Autocontrole
Até ela se acalmar, tomar banho e se arrumar, já eram sete e quinze, e a festa estava muito animada. Confirmando a previsão de Alex, devia haver pelo menos 150 pessoas espalhadas pela propriedade.
Demi foi passando pela multidão de rostos desconhecidos enquanto procurava por ele. Como não o encontrou, sentou-se em um dos bares montados no quintal.
Depois de virar uma dose de tequila, foi tomada por uma leve sensação de culpa por não ter dado a Alex o pouco que lhe pedira. Ele havia cuidado dela durante o período mais difícil de sua vida, sempre a elogiando fosse por seus atributos físicos ou intelectuais e se certificara de que nada lhe faltasse, financeiramente falando. Fazer sexo na casa de outra pessoa quer estivesse cheia ou não, não deveria ter sido um problema.
Antes que as deficiências de seu relacionamento pudessem pesar ainda mais em seu coração, Demi vislumbrou Joseph do outro lado da piscina, conversando com um grupo de mulheres. Notou que ele usava as mãos com intimidade um toque na nuca para chamar a atenção de uma, um roçar no braço de outra enquanto falava ou um pequeno toque na lombar de uma terceira quando ria e as mulheres só faltavam tropeçar nos próprios pés quando ele fazia isso. Demi engoliu em seco quando Joseph olhou em sua direção, percebendo que ela o observava. Ele pediu licença ao grupo de ansiosas “quero ser a Sra. Joseph Jonas” e se aproximou de Demi.
Muito à vontade numa camisa de linho branca e bermuda cáqui, ele se encostou no balcão.
– Acho impossível que uma mulher linda como você esteja sentada aqui sozinha.
Sem nem pensar duas vezes, Demi balançou a cabeça.
– Você realmente é especialista no que falar e no que fazer com as mulheres.
Ele ergueu uma das sobrancelhas com uma expressão convencida e sorriu.
– Quanto a isso, eu não sei. No entanto, sou expert em fazer... o mais delicioso sanduíche de presunto do mundo. – Os dois riram. Ele olhou no fundo dos olhos de Demi e tomou um longo gole da cerveja. – Mas, sério, onde está o cara que deveria estar sentado ao seu lado neste momento?
Ela estudou a multidão outra vez.
– Está por aí em algum lugar.
Enquanto os olhos de Joseph vasculhavam os convidados na tentativa de encontrar Alex, ele viu Monica Lemay. Ela vinha se aproximando dos dois e se insinuando com um sorriso malicioso. Ele pediu licença a Demi, apressado, avisando que voltaria logo.
Monica revirou os olhos com a aproximação de Joseph.
– Você também veio me dar uma advertência? – ela ficou na ponta dos pés e mordiscou o lóbulo da orelha dele. Joseph se encolheu, afastando-se dela. – Não precisa fazer isso. Alex já deixou claro que devo agir como se não o conhecesse e ficar longe daquela namoradinha dele também.
Joseph a fuzilou com o olhar, inclinando a cabeça para um dos lados, os olhos severos.
– Ah, é mesmo? Então por que você parecia pronta para ir falar alguma coisa para ela?
– Será que não posso nem pegar um drinque no bar? – perguntou ela, com um sorriso afetado e venenoso.
– Vá a um dos outros bares, Monica. – Joseph se inclinou, chegando bem perto do ouvido dela, baixando a voz até se tornar um sussurro frio: – Você é uma cobra. Não pense que não consigo enxergar exatamente o que você é. – ele deu um passo para trás. – Fique longe dela. Está me entendendo? – ela jogou os cabelos louros por cima do ombro e cruzou os braços enquanto desviava o olhar. – Monica, olhe bem para mim e me diga se eu não seria capaz de destruir seu mundo.
Ela ergueu uma das sobrancelhas, os olhos castanho-esverdeados arregalados.
– Que porra isso quer dizer, Joseph?
– Quer dizer que a Jonas Industries possui mais de 75 por cento das ações da empresa do
seu pai. Posso vender cada uma delas amanhã com um único telefonema. – ele chegou para a frente e ela recuou um passo. – Wall Street vai fazer uma farra e, até amanhã à noite, você e sua família vão estar catando restos nos becos do Harlem para sobreviver.
Ela arfou, indignada.
– Você não faria isso!
– Quer pagar para ver? – ele se virou e deu de cara com Kevin.
– Nossa, maninho, você parece estar furioso.
Joseph olhou para o local onde Demi continuava sentada, junto ao bar.
– Estou bem. Como vão as coisas?
– Mamãe precisa de você na cozinha – respondeu o irmão, passando a mão pelos cabelos. – Sei lá, algo sobre alguém que não consta da lista de convidados estar na porta tentando entrar.
Demi meneou a cabeça para Joseph quando seus olhares se cruzaram, cada qual de um lado da piscina. Ele ergueu um dedo para ela como se para avisar que em breve estaria de volta. Ela o viu se afastar em meio à multidão e entrar na casa. Reconheceu a mulher com que ele estivera falando, era a mesma da boate, alguns dias antes. Perguntou-se por que ele convidaria uma ex e por que ela apareceria. Era óbvio que ainda tinham questões mal resolvidas.
Quando Demi foi pedir um drinque, um homem alto e musculoso, mais ou menos da mesma idade dela, veio se aproximando, um cheiro forte de álcool escapando pelos poros.
Afastando da testa uma mecha de cabelos castanhos, ele deu um sorriso torto.
– Que festa maneira, né?
Demi olhou para ele enquanto pegava a cerveja das mãos do barman.
– É, sim.
– E aí, você está acompanhada ou eu sou o cara mais sortudo desta festa por ter esbarrado numa gata solteira?
Que cantada sensacional, hein, babaca, pensou ela.
– Sinto muito, estou acompanhada.
Ele deixou escapar um arquejo de superioridade.
– Quem é o cara? Conheço todo mundo aqui. É bem capaz de eu dar uma porrada nele.
E está ficando melhor a cada minuto.
– Alex Pettyfer.
O homem franziu as sobrancelhas.
– Você não está com Alex. Ele ainda está com a Monica. – O cara tomou um longo gole do drinque. – Pelo menos foi o que pensei.
Agora você tem a minha atenção, escroto.
– Quem é Monica?
– Você conhece o Joseph? – Demi assentiu e ele continuou:. – É a loura filé com quem ele estava conversando ainda agora, ao lado da piscina.
Este imbecil sem dúvida está bêbado.
– Não, você deve estar confundindo. A mulher com quem Joseph estava conversando é ex-namorada dele, não do Alex.
O homem balançou a cabeça insistentemente.
– Joseph nunca saiu com a Monica. Nós crescemos juntos. Ele não a suporta. – ele virou outra dose antes de prosseguir: – Já vim a muitas festas do Dia da Independência nesta casa. – ele apontou para o outro lado do quintal. – E já testemunhei Alex e Monica saindo aos tropeços daquela casa de hóspedes, em muitas manhãs, quase nus. Pode ter certeza de que eles trepavam.
Ao se levantar, atordoada diante do que acabara de saber, Demi tentou engolir em seco.
Tinha a sensação de que navalhas afiadas deslizavam por dentro do seu peito.
– E aí, vai me dar seu telefone ou não?
Sem nem olhar para trás, Demi foi se embrenhando pela multidão. As vozes agudas, risadas e rostos alegres pareciam um borrão distante e indistinto. Uma fina camada de suor começou a lhe cobrir a pele enquanto o pânico se instalava. Dirigiu-se à luz acolhedora da casa. Passando pela cozinha, viu Joseph conversando com a mãe. Ele olhou em sua direção quando ela entrou na sala de estar.
Virando no saguão, Demi perdeu todo o ar e seu coração parou ao ver Alex com
Monica. Em seguida sofreu mais um golpe devastador, pois Monica passou o braço em torno
do pescoço de Alex e o puxou para si. Então aconteceu: o beijo. Sem entender direito o que
estava havendo, Demi cobriu a boca com a mão enquanto as lágrimas brotavam. Incapaz de continuar olhando aquilo, deu meia-volta e bateu em cheio no peito de Joseph. Ele a segurou pelos braços, olhando seu rosto e, em seguida, para trás dela, para Alex e Monica.
– Eu... eu... tenho que ir embora – gaguejou Demi, a voz cheia de dor. – Por favor, chame um táxi para mim. – ela correu para a frente da casa e saiu.
Pegando as chaves no bolso, Joseph a seguiu. Viu-a sentada no alpendre, tentando recuperar o fôlego, a cabeça aninhada entre as pernas. Aproximou-se e se ajoelhou ao seu lado. Segurando o queixo de Demi, ergueu o rosto dela.
– Eu levo você – sussurrou.
Ela balançou a cabeça com veemência.
– Não, sua... sua festa... – secou as lágrimas. – Você não pode sair assim. Por favor, chame um táxi para mim, ou peça para seu motorista me levar.
Sem largar o queixo de Demi, Joseph a fitou nos olhos.
– Meu motorista não está aqui e não vou mandar você de volta para a cidade num táxi. Não estou preocupado com a festa. Vou levá-la.
Sem dizer uma palavra, Demi engoliu em seco, se levantou e caminhou em direção ao estacionamento. Joseph apontou o BMW. Abriu a porta, ela se acomodou no assento e, com os nervos ainda sensíveis, o observou dar a volta até o outro lado do carro.
Nenhum dos dois disse uma única palavra durante a viagem de duas horas e meia até Manhattan.
Enquanto o pôr do sol pintava o céu em tons de laranja, roxo e rosa, Joseph procurava algo a dizer, ciente de que tinha sua parcela de culpa por deixar Demi acreditar que Monica fosse sua ex-namorada. A dor dela era tão tangível que ele estava enjoado. Sabia que precisava se explicar.
Ao parar numa vaga na frente do prédio dela, fechou os olhos por um instante e respirou fundo.
– Sinto muito por ter mentido para você – sussurrou.
Demi afastou os olhos da janela do carona.
– Acha que estou com raiva de você? – a voz dela soou tão baixa quanto a dele, mas o choque diante do pedido de desculpas dele era nítido.
– E como poderia não estar? Eu menti para dar cobertura a ele. Embora não soubesse que ele ainda estava... – Joseph respirou fundo e fez uma pausa. Demi sabia o que ele não queria dizer. – Eu sei quem ela é e foi por isso que a levei para fora na boate. Não queria que ela... machucasse você, Demi. Eu sinto muito.
Ela olhou bem fundo naqueles olhos esverdeados estáticos.
– Você nem me conhece, Joseph. – ela secou as lágrimas das bochechas. – A responsabilidade de me contar a verdade não era sua, mas dele. Então, por favor, não se sinta na obrigação de me pedir desculpas.
Demi saltou do caro e parou, erguendo os olhos para o céu, onde fogos de artifício vermelho sangue e azul vibrante explodiam como estrelas cadentes. Nas calçadas, as pessoas comemoravam, batendo palmas para os fogos de artifício que estouravam por toda a cidade.
Joseph desligou o motor, acionou o pisca-alerta e a seguiu até a entrada do prédio.
Demi parou de repente, passando as mãos pelos cabelos e voltando a chorar.
– Eu nem trouxe as chaves. Deixei a bolsa na sua casa.
Percebendo o desespero de Demi, o porteiro se aproximou, preocupado. Joseph explicou a situação. Em dez minutos a administração do edifício, sabendo que ela era moradora entregou-lhe um novo jogo de chaves.
Para ter certeza de que Demi ficaria bem, Joseph a acompanhou até a porta do
apartamento. Ele a observou tentando enfiar a chave na fechadura com as mãos trêmulas.
Então pôs a mão sobre a dela para acalmá-la. Pegou a chave e abriu a porta. De pé, no vão da entrada, observou-a andar de um lado para outro da sala, nervosa. Quando Demi deu a volta até onde ele estava, Joseph se aproximou. A porta se fechou com um baque, fazendo eco.
– Obrigada por me trazer em casa – disse Demi com voz suave.
Olhando fixamente para ela, a voz dele traiu toda a sua preocupação:
– Tem certeza de que vai ficar bem?
Demi desviou o olhar vidrado para o chão. Joseph se abaixou um pouco, para obrigá-la a encará-lo. Os olhos pousaram sobre os lábios dela por um breve momento e Demi decifrou os pensamentos por trás deles. Ela sabia. Sentiu a respiração presa na garganta e o coração começou a acelerar. Joseph tomou o rosto dela entre as mãos com ternura. Ela pôs as mãos suaves sobre as dele, apoiando-se nelas e absorvendo seu calor.
– Demi – sussurrou ele, encostando a testa na dela, de olhos fechados.
Quando os abriu, ela o encarava. Ambos estavam ofegantes, os hálitos misturados, cálidos e agora tão próximos. A energia que fluía silenciosamente em torno dos dois era sufocante. Joseph chegou mais perto, o braço descendo até as costas de Demi, puxando-a para o calor de seu corpo. Ele se abaixou para beijá-la o coração retumbando no peito e nem o corpo, nem a mente permitiriam que mais um minuto se passasse sem que ele satisfizesse seu desejo. Demi abriu os lábios em protesto, mas a queixa se transformou num gemido quando a boca de Joseph cobriu a dela e a língua deu início ao ataque suave. Demi sentiu-se mergulhar no prazer daquele beijo enquanto o toque de Joseph destruía suas certezas e o último vestígio de autocontrole. Apesar da confusão em sua cabeça, o corpo decidia por ela.
Não. Faça. Perguntas.
Ao beijá-la, Joseph sentiu a doçura das cerejas naqueles lábios e a sorveu como se fosse o mais refinado vinho tinto. As mãos de Demi foram subindo pelos braços dele até chegarem à nuca, deixando um rastro de fogo sobre a pele. Um denso tremor de prazer percorreu seu corpo enquanto os dedos dela se enroscavam nos cabelos dele. Joseph deixou escapar um gemido ao sentir os seios macios contra seu peito. O perfume da pele dela e aquele corpo curvilíneo perfeitamente encaixado em seus braços o fizeram voar para um lugar até então desconhecido. Os dedos iam explorando os cabelos ondulados dela à medida que o beijo se aprofundava eram tudo o que ele havia imaginado: pura seda. Demi puxava a camisa dele enquanto Joseph a fazia caminhar de costas, encostando-a na parede, a língua tomando toda a sua boca. Ele a beijava como se já tivesse feito isso mil vezes, como se Demi fosse sua.
Aquela era a forma que imaginara que a beijaria desde o momento em que a vira, desde o momento em que soube que a desejava.
– Você é tão linda – sussurrou. Os lábios percorriam o queixo delicado ao mesmo tempo que as mãos desciam à cintura. – Eu quero você mais do que qualquer coisa que já quis na vida.
Demi quase derreteu ao ouvir aquelas palavras. O corpo pressionado de encontro ao dele pedia mais. A cabeça pendeu para trás quando a boca dele deslizou pelo seu pescoço, percorrendo a curva da sua clavícula e beijando sua pele. Quando Joseph deslizou a mão por baixo da barra do vestido dela e acariciou seu quadril, o coração de Demi quase parou.
Sentiu os braços se arrepiarem enquanto enlaçava a cintura dele com uma das pernas, a mão
de Joseph segurando sua cabeça por trás e a outra apertando-lhe a coxa com força. Ondas de
calor desciam como cascatas pelo corpo trêmulo de Demi. Cada toque era um sussurro arrasador na pele. O pincelar lânguido da língua dele retornou à sua boca. Sugando o lábio inferior, ele engoliu seus gemidos de prazer enquanto a puxava para mais perto. Os sentidos de Demi eram abafados pelo cheiro, pelo toque, pelo sabor e pelos gloriosos gemidos de Joseph.
Joseph Jonas... amigo de Alex, alguém que conhecia bem e de quem se tornara íntimo. Se Alex descobrisse apesar do que ele fizera, sem dúvida ficaria furioso. De repente,
Demi ficou perturbada, sem saber ao certo o que estava fazendo. Imagens tremeluzentes de
Alex e da vida a dois invadiram sua mente. Aquilo era ruim e ela sabia disso. Na cabeça dela, dois erros nunca resultavam num acerto. Foi invadida por uma onda de culpa
misturada à raiva que sentia por Alex e por si mesma. Embora o corpo lutasse contra a razão e estava lutando com bravura, ela precisava parar.
– Nós... eu não posso, Joseph... – ela enfim conseguiu pronunciar as palavras.
Recuando, com os olhos dilatados e trêmulo de desejo, Joseph estudou o rosto de Demi. Os lábios dela estavam inchados por causa do beijo e a respiração estava tão irregular quanto a dele. As lágrimas brotavam outra vez, mas ele também conseguia enxergar paixão ali. E seu coração se partiu em mil pedaços diante da expressão dela. Não queria magoá-la.
Assentiu devagar, as pontas dos dedos acariciando as faces coradas por alguns segundos,
antes de as mãos penderem para os lados, levando junto o calor emanado por Demi.
– Sinto muito – sussurrou ela, sem encará-lo.
– Não, Demi eu...
– Por favor, Joseph, apenas vá embora. Preciso que você vá – pediu ela, fungando, ainda sem conseguir olhar para ele.
Joseph tentou desesperadamente descolar a língua do céu da boca para conseguir dizer
alguma coisa, qualquer coisa que pudesse consertar a situação, mas não foi capaz. As palavras as certas pelo menos não existiam em sua cabeça.
E ele sabia disso.
Passando a mão pelos cabelos, nervoso, ele se virou, segurou a maçaneta e, com relutância, saiu.
Encurvada para a frente, Demi tremia, tentando recuperar o fôlego. Fechou os olhos, desesperada por se livrar da culpa, empurrá-la para longe e expulsá-la do organismo. Estava completamente pálida, com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. O estômago se revirava de nojo não só pelo que acabara de fazer, mas também porque sabia que aquilo tinha sido bom.
Meu Deus, ela se sentira tão bem beijando e tocando Joseph e deixando que ele a tocasse.
Escondeu o rosto com as mãos e chorou enquanto novas ondas de culpa quebravam por cada membro de seu corpo.
Sentindo-se mentalmente exausta, ela desabou no sofá, tentando recuperar a compostura enquanto secava as lágrimas. Parte dela tinha a sensação de estar morrendo enquanto imagens nítidas de Alex beijando Monica invadiam suas lembranças. Olhando para o teto, Demi se perguntou se, de alguma forma, havia se deixado iludir, acreditando que Alex não a estava traindo. Seus instintos estavam avisando havia semanas, mas ela se recusara a acreditar nos alarmes que disparavam.
Uma batida brusca à porta a acordou do que esperava ser um pesadelo. Antes que pudesse atender, a porta se escancarou. Alex estava no saguão com suas malas. Engolindo com força a bile que veio subindo, Demi sentiu o estômago embrulhar quando se levantou do sofá. Fechando a porta às suas costas, os olhos dele cruzaram com os dela do outro lado da sala.
– O que você está fazendo aqui? – perguntou Demi, fuzilando-o com o olhar. – Vá embora!
– Você tem que me deixar explicar.
– Explicar o quê? Você estava beijando aquela mulher!
– Ela que me beijou – corrigiu ele.
– Mentira! Saia daqui! – ela apontou para a porta.
– Você vai me deixar explicar. – ele atravessou a sala, diminuindo a distância entre os dois.
– Você a beijou – gritou Demi, cutucando o peito dele com um dos dedos. – Eu vi!
Alex agarrou o pulso dela e chegou ainda mais perto.
– O que você viu foi ela se chegando para me beijar. Não viu quando dei um empurrão nela, Demi. – a voz dele saiu grave e serena.
– E quer que eu acredite nisso? – ela quase gritou. – Você mentiu para mim quando me disse que ela era ex-namorada do Joseph!
Demi fez menção de seguir para a cozinha, mas Alex agarrou-a pelos ombros.
– Eu não lhe contei sobre a Monica naquela noite porque não queria que você se sentisse desconfortável na presença dela. – ela se virou de súbito e olhou para ele, incrédula. – Estou falando sério, Demi. Eu não queria que você soubesse que era alguém que eu tinha namorado. Eu sabia que, se descobrisse, ia querer ir embora. Achei que não fosse importante.
Ela deu um passo para trás, quase tropeçando.
– Gata, eu não estou mentindo – continuou ele. – Ela é obcecada por mim. Você acha que eu faria uma coisa dessas na frente de todo mundo, sabendo que você estava por perto?
– Demi olhou para ele boquiaberta e de cara amarrada. Alex passou os dedos pelos cabelos. – Não foi isso que eu quis dizer. Eu estava saindo do banheiro e ela me perguntou se podia falar comigo um instante. Concordei e, antes que eu me desse conta, ela me puxou e me beijou. Foi isso que você viu, gata. Porra, juro por Deus que dei um empurrão nela. Você deve ter dado as costas antes de eu fazer isso.
Balançando a cabeça, Demi levou a mão à boca depressa enquanto chorava. A mágoa apertava seu coração, a dor estava literalmente se debatendo pelo seu corpo. Será que tinha chegado a uma conclusão precipitada pelos segundos do beijo que havia testemunhado?
Nunca se sentira tão confusa.
– Eu até avisei a Monica, quando ela chegou à festa, que ficasse longe de mim – sussurrou ele, aproximando-se com cautela e erguendo a mão para acariciar o rosto de Demi.
Sem parar de chorar, ela baixou o olhar, sem saber o que fazer ou o que dizer.
– Acabei de dar o maior esporro no Joseph por trazer você de volta para cá sem a minha permissão.
Demi ergueu a cabeça de súbito.
– Você... o viu?
– Sim, eu o vi indo embora – respondeu ele, enterrando o rosto no pescoço dela. – Você não devia ter vindo com ele, Demi. – ela se afastou outra vez, os olhos verdes arregalados.
– Você não teria ido embora se tivesse me visto fazendo a mesma coisa?
– Não tenho certeza. – ele fez uma pausa, mordendo o lábio como se tentasse decidir o que dizer. – Só sei que não gostei de ele ter trazido você em casa sem me avisar, e de você ter vindo embora com ele.
Os traços de Demi se transformaram diante do choque causado por aquelas palavras.
– Você está com raiva de mim porque vim embora, Alex?
– Meu Deus, gata, eu não estou com raiva de você. – ele chegou um pouco mais perto e a mão roçou no pescoço dela. – Só quero que acredite no que estou dizendo. Ela não significa nada para mim. – aproximando-se ainda mais, ele respirou de encontro ao rosto de Demi ao mesmo tempo que desceu as mãos até a cintura dela. – Eu me afastei dela, Demi. Juro que me afastei dela. Só que você não viu. – com muito cuidado, ele cobriu a boca de
Demi com a sua, a voz suplicante enquanto a beijava. – Amo você mais do que qualquer coisa neste mundo. Jamais a magoaria, gata. Por favor, você precisa acreditar em mim. Eu amo você, porra. – ele inclinou a cabeça dela para trás, puxou o corpo delicado para si e desceu a boca até seu pescoço.
– Alex, por favor – gemeu ela, agarrando-o pela camisa. – Meu Deus, por favor, não minta para mim – implorou, as lágrimas correndo outra vez.
– Gata, eu não estou mentindo. – ele deslizou as mãos por debaixo do vestido dela e o retirou pela cabeça. – Amo você, Demi. Você é meu mundo. Não posso perdê-la – sussurrou ele, de encontro à boca macia, a respiração irregular contra a dela. – Sinto muito por você ter visto aquilo.
A indiscrição que ela cometera com Joseph a rasgou assim que ela fitou dentro dos olhos castanhos de Alex. O ar fugiu de seus pulmões. A culpa se instalava em seu coração feito uma lança gelada.
– Diga que acredita em mim. – a respiração dele foi ficando pesada enquanto se ajoelhava diante dela, traçando círculos hipnotizantes com a língua em sua barriga. Deslizou a calcinha dela pelas coxas. – Diga que acredita em mim, gata.
Demi estava dividida entre aquilo em que queria acreditar e o que tinha feito com Joseph.
– Sim, acredito em você – disse ela. – Sinto muito, Alex. Sinto muito.
Antes que pudesse se dar conta do que estava acontecendo, ele lhe arrancou a calcinha, a tirou do chão e a carregou até a cama. Abriu suas pernas e a prendeu sobre o colchão enquanto a língua deslizava lhe causando grande prazer. O corpo dela se contorcia de encontro à boca de Alex enquanto ele lhe agarrava os quadris, sugando, lambendo e
saboreando a essência de Demi. Os músculos dela entraram numa convulsão de êxtase e
culpa enquanto os dedos dele entravam e saíam de seu calor. Precisando se livrar da culpa e
desejando Alex dentro de si naquele mesmo instante, ela se esforçou para se erguer.
– Alex, quero você agora – gemeu, deslizando sobre os travesseiros.
Ele se livrou do restante das roupas, subiu na cama e mergulhou dentro dela. Ela agarrou os bíceps dele e atirou a cabeça para trás diante da sensação de tê-lo penetrando sua carne quente.
Alex baixou a boca sobre a dela com violência e sufocou os gemidos enquanto Demi fechava os olhos. Então aconteceu. Imagens de Joseph a beijando, a sensação da língua de veludo e das pontas de seus dedos por todo o seu corpo todos os pensamentos dela estavam consumidos por ele. Era Alex quem se encontrava sobre ela, mas Demi só conseguia sentir o toque, o cheiro e o sabor de Joseph.
Demi parou de se mexer, o corpo todo paralisado.
– O que foi? – sussurrou Alex em seu ouvido, ainda se mexendo sobre ela.
– Acho que vou vomitar. – ela saiu de debaixo dele e correu para o banheiro.
Ele deixou escapar um suspiro e se deitou de barriga para cima.
– Que porra é essa, Demi?
Fechando a porta, ela caiu de joelhos diante do vaso sanitário enquanto lágrimas quentes brotavam. Posicionando o cotovelo sobre o assento, ela afundou as mãos nos cabelos, tentando recuperar o fôlego. Ficou sentada ali por alguns segundos, alguns minutos, talvez horas. Quando enfim se levantou, não soube dizer quanto tempo havia se passado.
Foi até o espelho e estudou seu reflexo. Depois de jogar água no rosto, voltou para o quarto, onde Alex já havia adormecido. Enfiando-se silenciosamente na cama, enroscou-se nas cobertas na esperança de pegar no sono e rezando para não estar se metendo em algo que não pudesse controlar.
esse Alex é um babaca, não sei como a Demi pode acreditar nele.
finalmente rolou o beijo e que beijo hein hahaha
e agora como a Demi vai ficar? muita confusa né, vai pensar no Joseph o tempo todo.
bjs lindonas e até o próximo <3
respostas aqui
Que beijo foi esse!!! E depois de beijar o Joe ela ainda perdoa o Alex... Não estou acreditando nisso!!! Posta logo por favor!!!
ResponderExcluirMuito besta essa Demi não é? Mas o Joseph irá mexer com o coraçãozinho dela.
ExcluirVou postar hoje, bjs lindona <3
MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA
ResponderExcluirDeixa só passar essas festas de fim de ano, que em janeiro vejo se posto uma maratona.
ExcluirAGORA QUE A DEMI PROVOU DO MELHOR, VAI SER DIFÍCIL SE CONTENTAR COM O MELA CUECA DO ALEX. POSTA LOGO . PRECISO URGENTEMENTE DE MAIS JEMI! POSTAAAAAAAAA
ResponderExcluirAgora a Demi vai ficar confusa demais hahaha
ExcluirAlex é um babaca, vou postar hoje!