05/07/2016

certain love: capítulo 19



Nova Orleans
13:00 P.M

Demi me acorda manhã seguinte ao ajeitar sua cabeça no meu colo, no banco da frente do carro. 
— Onde a gente tá? - pergunta, se levantando; o sol brilha pelas janelas do carro e bate na parte de dentro da porta do seu lado. 
— Mais ou menos a meia hora de Nova Orleans - digo, estendendo a mão para trás e esfregando um músculo embolado nas minhas costas. 
Voltamos para a estrada ontem à noite depois de sair do campo, e queríamos terminar de chegar a Nova Orleans, mas eu estava tão exausto que quase dormi ao volante. Ela pegou no sono primeiro. Aí parei no acostamento, apoiei a cabeça no encosto e praticamente desmaiei. Poderia ter dormido mais confortavelmente no banco de trás, sozinho, mas preferi acordar todo duro de manhã, contanto que fosse ao lado dela. 
Por falar em duro... 
Esfrego os olhos e me mexo um pouco para espreguiçar os músculos. E para deixar a parte da frente do meu short folgada o bastante para que minha ereção espalhafatosa não vire um tema óbvio da nossa conversa. 
Demi se espreguiça, boceja, levanta as pernas e apoia os pés descalços no painel, fazendo seu shortinho subir bem acima das coxas.
Não é uma boa ideia logo de manhã. 
— Você devia estar cansado mesmo - ela diz, correndo os dedos pelo cabelo para desfazer a trança. 
— É, se eu tentasse continuar dirigindo, a gente iria acabar abraçando uma árvore. 
— Precisa começar a me deixar dirigir um pouco, Joseph, senão... 
— Senão o quê? - dou um sorrisinho. — Você vai choramingar, deitar a cabeça no meu colo e dizer por favor? 
— Funcionou ontem à noite, não funcionou? 
Ela tem razão. 
— Olha, não me incomodo de você dirigir - olho para ela e dou a partida. — Prometo que depois de Nova Orleans, pra onde quer que a gente vá, vou te deixar pegar um pouco na direção, tá?
Um sorriso doce de perdão ilumina o seu rosto. 
Volto para a estrada depois que uma van passa, e Demi continua passando os dedos pelo cabelo. Então ela joga o cabelo para trás e começa a fazer uma trança mais organizada sem precisar olhar, tão rápido que não entendo como consegue fazer aquilo. 
Mas meus olhos continuam voltando para suas pernas nuas. 
Preciso mesmo parar de fazer isso. 
Me viro e olho pela janela do meu lado, e meu olhar vai e volta entre a janela e o para-brisa. — A gente precisa achar uma lavanderia automática logo, também - ela diz, prendendo o elástico na ponta de sua trança. — Minha roupa limpa acabou. 
Eu estava esperando uma oportunidade para “me ajeitar”, e quando ela começa a mexer na bolsa, aproveito. 
— É verdade? - ela pergunta, me olhando com uma mão dentro da bolsa. 
Afasto a mão da minha virilha, achando que consegui fazer parecer apenas que estava ajeitando o short para ficar mais confortável, quando ela continua: — Que todo homem tem uma ereção monstro de manhã? 
Meus olhos ficam arregalados. Continuo olhando para a frente. 
— Não toda manhã - respondo, ainda tentando não olhar para ela. 
— Quando, então, tipo só terça e sexta, alguma coisa assim?
Sei que ela está sorrindo, mas me recuso a confirmar isso. 
— Hoje é terça ou sexta? - Demi insiste, se divertindo comigo. 
Finalmente, olho para ela. 
— É sexta - digo simplesmente. 
Ela solta um suspiro perturbado. 
— Não sou vadia nem nada - ela comenta, tirando as pernas do painel. — E sei que você também não acha isso, já que foi você que meio que me forçou a ser mais aberta com a minha sexualidade e com as coisas que eu quero... - sua voz some. É como se ela estivesse esperando que eu confirme o que acaba de dizer, como se ainda estivesse preocupada com o que vou pensar dela. 
Eu a olho nos olhos. 
— Não, eu jamais te acharia uma vadia, a menos que você saísse dando pra um monte de caras, mas aí eu iria pra cadeia, porque iria ter que encher todos eles de porrada... mas, não, por que você tá dizendo isso? 
Demi fica vermelha, e juro que levanta os ombros quase até as bochechas. 
— Bom, eu só tava pensando... - ela ainda não tem certeza de que quer contar,
seja o que for.
 — O que foi que eu te falei, gata? Diz o que tá pensando.
 Ela vira o queixo para o lado e me olha com ternura. 
— Bom, já que você fez uma coisa por mim, achei que talvez eu pudesse fazer uma coisa por você - ela muda de tom rapidamente a seguir, como se ainda estivesse preocupada com o que eu poderia pensar. — Tipo, sem compromisso, claro. Vai ser como se nunca tivesse acontecido. 
Ah, merda! Como é que não antecipei isso? 
— Não - nego instantaneamente. 
Ela parece se encolher. 
Suavizo meu rosto e minha voz. 
— Não posso te deixar fazer nada assim pra mim, tá? 
— Por que não, cacete? 
— Não posso e pronto... Meu Deus, você nem faz ideia do quanto eu quero, mas não posso. — Isso é ridículo. 
Ela está ficando seriamente ofendida. 
— Peraí... - ela me olha inquisidoramente, virando o rosto de lado. — Você tem algum “problema” lá embaixo? 
Meu queixo cai. 
— Hum, não? - respondo, de olhos arregalados. — Puta que pariu, vou parar o carro e te mostrar. 
Ela joga a cabeça para trás, ri e depois fica séria de novo. 
— Bom, é que você se recusa a transar comigo, não me deixa tocar uma pra você, e tive que te forçar a me beijar. 
— Você não me forçou. 
— Tem razão - ela retruca. — Eu te seduzi. 
— Eu te beijei porque quis - digo. — Quero fazer tudo com você, Demi. Acredite! 
Nestes poucos dias, já imaginei a gente fazendo todas as posições do Kama Sutra. Eu queria... - noto que estou apertando tanto o volante que os nós dos meus dedos estão brancos.
Ela parece magoada, mas desta vez eu não cedo.
— Te falei - digo cuidadosamente. — Não posso fazer nada disso com você, senão... 
— Senão vou ter que deixar você me possuir - ela termina minha frase, irritada. — Tá, eu lembro, mas o que isso significa, exatamente: deixar você me possuir de corpo e alma? 
Acho que Demi sabe exatamente o que significa, mas quer se certificar por si mesma. 
Peraí... ela está jogando comigo; ou isso, ou então ainda não sabe o que quer, sexualmente ou sob outros aspectos, e está tão confusa e relutante quanto eu. 
Ele passou no meu teste. Eu seria mentirosa se dissesse que não quero transar com ele, ou lhe dar prazer de outras formas, como ele fez comigo, quero muito fazer tudo isso com ele. Mas, na verdade, queria ver se Joseph iria morder a isca. Não mordeu. 
E agora estou morrendo de medo dele. 
Morro de medo por causa do que sinto por ele. Não deveria sentir, e me odeio por isso. 
Eu disse que nunca mais faria isso. Prometi a mim mesma que não... 
Tentando recuperar um pouco da leveza normal da nossa conversa, sorrio delicadamente para ele. Tudo o que quero é cancelar a oferta que fiz e voltar como estávamos antes que eu tocasse nesse assunto, só que com o conhecimento que tenho agora: Joseph Jonas me respeita e me quer de maneiras que acho que não posso ser sua. 
Encolho os joelhos, apoiando os pés no banco de couro. Não quero que ele responda à minha última pergunta: o que significa deixar que ele me possua de corpo e alma? 
Espero que esqueça que perguntei. Já sei o que significa, ou pelo menos acho que sei: me possuir é estar com ele da forma como eu estava com Wilmer. Só que com Joseph, acredito sinceramente que eu poderia me apaixonar, me apaixonar de verdade. Seria tão fácil. Já não aguento a ideia de ficar longe dele. Todos os rostos nas minhas fantasias já foram substituídos pelo de Joseph. E já temo o dia que nossa viagem terminar, quando ele tiver que voltar para Galveston ou Wyoming e me deixar para trás. 
Por que isso me apavora? E de onde veio de repente essa sensação revoltante no fundo do meu estômago? 
— Desculpa, gata, desculpa mesmo. Não queria te magoar. De jeito nenhum.
Olho para ele e balanço a cabeça com veemência. 
— Não me magoou. Por favor, não pense que me magoou. 
Continuo: 
— Joseph, a verdade é... - respiro fundo. Agora ele tem dificuldade em manter os olhos na estrada. — A verdade é que eu... bom, pra começar, não vou mentir e dizer que te dar prazer não é algo que eu faria. Eu faria, sim. Mas quero que saiba que fico feliz por você ter recusado. 
Acho que ele entende. Posso ver no seu rosto. 
Joseph sorri delicadamente e estende a mão para mim. Eu a pego, me aproximo e ele passa o braço sobre meu ombro. Viro o queixo para cima para olhá-lo e seguro sua coxa. 
Ele é tão lindo para mim... 
— Você me dá medo - digo finalmente.
Minha confissão desencadeia uma tênue reação em seus olhos. 
— Eu falei que nunca faria isto; você precisa entender. Prometi a mim mesma que nunca mais iria me aproximar de alguém. 
Sinto o braço dele enrijecendo ao redor do meu, e seu coração acelera; ele bate rápido perto do meu pescoço. 
Então um sorriso se espalha por sua boca e ele diz: — Tá apaixonada por mim, Demi Lovato?
Fico supervermelha e comprimo os lábios numa linha dura, apertando mais meu rosto em seu peito rijo. 
— Ainda não - digo com um sorriso na voz. — Mas tô chegando lá. 
— Você é uma bela duma mentirosa - ele diz, apertando um pouco mais meu braço. 
Ele beija o meu cabelo. 
— É, eu sei - digo, com o mesmo tom de troça na minha voz que ele usou na sua, e então minha voz some. — Eu sei... 
Tenho o meu primeiro vislumbre de Nova Orleans ao longe: o lago Pontchartrain e depois a paisagem espraiada de chalés, sobrados e bangalôs. Estou assombrada com tudo: do estádio Superdome, que sempre vou ser capaz de reconhecer depois de vê-lo tanto no noticiário na época do furacão Katrina, aos carvalhos gigantes e frondosos que são apavorantes, lindos e velhos, até as pessoas passeando pelas ruas do Bairro Francês, embora eu ache que a maioria é turista. 
E enquanto rodamos, fico hipnotizada pelos terraços tão familiares que se estendem por toda a fachada de muitos dos sobrados. São exatamente como aparecem na TV, só que não estamos no Mardi Gras, e ninguém está mostrando os peitos, nem jogando colares de contas dos terraços. 
Joseph sorri para mim, vendo o quanto estou empolgada por estar ali. 
— Já tô adorando - digo, me enroscando nele depois de praticamente apertar a bochecha no vidro, admirando tudo por vários minutos. 
— É uma cidade ótima - ele sorri, orgulhoso, me pergunto quão bem ele conhece o lugar. — Tento vir pra cá todo ano - ele diz. — Em geral no Mardi Gras, mas é bom em qualquer época do ano, acho. 
— Ah, então costuma vir pra cá quando tem peitinhos - eu pisco para ele. 
— Culpado! - Joseph diz, tirando as duas mãos do volante e levantando-as num gesto de confissão. 
Ocupamos dois quartos no Holiday Inn, de onde dá para ir a pé até a famosa Bourbon Street. Quase sugeri que ele pedisse um quarto só com duas camas, desta vez, mas me controlei. Não, Demi, você só está alimentando o desejo. Não durma no mesmo quarto que ele. Pare com isso enquanto pode. 
E por um momento, enquanto estávamos lado a lado no balcão da recepção, quando o recepcionista perguntou em que podia “nos ajudar”, Joseph ficou parado e tive uma sensação bem estranha com isso. Mas acabamos pegando quartos adjacentes, como sempre. Vou para o meu e ele para o seu. Olhamos um para o outro no corredor, com os cartões-chave na mão. 
— Vou pro chuveiro - ele diz, com o violão numa mão. — Mas quando você estiver pronta, vem e me avisa. 
Balanço a cabeça e sorrimos um para o outro antes de desaparecermos em nossos respectivos quartos. 
Nem cinco minutos depois, ouço meu celular vibrando dentro da bolsa. Certa de que é minha mãe, eu o pego e estou pronta para atender e dizer que ainda estou viva e me divertindo, mas vejo que não é ela. 
É Selena. 
Minha mão fica paralisada ao redor do telefone enquanto olho para a tela brilhante. 
Devo atender ou não? Bom, melhor decidir logo. 
— Alô?
— Demi? - Selena diz cuidadosamente do outro lado. 
Ainda não consigo dizer uma palavra. Não sei se passou tempo suficiente para que eu finja que não vou perdoar, ou se devo ser legal. 
— Você tá aí? - ela pergunta, quando não digo mais nada. 
— Tô, Selena, tô aqui. 
Ela suspira e solta aquele gemido esquisito, como sempre faz quando está nervosa com algo que vai dizer ou fazer. 
— Sou uma puta duma vaca - ela diz. — Sei disso, e sou péssima amiga e deveria estar rastejando aos teus pés pra pedir perdão, mas eu... bom, o plano era esse, mas tua mãe disse que você tá na... Virgínia? O que você tá fazendo na Virgínia? 
Caio na cama e tiro os chinelos. 
— Não tô na Virgínia - respondo. — Mas não conta pra minha mãe, nem pra ninguém. 
— Então onde você tá? Onde pode ter passado mais de uma semana? 
Uau, só passou uma semana? Parece que já estou na estrada com Joseph pelo menos há um mês. 
— Tô em Nova Orleans, mas é uma longa história. 
— Hum, alô, amiga? - ela diz sarcasticamente. — Eu tenho muito tempo. 
Me irritando rapidamente com ela, suspiro e digo: — Selena, foi você que me ligou. E se bem me lembro, foi você que me chamou de vaca mentirosa e não acreditou em mim quando contei o que Damon fez. Desculpa, mas acho que voltarmos a ser melhores amigas e fingir que nada aconteceu não é o melhor, neste momento. 
— Eu sei, você tem razão, desculpa - Selena fica em silêncio para organizar as ideias e ouço uma lata de refrigerante sendo aberta. Ela toma um gole. — Não duvidei de você, Demi, só tava muito magoada. Damon é um babaca. Terminei com ele. 
— Por quê? Porque flagrou o cara te chifrando, em vez de acreditar na tua melhor amiga desde o primário quando ela te falou que ele era um cachorro? 
— Mereço ouvir isso - ela diz. — Mas não, não houve flagrante. Só percebi que tava sentindo falta da minha melhor amiga e que cometi o pior crime contra o código das melhores amigas. Acabei dando uma prensa em Damon, e claro que ele mentiu, mas fiquei insistindo porque queria que ele admitisse. Não porque precisasse de confirmação, mas só... Demi, eu só queria que ele me contasse a verdade. Queria que partisse dele.
Ouço a dor na voz dela. Sei que está falando sério e pretendo perdoá-la completamente, mas não estou preparada para dizer a ela que a perdoo o suficiente para contar sobre Joseph. Não sei o que está acontecendo, mas é como se a única pessoa que existisse neste momento no meu mundo fosse Joseph. Amo Selena de paixão, mas não estou preparada para contar a ela ainda. Não estou preparada para compartilhá-lo com Selena. Ela tem uma mania de... vulgarizar uma experiência, se é que se pode dizer isso. 
— Olha, Selena - digo. — Não te odeio e quero te perdoar, mas vai levar um tempo, você me magoou de verdade. 
— Entendo - ela responde, mas detecto a decepção em sua voz também. Selena sempre foi uma garota impaciente, gosta de recompensas instantâneas. 
— Bom, como você tá? - ela pergunta. — Não consigo imaginar por que você fugiria logo pra Nova Orleans... não tem furacões nesta época do ano? 
Ouço o chuveiro no quarto de Joseph. 
— Tô ótima - digo, pensando em Joseph. — Pra dizer a verdade, Selena, nunca me senti tão viva e feliz quanto nesta última semana. 
— Ai, meu Deus... tem gato na jogada! Você tá com um cara, não tá? Demetria Devonne Lovato, sua vaca dos infernos, é melhor não esconder nada de mim. Como é o nome dele? - Selena faz um som alto de surpresa, como se a resposta para os mistérios do mundo tivesse acabado de cair no colo dela. — Vocês transaram! Ele é gostoso? 
— Selena, por favor - fecho os olhos e finjo que ela é uma mulher madura de 22 anos, não alguém que ainda não saiu do colégio. — Não vou falar dessas coisas com você agora, tá? Me dá só alguns dias que eu ligo e conto como estão as coisas, mas por favor... 
— Combinado! - ela diz, concordando, mas não tem desconfiômetro para perceber que precisa controlar um pouco seu entusiasmo. — Desde que você esteja bem e não me odeie, eu aceito. 
— Obrigada. 
Finalmente, ela se recupera do delírio fofoqueiro libidinoso. 
— Desculpa mesmo, Demi. Nunca vou pedir isso o suficiente. 
— Eu sei. Acredito em você. E, quando eu ligar, você também vai poder me contar o que aconteceu com Damon. Se quiser.
— Tá - ela diz. — Ótimo. 
— A gente se fala... ah, Selena? 
— Sim? 
— Que bom que você ligou. Senti muito tua falta. 
— Eu também. 
Desligamos e fico olhando para o telefone por um minuto, até que paro de pensar em Selena e volto a pensar em Joseph. 
É como eu disse: todos os rostos nas minhas fantasias se tornaram o de Joseph. 
Tomo banho e visto um jeans que, apesar de ainda não ter sido lavado, não está fedendo, então acho que serve, por enquanto. Mas se eu não lavar minhas roupas logo, vou acabar entrando em outra loja de departamentos e comprando outras. Ainda bem que eu trouxe uma dúzia de calcinhas limpas na mochila. 
Começo a aplicar a maquiagem e fazer as coisas de sempre, mas aí apoio os dedos na pia do banheiro e me olho no espelho, tentando ver o que Joseph vê. Ele já me viu quase no pior estado possível: sem maquiagem, com olheiras depois de ficar acordada tanto tempo na estrada, com mau hálito, descabelada, sorrio pensando nisso, e então o imagino de pé atrás de mim, agora mesmo, no espelho. Vejo sua boca enterrada na curva do meu pescoço e seus braços rijos me abraçando por trás, seus dedos apertando minhas costelas. 
Uma batida na porta me acorda da fantasia.
 — Tá pronta? - Joseph pergunta quando abro a porta. 
Ele entra no quarto. 
— Aonde a gente vai, afinal? - pergunto, voltando para o banheiro, onde está minha maquiagem. — E eu preciso de roupas limpas. É sério. 
Ele entra atrás de mim, e isso me choca um pouco, porque é quase igual à fantasia que tive um momento atrás. Começo a passar o rímel, me debruçando sobre a pia para perto do espelho. Aperto o olho esquerdo enquanto aplico o rímel no direito e Joseph fica olhando minha bunda. Não está sendo nada discreto. Ele quer que eu o veja sendo mau. Reviro os olhos para ele e continuo aplicando o rímel, agora no outro olho. 
— Tem uma lavanderia no 12º andar - ele diz. 
Joseph passa os braços na minha cintura e me olha no espelho com um sorriso diabólico e o lábio inferior preso entre os dentes.
Eu me viro. 
— Então a gente vai lá primeiro - digo.
— Quê? - ele parece decepcionado. — Não, eu quero sair, andar pela cidade, tomar cerveja, ver umas bandas tocar. Não quero lavar roupa. 
— Ah, para de choramingar - respondo, me virando para o espelho e tirando o batom da mala. — Não são nem duas da tarde, não me diga que você é daqueles caras que tomam cerveja no café da manhã. 
Ele faz uma careta e aperta a palma da mão no coração, fingindo estar magoado. 
— De jeito nenhum! Eu espero pelo menos até o almoço. 
Balanço a cabeça e o empurro para fora do banheiro, mesmo com o sorriso cheio de dentes e as covinhas, e fecho a porta, deixando-o do outro lado. 
— Pra que você fez isso? - ele pergunta através da porta. 
— Preciso fazer xixi! 
— Mas eu não iria olhar! 
— Vai pegar sua roupa suja, Joseph! 
— Mas... 
— Agora, Joseph! Se não, nada de sair hoje! 
Posso imaginá-lo fazendo beicinho, embora, naturalmente, ele não esteja fazendo isso. O filho da mãe está sorrindo tanto que quase abre um buraco na porta.
 — Tá bom! - ele se rende, e em seguida ouço a porta do quarto abrindo e fechando atrás dele. 
Quando termino no banheiro, junto toda a minha roupa suja, enfio na mala e calço os chinelos.

Ainda bem que a Selena ligou para a Demi!!!
Gostaram lindonas?
Comentem e até o próximo, bjs <3

2 comentários:

  1. Semi de volta <3 posta logo!bjs

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    Respostas
    1. Sim <3 Amei elas duas juntas de novo
      Já postei o capítulo novo, bjs!!!

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