13/02/2017

heartbeat: capítulo 27



Tensão

Demi pestanejou antes de abrir os olhos. Virou de lado e bocejou. Por um segundo, não soube onde estava. Os olhos pousaram sobre o relógio da mesa de cabeceira. Passava um pouco das duas da manhã. Então, a realidade a atingiu. Uma tristeza implacável a golpeou ao se sentar na beirada da cama. Olhou à sua volta, para a suíte vazia, com imagens de Joseph flutuando por sua mente. Ele não iria mesmo voltar. Afundou ainda mais na fossa. Olhou outra vez para o relógio antes de pegar a mala e atirá-la sobre a cama. Depois de remexer nela, foi até o banheiro.
O cansaço tentava arrastá-la e o arrependimento enfraquecia cada músculo enquanto entrava no chuveiro. Debaixo do jato quente, decidiu ir embora. Não podia ficar, mesmo se tivesse que passar a noite no aeroporto. Embora parte dela lhe implorasse para chamar um táxi e ir à casa de Joseph suplicar que a aceitasse de volta, outra a protegia de se machucar ainda mais. Soltou um suspiro exausto, pegou a toalha e se enrolou nela. Secou os cabelos e vestiu um short jeans e uma camiseta. Pegou a mala, olhou para aquele quarto impressionante uma última vez e saiu.
No corredor, Demi se virou e sentiu as pernas bambearem: Joseph estava deixando o elevador. Quando seus olhares se cruzaram, Demi tentou engolir, mas a garganta estava seca e apertada demais. Respirou, trêmula, esperando-o se aproximar lentamente. O coração pareceu tropeçar, parou e começou a bater outra vez no momento em que ele ficou a centímetros dela. Seu perfume masculino, estonteante, a envolveu. O olhar de Joseph se fixou diretamente em sua boca, a voz suave.
– Fiquei olhando para o teto metade da noite, me perguntando se aguentaria passar o resto da vida sem nunca mais beijar esses lábios. – Joseph roçou o polegar pela boca de Demi. Deixando-o pairar por ali, traçou o contorno do lábio superior e do inferior. Ela entreabriu a boca, tentando desesperadamente se lembrar de como respirar enquanto olhava em seus olhos. Joseph chegou mais perto. – Caminhei de um lado para outro da casa, imaginando mais um dia sem sentir o toque da sua pele. Seu corpo foi feito para se encaixar no meu de todas as formas possíveis.
As pontas dos dedos de Joseph percorreram as faces dela com leveza, descendo pela curva do pescoço. Lentamente, um calor serpenteante pegou fogo no estômago de Demi enquanto a mão de Joseph descia pelo seu ombro, roçava a lateral do seu tronco e, por fim, detinha-se em sua cintura. Ele a apertou e o desejo se irradiou por Demi. Trêmula, deixou a cabeça pender, mas Joseph encontrou seu queixo e ergueu-lhe o rosto com cuidado. Ela reprimiu as lágrimas e fixou os olhos nos dele. Joseph umedeceu os lábios e respirou fundo.
– A ideia de não ver os seus olhos quando eu acordar ou de não ouvir seu coração ao meu lado enquanto você dorme me deixou doente. Por isso, decidi que não, eu não posso passar nem mais um dia sem você. Não quero passar nem mais um dia sem você. – Joseph chegou mais perto e, de repente, Demi estava encostada na porta da suíte. – Você é minha. No segundo em que apareceu na minha casa aquela noite, você selou seu destino. – o coração de Demi batia descompassado. Ele segurou a cabeça dela entre as mãos. – Você me ama, Demi?
O estômago dela deu um nó e a respiração ficou curta.
– Sim, eu te amo – sussurrou ela.
Ele se apoiou na porta e se inclinou na direção do ouvido dela.
– Você sabe que é minha?
Ela ouviu a porta destrancar.
– Sei.
– Fale, então – murmurou ele, os lábios pairando sobre os dela.
Os mamilos dela enrijeceram.
– Eu sou sua.
– Fale de novo, Demi.
Ele a enlaçou, arrancou a mala de sua mão e a puxou com força contra o peito. O calor abrasador do seu corpo fez as emoções de Demi transbordarem.
– Meu Deus, Joseph, eu sou sua. Para sempre. De mais ninguém.
Antes que Demi pudesse piscar, os lábios de Joseph roubaram os seus, num beijo desesperado e faminto. Respirando com dificuldade, eles mergulharam um na boca do outro, loucos para se desfrutarem por completo. Joseph escancarou a porta, deixou a mala cair e a empurrou suíte adentro. Arquejante, Demi envolveu seu pescoço, segurando-lhe os cabelos enquanto ele desabotoava o seu short. Sem grande cerimônia, desceu-o pelas coxas com a calcinha. Remexendo o corpo para se livrar da roupa, Demi afastou a boca e arrancou a camiseta pela cabeça. Sem hesitar, passou aos botões das calças dele. Com as mãos emaranhadas nos cabelos dela, Joseph puxou sua cabeça para trás e foi descendo seu pescoço com beijos. Em algum momento entre seu sutiã deslizar até o chão, junto com a camisa e a bermuda de Joseph, Demi acabou deitada sobre uma chaise-longue de veludo bem no meio da sala de estar.
De pé acima dela, Joseph sentiu o coração se dilatar ao fitar a mulher que amava à sua espera. Percorreu os olhos por seu corpo, absorvendo os suculentos mamilos cor-de-rosa rijos devido à excitação. Tão exuberantes. Ela passou a língua por sua boca, vívida, inchada dos beijos dele. Só o ato de olhá-la podia ser a sua perdição. Soubera disso na primeira vez que a vira. Estava louco para meter nela, sentir aquela bocetinha doce em volta dele. Correndo as mãos por suas pernas bem abertas, Demi deixou escapar um suspiro desalentado e foi então que um desejo profundo, cru e primitivo de reclamar para si cada centímetro do corpo dela cruzou a mente de Joseph. Uma necessidade doentia de apagar Alex da cabeça de Demi para sempre lhe golpeou as vísceras. Na primeira vez que Demi partilhara a cama com ele, Joseph lhe dissera que não havia uma parte de seu corpo que não o sentiria. Naquela noite, sabia que iria remover cada pitada de Alex.
Com os olhos ardentes de posse e respirando com dificuldade, Joseph caiu de joelhos e apoiou as pernas de Demi sobre os próprios ombros. Encarou- a, desejando ver sua reação, e passou dois dedos pelo clitóris de Demi. A umidade escorria, cobrindo-lhe os dedos. Antes que ela conseguisse soltar o arquejo que estava na ponta da língua, Joseph pousou a boca naquela fenda suave.
Demi arqueou as costas, os mamilos intumescidos, enquanto ele enfiava a língua para dentro e para fora. Meu Deus, ela não conseguia respirar, e nem queria. Estava desnorteada e a única coisa que desejava era se afogar naquela intimidade. O calor dele a envolveu, os dedos cada vez mais fundo, mas ainda lentos. Com um longo gemido, ele os curvou, pressionando o âmago dela ao mesmo tempo que a língua acariciava e dardejava em círculos minúsculos em sua florescência sensível.
– Não pare, por favor, Joseph – pediu ela, arfando, mexendo os quadris de encontro à sua boca. – Estou quase lá.
E estava mesmo. Com o corpo ávido por ele, Demi sabia que não precisaria de muito para fazê-la gozar. Quando se tratava de Joseph, não costumava esperar muito. Ele só precisava olhá-la para ela derreter, mas a espera abrasadora não estava ajudando. Como se as palavras dela o tivessem lançado num frenesi, Joseph intensificou a força e a velocidade dos dedos, o ritmo constante e implacável quando Demi ergueu o corpo e puxou seu rosto na direção da boceta molhada. Ele gemeu e o som profundo e erótico ressoou de encontro à carne sensível de Demi. Ela se desfez por inteiro. Seu corpo foi sacudido num violento orgasmo. Jogou a cabeça para trás, gemeu e enroscou os dedos nos cabelos dele. O corpo convulsionava com as ondas de calor que se formavam em seu baixo ventre.
Com o sabor viciante dela ainda na língua, Joseph a ergueu e a carregou até o quarto, a boca grudada na dela. Enquanto inspirava seu perfume, Joseph a colocou de pé. Hipnotizada, Demi observou-o despir a cueca. O pau se viu livre e ele o acariciou lentamente com a palma da mão. Ela mal conseguia respirar.  Com um olhar carnal e furioso de paixão, Joseph chegou mais perto, o peito encostado no dela.
– Eu vou foder você neste instante, Demi. Vou lhe dar tanto prazer que você nunca mais vai pensar em se afastar de mim.
Havia convicção em seu tom de voz e sua exigência primal fez a boceta de Demi latejar de desejo. Ele fechou os olhos e atirou a cabeça para trás, soltando um gemido gutural. Voltou a encará-la e deslizou dois dedos por seu clitóris, reunindo um pouco da sua umidade. Levantou a mão e roçou os dedos por sua boca. Demi entreabriu os lábios e deixou escapar um gemido suave enquanto ele os enfiava ali. Ela agarrou o seu pulso e o fitou com um olhar maroto, chupando o próprio líquido, os dentes raspando a carne dele de leve.
– Depois que a gente foder, vou fazer amor com você. No minuto em que o meu corpo tocar o seu, não vai ter existido mais ninguém. Estou apaixonado, mas tenho que foder você primeiro. Você está me entendendo?
– Estou.
Ela arquejou, tomando o pau dele nas mãos.
– Então fale – disse Joseph, a voz entrecortada. Ele enfiou a mão nos cabelos dela, massageando o ondulado suave com os dedos. Com a outra, ajudou-a a acariciar o pau duro. – Preciso ouvir você dizendo antes.
A pressão e o calor se intensificaram no meio das pernas de Demi. Ela choramingou, passando a língua pelo queixo dele.
– Por favor, Joseph, eu quero que você me foda. Me fode... com força.
Um sorriso animal brotou nos lábios de Joseph.
– Vire-se – sussurrou ele, a voz sinistramente calma.
Sem fôlego, Demi o encarou e passou a ponta da língua pelos lábios, os mamilos duros de encontro ao peito dele. Virou-se devagar, sentindo as mãos de Joseph deslizarem por sua cintura. Um calafrio a percorreu enquanto ele agarrava sua coxa e erguia seu joelho sobre a cama. Ajustando os quadris de encontro à sua bunda, Joseph a inclinou para a frente. Foi descendo os nós dos dedos pela graciosa curva da coluna antes de se deitar sobre as costas dela. Enfiou a língua na orelha de Demi, absorvendo o ofegar dela, enquanto empurrava a cabeça do pau para dentro da fenda encharcada. Com uma das mãos sobre a barriga dela e a outra envolvendo seu pescoço, ele a penetrou. A boceta o engoliu no mesmo instante. A respiração rápida e os gemidos famintos incendiaram a pele dele, fazendo uma lava quente pulsar pelas veias. Meu Deus, ela era tão quente e tão apertadinha... mal conseguia controlar a necessidade de mergulhar ainda mais fundo.
– Me fale quanto você me ama, Demi – rosnou ele, enfiando dentro dela com mais força.
Deixou as mãos penderem sobre as coxas dela e as agarrou possessivamente. Enterrou seu membro ainda mais, estendendo-a de maneira dolorosa, embora a sensação fosse deliciosa para Demi. Então, saiu por completo, deixando-a com uma dor crua que se irradiou até os joelhos. Demi gritou, os arquejos quase suplicantes.
– Eu te amo mais do que tudo, Joseph. – ela agarrava os lençóis e remexia a bunda de encontro a ele. – Por favor, não pare. Não pare.
Ele arrastou a pontinha do pau pela parte mais quente dela, empurrou apenas 2 centímetros e tirou outra vez. A necessidade explodiu dentro de Demi, pressionando seu abdômen. Uma gigantesca lufada de ar encheu-lhe os pulmões. Sua voz saiu trêmula:
– O que é que você está fazendo? Meu Deus, Joseph. Por favor.
Ele enfiou o rosto na curva de seu pescoço e roçou o polegar por seu mamilo, os dedos da outra mão fazendo círculos no seu clitóris.
– Fale que você é minha – disse ele, o sussurro quente dentro do ouvido dela.
Demi atirou a cabeça de encontro ao peito dele e gemeu.
– Eu sou sua. Só sua. Agora, me fode!
Joseph mordiscou seu ombro, pressionou a palma da mão sobre sua barriga e empurrou cada centímetro do pau duro para dentro dela com força. Demi enrijeceu o corpo e conteve um grito, a boceta apertando-o com ainda mais força do que antes. O pau latejava. A carne dela ia incendiando sua pele à medida que ele avançava, abrindo-a por completo. O prazer o dilacerava enquanto Demi gritava seu nome, o calor emanando dela a cada respiração acelerada dele. Joseph se atirou para dentro dela mais uma vez, com uma estocada firme depois da outra, mas, ainda assim, precisava ir mais fundo. Ele a queria acabada, a mente completamente saturada com nada além dele.
Colocando a outra perna de Demi sobre a cama, enfiava o pau com força, sem parar. Depois de afastar os cabelos dela do pescoço suado, agarrou-os e puxou sua cabeça para trás. Demi choramingou, o corpo amolecendo. Ela arfava, o corpo zumbia, dando-lhe a sensação de estar deliciosamente partida em dois, enquanto ele se movimentava com o mais impiedoso domínio. Joseph marcou o pescoço dela com a boca, a língua faminta lambendo-a.
– Fale de novo, porra. Fale quanto você me ama, Demi.
Demi agarrou os cabelos dele e o olhou por cima do ombro, a respiração chegando em pequenos arquejos. Percebeu que ele temia piscar e ela desaparecer. A culpa a invadiu. Assim, parou de se mexer. Joseph também parou, a preocupação transparecendo em seu rosto.
– Eu machuquei você? – ele passou o polegar pelos lábios dela. – Nossa, amor, desculpe se machuquei. Eu nunca machucaria você, Demi. Nunca.
Ela balançou a cabeça, endireitou o corpo e se virou.
– Não, você não me machucou e eu sei que nunca faria isso. – ela enlaçou o pescoço de Joseph. O alívio invadiu o rosto dele e a boca perfeita encontrou a dela, o beijo urgente e ávido. Demi se afastou, a voz suave: – Joseph, por favor, pare.
Confuso, ele recuou.
– O que houve?
– Eu não vou a lugar nenhum, Joseph. Não vou – sussurrou ela, buscando a mão dele e o conduzindo cuidadosamente até a cama. – Deite aí para mim.
Com a sobrancelha erguida, ele obedeceu. Apoiando-se sobre os cotovelos, observou Demi engatinhar em sua direção. Os dois sorviam o ar com dificuldade quando ela pressionou o corpo contra o dele. Demi se ergueu um pouco e roçou os lábios nos dele, calma e suavemente. Joseph fechou os olhos com força e agarrou a cintura dela.
– Não – falou ela, arquejante, remexendo os quadris em círculos lentos. – Olhe para mim, Joseph. Quero que olhe para mim enquanto eu faço amor com você.
Os olhos dele se abriram de súbito e Demi tomou as suas mãos. Levou-as até os seios. Joseph os segurou, massageando cada um em separado. Completamente concentrado, Joseph gemeu e se projetou para dentro dela. Sentiu Demi enrijecer o corpo e cravá-lo à cama. A lenta fricção que ela fazia foi diminuindo, percorrendo os músculos dele como brasa. Sentada com as costas perfeitamente eretas, com movimentos calculados, Demi afagou as mãos de Joseph enquanto ele acariciava seus seios.
– Eles são seus, Joseph. Só seus. – arqueando as costas, Demi escorregou uma das mãos pela barriga e esfregou o clitóris. Os quadris saltavam cada vez mais depressa, a respiração mais rápida. – Isto aqui é seu. Nenhum outro homem jamais vai me tocar assim.
A voz dela tremia enquanto uma dor abrasadora a tomava por inteiro, fazendo cada nervo formigar. Observou Joseph morder o lábio inferior, sentiu seu corpo enrijecer. Tateou à sua volta e roçou as unhas por baixo do seu saco. 
O prazer pegou Joseph em cheio.
– É tão gostoso ter você comigo. – com dificuldade para respirar, ele sorveu o ar, as mãos pousando nas coxas dela. Agarrou-as com força, fazendo o corpo dela subir e descer sobre o pau. A boceta escorregadia e molhada estava quente, deixando-o mais duro do que nunca. – Porra, como eu te amo, Demi. Você é minha. Sempre foi minha. – movendo os quadris, ele a puxou em direção a si. – Fale que você me ama.
Ela se pôs a montá-lo com mais rapidez, mais força, a necessidade de fazê- lo entender levando-a à beira de um desejo completamente insano. A sensação dele dentro dela inebriava seu organismo para além das palavras, além do pensamento coerente.
– Puta merda, Joseph, eu te amo! Eu te amo tanto... sinto muito. Eu não quis fazer isso com a gente. Você está me entendendo? Sinto muito.
Com lágrimas escorrendo pelas faces, enterrou as unhas nos ombros dele e puxou seu corpo. Joseph enterrou o rosto no peito dela, úmido de suor, a boca sugando e contornando o mamilo. O corpo dela queimava enquanto agarrava os cabelos dele. O pescoço dele ficou rijo como um arco, os olhos perfurando os dela.
– Você é tudo que eu vejo. Tudo que eu ouço. Tudo com que sonho. Eu vim para cá atrás de você. Não vou embora. Não vou a lugar nenhum. É você, Joseph. Só você.
Ela pressionou os lábios contra os dele, o coração dos dois ribombando, as respirações arquejantes em sincronia. Joseph segurou os cabelos de Demi com tanta força quanto ela agarrava os dele.
O som de carne molhada se chocando ecoou pelo quarto no momento do orgasmo. Os sentidos de um e de outro entraram em sintonia, como nunca havia acontecido. O fogo se agitou até se transformar numa violenta explosão de prazer e cada momento roubado, palavra de ofensa e acusação desapareceu enquanto os corpos sacudiam e tremiam juntos. Já não viviam um momento roubado e ambos sabiam disso. Embebiam-se dessa sensação. Demi sentiu os braços fortes de Joseph envolverem sua cintura, a respiração dele superficial de encontro ao seu peito. Aos poucos eles foram se acalmando. Joseph fisgou o olhar de Demi, alisou seus cabelos úmidos, afastando-os do rosto, e conduzindo os lábios dela até os seus. Profunda e apaixonadamente, lenta e suavemente, ele a beijou. O calor se concentrou fundo em seu ventre enquanto ela gemia.
Recostando-se, Joseph a abraçou. Deslizando as mãos para cima e para baixo em suas costas, ele exalou, aliviado. Pela primeira vez desde que a conhecera, Joseph se sentia relaxado. À vontade. Demi era, enfim, sua. Além da respiração dos dois, que começava a se normalizar, o ar estava repleto do som das ondas se quebrando a distância, bem longe das portas que levavam à varanda. O luar banhava o quarto e Demi escutava o ritmo constante do coração de Joseph batendo em seu ouvido. O coração que ela quase destruíra. Não se considerando digna, salpicou beijos no seu peito e ergueu os olhos para ele.
– Sinto muito – sussurrou. – Não consigo acreditar que quase acabei com a gente.
Joseph percorreu o rosto dela com um dos dedos, os olhos intensos.
– Eu sei que sente e não quero que diga isso outra vez. Não estamos acabados. Estamos melhores. Entendeu?
Assentindo, Demi deitou a cabeça outra vez no peito dele e agarrou seus ombros.
– Não achei que você fosse voltar.
– Bem, eu sabia que iria voltar no instante em que fui embora.
Demi ergueu a cabeça, os olhos lânguidos fitando os de Joseph.
– Ah, foi mesmo, Sr. Jonas?
– Ora, mas é claro que sim, Srta. Lovato. Mas achei melhor deixar você suar frio um pouco. – um sorriso sensual se insinuou em seu rosto. – Pelo visto, fiz você gemer enquanto suava.
Com um beicinho, ela bateu no braço dele.
– Espertinho...
– Faz parte do meu charme. – ele deu uma risadinha e foi descendo os dedos de leve pelas costas dela. Puxando-a para mais perto, Joseph colou a boca na dela. Os lábios de Demi se tornaram dóceis e os arrepios invadiram seu corpo. – E vá se acostumando: você está presa a este espertinho.
Ela mordiscou o lábio dele e sorriu.
– Quero você do jeito que for.
Depois de beijá-lo mais um pouco, Demi descansou a cabeça no peito dele, o corpo deliciosamente dolorido.
O silêncio preencheu o quarto enquanto Demi percorria o peito de Joseph com o dedo. Seu toque o levava ao paraíso, embora os próprios pensamentos o atirassem no inferno. A culpa o atingiu e ele decidiu tentar um joguinho. Tinha planejado lhe contar sobre o breve caso com a mulher que havia conhecido alguns dias antes na praia, mas, que Deus o perdoasse, quando chegara ao hotel, não se sentira capaz. Ver Demi no corredor com a bagagem, pronta para deixar sua vida outra vez, atirara suas intenções pela porra da janela. Diabos, ele sabia que tinha todo o direito de fazer o que havia feito, mas isso não aliviava o peso em seu peito. Joseph pigarreou e passou as mãos pelos cabelos de Demi. Tomou o rosto dela entre as mãos, fazendo-a encará-lo.
– Eu tenho que lhe contar uma coisa.
Ela pestanejou e deitou a cabeça mais uma vez no seu peito.
Joseph levantou o queixo dela, franzindo a testa.
– Demi, eu fiz uma coisa e preciso lhe contar.
Engolindo em seco, Demi assentiu.
– Eu sei que você dormiu com aquelas duas meninas. – ela tocou o rosto dele com o dorso da mão e olhou fundo em seus olhos. Aqueles lindos olhos, com cílios espessos e escuros, continham seu futuro. – Eu não ligo. Você achou que eu tinha me casado com o Alex. Sei que não teria frito isso se soubesse a verdade.
Deu um beijo de leve em seus lábios e aninhou o rosto em seu pescoço.
Joseph acariciou-lhe os cabelos e respirou fundo.
– Eu não dormi com elas.
– Não? – perguntou ela, o choque evidente em sua voz ao erguer a cabeça.
– Não, por sorte você evitou aquele desastre quando apareceu.
Ela deixou escapar um suspiro de alívio.
– Então não vai ter filhos correndo por aí, pelo México. Graças a Deus.
Joseph observou-a relaxar e, puta merda, aquilo apertou seu coração no mesmo instante. Aproximando o rosto dela, correu o polegar por seus lábios.
– Não. Eu não vou ter nenhum filho correndo pelo México porque usei proteção com outra pessoa. – ele fez uma pausa, os olhos buscando os dela. Demi mordeu o lábio e assentiu. – Sinto muito – sussurrou ele, a voz cheia de culpa.
Demi não viu ali nada além de arrependimento. Sua própria culpa lhe deu um nó no estômago, pois sabia que era o motivo daquilo. Enquanto buscava uma forma de libertá-lo do remorso, de mostrar a ele que aquilo não importava, abriu um sorriso maroto. Sentando-se, montou em seu colo, passou as mãos por trás da cabeça de Joseph e roçou os lábios nos dele.
– Joseph Jonas, eu te amo tanto que chega a ser um perigo para nós dois. Sabia?
Ele entortou uma das sobrancelhas, incrédulo.
– Perigo?
– Muito perigoso – ronronou ela, salpicando beijos em sua mandíbula. Libertando as mãos do domínio de Demi, Joseph penteou os cabelos dela com os dedos.
– Mmm, eu gosto da Demi safadinha. Você pode ser perigosa quanto quiser comigo.
O estômago de Demi deu uma cambalhota quando Joseph se aproximou para beijá-la. Ao tocá-lo, ouviu o estômago dele roncar de fome.
Ela riu.
– Isso é fome?
– Como assim? – perguntou ele com ar inocente.
Joseph iluminou o sorriso de muitos megawatts.
– Muito bem, eu não sou surda, Jonas. – ela inclinou o corpo e acendeu o abajur. – Ou você pegou alguma bactéria aqui no México ou está com fome. – depois de sacar um menu da gaveta da mesinha de cabeceira, entregou-o a ele. – Estou rezando para que seja a segunda opção.
Joseph gargalhou e, então, foi ficando sério.
– O que é isso?
Ele deslizou o polegar pela sobrancelha dela e colocou o menu em cima da cama.
O estômago de Demi afundou. Sentiu todos os tipos de enjoos possíveis ao envolver o punho de Joseph com a mão, afastando-o do local onde Alex a atingira. O pânico tomou conta dela, mas conseguiu disfarçar com um sorriso.
– Ah, isso? Não é nada. Eu estava no trabalho, fui me abaixar para pegar uma coisa atrás do bar e bati com a cabeça na bancada.
Joseph se sentou na cama e passou um dos braços pelas costas dela, erguendo a mão em direção à sua testa outra vez. Examinou o local por um segundo. Algo no tom de Demi não o convenceu. Ele a encarou.
– Isso não foi no trabalho, foi?
– Foi, Joseph – respondeu ela, reunindo toda a autoconfiança que ainda lhe restava. – Meu momento de graça aconteceu no trabalho. Por sorte, o lugar estava vazio ou eu teria ficado ainda mais envergonhada. – ela pegou o menu novamente e se pôs a estudá-lo. – E então, você está a fim de comer o quê? Eles têm de tudo, de hambúrgueres a filé-mignon. – ela saiu de cima dele, enrolou-se num lençol e se levantou para ir ao banheiro. – Pede uma salada Caesar com frango para mim.
Demi acendeu a luz e fechou a porta. Encostando-se nela, respirou fundo, na esperança de que tivesse conseguido se safar com a mentira que a devorava por dentro. Não era assim que queria começar as coisas com Joseph. Não mesmo. Esconder qualquer detalhe dele pesava em sua consciência. No entanto, imagens de Joseph indo atrás de Alex apertaram seu peito e as ameaças do ex-noivo na noite do jantar de ensaio gritavam em sua lembrança. Assim, ela calou o conflito interno. Estava protegendo Joseph e não iria dizer uma única palavra sobre o que acontecera naquela manhã. Girou a maçaneta para sair do banheiro e encontrou Joseph com os braços cruzados, encostado no batente da porta. Os olhos curiosos fizeram seu coração quase sair pela boca. Mesmo com os nervos à flor da pele, não pôde impedir que os olhos percorressem seu corpo nu.
Aquele corpo sólido, a compleição masculina perfeita, a fez começar a respirar mais rápido, inconscientemente mordendo o lábio.
– Você me assustou. – Demi ficou na pontinha dos pés e o beijou no rosto. – Mas eu sempre soube que você era stalker. – ela se fez de brincalhona e enlaçou o pescoço dele, mas os seus olhos a percorreram por inteiro como se esperando que ela lhe contasse a verdade. Tudo o que queria era confessar, mas não podia. – Por falar em stalker, como foi que conseguiu uma chave da suíte?
Demi sabia que era uma tentativa ruim de mudar de assunto, mas estava se agarrando a qualquer coisa para manter a atenção de Joseph longe de Alex.
– Liguei para o Kevin da minha casa e disse a ele que acrescentasse o meu nome à reserva. – Joseph se inclinou e roçou os lábios na testa dela. – Então, o que aconteceu na noite em que você deixou o Alex?
Demi engoliu a bile que subia pela garganta e segurou o lençol com força de encontro ao peito.
– Na verdade, nada.
Joseph se afastou, incrédulo, a expressão tensa.
– Nada? Ele simplesmente deixou você sair porta afora e não disse uma palavra?
Demi lutou para encontrar uma resposta enquanto atravessava o quarto.
Afundando na cama, olhou para ele e deu de ombros.
– Foi. Fui embora depois que ele dormiu, passei pela sua cobertura e voltei para o meu apartamento. Ele foi à minha casa na manhã do casamento e a gente discutiu. No meio de tudo, minha irmã e o marido apareceram e o Michael o fez ir embora. E foi só.
Com a testa enrugada, Joseph passou a palma da mão pela nuca e deu um passo à frente.
– E ele não encheu mais o saco?
– Não.
Isso, pelo menos, era verdade. Estranhamente, Lee apenas ligara para insultá-la depois de tirar Alex da cadeia. Demi não o vira nem tivera notícias dele desde que os policiais o arrastaram para fora do apartamento.
Joseph se aproximou e se ajoelhou diante de Demi. As mãos deslizaram com facilidade por baixo do lençol para agarrá-la pela cintura.
– Você me contaria se alguma coisa tivesse acontecido, não contaria?
Praticamente paralisada pela própria mentira, Demi lutou contra as lágrimas. Levou a mão ao rosto dele e assentiu.
– É claro que sim – sussurrou ela.
Esfregando os polegares em pequenos círculos sobre a pele dela, Joseph fechou os olhos.
– Desculpe por não ter estado com você quando contou tudo a ele. Não era para você ter feito isso sozinha.
– Joseph, não... – disse ela, engasgando.
Puxou o rosto dele em direção à própria barriga. Sentiu a culpa acelerar o coração enquanto o olhava beijar sua carne. Ele apertou sua cintura com mais força, a boca demonstrando urgência. A culpa que ele emanava queimou-lhe o estômago.
– Por favor, Joseph, está tudo bem. Você achou que eu tivesse me casado com ele. Por favor, não faça isso consigo mesmo.
Demi se agachou e sentou-se no seu colo, passando as pernas em torno de sua cintura.
– Eu sinto tanto, amor... – Joseph a beijou mais profundamente enquanto ia encostando na mesinha de cabeceira. – Eu não devia ter ido embora. Eu disse que a gente ia falar com ele juntos.
Demi afastou a boca da dele repentinamente e tomou seu rosto entre as mãos. As lágrimas começaram a cair.
– Por favor, pare com isso – implorou.
O calor açoitou-lhe a carne enquanto ela encaixava o pau dentro das próprias dobras úmidas. Um paradoxo da pior espécie foi partindo seu corpo ao apreciar a sensação de tê-lo dentro dela. Naquele momento cegante e belo, ela pertencia a Joseph e Joseph lhe pertencia, no entanto a culpa mantinha os dois prisioneiros, suas correntes pesadas e exaustivas.
Com os olhos queimando de desejo, Joseph beijou-a de língua, de forma possessiva, assumindo domínio completo sobre o corpo dela. Cada um de seus músculos tornou-se rígido, estreitando o aperto ao redor da cintura de Demi. Ele consumia sua carne, a energia pulsante colidindo com o amor e a química existentes entre os dois enquanto ele a preenchia mais e mais profundamente.
Com rapidez e o mais afoito abandono, Demi mergulhou em cada sensação que Joseph podia lhe proporcionar. Seus olhos controlavam sua alma. Seu toque preenchia-lhe o seu interior. Foi então, naquele momento, que soube que precisava remover cada partícula de culpa do corpo de Joseph.
Apenas rezava para que conseguisse.

pessoal, me desculpem por não estar postando na sexta-feira é que eu to sem tempo e fico muito cansada para entrar aqui. Sendo assim, eu vou continuar postando na segunda e na quarta, caso eu consiga postar aqui na sexta, eu posto.
que reconciliação boa hein hahaha
Joseph não resistiu e foi atrás dela, amo esses dois.
gostaram? eu só sei que amei esse capítulo.
até o próximo.
bjs amores <3
respostas aqui

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