20/07/2016

certain love: capítulo 25


O coração sempre vence a razão. O coração, embora seja imprudente, suicida e masoquista de um jeito só seu, sempre ganha a parada. A razão pode ser a melhor opção, mas agora tô cagando para o que a voz da razão tá me dizendo. Agora só quero viver para o momento. 
— Acorda, amor - digo, dando uma palmadinha na bunda de Demi. 
Ela adormeceu nos meus braços de novo depois que acordamos juntos, mais cedo nesta manhã. Acho que talvez eu também tenha adormecido em algum momento, mas desde ontem à noite só penso nela, e se em algum momento cheguei a dormir, nunca vou saber. Ela geme em protesto e rola na cama para o meu lado, seu corpo enroscado no lençol branco, seu cabelo louro todo embolado, mas mesmo assim sexy pra caramba. 
— Ah, vai, amor - ela resmunga, e meu coração bate forte algumas vezes ao ouvi-la me chamando assim. — Vamos dormir o dia todo. 
Visto minha camiseta, minha bermuda e me sento na cama ao lado dela, me apoiando num braço do outro lado do seu corpo. 
Eu me curvo e aperto os lábios na sua testa. 
— Quero fazer tudo com você - digo, com um sorriso tão grande que me dou conta de que é constrangedor, mas não me importo. — A gente pode ir pra todo lugar, fazer tudo o que a gente imaginar. 
Nunca me senti tão feliz. Não sabia que existia uma felicidade como essa. 
Demi sorri tão docemente para mim, seus olhos brilhando ainda com aquela inocência de quem acaba de acordar. É como se ela estivesse me estudando, tentando me entender, mas gostando de fazer isso. 
Demi estica os dois braços.
— Infelizmente, você vai ter que me carregar pra todo lugar - ela diz. 
Eu seguro seus braços e ela ergue o corpo para ficar sentada na cama. 
— Bom, pra mim não tem problema - rio. — Eu te carrego numa boa, porra! As pessoas vão olhar, mas e daí... Mas por que preciso te carregar? 
Ela me beija no nariz. 
— Porque acho que não consigo andar. 
A compreensão transforma meu sorriso numa careta diabólica. 
Ela começa a se levantar da cama, jogando as pernas para fora, e vejo o desconforto em seu rosto.
— Porra, amor, desculpa mesmo - estou sendo sincero, mas não consigo parar de sorrir. Ela também não, na verdade. 
— Não tô dizendo isto pra massagear esse teu ego sexual - Demi diz. — Mas eu nunca tinha sido fodida assim. 
Eu rio alto, jogando a cabeça para trás. 
— Olha só as coisas que você fala! - digo. 
— Ei - ela aponta para mim. — A culpa é toda tua. Foi você que me transformou numa ninfomaníaca boca-suja e pervertida que pelo jeito vai andar torta por uns dias - ela mexe a cabeça uma vez para sublinhar esses fatos. 
Cuidadosamente, eu a pego em meus braços, as duas pernas por cima de um braço, em vez de levá-la de cavalinho na sua “condição”. 
— Desculpa, amor, mas você já era meio boca-suja quando te conheci - digo, sorrindo para o bico que ela está fazendo. — Pervertida? Talvez. Mas isso já tava em você, eu só ajudei a trazer à tona. Agora, ninfomaníaca? Isso significa que você quer meter o tempo todo, mesmo andando torta por uns dias. 
Ela arregala os olhos cada vez mais. 
— Não, eu tô definitivamente fora de combate, pelo menos até amanhã de manhã. 
Beijo a testa dela e a carrego para o banheiro. 
— Tudo bem - digo, trocando as brincadeiras por uma expressão mais suave. — Eu não deixaria mesmo. Hoje, Demi Lovato, você vai ser mimada. E o primeiro item do programa é um banho quente e demorado. 
— De espuma? - ela pergunta, fazendo bico e um olhar de Bambi. 
Sorrio para ela. 
— Sim, de espuma. 
Abro as torneiras enquanto ela fica sentada no balcão da pia onde a deixei, nua, ainda por cima. 
— Acho que vou ficar te devendo a espuma, gata - aviso, espremendo o que sobrou do frasquinho de amostra de xampu fornecido pelo hotel. 
— Quer saber? - Demi diz, balançando as pernas, com as mãos apoiadas na borda do balcão. — Quase todas as minhas coisas acabaram... minha pasta de dente tá no fim e eu queria sabonete líquido para banho, ou alguma coisa do tipo - ela apalpa as pernas nuas. — Tô praticamente com escamas - ela faz uma careta. 
Mastigando a bochecha por dentro, digo:
— Vou comprar - deixando a banheira enchendo de água atrás de mim, me viro para ela e verifico o que ela tem sobre o balcão. Depois vou para o quarto e volto com um lápis minúsculo do hotel e um bloquinho de notas quadrado. — Do que você precisa? 
Enquanto Demi está pensando, escrevo o que ela já falou. 
— Pasta de dente, sabonete líquido para banho... - olho para ela. — É aquele que tem nos banheiros de restaurante, certo? 
— Bem, não exatamente - ela diz, e fico tentando não olhar para os peitos dela. — Não é sabonete pra lavar a mão, é... bom, você vai descobrir. 
Eu anoto: não é pra lavar a mão. 
Olho novamente para ela. 
— Tá, o que mais você lembra? 
Ela estufa os lábios contemplativamente. 
— Xampu e condicionador, de preferência da L’Oréal; vêm em tubos cor-derosa, não tem tanta importância, mas nada de xampu+condicionador; deixei os frascos que comprei no último motel. Ah! Me traz também uma garrafinha de óleo Johnson’s. 
Ergo a sobrancelha, muito interessado. 
— Óleo Johnson’s? Tá pensando em alguma coisa? 
— Não! - ela bate de leve no meu braço com os nós dos dedos, mas só consigo notar como o peito dela balançou quando ela fez isso. — De jeito nenhum! Gosto de usar no banho, só isso. Eu anoto: uma garrafa grande de óleo Johnson’s. 
— E talvez uns salgadinhos e umas garrafas de água ou chá gelado sem limão, alguma coisa que não seja refrigerante, e, ah!  - ela ergue o dedo. — Stick de carne-seca! 
Sorrio e anoto isso também. 
— Só? 
— Só, não consigo me lembrar de mais nada. 
— Bom, se você lembrar - digo, tirando o celular do bolso da perna da minha bermuda. — Me liga e pede. Qual o teu telefone? 
Ela sorri e me diz o número alegremente, e eu ligo para ela. A caixa postal atende e eu digo: Ei, gata, sou eu. Volto já, no momento tô um pouco ocupado olhando pra uma loura absurdamente gostosa, sentada nua num balcão.
Demi sorri, fica vermelha, me puxa entre suas pernas e me beija com força. 
— Cacete! A água! - ela diz, notando a banheira quase transbordando. 
Fecho as torneiras rapidamente. 
Deixo o telefone e a lista de compras sobre o balcão e a ergo em meus braços. 
— Joseph, não tô aleijada - mas ela também não está exatamente brigando comigo. 
Eu a ponho na banheira e ela se deita na água quente, deixando o seu cabelo cair em volta dos ombros e na água também. 
— Volto já - digo ao sair. 
— Promete desta vez? 
Isso me faz parar. Me viro para olhar Demi, e desta vez ela não está brincando. Me sinto mal por ela ter que perguntar uma coisa dessas, não porque isso me ofenda, mas porque fui eu que lhe dei motivos para perguntar. 
Olho para ela bem sério. 
— Prometo, gata. Você não vai mais se livrar de mim, sabe disso, não sabe? 
Ela sorri docemente, mas seu sorriso tem uma pitada de malícia.
— É cada uma em que eu me meto. 
Pisco para ela e saio. 

Gente ficou pequeno, desculpe :(
Tão fofo os dois juntos, gostaram?
Comentem e até o próximo, bjs lindonas <3

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