01/07/2016

certain love: capítulo 17


Estou acordado desde das oito horas. Meu irmão Nicholas ligou, e fiquei com medo de atender porque achei que seriam “notícias” do meu pai. Mas ele só ligou para avisar que Kevin está puto porque peguei o violão dele. Caguei, o que ele vai fazer, vir de carro até Birmingham pra brigar comigo? Sei que isso não tem nada a ver com o violão, Kevin só está puto porque fui embora de Wyoming com o nosso pai ainda vivo. 
E Nicholas queria saber como eu estava. 
— Tá tudo bem, mano? - ele perguntou. 
— Tá perfeito, na verdade. 
— Isso é sarcasmo? 
— Não - falei ao telefone. — É papo reto, Nicholas, tô vivendo o melhor momento da minha vida agora.
 — Por causa daquela garota, certo? Demi? É esse o nome dela? 
— É, é o nome dela, e é por causa dela, sim. 
Eu ri por dentro, distraído pela imagem muito vívida na minha mente do que aconteceu ontem, mas depois apenas sorri, pensando em Demi de maneira geral. 
— Bom, você sabe onde eu tô, se precisar de mim - Nicholas disse, e ouvi em sua voz a mensagem silenciosa que ele queria comunicar, mesmo sabendo que não devia dizer abertamente. Falei pra ele nunca mais tocar no assunto, senão eu iria enchê-lo de porrada. 
— Eu sei, valeu, mano. Ei, como tá o papai? 
— Do mesmo jeito que tava quando você foi embora. 
— Melhor assim do que pior, acho. 
— É. 
Desligamos, e liguei para minha mãe para avisar que estou bem. Mais um dia e ela iria pôr a polícia atrás de mim. 
Me levanto e guardo minhas coisas na mochila. Ao passar pela TV, bato na parede com a mão aberta no lugar onde a cabeça de Demi deve estar, sobre o travesseiro, do outro lado. Se ela já não estava acordada, agora acordou. Bom, talvez não, porque ela tem sono pesado, menos pra música, pelo jeito. Tomo um banho rápido, escovo os dentes, penso nela na minha boca ontem e acho uma pena ter que escovar os dentes. 
Tudo bem, talvez eu faça isso de novo depois. Se ela quiser, é claro. Porra, não tenho absolutamente nenhum problema com isso, a não ser o fato de que depois preciso cuidar de mim, mas isso também não me incomoda. Prefiro fazer isso a correr o risco de ela me tocar. Sei que quando isso acontecer, vai estar tudo acabado. Pra mim, pelo menos. Sinto um tesão do caralho por ela, mas só vou transar com ela se for recíproco. E no momento, posso ver que ela não sabe o que quer. 
Eu me visto e enfio os pés sem meias nos tênis pretos, que por sorte já secaram, depois daquela chuva. Jogo as duas mochilas nos ombros, pego o violão de Kevin pelo braço, vou para o corredor e para o quarto de Demi. 
Ouço a TV lá dentro, então sei que ela deve estar acordada. 
Queria saber quanto tempo ela vai levar pra desmoronar. 
Ouço Joseph bater à porta. Inspiro abruptamente, seguro o ar por um minuto longo e tenso e então expiro de uma vez, soprando uma mecha de cabelo que se soltou da minha trança, me preparando para não desmoronar. 
Como se nunca tivesse acontecido, o cacete. 
Finalmente abro a porta, e quando o vejo parado ali, tão casual  e tão comestível, eu desmorono. Bom, é mais como um rubor bem intenso, tão quente que meu rosto parece estar literalmente pegando fogo. Olho para o chão porque, se eu enfrentar seu olhar sorridente por mais um segundo, minha cabeça pode derreter. 
Consigo olhar de novo para ele instantes depois. 
Seu sorriso de lábios apertados está maior agora, e muito mais revelador. 
Ei! Acho que fazer essa cara é o mesmo que falar a respeito! 
Ele me olha de cima a baixo, vendo que já estou vestida e pronta para partir, e então joga a cabeça um pouco para trás e diz com um sorriso: — Vamos. 
Pego minha bolsa e minha mala e saio com ele. 
Entramos no carro e faço o que posso para não pensar no melhor sexo oral que já recebi, procurando algum assunto aleatório para conversar. Joseph está com um cheiro maravilhoso hoje: seu cheiro natural misturado com um pouco de sabonete e algum tipo de xampu. Isso também não me ajuda em nada.
— Então, a gente vai só ficar indo pra vários motéis sem parar em nenhum lugar, a não ser em Waffle Houses? 
Não que isso me incomode um pouco que seja, mas estou me esforçando pra encontrar assunto. 
Joseph afivela o cinto de segurança e dá a partida. 
— Não, na verdade, tenho uma coisa em mente - ele olha para mim. 
— É? - pergunto, com minha curiosidade aguçada. — Vai mesmo quebrar a regra da espontaneidade da nossa viagem e seguir um plano? 
— Ei, tecnicamente, isso nem é uma regra - ele argumenta, reforçando o fato. 
Saímos do estacionamento e o Chevelle ronrona para a estrada. 
Ele está usando o mesmo short preto de lona de ontem, e eu olho de soslaio para suas panturrilhas duras feito rochas, um pé apertando de leve o pedal do acelerador. Uma camiseta azul-marinho se ajusta perfeitamente ao seu peito e braços, o tecido mais apertado ao redor dos bíceps. 
— Bom, qual é o plano, então? 
— Nova Orleans - ele responde, sorrindo para mim. — Fica só a umas cinco horas e meia daqui. 
Meu rosto se ilumina. 
— Nunca estive em Nova Orleans. 
Ele sorri por dentro, como se ficasse empolgado por poder me levar lá pela primeira vez. Estou tão empolgada quanto ele. Mas na verdade não me importa para onde iremos, mesmo se forem os pântanos infestados de mosquitos do Mississippi, contanto que Joseph esteja comigo. 
Duas horas depois, quando já esgotamos os assuntos aleatórios que foram só uma distração para não falar do que aconteceu noite passada, decido que sou eu que vou tocar no assunto. Estico o braço e aperto o botão que abaixa o volume. Joseph me olha com curiosidade. 
— Aquelas palavras nunca saíram da minha boca antes, só pra você saber - desabafo. 
Joseph sorri e corre a mão pelo volante, virando-o casualmente com os dedos. Ele parece mais relaxado, com o braço esquerdo apoiado na porta do outro lado, o joelho esquerdo um pouco dobrado e o pé direito sobre o acelerador. 
— Mas você gostou... - ele diz. — De falar aquelas coisas, quero dizer. 
Não aconteceu nada ontem à noite de que eu não tenha gostado. 
Meu rosto está só um pouco vermelho. 
— É, na verdade gostei - admito. 
— Não me diga que nunca pensou em falar coisas assim durante o sexo. 
Eu hesito. 
— Na verdade, já pensei - olho para ele, séria. — Mas não fico sonhando com isso toda hora, só pensei a respeito. 
— E por que nunca falou, se tinha vontade? - ele está fazendo essas perguntas, mas tenho certeza de que já sabe as respostas. 
Dou de ombros. 
— Acho que eu era muito cagona. 
Joseph ri um pouco e corre os dedos novamente pelo volante, segurando-o com mais firmeza ao passarmos por uma parte da estrada com mais curvas. 
— Acho que sempre pensei que só Dominique Starla ou Cinnamon Dreams falavam coisas assim, em lesbicamente loura ou se Beber, não trepe. 
— Você viu esses filmes? 
Viro a cabeça bruscamente e quase grito. 
— Não! Eu... eu nem sabia que existiam, só inventei os... 
O sorriso de Joseph fica mais brincalhão. 
— Também não sei se existem - ele admite antes que eu morra de vergonha. — Mas não duvido. E entendi o que você quis dizer. 
Meu rosto relaxa. 
— Bom, dá tesão - ele diz. — Só pra você saber. 
Fico um pouco mais vermelha. Eu podia já deixar o vermelho do meu rosto ligado o tempo todo quando ele está por perto, porque a cada dia que passa, fico vermelha com mais frequência. 
— Então atrizes pornô te dão tesão? - faço cara de repulsa mentalmente, torcendo para que ele diga que não. 
Joseph estufa um pouco os lábios e diz: 
— Não muito... bom, quando são elas que fazem, é outro tipo de tesão. 
Franzo o cenho. 
— Como assim, outro tipo? 
— Bom, quando... Dominique Starla - ele pega o nome no ar. — Faz isso, é pra um cara qualquer que tá a fim de gozar na frente do computador - seus olhos pousam em mim. — Esse cara não sonha em ter nada além da cabeça dela no meio das suas pernas - então ele volta a olhar para a estrada. — Mas quando alguém... sei lá... como uma garota doce, sexy, completamente não vadia faz isso, o cara tá pensando em muito mais do que ter a cabeça dela no meio das pernas. Provavelmente não tá nem pensando nisso, pelo menos num nível mais profundo. 
Entendi completamente o significado secreto das suas palavras, e ele deve saber disso.
— Me deixou louco - ele diz, me olhando tempo suficiente para cruzar olhares comigo. — Só pra você saber - mas então ele se vira completamente e finge se concentrar mais na estrada. Talvez não queira que eu o acuse de “falar a respeito”, mesmo tendo sido eu quem começou a conversa. Assumo totalmente a culpa e não me arrependo. 
— E você? - pergunto, quebrando o breve silêncio. — Já teve medo de tentar alguma coisa, sexualmente, que você tinha vontade? 
Joseph pensa por um momento e responde: 
— Tive, quando era mais novo, tipo uns 17 anos, mas só tinha medo de tentar coisas com as garotas porque sabia que elas eram... 
— Eram o quê? 
Ele sorri suavemente, apertando os lábios, e tenho a sensação de que está para acontecer algum tipo de comparação. 
— As garotas mais novas, pelo menos as que eu conhecia, tinham “nojinho” de qualquer coisa fora do convencional. Acho que eram como você, de certa forma, sentiam tesão secretamente com alguma coisa diferente da posição papai e mamãe, mas eram tímidas demais pra admitir. E naquela idade era arriscado dizer: “Ei, me deixa comer você por trás”, porque provavelmente ela iria surtar e te achar um maníaco sexual. 
Uma risada escapa dos meus lábios. 
— É, acho que você tem razão - concordo. — Quando eu era adolescente, ficava com nojo quando Selena me contava o que ela deixava Damon fazer. Só comecei a sentir tesão por essas coisas quando perdi a virgindade, com 18 anos, mas... - minha voz começa a sumir quando penso em Wilmer — ... mas até então eu ainda ficava nervosa. Eu queria... hã... 
Fico nervosa de admitir isto mesmo agora. 
— Vai, fala de uma vez - ele me incentiva, mas sem nenhum tom brincalhão. — Você já deve ter entendido que não vai conseguir me espantar. 
Isso me pega desprevenida. Será que a verdade está escrita na minha testa, que temo que ele fique com uma má impressão de mim? Joseph sorri delicadamente, como que para me dar muito mais segurança de que nada que eu possa dizer vai deixá-lo com uma má impressão. 
— Tá, mas, se eu te contar, promete que não vai achar que é um convite? - talvez seja, embora eu mesma ainda não tenha certeza disso, mas não quero de jeito nenhum que ele pense isso. Agora não, talvez nunca. Não sei... 
— Juro - ele responde, com olhar sério e nem um pouco ofendido. — Não vou achar mesmo.
Respiro fundo. 
Ai! Não acredito que vou contar isso a ele. Nunca contei para ninguém; bem, a não ser para Selena, de forma indireta. 
— Agressão - fico em silêncio, ainda constrangida em continuar. — A maior parte das vezes, quando fico fantasiando o sexo, eu... 
Seus olhos estão sorrindo! Quando falei “agressão”, algo mudou na sua expressão. 
Parece quase que... não, não pode ser isso, com certeza. 
Joseph suaviza seu olhar quando se dá conta. 
— Continua - ele encoraja, com o mesmo sorriso suave novamente. 
E eu continuo, porque, por algum motivo, sinto menos medo de concluir o raciocínio do que eu sentia há alguns segundos: 
— Geralmente eu sonho que tô sendo... manipulada. 
— Sexo bruto te dá tesão - ele diz num tom neutro. 
Balanço a cabeça. 
— A ideia me dá tesão, mas nunca fiz de verdade, não do jeito que eu imagino, pelo menos. Ele parece um pouco surpreso, ou será contente? 
— Acho que foi isso que eu quis dizer quando falei que sempre acabo ficando com caras mansos. 
Agora caiu a ficha: Joseph sabia antes de mim o que eu realmente queria dizer em Wyoming quando falei que “acabo ficando” com caras mansos. Sem perceber, basicamente comuniquei que ficar com eles era falta de sorte, algo que eu não preferia. 
Ele podia não saber qual era a minha definição de “mansos” até agora, mas entendeu antes de mim que era algo que eu não queria. 
Mas eu amava Wilmer, e agora me sinto péssima por pensar desse jeito. Wilmer era manso sexualmente, e a ideia de pensar qualquer coisa ruim a respeito dele faz com que eu me sinta culpada. 
— Então você gosta de puxões de cabelo e... - ele começa a perguntar, inquisitivamente, mas sua voz some quando ele nota minha expressão beligerante. 
— É, só que mais agressivo - digo sugestivamente, tentando fazê-lo dizer, para que não precise ser eu. Estou ficando nervosa de novo. 
Ele vira o queixo de lado e suas sobrancelhas se erguem um pouco.
— O que, tipo... peraí, agressivo quanto? 
Engulo em seco e desvio o olhar. 
— Forçado, acho. Não tipo um estupro mesmo, nada tão extremo, mas acho que tenho uma personalidade muito submissa sexualmente. 
Agora Joseph também não consegue me olhar. 
Viro o suficiente para ver que seus olhos estão um pouco mais arregalados do que há segundos, e cheios de uma intensidade velada. Seu pomo de adão se move discretamente quando ele engole. Suas duas mãos estão no volante, agora. 
Mudo de assunto. 
— Tecnicamente, você não me contou o que você teve medo de pedir pra garota fazer - sorrio, esperando recuperar a atmosfera descontraída de antes. 
Ele relaxa e abre um sorriso, me olhando. 
— Contei, sim - responde, e depois de uma pausa estranha, acrescenta. — Sexo anal. 
Algo me diz que não foi disso que ele teve medo, na verdade. Não consigo definir, mas acho que esse negócio de falar do sexo anal é só um disfarce. Mas por que Joseph, de nós dois, seria quem teme admitir a verdade? É ele que praticamente está me ajudando a ficar mais à vontade com minha sexualidade. Pensei que ele não tivesse medo de admitir nada, mas agora não tenho tanta certeza. 
Eu queria poder ler sua mente. 
— Bom, acredite se quiser - digo, olhando de soslaio para ele. — Wilmer e eu tentamos isso uma vez, mas doeu pra caramba, e nem preciso dizer que foi literalmente “uma vez” mesmo. Joseph ri discretamente. 
Depois ele olha para as placas e parece estar tomando uma decisão mental rápida sobre o itinerário. Saímos da rodovia e pegamos outra. Mais plantações se espraiam de ambos os lados da estrada. Algodão, arroz e milho e sabe-se lá o que mais; na verdade, não sei diferenciar a maioria das plantas, a não ser as óbvias: o algodão é branco e o milho é alto. Viajamos por horas e horas até que o sol começa a se pôr e Joseph vai para o acostamento. Os pneus param na brita. 
— A gente tá perdido? - pergunto. 
Ele se debruça na minha direção e alcança o porta-luvas. Seu cotovelo e a parte de baixo do antebraço roçam na minha perna quando ele abre a tampa e pega um mapa rodoviário meio surrado. Está amarrotado, como se depois de aberto nunca mais tivesse sido dobrado do jeito original. Joseph desdobra o mapa e o abre sobre o volante, examinando-o de perto e correndo o dedo sobre o papel. Ele morde o canto direito da boca e estala os lábios de forma interrogativa. 
— A gente tá perdido, não tá? - quero rir, não dele, mas da situação. 
— A culpa é tua - ele diz, tentando ficar sério, mas fracassando totalmente, a julgar pelo sorriso em seus olhos. 
Eu bufo. 
— Como, minha culpa? - protesto. — É você que tá dirigindo. 
— Bom, se você não me “distraísse” tanto falando de sexo, desejos secretos, pornografia e da vadia da Dominique Starla, eu iria notar que peguei a 20 em vez de continuar na 59, como devia - ele bate no meio do mapa com os nós dos dedos e balança a cabeça. — A gente viajou duas horas na direção errada. 
— Duas horas? - rio desta vez, e dou uma palmada no painel. — E só agora você percebeu? Espero não estar ferindo seu ego. Além disso, não é que eu esteja brava ou decepcionada, poderíamos viajar dez horas na direção errada e eu não ligaria. 
Ele parece magoado. Tenho certeza que é fingimento, mas aproveito a oportunidade para fazer uma coisa que estou querendo fazer desde que tomamos chuva no teto do carro, no Tennessee. Solto meu cinto de segurança e deslizo sobre o banco para perto dele. Joseph parece discretamente surpreso, mas receptivo, ao levantar o braço para que eu possa me enroscar debaixo dele. 
— Tô só brincando sobre a gente estar perdido - digo, encostando a cabeça no ombro dele. Sinto um pouco de relutância antes que seu braço me envolva. 
Parece tão certo estar aqui, assim. Certo demais... 
Finjo não notar como nos sentimos à vontade agora, e tento ficar despreocupada como antes. Olho o mapa com ele, correndo o dedo por uma nova rota. 
— A gente pode ir por aqui - sugiro, apontando para o sul. — E pegar a 55 até Nova Orleans. Certo? - inclino a cabeça para ver seus olhos e meu coração dá um pulo quando noto o quanto seu rosto está perto do meu, agora. Mas apenas sorrio, esperando sua resposta. 
Ele sorri também, mas tenho a sensação de que não ouviu quase nada do que eu disse. 
— É, vamos pegar a 55 - seus olhos correm pelo meu rosto e param brevemente nos meus lábios. 
Começo a dobrar o mapa novamente, e em seguida aumento o volume. Joseph afasta o braço de mim para mexer no câmbio. 
Quando pegamos a estrada, ele apoia a mão na minha coxa, que está apertada contra a sua, e viajamos assim por muito tempo, ele só tira a mão para controlar melhor o volante em alguma curva ou mexer no som, mas sempre a coloca de novo ali. 
E eu quero que ele sempre a coloque.

Gostaram? O beijo está próximo e vai ser o beijo hahaha!!! Gente vocês viram o show da future now e a nova música da Demi Body Say? Simplesmente arrasaram e a música nem tem o que dizer né, essa mulher lacra demais...
Comentem e até o próximo, bjs lindonas <3

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