Demi era linda, não havia como negar.
Entretanto, não fora isso que alimentara seu desejo por ela. Não conseguia definir exatamente o que era, mas era diferente de qualquer atração que já sentira. Tinha uma conexão com ela, algo lhe dizia que era com ele que ela deveria ficar.
A química entre os dois era inegável, uma corrente de atração que Jonas tinha certeza que Demi também experimentara. Ele sentiu na primeira vez em que colocou os olhos nela, a energia que irradiava dos olhos de Demi enquanto ela o encarava. De pé em meio ao império que construíra, enquanto o sol lançava seus raios sobre os gigantes de aço que cercavam as ruas, ele lutava contra o desejo arrebatador de lhe fazer mais uma visita inesperada. Balançando a cabeça diante daquela ideia insana, Joseph se deslocou até o outro lado do escritório. Sentou-se à sua mesa, folheou alguns relatórios e tentou tirar da cabeça a mulher que jamais seria dele.
Foi então que o irmão mais velho, Kevin, entrou em sua sala.
Cruzando os braços em sinal de contrariedade, Joseph o fuzilou com o olhar.
– Onde você estava? Recebeu o recado que deixei com Natalie sobre a reunião?
Kevin sorriu para Joseph com ironia.
– Devo dizer que você desempenha o papel muito bem, rapazinho. – ele atravessou o
escritório a passos largos, uma risada abafada saía de seus lábios.
– Pare de bancar o engraçadinho. É sério, o que aconteceu?
– Caramba, Joseph! Tive um compromisso familiar com Danielle e as crianças. Alena e
Valentina apresentaram um musical na pré-escola.
– Por que não me avisou? – ele franziu a testa, se recostando na cadeira de couro preto. Tinha um carinho especial pelos sobrinhos. – Eu poderia ter ido.
Kevin fez um gesto dispensando o assunto, os olhos verdes brilhando.
– Não se preocupe. Eles se saíram muito bem sem o tio Joseph. – Kevin riu e deu um tapinha no ombro do irmão. – E estou certo de que você ficou muito bem sem mim na reunião.
Joseph bufou e murmurou:
– Eles se transformam em um bando de tubarões quando os números não agradam.
– Qualquer negócio é assim. – o irmão deu de ombros e se sentou no sofá de couro preto. – As pessoas investem em nossa empresa e, em troca, precisamos produzir a receita que estão buscando.
Colocando-se de pé, Joseph ignorou aquelas palavras e caminhou de volta à janela.
– E então... vai garantir uma saída com Alicia? – sondou Kevin.
Sem se virar, Joseph cruzou os braços e riu.
– Não posso negar que admiro sua forma de mudar de assunto sem hesitar, Kevin.
– Tem um elogio sincero escondido em algum lugar nesta frase. Mas, sério, cara, já faz um tempo que Danielle está me enchendo o saco para dar um jeito de vocês dois se conhecerem. É só sair com a gente uma noite dessas e ver se a acha interessante.
– Já vi que vocês dois estão outra vez na missão “vamos arrumar um relacionamento estável para Joseph”.
– Missão? Não exatamente. Mas acho que já está na hora de você esquecê-la.
Virando a cabeça de súbito em direção a Kevin, os olhos de Joseph se iluminaram com o mais nítido divertimento.
– Você acha mesmo que eu ainda não a esqueci? – ele quase riu. – Já se passaram dois anos.
– Bem, ela sem dúvida o levou a se esquivar de criar qualquer outro vínculo... de longa duração, quero dizer. – Kevin se levantou do sofá. – As mulheres não são todas iguais, rapazinho. Ela estava no relacionamento por todos os motivos errados.
A mandíbula de Joseph se contraiu de um modo quase imperceptível.
– Eu realmente não tenho a menor vontade de falar sobre isso – disse ele, a voz contendo um aviso.
– É justo. Você vai jantar com a gente hoje na casa da mamãe e do papai?
Ele vestiu o paletó com a mais discreta sugestão de sorriso brincando em seus lábios.
– Sim, estarei lá. A não ser que você e minha maravilhosa cunhada estejam escondendo
uma mulher para mim debaixo da mesa.
Kevin tirou as chaves do bolso, deu um sorriso maroto e deixou o escritório.
Quando Joseph enfim saiu, Manhattan estava completamente engarrafada. Com um suspiro, passou a mão pelo rosto e apertou com força o volante do BMW preto. Enquanto aguardava uma multidão de pedestres atravessar a rua, se deu conta de que estava na esquina ao lado do restaurante onde Demi trabalhava. O sangue deixou seu rosto quando a viu abrir a porta para ir embora.
Considerou parar e dizer oi, mas assim que a ideia lhe ocorreu, uma buzina interrompeu seus pensamentos. Fazendo um gesto obsceno com o dedo do meio para o motorista impaciente, Joseph engatou a primeira marcha e seguiu pelo trânsito. Olhou pelo retrovisor, tentando espiar Demi uma última vez. Foi então que a história absurda sobre amor à primeira vista que seu pai lhe contara despencou sobre sua cabeça com um estrondo. 
Ela está em algum lugar por aí, meu filho, e quando você a encontrar, saberá no instante em que a vir.
Ela atrairá todos os seus instintos. Sem o menor respeito pela ordem natural das coisas, ela simplesmente... vai aparecer.
– Porra, isso é hilário. – ele riu, batucando os dedos no volante. – Devo estar louco por ficar pensando nessa garota.
Diante de tantas emoções conflitantes, Joseph passou a hora seguinte analisando suas crenças.
Enquanto a silhueta de Manhattan ia desaparecendo de vista para ser substituída pelas vastas extensões de árvores que cobriam o interior do estado de Nova York, ele jurou que tentaria parar de pensar em Demi mesmo sem ter certeza de que isso era possível.

teve um pouquinho do Kevin hahaha
Joseph não tira a Demi da cabeça, será que ele está apaixonado? hm hahaha
comentem sobre o que acharam amores.
bjs lindonas e até o próximo <3

2 comentários:

  1. Não vejo a hora desses dois ficarem junto e a Demi descontar o que esse Alex está fazendo com ela... Vamos Joe , faça ela dar uma lição nele!! Continua...

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    1. Vai demorar um pouquinho pra eles ficarem juntos mas vai rolar beijo em breve hahaha
      Vou postar hoje amor, bjs <3

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