Fogos de artifício
Leiam o meu comentário final.
Uma batida à porta e um gemido grave de Alex ecoaram no cérebro ainda adormecido de Demi. Forçando-se a abrir um dos olhos, ela viu a cabeça de Trevor espiando dentro do quarto.
– Hora da pescaria – respondeu Trevor, animado demais.
Alex esfregou o rosto, lançou um olhar duro para Trevor e se virou para Demi.
– Você vai se levantar?
Olhando para o relógio através das pálpebras pesadas, Demi viu que eram apenas sete da manhã, então apertou bem o edredom em volta do corpo.
– Não – gemeu, se virando. – Vá tomar uma chuveirada. Vou me levantar daqui a pouco.
Praguejando por ter sido acordado tão cedo, Alex saiu da cama e caminhou até o banheiro com passos pesados.
Demi ouviu a porta se fechar com um baque quando Trevor saiu. A luz do sol entrava no quarto e ameaçava despertá-la de vez, mas ela se aninhou preguiçosamente. Respirando fundo, sentiu o perfume celestial, intoxicante e entorpecente de Joseph enquanto tentava dormir outra vez.
Joseph? Mas que...?
Dando-se conta de que ainda estava com o suéter dele, sentou-se às pressas. Em meio segundo arrancou-o do corpo, pulou da cama e, sem pensar muito, enfiou-o numa gaveta da mesinha de cabeceira.
Com dedos trêmulos, esfregou os olhos e tentou não pensar na reação que Alex teria se a visse com o suéter do amigo. Depois de alguns minutos, a ansiedade foi passando e Demi se acomodou de novo na cama, mas não conseguiu voltar a dormir.
Ainda resmungando, Alex saiu do banheiro. Demi percebeu que ele parecia cansado, pálido e abatido. Depois de tentar acalmá-lo com uma massagem, deu-lhe um beijo no rosto e foi tomar uma chuveirada. Quando saiu, encontrou-o largado na cama vestindo uma camiseta e uma bermuda cargo, o braço protegendo os olhos.
– Quais são seus planos enquanto eu estiver pescando? – perguntou ele, a voz grave e indistinta.
– Vou ficar com Selena e Justin até eles irem embora – respondeu Demi, ligando o secador de cabelos na tomada. – As duas vão para a cidade mais tarde para passar o dia na casa da família de Justin.
Praguejando, ele se levantou com as pernas pouco firmes e deixou o quarto. Quando Demi desceu, já eram oito e quinze. Alex estava sentado na ilha da cozinha com a cabeça escondida entre os braços dobrados, murmurando para si mesmo.
Joseph sorriu para Demi por cima do jornal. Como sempre acontecia quando ela aparecia, todo o corpo dele entrou em estado de alerta. Sentiu o sangue começar a pulsar mais depressa quando ela se dirigiu à ilha. O tecido branco e sedoso do vestido leve de verão deslizando pela coxas e contrastando com a pele de um tom moreno perfeito quase o deixou sem fala.
Joseph pigarreou.
– Alex está prometendo nunca mais pôr uma gota de uísque na boca se os deuses da bebedeira permitirem que ele sobreviva a este dia. – riu e tomou um gole de café. – Ele nunca soube beber.
Apesar de abafadas pelos braços, as palavras saíram claras e objetivas:
– Vai se foder, Joseph.
Joseph riu e olhou para Demi.
– Quer café?
– Parece uma ótima pedida. Obrigada. – ela se sentou ao lado de Alex.
– De nada – disse Joseph.
Joseph se levantou, pegou uma caneca no armário e serviu o café, depois foi até a geladeira.
Dando uma viradinha para trás a fim de fitar Demi, ofereceu-lhe um sorriso sábio.
– É só um palpite, é claro, mas você parece gostar de creme e açúcar no café.
Demi ficou boquiaberta, mas logo se recuperou. Joseph arqueou a sobrancelha com malícia e foi até ela. Quando Demi ia pegar a caneca, ele enfiou alguma coisa em sua mão.
Ela olhou de relance para Alex, que ainda se escondia da luz. Joseph pôs o café diante dela e se sentou.
Abrindo a mão, Demi viu o que segurava: uma tampinha de garrafa. Olhou para Joseph, que bebericava seu café calmamente, com o jornal na mão e um sorrisinho. Ela balançou a cabeça.
Assim que ouviu a campainha, Alex endireitou o corpo e se virou depressa. Soltou um gemido quando Joseph foi atender. Demi o observou cumprimentar dois homens que pareciam ser seus parentes. O mais jovem era bonito e tinha a mesma cor de cabelo e traços bem delineados de Joseph, porém um corpo um pouco mais robusto. O mais velho, no entanto, era uma espécie de clone de Joseph, só que vinte anos mais velho, com alguns fios de cabelo grisalhos.
Ao entrar na cozinha, o homem mais velho arqueou as sobrancelhas que contornavam os olhos verdes enquanto batia nas costas de Alex.
– Está com uma aparência meio amarrotada, meu filho.
– Bom dia, Sr. Jonas. – Alex se levantou para apertar a mão do homem. – Pois é, bebi um pouquinho demais ontem à noite.
– Bem, prepare-se para beber um pouco mais hoje, meu jovem – brincou o homem, erguendo uma garrafa de Grand Marnier e duas varas de pesca.
Balançando a cabeça, Alex olhou para Joseph.
– O seu velho vai me matar de beber hoje, não vai?
– Tenho quase certeza de que essa não é a intenção dele. Não é, pai?
– De forma alguma – Ele olhou para Demi com um sorriso encantador. – E quem temos aqui?
Alex passou o braço pela cintura dela.
– Esta é minha namorada, Demi. Demi, este é o irmão de Joseph, Kevin, e o pai deles, Paul.
– É um prazer conhecê-los. – ela apertou a mão dos dois.
– Demi, você tem alguma irmã para apresentar ao meu irmão? – Kevin apontou para Joseph com o polegar. Joseph revirou os olhos e tomou o restante do café. – Minha mãe quer vê-lo casado em breve.
– Infelizmente, a única que tenho já é casada – respondeu Demi, rindo.
Kevin passou o braço em volta do pescoço de Joseph.
– Que pena, maninho! A busca continua.
Com os braços cruzados, Joseph deixou escapar um suspiro e revirou os olhos diante da “missão” do irmão de lhe arranjar uma namorada.
Por fim, Trevor, Liam e Chris desceram para se juntar ao grupo.
– Mas que diabos você está vestindo? – perguntou Joseph, olhando para as roupas de Trevor.
Usando seu melhor chapéu de pescaria e um colete cheio de anzóis e de minhoquinhas de plástico, Trevor fungou, ofendido.
– Ah, sei lá, cara. – ele despejou café dentro de um copo de isopor e continuou: – Pelo menos eu dou conta de entrar no barco. – todos os homens caíram na gargalhada, menos Joseph, que apenas balançou a cabeça com um sorriso divertido e ignorou a provocação. Trevor deu-lhe um tapinha nas costas. – Por acaso o grande Joseph Jonas ficou sem fala?
Joseph se levantou para pegar mais café.
– Muito bem, podem me sacanear, seus babacas. Mas, em minha defesa, herdei isso da minha mãe.
Demi franziu as sobrancelhas, confusa.
– Você não anda de barco?
O sorriso de Joseph foi se abrindo pouco a pouco, fazendo os olhos cintilarem.
– Tecnicamente, ando, mas não quando o mar está agitado como nesta manhã. – ele bebericou um gole do café. – Fico meio enjoado.
Alex se levantou, caminhou até ele e lhe deu um tapinha no ombro.
– Meio? Você sempre acaba rezando aos deuses do mar que lhe permitam sobreviver à viagem sem vomitar.
Balançando a cabeça, Joseph jogou as chaves do barco para o pai.
– Certo, vocês todos precisam dar o fora da minha casa agora mesmo. E isso inclui você, pai – acrescentou depressa.
Paul deu um tapinha nas costas do filho. A conversa e as risadas continuaram por mais alguns minutos enquanto os homens se preparavam para um dia no mar. Depois de se
certificarem de que tinham gelo, comida, bebida e isca suficientes para durar até a tarde, estavam prontos para partir.
Demi seguiu Alex até a porta para lhe dar um beijo de despedida e lhe pedir que pegasse leve com a bebida. Ela observou o grupo se dirigir ao barco.
Depois de fechar a porta, Demi se virou e encontrou Joseph sentado à ilha, com o café em uma das mãos e os olhos grudados no jornal. Ia subir, imaginando que seria um bom momento para acordar Selena e Justin, mas antes que pudesse fazê-lo Joseph a chamou e pediu que se sentasse.
Enquanto se aproximava, ela teve uma conversa muito séria consigo mesma. Na noite anterior, tinha gostado de estar com ele mais do que deveria, e por isso desenvolvera algo mais do que apenas uma atração física por Joseph. Comichões inéditas percorriam seu corpo e uma ansiedade estranha causada pela proximidade permeava seus ossos, ainda mais do que antes.
E isso... não era bom. Sentada ao lado dele, Demi tentava ignorar a forma como os cabelos caíam em todas as direções, um tipo de desgrenhado pós-sexo. Aquilo o deixava com uma aparência... bem... ainda mais irresistível.
Passando as mãos nos cabelos, ele baixou o jornal e sorriu.
– Eu queria lhe avisar, com alguma antecedência, que esta casa vai ficar um pouquinho... caótica.
– Como assim? – perguntou ela, brincando com a bainha do vestido. – Pensei que seus convidados não fossem chegar antes das três.
Os olhos de Joseph desceram rapidamente às coxas de Demi e logo voltaram ao rosto. Ele engoliu em seco.
– Bem, o bufê e a empresa que monta as tendas vão chegar em breve. Se você quiser, podemos ir à praia ou tomar um banho de piscina. – Demi se remexeu, nervosa, os olhos fixos nos dele. – Quero dizer, você... você pode ir à praia ou à piscina – ele rapidamente se corrigiu e mordeu o lábio. Meu Deus.
Demi observou aqueles lábios com atenção de mais e afastou a cadeira da bancada para se levantar.
– Está bem, vou ver. – ela foi até as escadas. – Eu só vou... hum... acordar Selena e Justin, agora.
Ele assentiu e ela subiu depressa.
Demi bateu rapidamente à porta e Selena berrou para que ela entrasse. Os dois já estavam se preparando para ir embora.
– Por que estão arrumando as coisas agora? – perguntou Demi. – Pensei que vocês só fossem embora depois das três.
Selena jogou os últimos itens dentro da mochila.
– A mãe do Justin não está bem e ligou perguntando se a gente podia chegar mais cedo para ajudar na cozinha. – ela se espreguiçou. – Argh, eu não estou nem um pouco a fim de fazer essa viagem de volta.
Demi apertou os lábios e desabou na cama. Deixando escapar um suspiro, encostou num travesseiro, claramente perturbada.
Selena olhou para ela.
– Parece que você está surtando porque vamos embora. Mas já sabia que não íamos ficar o tempo todo, mesmo. O que houve?
– Joseph não foi pescar com os rapazes e vamos ter que ficar aqui sozinhos.
– É verdade... ele enjoa. Tinha esquecido. – um sorriso surgiu no rosto de Selena. – E por que você está tão incomodada por ficar sozinha com ele? Eu diria que é a oportunidade perfeita para provar uma coisa... deliciosa.
– Porra, Selena! – disparou Demi. – Não estou brincando. Pare com essa merda!
Selena ficou imóvel e estupefata enquanto Demi se levantava e passava por ela feito uma flecha.
Atravessando o corredor a passos largos, Demi entrou no quarto, atirou a mala em cima da cama e começou a jogar as coisas lá dentro. Selena entrou com cautela.
– O que você está fazendo, Demi?
– Vou embora com vocês – respondeu ela, apressada. – Não vou ficar aqui com ele.
Selena se aproximou e a segurou pelos ombros.
– Caramba, amiga, fique calma, está bem? – Demi se desvencilhou de Selena e continuou a arrumar as malas. – Demi, a mãe dele, a cunhada e os sobrinhos devem chegar daqui a pouco. Não vão ser só vocês dois.
Demi parou de repente. Atirou-se na cama e levou os dedos às têmporas na tentativa de acalmar os pensamentos desordenados.
Selena sentou-se ao lado dela.
– O que está se passando nessa cabecinha?
Demi balançou a cabeça, a voz um pouco mais do que um sussurro:
– No fundo eu gosto do jeito como ele fica me encarando, Selena, e odeio isso. E odeio não conseguir evitar encará-lo de volta. Odeio o fato de ele ser amigo do Alex e de estarmos todos juntos aqui. – ela se virou para Selena e fez uma pequena pausa. – E odeio o fato de estar tendo todos esses pensamentos, para começo de conversa. Devo tanto ao Alex. Não deveria estar pensando no amigo dele desse jeito.
Pondo a mão no ombro de Demi, a expressão de Selena se abrandou.
– Em primeiro lugar, você precisa parar de ser tão grata àquele imbecil. Ele fez o que qualquer bom namorado faria. Nada de mais.
Demi fechou os olhos e engoliu em seco. Alex tinha superado suas expectativas, mas não ia discutir isso com Selena. A amiga prosseguiu:
– Mas, é sério, a família de Joseph logo vai estar aqui. Além do mais, como é que você vai explicar para o babaca que simplesmente decidiu ir embora, sem mais nem menos?
Demi ponderou a pergunta. Selena tinha razão. Se usasse o pretexto de estar passando mal, Alex perderia um ótimo dia porque voltaria para a cidade para ficar com ela. Demi assentiu.
Respirando fundo, ficou de pé e pegou um livro.
– Bem, acho que vou ficar por aqui lendo até ouvi-los chegar.
Selena sorriu e se levantou.
– Muito bem, faça o que quiser. – deu um abraço em Demi e seguiu para a porta. – Eu te amo.
– Eu também te amo, Selena.
Demi se encolheu na cama, abriu o livro e tentou relaxar. E foi exatamente o que fez: relaxou.
Leu aquele livro. Caramba, ela o leu inteiro e voltou ao início, mas, por fim, cochilou durante a segunda tentativa de afastar da mente a ameaça que se escondia por trás da porta fechada. Era pouco mais de meio-dia quando ouviu portas de carro batendo. Por uma janela de canto, olhou para baixo e viu duas mulheres caminhando em direção à casa, seguidas por duas crianças pequenas.
Recuperando-se do pânico, Demi desceu. Joseph tinha razão. A casa zumbia com profissionais vestidos de preto e branco preparando o bufê. Como não o encontrou em meio ao cenário frenético, caminhou até o quintal. Debaixo de uma dúzia de enormes tendas brancas, os funcionários forravam as mesas com toalhas azuis, vermelhas e brancas enquanto berravam pedidos de música para o DJ, que se preparava para trabalhar num dos cantos. Em cada mesa, imensos enfeites de centro prateados em forma de estrela ancoravam um patriótico sortimento de balões.
Demi varreu a multidão e seus olhos encontraram os de Joseph, do outro lado do quintal.
Ele logo sorriu e fez sinal para que ela se aproximasse. Enquanto ia até lá, ela notou a expressão preocupada dele.
– Você está melhor? – perguntou Joseph, sussurrando em seu ouvido. – Antes de ir embora, Selena me disse que você não estava se sentindo bem.
– Me senti um pouco mal mais cedo, mas já passou.
Ele arqueou uma das sobrancelhas, incrédulo.
– Tem certeza?
Ela assentiu.
– Bem, me avise se precisar de alguma coisa, está bem?
– Aviso, sim. Obrigada.
Ele sorriu e se virou para uma das mulheres que Demi tinha visto chegar.
– Mãe, quero lhe apresentar a namorada de Alex, Demi. Demi, esta é minha mãe, Denise.
– É um prazer conhecê-la, Sra. Jonas. – Demi se ofereceu para apertar a mão dela e ficou surpresa quando a mulher se inclinou para abraçá-la.
– Pode me chamar de Denise – exclamou ela, os enormes olhos verdes faiscando ao soltar Demi. – “Sra. Jonas” faz com que eu me sinta velha, e estou longe disso.
– Está certo. É um prazer conhecê-la, Denise.
– Boa garota.
Demi sorriu e estudou os traços impressionantes de Denise. Jamais teria imaginado que ela tivesse dois filhos adultos, muito menos que já tivesse enfrentado um câncer. Os cabelos pretos retorcidos num elegante penteado brilhavam sob o sol. As maçãs do rosto salientes e a pele dourada e perfeita pareciam não envelhecer.
– Danielle, minha cunhada, está aqui em algum lugar – disse Joseph, o olhar percorrendo o quintal.
Antes que pudesse perguntar à mãe onde ela estava, os sobrinhos saltaram sobre suas costas, vindos do nada. Rolando pelo gramado com os dois, Joseph ergueu os olhos para Demi e riu.
– Bem, esta é a prole dela.
– Tio Joe! Para de me fazer cócegas – guinchava a menininha, os cachos dourados caindo no rosto enquanto ela atirava a cabeça de um lado para outro sob o ataque do tio.
– Eu te ajudo, Alena! – gritou o garoto.
Como um verdadeiro herói salvando uma donzela em apuros, ele começou seu próprio ataque de cócegas a Joseph.
Demi e Denise riram, vendo os três rolando pelo chão. Por fim, as duas crianças venceram a batalha, unindo-se contra o tio. Joseph sucumbiu e implorou por ajuda enquanto ria.
Depois de um tempinho, levantando-se do chão, ele limpou minúsculas folhas de grama do calção de banho e olhou para Demi.
– Estes dois maluquinhos são meus sobrinhos, Alena e Timothy. – atirou-se de súbito em direção aos dois, como se fosse recomeçar a guerra de cócegas. Eles deram um salto para trás, rindo.
Joseph passou um dos braços pelos ombros de Demi e apresentou: – Esta é Molly... quero dizer, Demi. – ela balançou a cabeça, sentindo o rubor se espalhar por suas bochechas. – É bom serem bonzinhos com ela. Não acho que esteja a fim de ser atacada por nenhum dos dois.
A garotinha ergueu os olhos para Demi e puxou seu vestido.
– Gostei do seu vestido Demi-mi-mi.
Demi se abaixou e sorriu para a menininha bonita de rostinho sardento.
– Eu também gostei muito do seu vestido, Alena.
– Você tinha um vestido que nem o meu quando tinha 3 anos?
– Não tão bonito quanto este que você está usando.
Alena jogou os braços em volta do pescoço de Demi, quase a jogando no chão. Demi retribuiu o abraço.
Como um minicavalheiro, Timothy estendeu-lhe a mão.
– Você é namorada do tio Joe?
Demi apertou a mão do menino.
– Não, sou namorada do amigo dele.
– Nós somos gêmeos – disse Timothy com orgulho.
– Achei que fossem mesmo – retrucou Demi, sorrindo. – Bem, vocês são os gêmeos mais lindinhos que já conheci.
– Você vem nadar com a gente, Demi-mi-mi? – perguntou Timothy, os olhos castanho-
esverdeados faiscando enquanto afastava da testa uma mecha de cabelos louros.
– Hum.
Demi apertou de leve o nariz do menino.
– Acho que vou, sim. Só vou lá dentro vestir meu biquíni e já volto.
As duas crianças começaram a saltitar, aplaudindo, muito satisfeitas.
Demi abriu caminho pela multidão de funcionários do bufê e da decoração e subiu para se trocar. Tomando cuidado para não aborrecer Alex, vestiu uma camiseta vermelha e cinza da Universidade do Estado de Ohio. Depois de tirar a maquiagem, tornou a sair.
Já na piscina com Joseph, as duas crianças atiravam água nele, animadas, enquanto o tio fazia uma boa imitação de tubarão, mergulhava, botava as mãos no alto da cabeça e nadava em direção a elas.
– A Demi-mi-mi chegou! – gritou Alena.
Joseph olhou para Demi e afastou os cabelos molhados do rosto.
– Gostou da minha imitação do filme Tubarão?
– Foi legal – respondeu ela sem muito entusiasmo enquanto entrava na água. – Mas tenho certeza de que faço melhor.
Ele deu um sorriso torto e ergueu uma das sobrancelhas num sinal de desafio.
– É mesmo?
– Não. Estou brincando.
Joseph riu e estendeu o braço para pegar uma bola de praia colorida.
– Muito bem, que tal um simpático jogo de vôlei na piscina? Meninas contra meninos, é claro.
Demi empinou o queixo em desafio.
– Manda ver, Jonas.
Com os dois times posicionados de cada um dos lados da rede, o jogo teve início. As crianças soltaram uma sonora gargalhada quando Demi deu uma cortada e a bola acertou em cheio a cabeça de Joseph, jogando longe seus óculos escuros. Ele mergulhou para recuperar os óculos e, quando voltou à superfície, seus olhos se fixaram em Demi. Ele deu um sorriso prometendo vingança. Ela comemorou batendo a mão espalmada na de Alena, bastante satisfeita consigo e com o ponto conquistado pelas meninas.
Passando o braço ao redor dos ombros de Timothy, Joseph sussurrou alguma coisa ao ouvido do sobrinho. Jogou os óculos escuros em cima de uma espreguiçadeira e olhou para Demi com malícia. Ela percebeu que Joseph estava aprontando alguma. Balançou a cabeça e riu. Antes que pudesse prevenir Alena das intenções malévolas do tio, uma enorme onda atingiu em cheio seu rosto.
Demi engasgou e cuspiu água. Deu um sorriso afetado para Joseph e o molhou de volta.
Com toda a força que tinha em seu corpinho, Timothy atirou a bola de praia por cima da rede, marcando um ponto traiçoeiro para os garotos. Surpreendida pelo ataque súbito, Alena começou a chorar. Sem hesitar, Joseph nadou até ela, pegou-a no colo e a levou até as escadas da piscina.
– Alena, o tio Joseph sente muito, meu anjo. Eu não queria assustar você.
– Tio Joe, você machucou a Demi-mi-mi.
– Não, Alena, ele não me machucou. – Demi estendeu os braços, tentando convencê-la a vir se sentar ao seu lado. Alena se acomodou no colo de Demi. – Só jogou água em mim.
Alena fungou.
– O tio Joe é feio. Você devia bater nele.
Joseph franziu a testa de brincadeira enquanto arregalava os olhos.
– Você acha que ela devia bater em mim? – Alena deu uma risadinha e assentiu.
Joseph olhou para Demi e deu de ombros, apontando para o braço. – Acho que Kevin e Danielle estão criando umas crianças bem hostis. Manda ver, boneca.
Sorrindo, Demi fingiu bater nele e Joseph gritou como se estivesse magoadíssimo.
Alena deu outra risadinha, satisfeita com o golpe.
– Mamãe disse que você fez minha filha chorar, Joseph.
Ele se virou.
– Oi, Dani. É, eu a assustei um pouquinho, mas ela já está bem. Não está, pequena? – ele fez cócegas nos dedinhos do pé de Alena, que deu gritinhos e afastou os pés.
– A namorada do tio Joe bateu nele pra mim.
Com um gesto largo, Danielle fez sinal para que Timothy saísse da piscina. Atirou os longos cabelos louros por cima do ombro e arqueou uma das sobrancelhas para Joseph, em sinal de curiosidade.
– Ela não é minha namorada – observou Joseph, ficando de pé. – É namorada do Alex.
Demi, esta é a minha maravilhosa cunhada, Danielle.
Segurando a mão de Alena, Demi se levantou e sorriu.
– É um prazer conhecer você – falou.
– O prazer é todo meu – disse Danielle.
– Seus filhos são uns fofos.
– Obrigada, mas aposto que você não diria isso se os visse berrando e brigando por causa de uma caixa ou de qualquer outra coisa do tipo.
Demi riu. Danielle se virou para Joseph com um sorriso endiabrado. O olhar de advertência dele dizia à cunhada que não fizesse aquilo, mas era em vão. Ela se virou para Demi de novo:
– Demi, você tem irmãs ou amigas disponíveis que poderiam interessar ao Joseph?
– Por acaso isso é de família?
Cruzando os braços, Joseph assentiu.
– Acertou na mosca.
– Eu até tenho uma irmã – respondeu Demi. – Porém ela já é casada. Mas posso telefonar para umas amigas.
– Perfeito – respondeu Danielle, colocando uma das mãos no braço de Joseph.
Alena puxou a perna da mãe enquanto esfregava os olhinhos sonolentos.
Alena a pegou no colo.
– Demi, não deixe de ligar para elas logo. Meu cunhado está ficando velho demais para continuar solteiro. – ela saiu andando depressa em direção à porta dos fundos.
Joseph suspirou e passou uma toalha para Demi.
– Ela é... difícil, essa minha cunhada.
– Mas parece bem simpática. – Demi aceitou a toalha, tentando desviar o olhar do corpo, molhado e reluzente ao sol. Expirando, ela engoliu em seco e se concentrou no rosto dele. – Acho engraçado que todo mundo esteja tentando arranjar uma namorada para você.
– Pois é, nem me fale. Todos têm essa coisa estranha de achar um absurdo eu estar solteiro.
Quando Demi estava prestes a perguntar se ele queria mesmo que ela ligasse para algumas amigas, Alex passou os braços pela sua cintura e lhe beijou no pescoço. Surpresa, ela deu um pulo e soltou um gritinho. Os demais pescadores foram entrando no quintal, queimados de sol, cansados e só um pouco embriagados. Depois de um bate-papo rápido sobre a quantidade de peixe apanhada por cada um e de implicarem com Joseph mais um pouco por não tê-los acompanhado, o grupo se dispersou para tomar banho.
***
Fechando a porta, livrou-se do restante das roupas e as atirou no chão.
– Que observador! – respondeu Demi, exausta por causa do calor.
Alex foi para o banheiro, abriu o chuveiro e entrou no boxe.
– Espero que tenha mantido esse corpo que me pertence muito bem coberto na frente do meu amigo.
Demi revirou os olhos e buscou na mala um vestido vermelho esvoaçante. A mãe o comprara para ela quando fora visitar a irmã de Demi na Califórnia pela última vez. Ela o pegou com um sorriso e o pôs diante do corpo, olhando-se no espelho.
– Você não está me respondendo, Demi. Você se cobriu?
Entrando no banheiro, ela deixou escapar um suspiro de frustração.
– Alex o que você está vendo neste exato momento? – ela gesticulou para o próprio corpo, a voz demonstrando uma leve irritação.
– O que estou vendo? A bunda da minha namorada gata aparecendo por debaixo da camiseta da faculdade. Por que você não entra aqui e dá ao seu homem o que ele está precisando?
– Acha que vou transar com você agora? – perguntou ela, os olhos quase saltando. – Tem um monte de gente lá embaixo.
– Entre no chuveiro, Demi – ordenou ele.
– O que há de errado com você, Alex? Eu já disse que não.
– Venha logo, Demi. É difícil vê-la assim e não ter vontade de dar umazinha – disse ele, saindo do boxe. Caminhou até onde ela estava, encostada na pia. – Não consegui parar de pensar em você enquanto estive fora.
Colando seu corpo ao de Demi, enfiou a mão na parte de baixo do biquíni, deslizando os dedos para dentro dela. Ela deixou escapar um pequeno gemido enquanto tentava afastá-lo com um empurrão.
– Viu só? Você gosta. – a voz dele ganhou um tom mais grave enquanto roçava os lábios nos dela.
Deslizando os dedos para dentro e para fora, usou a outra mão para descer a calcinha do biquíni pelas coxas. – Esta xoxotinha é minha. E de mais ninguém, Demi. Minha.
Enquanto ela o afastava outra vez, alguém bateu à porta do quarto. Olhando para Demi com frieza, Alex arrancou uma toalha do porta-toalhas, enrolou-a na cintura e caminhou até a porta.
Era Trevor para lhe avisar que havia um cliente em potencial lá embaixo, ansioso para conversar sobre um plano de commodities. Em cinco minutos Alex se vestiu e saiu para falar de negócios.
Demi foi deixada sozinha, perguntando-se no que o homem que ela tanto amava estaria se transformando.
Demi já está começando a pensar no Joseph. E esses sobrinhos do Joseph? São muito fofos.
Alena um amorzinho.
Alex é um babaca e ele vai aprontar muito.
bjs lindonas e até o próximo <3
DESABAFO:
Amores, estou um pouco desanimada com essa fanfic, não sei se vocês estão gostando quase não tem comentários e as visualizações caíram muito. Me digam nos comentários se vocês estão gostando e se há algo para mudar.
Eu to gostando a fanfics só que ta demorando demais para ela se desenrolar, mas eu to gostando continue a postar.
ResponderExcluirMuita coisa vai acontecer ainda, essa história é um pouco grande. Logo irá rolar o beijo e aí que vai complicar as coisas e os sentimentos da Demi ficará ainda mais confusos.
ExcluirQue bom que está gostando, eu estava um pouco desanimada com essa fanfic mas irei continuar à postar, obrigada.
Vou postar hoje, bjs <3
Eu estou adorando. Acho esse Alex um pé no saco, estou louca pra Demi dar um pé na bunda dele. As crianças são fofas demais tomara que elas ajudem eles se aproximarem cada vez mais!!! Continua logo por favor!!! Tem a chance de fazer uma maratona?
ResponderExcluirEsse Alex é realmente um pé no saco, Demi ficará muita confusa dos sentimentos com o beijo que irá rolar em breve. Sim, essas crianças são muito fofas e sobre a maratona deixa só passar essas festas de fim de ano, porque muita coisa para fazer e eu fico sem tempo, em janeiro prometo fazer uma maratona.
ExcluirVou postar hoje, bjs lindona <3