19/01/2017

heartbeat: capítulo 19


A abertura das comportas

A luz do sol que se derramava pela janela acordou Demi de uma das melhores noites de sono que tivera nos últimos meses. Espreguiçando-se demoradamente, ela puxou as cobertas emaranhadas para junto do peito, sentou-se na cama e se encostou na cabeceira.

Os olhos percorreram o quarto amplo à procura de Joseph. Ouviu o barulho do chuveiro enquanto absorvia a sensação deliciosa que a dominava. Não costumava se preocupar com sua aparência ao acordar. Naquela manhã, no entanto, foi diferente. Sabendo que os cabelos deviam estar um verdadeiro ninho de ratos e que a maquiagem da noite anterior borrava seu rosto, levantou-se, arrastando as cobertas, na tentativa de estudar o próprio reflexo. Quando os pés descalços bateram no chão de mármore frio, algo caiu. Olhando para baixo, viu uma caixa grande amarrada com um laço vermelho. Pegou-a e sentou-se na cama outra vez. Era para ela para Molly, na verdade.
Demi riu.
– Engraçadinho...
Balançando a cabeça, começou a abri-la e, pelo canto do olho, viu um movimento ali perto.
Erguendo a vista, foi recompensada pela imagem de Joseph saindo do banheiro com uma toalha de algodão branca enrolada na cintura. Engolindo em seco, Demi apertou as cobertas junto ao peito e voltou a se encostar na cabeceira. Correndo a mão sobre os cabelos úmidos,
Joseph sorriu para ela do outro lado do quarto, os músculos do abdômen ondulando enquanto ele se espreguiçava.
Retribuindo o sorriso timidamente, Demi o secou com os olhos. Ele era, no mínimo, maravilhoso. Não era possível privar seus olhos de passear por ele. Joseph era lindo e não era apenas o corpo que era impressionante, o rosto também. O queixo forte e anguloso que complementava tão bem as maçãs do rosto proeminentes e a barba rente por fazer só acentuavam sua masculinidade, fazendo a respiração dela acelerar ainda mais.
– Você encontrou seu presente – comentou ele.
Demi arqueou uma das sobrancelhas.
– Bem, encontrei um presente. Mas é para Molly.
Rindo, Joseph caminhou até a cama e sentou-se ao lado dela.
– Se bem me lembro, você mesma disse que eu nunca mais pararia de pegar no seu pé por causa disso, então estou honrando minha parte no acordo.
Balançando a cabeça, ela deu um tapinha brincalhão no braço dele. Joseph riu e prendeu os cabelos dela atrás da orelha.
– Hum, eu sabia que você iria acordar bonita.
Mordendo o lábio, visivelmente constrangida, Demi desviou o olhar.
Hipnotizado pela expressão naqueles olhos, Joseph ficou cativado pelo fato de ela não ter a menor noção da própria beleza. Os lábios, da cor profunda de um vinho tinto, os sedutores olhos castanhos e as curvas sutis do corpo, tudo isso lhe atormentava os sentidos. Fitando-a, seu coração batia forte enquanto os olhos mapeavam cada centímetro do belo rosto. Não era apenas a beleza física. Era tudo nela, até o cheiro da pele as coisas que Joseph faria só para poder sentir seu aroma.
Ela o aquecera a noite inteira e ele estava disposto a sacrificar qualquer coisa para que ficassem juntos. Seus sonhos e devaneios, longos e elaborados, sobre como seria aquele exato momento  quando compartilharia com Demi seus desejos mais profundos e ela faria o mesmo, com a confiança única dos amantes se desenrolava com intensidade enquanto ela o olhava outra vez.
Joseph sentia-se nas alturas. Nem todo dinheiro do mundo poderia comprar aquela sensação.
Colocando a mão sob o queixo dela, fitou-a nos olhos.
– Você está linda – sussurrou, trazendo o rosto dela com toda a gentileza para perto do dele.
Roçou os lábios nos dela de maneira suave, apaixonada e terna. Os dedos de Demi mergulharam nos cabelos dele, puxando com força suficiente para fazê-lo gemer. Ficaram ali, se beijando como dois adolescentes num encontro ambos satisfeitos apenas com o beijo... e nada mais.
Depois de passar alguns minutos se deleitando com o sabor mentolado dos lábios dele, Demi se afastou. Joseph a admirou, seus olhos praticamente fazendo amor com ela.
– O que foi? – perguntou ele, um sorriso infantil erguendo os cantos da boca.
– Eu... é... preciso escovar os dentes – disse ela.
Com uma gargalhada, ele estendeu a mão para o presente ainda fechado e o entregou a ela, dando mais um beijo sensual em seus lábios.
– Na minha opinião, você está deliciosa. Tome, abra.
Ela sorriu.
– É uma caixa muito grande para uma escova de dentes.
Joseph passou os nós dos dedos pelo queixo dela.
– É, não é?
Com a testa franzida, Demi olhou para ele com desconfiança.
– O que foi? – perguntou Joseph.
– Quando você teve tempo de sair e comprar alguma coisa para mim?
– Bem, dorminhoca, já não é tão cedo assim – avisou ele, apontando para o relógio e mostrando que já eram quase onze da manhã. – Mas, respondendo à sua pergunta, pedi à
minha assistente que comprasse para você umas coisinhas de uma lista que passei para ela.
– Ah, sua assistente.
– É, minha assistente – uma expressão brincalhona cruzou o rosto dele. – Mas eu estaria disposto a substituí-la pela mulher deslumbrante sentada na minha cama agora.
– Ah, você me contrataria como sua assistente, é?
– Sem nem pensar duas vezes – sussurrou ele, junto à curva do pescoço dela. Deslizou a boca e roçou os dentes pelo seu ombro. Demi quase desabou sob aquela carícia. – Mesmo sem saber quanto conseguiríamos trabalhar. – afastando-se, ele sorriu. – Agora, abra seu presente.
Com uma das mãos segurando as cobertas contra o peito, Demi tentou abrir a caixa com a outra.
Joseph riu, percebendo que ela tentava esconder o corpo nu. Achou aquilo ao mesmo tempo fofo e sexy. Sem dizer nada, ele a ajudou.
Ao abrir o embrulho, Demi encontrou lá dentro duas caixas médias e uma mais fina. Com um enorme sorriso, Joseph abriu uma das caixas médias para ela, tirando de lá um conjunto de moletom com capuz dos New York Yankees.
– Você pirou de vez. – as palavras escaparam dos lábios de Demi com uma risada exasperada. Ela arrancou o moletom das mãos de Joseph e tentou lhe lançar um olhar de reprovação, mas em seu íntimo estava adorando a tentativa dele de transformá-la numa torcedora. – Se acha que vou sair em público vestindo isto, está muito enganado.
Os olhos dele percorreram o rosto dela devagar, os lábios muito próximos dos dela.
– Quem disse que vamos sair de casa hoje?
– Hum, não vamos?
– Não. Vou mantê-la refém aqui – respondeu ele em voz baixa, inclinando-se para beijá- la. – O conjunto é só para meu divertimento pessoal.
– Parece interessante – respondeu ela, beijando-o de volta. – E o que você planejou para a gente hoje?
Mordiscando o lábio inferior dela, ele sorriu.
– Achei que a gente podia pedir comida o dia todo.
– Sim, comida é uma necessidade.
Demi deu um gemidinho enquanto ele continuava a roçar os lábios dela com os seus.
– Dormir um pouco, já que ficamos acordados até tão tarde.
– É mesmo, precisamos recuperar as energias. – ela passou a mão pela nuca dele.
Ainda a beijando, Joseph ergueu o outro braço dela para enlaçar seu pescoço, fazendo o cobertor cair de seus seios.
– Nos enroscarmos no meu sofá para assistir a filmes de terror.
– Eu gosto de filmes de terror – disse ela, massageando os cabelos dele com os dedos enquanto o desejo percorria seu corpo.
Joseph começou a massagear os seios expostos. Sorriu quando ela gemeu. Adorava o jeito como Demi reagia a ele.
– E, no meio da comida e dos filmes, eu gostaria de reviver os acontecimentos da noite passada, um a um. – ele a pôs no colo e os cabelos dela caíram como uma cascata sobre seus ombros enquanto o beijo se intensificava. – Várias vezes.
Mais ou menos no mesmo instante em que Demi começou a afastar a irritante barreira da toalha enrolada na cintura dele, o celular de Joseph tocou. Ele não demonstrou a menor intenção de atender.
Com a respiração acelerada, Demi se afastou e olhou para ele.
– Devia atender, Sr. Jonas.
Ele enfiou os dedos pelos cabelos dela e a puxou de volta para sua boca.
– De jeito nenhum – gemeu ele, encostando-se na cabeceira da cama, o beijo ficando ainda mais intenso. – Seja quem for, pode esperar.
– De jeito nenhum. – Demi se afastou outra vez com um sorriso maroto. Mesmo que aquilo exigisse um esforço enorme, resolveu brincar um pouco, fazendo um jogo no qual ele se achava mestre. – Pode ser sua mãe.
Joseph passou a mão pelo rosto e soltou outro gemido.
– Você está me matando, Demi.
Ela sorriu, divertindo-se com o fato de poder fazer um homem tão poderoso desmoronar.
Rolando para longe dele, começou a rir.
– Hum, quem é que está implorando agora?
Balançando a cabeça, ele jogou as pernas para fora da cama.
– Ah, você vai pagar por isso. Eu juro.
Enquanto o ouvia falar com quem quer que estivesse do outro lado da linha, Demi sorriu e foi passando os dedos pelas suas costas, esperando que ele cumprisse a ameaça.
– Não dá para esperar? – perguntou Joseph ao interlocutor.
Demi começou a dar beijos leves sobre o ombro dele. Adorando a sensação que ela lhe causava, Joseph virou o pescoço, convidando-a a beijá-lo na boca. Ela o beijou por alguns segundos, até ele ter que falar outra vez:
– Tudo bem, me dê um minuto. – colocando a mão por cima do celular, ele se virou para ela. – É Kevin. Tenho que ver umas coisas de trabalho com ele. Talvez demore. – Demi assentiu.
Ele tocou o rosto dela com o dorso da mão, acariciando a curva do queixo. Pousando os lábios sobre os dela, beijou-a ternamente.
– Abra o restante dos presentes, tome um banho... vou preparar nosso café da manhã quando terminar de falar com ele.
Ela assentiu, os olhos a segui-lo enquanto deixava o quarto. Tentando domar os sentidos acalorados, respirou fundo e se pôs a conferir os outros itens da caixa. Além de um par de tênis rosa e cinza, encontrou tudo de que precisava para o banho. De xampu a uma variedade de sabonetes líquidos e lâminas de barbear, Joseph parecia ter pensado em tudo. Havia também um frasco de perfume Jimmy Choo, seu favorito. Demi imaginou que ele devia ter consultado Selena. Abrindo a caixa mais fininha, ela sorriu ao ver uma calcinha de renda preta e um sutiã combinando.
Juntando aquilo tudo, Demi se levantou da cama e foi até o banheiro, onde se entregou a uma chuveirada quente e relaxante. Embora o corpo já estivesse relaxado, em completo êxtase, os pensamentos estavam longe disso. Dizer que se sentia oprimida teria sido eufemismo. Sabia que teria que enfrentar muita coisa quando Alex voltasse. Aquilo a deixava apavorada. Pensou nas coisas que lhe diria. No entanto, ainda não conseguia afastar a sensação de que, de alguma forma, o circo estava prestes a pegar fogo e queimaria ela, Joseph e Alex. Saindo do chuveiro, pegou uma toalha e tentou afastar os pensamentos negativos.
Uma vez vestida com seu desagradável conjunto dos Yankees, foi até a sala, os olhos varrendo a colagem de fotografias em preto e branco feita por Joseph. A maioria era enorme. Dessa vez, realmente as estudou, ao contrário de sua última visita. Foi então que notou que cada imagem era de um edifício ou estrutura conhecida. Reconheceu o Panteão, de Roma; um retrato do palácio de Versalhes. Os olhos percorreram o Taj Mahal, a Torre Eiffel e o Gateway Arch. Perguntou-se se Joseph já os havia visitado ou se estavam em sua lista de lugares para conhecer.
Com isso em mente, seguiu a voz dele e encontrou-o em seu escritório, sentado a uma grande mesa de mogno, com a silhueta de Manhattan se delineando além da janela que ia do chão ao teto. Embora os prédios da cidade mais poderosa do mundo o assomassem, ele parecia um rei em seu trono.
E agora esse rei era dela.
Com os olhos voltados para o laptop, ainda com a mente nos negócios e o receptor Bluetooth no ouvido, Joseph não notou que Demi o observava da porta. Para sua decepção, ele já tinha se vestido.
Ainda assim ela se sentia atraída por ele, com aquela roupa informal, metido em calças pretas de moletom e camiseta branca de gola em V, além de óculos de leitura. Atravessou sala, em silêncio.
Foi só quando estava à distância de um braço que Joseph ergueu a cabeça, de súbito, um sorriso contagiante invadindo seu rosto. Ele ergueu o dedo, sinalizando que só levaria mais um minuto mas ela não quis esperar. Em vez disso, tirou as calças de moletom, bem devagar, os olhos grudados nos dele.
Hoje, ela era a caçadora... e Joseph era sua presa.
Percebeu que Joseph engoliu em seco, com dificuldade, o pomo de adão subindo e descendo enquanto ele se recostava na cadeira de couro, cruzando os braços. Ele manteve a voz fria e monótona continuando a conversa como se não estivesse sendo afetado pelo striptease dela, embora a reação física a ereção sob a calça de moletom, mostrasse o contrário.
Posicionando-se na frente dele, Demi pôs o pé sobre a cadeira, entre as pernas de Joseph.
Um sorriso lascivo despontou nos cantos de sua boca enquanto ela tomava impulso e deslizava o corpo para cima da mesa dele. Com a cabeça na altura da barriga dela, Joseph se inclinou para a frente e agarrou-a pela cintura enquanto a olhava. Mordiscando o lábio inferior, ele sorriu e balançou a cabeça como se quisesse alertá-la das maravilhas que estavam por vir.
– Kevin, não é uma boa jogada – disse ele.
Fez uma pausa e ouviu, sem tirar os olhos de Demi. Uma onda de calor percorreu o corpo dela enquanto as mãos dele se fechavam com mais força em torno de sua cintura e os polegares faziam círculos lentos sobre sua barriga sensível. Ela tampouco demonstrou misericórdia, tirando o casaco de um jeito provocante, o pé descalço deslizando suavemente pela virilha de Joseph. O olhar no estilo “vem cá” quase o fez derreter.
Se Demi não estava enganada, um leve gemido escapou do fundo da garganta dele, e ela poderia jurar que aquele era o som mais erótico que já tinha ouvido. A presença dele se tornava dolorosa enquanto a carne entre suas pernas ia se contraindo com ferocidade. Ela inclinou a cabeça para trás e, sedutora, passou as mãos sobre a renda preta do sutiã, amassando os seios com os dedos na esperança de encurtar a conversa.
– Certo, entendo, mas essa conta está a meses de ser lançada, então não estou preocupado com isso no momento – disse ele, a voz um pouco embargada. – Olha, tenho que ir. Falo com você sobre isso mais tarde. – ele arrancou o fone de ouvido e o jogou em cima da mesa.
Prontinho...
Ele ia tirando os óculos, mas Demi o agarrou pelo pulso, detendo seus movimentos.
– Não, fique com eles – murmurou, o olhar percorrendo o rosto dele. – Você fica sexy de óculos.
Com um sorrisinho infantil, Joseph inclinou a cabeça para o lado e a estudou.
– Eu fico sexy de óculos? – perguntou ele, as mãos abrindo as pernas dela.
Assentindo, Demi soltou um suspiro enquanto as palmas das mãos escorregavam pela superfície fria da mesa. Ele puxou a calcinha para o lado e enfiou um dos dedos dentro dela.
Puxou-o para fora, lambeu os fluidos que o cobriam e, em seguida, enfiou dois.
– Joseph, isso... por favor, não pare – gemeu ela, as costas se curvando, os quadris se remexendo em círculos, sem o menor pudor, de encontro às investidas dos dedos dele.
Enquanto isso, a outra mão dele lhe arrancava a calcinha.
– Cacete, você está toda molhada – sibilou ele por entre os dentes, levantando-se depressa da cadeira.
Com a mão livre, Joseph tirou as próprias roupas rapidamente. O ritmo dele era constante, sem pressa, o polegar fazendo círculos no clitóris sensível. O sexo de Demi ondulava, ávido, ao redor dos dedos dele enquanto ela segurava as laterais da mesa com força, os nós dos dedos brancos.
– Eu causo isso em você, Demi. Eu faço seu corpo ficar assim.
Ela gemeu e buscou o pau dele, deslizando a mão por toda a sua extensão, da base à ponta. Demi o ajudou a guiá-lo por suas dobras encharcadas, e quando Joseph enfim estava confortável dentro dela, ela suspirou. Depois de arrancar a camiseta dele, desabotoou o sutiã e o atirou para o lado.
– Ah, meu Deus, você é tão apertadinha! – exclamou ele, os ardentes olhos verdes intensos enquanto a observava. – Adoro a sensação de ter você em volta de mim.
Com os punhos cerrados na cintura dela, a cabeça de Joseph pendeu para trás e ele deixou escapar um gemido gutural. Seu ritmo era veloz e implacável e Demi adorou. O rosto ficou vermelho, a pele ficou úmida de suor e o corpo tremia a cada estocada. Agarrada ao pescoço dele, ela o puxou para baixo a fim de beijá-lo, mas ele resistiu.
– O que você está fazendo? – perguntou ela, ofegando enquanto ele a penetrava mais lentamente, embora com mais força. – Quero beijar você, Joseph.
Saindo um pouquinho de dentro dela, ele a fitou, a boca se curvando com malícia.
– Eu sei, mas não vou deixar.
Enterrando as unhas nos ombros dele, ela inclinou o corpo para a frente, outra vez, na tentativa de chegar à sua boca, mas Joseph a deteve, segurando seu pescoço. Roçou o polegar por cima dos lábios dela, penetrou ainda mais fundo e ela arfou, arqueando as costas. O corpo parecia prestes a entrar em combustão.
– Por que não quer me deixar beijá-lo? – arquejou ela, arrancando os óculos do rosto dele e atirando-os para o lado no instante em que ondas de prazer absoluto rasgaram seu corpo.
Ele deu um sorriso torto e, com uma última estocada lenta e brusca, gemeu.
– Quero ver seu rosto lindo o tempo todo. Ver como você fica enquanto eu estou dentro de você, quando goza para mim.
Ele impulsionou os quadris para a frente, com mais força e mais fundo, ao mesmo tempo que as mãos agarravam as laterais das coxas dela. As dobras de Demi envolviam cada centímetro rígido de Joseph, o corpo dela tremendo e contraindo em torno dele.
– Você vai me deixar vê-la gozar, Demi.
Achando o pedido extremamente sensual, ela sentiu um desejo selvagem, tão feroz que sentiu que precisava dar a ele o que queria. Seu corpo inteiro estremeceu e, em questão de segundos, sua boceta convulsionava em ondas de orgasmos que rasgavam cada célula. A sensação foi irradiando de dentro para fora, até ela estremecer da cabeça aos pés, inconsciente de êxtase.
Assim que ela gozou, Joseph a segurou pela nuca, grudando a boca contra a dela. Com um rosnado, o nome de Demi lhe escapou dos lábios com violência e ele foi descendo a língua pela lateral do seu queixo, ainda investindo dentro dela sem parar. Demi sentiu o corpo dele ultrapassar o próprio limite e explodir. Sentiu o calor líquido fluir dele enquanto Joseph gemia junto ao pescoço dela, o corpo todo tremendo com o orgasmo.
Com o cheiro de sexo saturando o ar e uma mistura sedutora de amor e feromônios correndo por seus corpos, Joseph a pegou no colo e a levou até a sala de estar. Desabaram no sofá. Com espasmos de êxtase ainda percorrendo os músculos, Joseph pegou uma manta e atirou-a sobre a pele nua de ambos, puxando Demi de encontro ao peito.
– Você é incrível – sussurrou, beijando a testa dela.
Demi deixou escapar um suspiro satisfeito e sorriu para ele. Os dois se abraçaram, absorvendo os tremores que ainda percorriam seus corpos enquanto a respiração ia ficando mais lenta e mais calma. Joseph afastou as mechas de cabelo úmidas do rosto de Demi, as pontas dos dedos deslizando pelos lábios e descendo pela curva do queixo. Com braços, pernas e corpos entrelaçados, deixaram-se levar pela mais gloriosa névoa de sono, sem querer acordar daquele sonho.
Com o sol descendo no horizonte, o único som que Joseph ouvia na cobertura era a respiração superficial de Demi contra seu peito nu. Afastando os cabelos dela do ombro, teve plena consciência de que os minutos que ainda tinham juntos estavam se passando rapidamente.
Fechando os olhos, Joseph tentou se agarrar àquele momento, mas os pensamentos eram consumidos por algo com que ele não estava acostumado.
Medo.
Em geral, Joseph não tinha medo de nada, mas agora sentia-se dominado por essa sensação.
Embora Alex não fosse voltar até a terça-feira, sabia que, quando retornasse, era possível que as coisas mudassem entre Joseph e Demi. Não tinha qualquer receio de que ela não o amasse. Afinal, Demi passara as últimas 24 horas provando isso. No entanto, não podia ignorar a possibilidade de que mudasse de ideia quando Alex voltasse. Sabia que ela se sentia presa ao ex, às migalhas de bondade que ele demonstrara para com ela de vez em quando. Não havia dúvida de que o babaca usaria isso contra ela. Olhando para o corpo de Demi, adormecida e enroscada nele, Joseph beijou-lhe a testa. Rezou para que a mulher que lhe dera mais do que poderia imaginar, que preenchera sua vida vazia com sua simples presença, não desmoronasse sob as súplicas de Alex para aceitá-lo de volta.
Tentando não acordá-la, Joseph deslizou do sofá e foi até a cozinha. Pegou um folheto de restaurante para encomendar o jantar. Lembrava-se bem do encontro deles na frente do sushibar, então imaginou que fosse a melhor opção. Feito o pedido, foi até o escritório para recuperar as roupas que tinham largado lá. Vestiu-se e, quando voltou para a sala, encontrou Demi acordada.
Ela sorriu e esticou os braços compridos, espreguiçando-se, antes de se levantar do sofá, arrastando o cobertor junto. Joseph observou a dona de seu coração caminhar até ele, a respiração acelerando instantaneamente enquanto ela se aproximava. Com o cobertor enrolado no corpo, Demi ficou nas pontas dos pés, passou um dos braços ao redor do pescoço dele e começou a beijá-lo. Joseph envolveu a cintura dela, puxando-a para si enquanto retribuía o beijo, embriagando a boca com sua doçura, o nariz com seu cheiro e a pele com seu toque.
Ela se afastou, os olhos preguiçosos, cheios de sono.
– Já está quase escuro lá fora. Não acredito que dormi tanto.
– Bem, você vem nos mantendo... muito ativos desde ontem à noite.
– E você participou de cada instante, Sr. Jonas – devolveu ela com naturalidade. – E, se não me engano, gostou de cada segundo, também.
– Hum, você me pegou. Gostei de cada fração de segundo, para dizer a verdade. – Demi riu e ele segurou o queixo dela, acariciando seu rosto com o polegar. – Na verdade, acabei de acordar – confessou ele, abrindo aquele sorriso de covinhas. – Você está com fome, não está? Bem, deve estar, já que não tomamos café da manhã nem almoçamos.
– Eu estou morta de fome.
– Eu pedi comida japonesa. Está bem?
– Perfeito – respondeu ela, dando-lhe um beijo na bochecha. – Já volto. Vou me lavar e vestir o maravilhoso conjunto dos Yankees que você me obrigou a usar hoje. Encostando-se no balcão, ele riu e a observou entrar no banheiro.
– Espertinho – gritou ela, antes de fechar a porta.
Demi deu uma risadinha quando o ouviu rir de seu comentário, mas o sorriso desapareceu quando se olhou no espelho. Embora o corpo tivesse sido levado ao êxtase ao longo das últimas horas, sua aparência estava desgrenhada. Com os cabelos embaraçados, os lábios inchados por causa dos beijos ardentes e os olhos traindo a falta de sono da noite anterior, concluiu que uma rápida chuveirada seria prudente.
Ao terminar, se deu conta de que tinha esquecido de trazer aquele elegante conjunto dos Yankees para o banheiro. Enrolando o corpo molhado numa toalha, abriu a porta e deu com Joseph com as roupas dela na mão. Ele enfiou a cabeça pela fresta da porta, agitando o traje diante dela. Toda vez que Demi tentava pegá-lo, Joseph puxava o braço para trás.
– Quer parar? – ela fez beicinho, tentando mais uma vez apanhar a roupa.
– Você tem alguma ideia do autocontrole que estou tendo que exercitar neste instante? –
ela inclinou a cabeça para o lado e sorriu. – No entanto, você está com sorte. A comida já chegou e não quero que você passe mais fome. – ele lhe entregou a roupa. – Mas não prometo nada depois que terminarmos de jantar.
– Parece divertido.
Ele se inclinou para beijá-la e se afastou, mas parou no corredor e se virou.
– Demi.
– Joseph.
– Não se esqueça – alertou ele, o sorriso explodindo no rosto. – Minhas mãos impacientes rasgaram sua calcinha mais cedo, então acho que você vai ter que ficar sem ela.
– Joseph – disse ela, a expressão zombando da dele.
– Demi.
– Eu gostei de cada fração de segundo de você rasgando minha calcinha.
Quando Joseph tentou entrar no banheiro outra vez, Demi fechou e trancou a porta.
– A comida vai esfriar – gritou ela, tentando conter o riso.
– É japonês. Tem que ser frio. Vou lhe dar cinco minutos para sair e comer – gemeu ele. – Senão, vou derrubar esta porta e jantar você, Srta. Lovato.
Rindo, ela o ouviu se afastar e se flagrou tentando controlar o desejo súbito de deixá-lo fazer dela o prato principal. Apesar da ameaça lhe parecer imensamente sedutora, Demi secou os cabelos com o secador e foi para a sala de estar. Para sua surpresa e muito para o seu agrado ele tinha diminuído as luzes, acendido a lareira a gás e criado um piquenique improvisado em frente às chamas. Mais uma vez, ela o admirou sem que ele notasse. Hipnotizada por tudo o que lhe dizia respeito, ela o observou servir uma taça de vinho tinto para cada um, o corpo relaxado, sentado de pernas cruzadas sobre o cobertor. Encostando-se na parede, ela cruzou os braços e se perguntou como teria sido seu último ano se Joseph, e não Alex, tivesse ido visitar Selena com Trevor.
No entanto, naquele momento, um paradoxo doentio lhe ocorreu. Por pior que as coisas entre ela e Alex tivessem ficado, Demi jamais poderia se esquecer dos percalços que ele a ajudara a superar, e uma parte dela sempre o amaria por isso. Mas agora seu coração estava nas mãos de Joseph. Ele era seu novo amor, um novo caminho e a nova estrada que queria seguir.
Com um suspiro, Demi se aproximou de Joseph e se ajoelhou ao lado dele, que sorriu ao envolvê-la pela cintura. Ela se aproximou e deu um beijo suave em seus lábios. Ao fazer isso o calor que ele despertou em seu corpo se mostrou extremamente presente, mas ao mesmo tempo a culpa lhe encheu a alma. Em parte, era culpa por causa de Alex, mas também por Joseph estar prestes a se meter numa catástrofe. Os dois haviam aberto as comportas para algo que poderia destruir a ambos. Só lhe restava rezar para que ele fosse forte o suficiente para suportar a turbulência que iriam enfrentar quando Alex voltasse.
– Eu te amo, Joseph – sussurrou ela.
Afastando-se, ele buscou seus olhos.
– Eu também te amo, Demi – disse ele, passando os dedos pelos cabelos dela. – De verdade.
Ela lhe ofereceu um sorriso débil e atravessou o cobertor, com cuidado para não derrubar nada.
Foi abrindo alguns dos potes e se servindo.
Entregando-lhe um par de hashis, Joseph a estudou por um instante, captando imediatamente a mudança em seu comportamento. Não pôde deixar de sentir um aperto no peito, mesmo que apenas por um segundo.
– Você está bem?
Ela tomou um gole de vinho e assentiu.
– Sim, estou.
– Tem certeza?
– Tenho. – ela se aproximou e acariciou a bochecha dele. – Obrigada por tudo isto. Está perfeito.
O toque reconfortante acalmou os pensamentos de Joseph. Soltando a respiração, ele sorriu.
– Eu é que tenho que agradecer.
– Deixe de ser bobo. – Demi enrugou a testa num gesto questionador: – Me agradecer por quê?
– Por tudo, Demi – respondeu ele, com doçura na voz e nos olhos. Ela o fitou, os movimentos silenciados pelo tom de sua voz. – Obrigado por se apaixonar por mim. Obrigado por compartilhar um pouco de você comigo. E muito obrigado por não ter desejado me matar por ter perseguido você. Eu sei que a coloquei numa posição ruim, mas eu não podia... – ele fez uma pausa, respirando fundo enquanto baixava os olhos para o prato. Quando tornou a erguê-los de volta para os dela, percebeu as lágrimas transbordando nos olhos de Demi. – Eu simplesmente não conseguia ficar longe de você – sussurrou. – Senti você no segundo em que entrou no meu prédio. Caramba, acho que senti você antes mesmo de entrar. Eu nunca havia experimentado nada parecido. Tudo passou num lampejo na minha frente: casamento, filhos, envelhecer juntos. Você me atraiu e eu soube... eu apenas soube que tínhamos que ficar juntos.
Então ela se deslocou em direção a ele, sem se importar se derrubaria alguma coisa.
Ajoelhou-se e foi se aproximando bem devagar sobre o cobertor, até se aconchegar em seu colo. Passando os braços em volta do seu pescoço, ela o puxou para sua boca. Toda e qualquer dúvida que tivera sobre a incapacidade de suportar o que estavam prestes a enfrentar juntos desapareceu.
– Você está chorando – sussurrou ele colado aos lábios dela, enxugando uma lágrima. –
Eu sempre acabo fazendo você chorar.
– Dessa vez são lágrimas de alegria, Joseph, sério – disse ela, fungando.
– E serão só de alegria a partir de agora. – ele se inclinou para beijá-la. – Juro por Deus que serão só de alegria, Demi.
Ainda sentada no colo dele, ela pegou um par de hashis e tirou um sushi de uma das latinhas.
– Abra – disse, levando-o aos lábios dele. – Quero dar comida na sua boca.
Ele obedeceu, sorrindo enquanto mastigava.
– Eu poderia me acostumar com isso.
– Aposto que sim. – ela deu uma risadinha divertida.
– Mas é claro. – ele ergueu a taça e tomou um gole de vinho. – Quero mais – disse, abrindo bem a boca.
Ela lhe deu outro sushi.
– Posso lhe perguntar uma coisa, Sr. Jonas?
– Qualquer coisa.
– Você já foi a todos estes lugares? – com um gesto amplo, ela indicou as fotos das paredes.
Engolindo, ele levou um segundo olhando para algumas das imagens. Assentiu.
– Já, sim. Fui estudá-los.
– Na faculdade? Achei que tivesse estudado administração.
– Eu estudei administração – disse ele, sorrindo. – Mas, de início, queria ser arquiteto. Fico fascinado com a forma como as coisas são criadas: das histórias dos livros aos prédios. – ele acariciou o contorno do queixo de Demi, desceu até a clavícula e, em seguida, passeou pelo ombro. Sentiu-a estremecer. 
– Acho incrível que um pensamento possa se transformar numa coisa de tanta beleza ou com tanto poder de mudança, partindo apenas de uma visão ou de uma ideia.
– Por que não estudou isso, então?
Os olhos dele percorreram as imagens de novo.
– Depois que minha avó morreu, Kevin e eu recebemos uma herança considerável. Ele quis começar a Jonas Industries. – pegando mais um sushi, Joseph o meteu na boca e deu de ombros. – Ele precisava da minha metade da herança para começar. Em vez de me tornar um parceiro silencioso, entrei como coproprietário. Na essência, a indústria da publicidade cria coisas, então eu pensei: “Por que não?” Além disso, era algo que ele queria muito e não quis decepcioná-lo.
Demi tocou o rosto de Joseph.
– Você fez isso por ele.
– Mais ou menos. – ele deu de ombros. – Nunca deixaria aquele escroto saber disso.
– Mas você gosta do que faz? Quero dizer, seu trabalho o faz feliz?
– Fico feliz por termos nos tornado tão bem-sucedidos. – arqueando uma das sobrancelhas, ele sorriu. – Na maior parte dos dias, não tenho que chegar ao trabalho antes das dez da manhã, então isso é um bônus.
– Sorte sua. Eu gostaria de poder entrar tarde assim – suspirou ela. – Mas você não respondeu à minha pergunta, Jonas. – ela se ajeitou em seu colo. – Você é feliz fazendo isso?
– Quer que eu seja sincero?
– Quero, acho que sinceridade é exatamente o que estou procurando.
– Eu detesto. Só falta me matar de tédio.
– Você devia se sentir feliz com aquilo que faz para ganhar a vida – disse ela, erguendo a cabeça para beijá-lo. – Já pensou em vender sua parte?
Afastando os cabelos dela do rosto, ele a beijou na testa.
– Já. E vou acabar fazendo isso em algum momento. Mas, considerando que a gente só conseguiu recuperar a empresa nos últimos anos, quero ter certeza de que está sólida antes de dar esse passo.
– Você é um bom irmão, sabia?
– Ah, eu sou bacana pra caralho. – ambos acharam o comentário engraçado e Joseph a
puxou para mais perto. – Mas chega de falar de mim. O que fez você se decidir pela carreira de professora?
 Bem, eu sou disléxica. Quando era pequena, minha escola ou não queria reconhecer o que eu tinha ou não contava com o pessoal adequado para me ajudar. – ela pegou a taça de vinho e tomou um gole. – As outras crianças zombavam de mim porque eu me saía mal nos estudos. Quando eu estava no ensino médio, resolvi que queria me tornar professora porque nós, disléxicos, sacamos imediatamente quando uma criança é disléxica. Eu pensei que, se pudesse ajudar uma única criança a ser diagnosticada desde cedo, já valeria a pena.
Ele olhou para ela por alguns segundos e sorriu.
– Sabe, você também é bacana pra caralho.
– Sou? – questionou ela, radiante. – Nunca me disseram isso. Nunca.
Com todo cuidado, ele a reposicionou, colocando as pernas dela em torno da sua cintura e roçando os lábios nos dela.
– É, sim. Você é, sem dúvida, a mulher mais bacana que conheço – disse Joseph, sugando-lhe o lábio inferior. – E prometo sempre lhe dizer isso.
– Ora, obrigada. – ela riu com a boca colada na dele. – E eu prometo sempre chamar você de espertinho.
– Hum, você tem minha permissão para me chamar de qualquer coisa. – ela sorriu e continuou a se deleitar com aquela boca excessivamente bem treinada. Depois de alguns minutos, Joseph chegou para trás, a verdade que não podia ser ignorada pesando sobre seu peito. – Posso lhe fazer uma pergunta agora?
– Claro – respondeu ela, dando um beijo em seu queixo.
– Como vamos contar para o Alex?
Joseph sentiu o corpo de Demi enrijecer. Ele pôs a mão em sua nuca e trouxe o rosto dela, com cuidado, para bem perto do dele, os olhos cheios de ternura.
– Demi – sussurrou –, nós. Eu disse nós. Não vou deixar você conversar com ele sozinha, está entendendo?
Engolindo em seco, ela assentiu.
– Estou, mas será que podemos não falar sobre o Alex agora?
Joseph buscou os olhos dela. Dava para perceber que estava tensa, e ele sabia que ela estava se arriscando bem mais do que ele, mas também sentia-se confuso.
– Nós temos que falar sobre ele, Demi.
– Eu sei – respondeu ela, levando as mãos às bochechas de Joseph. – É só que ele não volta até terça-feira. É domingo à noite e só quero que o aqui e agora sejam sobre mim e você. Não sobre o Alex... só sobre a gente, Joseph.
Ela encontrou aquela boca perfeita outra vez e o beijou com ferocidade, desejando tirar Alex da cabeça. Joseph a apertou com mais força e gemeu. Ela recuou lentamente e olhou para ele.
– Amanhã à noite, está bem? Conversaremos sobre isso amanhã à noite.
– Tudo bem, mas você precisa jurar que não vai dizer nada a ele antes. – ele alisou os cabelos dela com as mãos. – Eu quero estar lá. Como falei, isso diz respeito a nós dois.
– Sei que diz respeito a nós dois. Obrigada – sussurrou ela, encostando a testa na dele. – Mas, sinceramente, não estou nem atendendo os telefonemas dele.
– Está certo, eu só quero ter certeza...
Demi pôs um dedo sobre a boca de Joseph para silenciá-lo, e ele sorriu.
Retirou o dedo para substituí-lo pelos lábios. Enquanto sua língua deslizava pela boca de Joseph, Demi tentava acalmar os nervos. Não demorou muito.
– Suponho que você vai ficar comigo esta noite, também – sussurrou ele, a boca roçando pelo queixo dela.
Demi inclinou a cabeça enquanto seus beijos lhe desciam pela clavícula.
– Não posso. Estou trabalhando como substituta e tenho deveres para corrigir. Além disso, preciso estar na escola às sete da manhã.
– Você dá aulas para o primeiro ano, não é? – perguntou ele, erguendo os braços dela cuidadosamente para tirar o suéter.
– Sim, dou aulas para o primeiro ano. – ela abriu o sutiã e o jogou de lado. – Por que a pergunta?
Joseph fixou os olhos em seus seios deliciosos e um sorriso reverente se abriu em seu rosto.
Umedecendo os lábios, ele permaneceu em silêncio. Demi colocou um dos dedos sob o queixo dele, trazendo o olhar de volta ao seu.
– Por quê?
Ele a puxou para sua boca e começou a beijá-la.
– Por que o quê? – perguntou ele, mordendo-lhe o lábio.
– Joseph. – ela riu. – Você me perguntou se dou aula para o primeiro ano.
– Ah, certo. – ele riu também, tirando a camisa depressa. – Você disse que não pode ficar comigo porque tem deveres para corrigir, certo?
– Certo.
– Mas, nessa idade, as crianças não passam automaticamente? – disparou ele, passando as mãos por baixo dos joelhos dela antes de se levantar e carregá-la até o quarto. – Quero dizer, elas só colorem e fazem outras bobeirinhas assim.
– Não, elas não passam automaticamente – afirmou ela, divertida, aninhando o nariz na bochecha dele. – E fazem mais do que colorir.
Colocando-a na cama, Joseph a observou deslizar o corpo nu em direção aos travesseiros.
Tirou o restante das roupas e se enfiou debaixo dos cobertores.
– Não há nada que eu possa dizer para você, não, espere aí... corrija isso. Não há nada que eu possa fazer por você para que mude de ideia sobre ficar comigo esta noite?
Ela sorriu e passou as mãos pelos ombros dele.
– Não posso mesmo. Mas vou deixar você tentar me convencer.
– Hum, é difícil negociar com você – respirou ele, passando os lábios de leve pela curva de seu pescoço. – Mas eu aguento, Srta. Lovato.
Durante as horas que se seguiram, Joseph e Demi se deliciaram por completo com a... sobremesa. Várias vezes. Embora tenha insistido um pouco mais sobre ela passar a noite, não conseguiu convencê-la. Por fim, Joseph a levou para casa apesar de todo o seu empenho com beijos apaixonados e ternos, e até mesmo a oferta de lhe pagar um ano de salário pela noite e a assistiu fechar a porta do apartamento. Amaldiçoou o fato de o dia seguinte ser segunda-feira e Demi precisar trabalhar.
Com o corpo acelerado de emoção e o coração nas alturas com um amor diferente de qualquer coisa que já sentira, Joseph teve que fazer um esforço enorme para chegar em casa sem se envolver num acidente de carro. Repassava as últimas 24 horas, repetidamente, como um filme vívido, uma pulsante história de amor. Casablanca ficava no chinelo. Ele estava apaixonado e agora de fato se sentia um deus.
Agora tinha tudo.
Sabia que parecia um bobo apaixonado e pateta quando entrou no prédio, assoviando. O porteiro o recebeu inclinando o chapéu e ostentando uma expressão curiosa. Até ele tinha
notado que algo mudara em Joseph. Sorrindo, Joseph deu um tapinha no ombro do sujeito, lhe apertou a mão e se dirigiu para os elevadores.
Decidiu não tomar banho para ficar com o cheiro de Demi em seus corpo mas já passava muito das onze quando sentou-se na frente do laptop para trabalhar um pouco. Foi quando a campainha tocou. Erguendo a cabeça de súbito, não conseguiu controlar o sorriso que invadiu seu rosto enquanto seguia pelo corredor. Demi tinha prometido que, se alguma coisa mudasse, ela voltaria.
Ele estendeu a mão em direção à maçaneta e, ao abrir, encontrou um par de conhecidos olhos verdes.
Infelizmente, não eram os que ele esperava. Sentindo o sangue sumir do rosto, a confusão nublou sua mente.
– O que está fazendo aqui?
– Que maneira simpática de cumprimentar uma pessoa com quem você passou meia década – devolveu Gina, enxugando as lágrimas enquanto o cheiro de bebida impregnava o ar. Joseph enfiou a cabeça para fora e olhou de um lado a outro do corredor. – O que é que você está fazendo? – perguntou ela, cambaleando para trás.
– Procurando a equipe de filmagem escondida, porra – vociferou ele. As sobrancelhas se juntaram como as asas de um corvo acima dos olhos enfurecidos. – Isso é algum tipo de pegadinha?
– Não, Joseph, não é uma pegadinha – disse ela, engasgando, a voz pastosa. – Sei que sou a última pessoa que você quer ver, mas só estou aqui porque meu pai morreu.
Ele olhou para baixo e balançou a cabeça.
– Gina, o que você quer? – perguntou ele, agora com a voz mais calma.
– Credo, Joseph, acabei de falar que meu pai morreu – soluçou ela, se aproximando. – Meu irmão está na Grécia. Você sabe que não tenho mais ninguém – choramingou ela, enterrando o rosto nas mãos. Ela levou os olhos injetados e inchados de volta aos dele, os lábios trêmulos. – Você podia, pelo menos, me deixar entrar por alguns minutos?
Engolindo em seco, ele olhou para ela por um longo instante enquanto os pensamentos exploravam todas as formas possíveis de escapar daquela situação. Olhar a mulher com a qual passara tantos anos tremer como uma criança perdida, de coração partido, não impediu que seus pensamentos voassem até Demi. Perguntou-se o que a mulher pela qual se apaixonara pensaria caso ele deixasse a ex-noiva entrar.
– Por favor, Joseph. Só preciso de alguém com quem conversar – sussurrou ela, olhando para o chão, enquanto o corpo oscilava levemente.
– Gina, você entende que só está entrando para conversar, certo? – ela enxugou as lágrimas e assentiu. – Vou ser bem claro. Estou lhe dando quinze minutos, e aí você vai ter que ir embora.
– Está bem – concordou ela, olhando em seus olhos. – Obrigada.
Sem dizer mais nada, ele passou a mão pelos cabelos, nervoso, e deu um passo atrás, com relutância, para deixá-la entrar. A mente lutava contra a decisão enquanto fechava a porta com um baque. Ela foi cambaleando sala adentro, tirou o casaco e o deixou cair no chão como se fosse um lenço de papel usado.
– Tem uma bebida? – perguntou Gina, afundando no sofá.
– Acho que você já bebeu o bastante – respondeu ele, sentando-se numa poltrona do outro lado da sala. – O que aconteceu, exatamente?
– Ele se enforcou. – ela soluçou, cruzando as mãos sobre a barriga, como se sentisse dor.
– Conseguiu se afundar e perder tudo. E, dessa vez, me levou junto.
Joseph compreendeu de imediato o que ela estava falando. Tinha passado os cinco anos
do relacionamento entre eles livrando a cara do pai dela de alguma confusão com dívidas de jogo. De corridas de cavalos até as viagens de fim de semana para Las Vegas. A conta chegou a 300 mil, se não mais. Com um suspiro pesado, Joseph cruzou as mãos e inclinou o corpo para a frente.
– Precisa de ajuda com as despesas do enterro ou com seu aluguel? Qual dos dois?
Passando a mão bruscamente pelos cabelos louros, ela respirou fundo, indignada.
– Como pode me dizer uma coisa dessas num momento como este? Acha que vim atrás de dinheiro?
– Cacete, para falar a verdade, tenho quase certeza de que foi por isso mesmo que você veio aqui.
Usando o dorso da mão para secar o nariz, ela olhou para ele, boquiaberta.
– Não posso acreditar no que você está me dizendo, considerando...
– Considerando o quê? – ele a cortou com um tom áspero. – Você saiu da minha vida e agora aparece à minha porta, do nada, jogando esse peso todo em cima de mim. Se está procurando um ombro para chorar, não sou o cara certo. – ele se levantou da poltrona, foi até a cozinha e escancarou um dos armários. Pegando uma garrafa de bourbon da prateleira, serviu-se de uma dose e a virou. – Sinto muito sobre seu pai, de verdade, mas não sei o que você quer de mim.
– Joseph, vim aqui porque você é a única pessoa no mundo todo que realmente me conhece e me entende. – ela suspirou, os olhos banhados em lágrimas, magoados. – Você sabe que minha mãe nos abandonou. Não tenho ninguém. Como você pode ser tão cruel?
– Claro, eu é que sou cruel. Mas aprendi com uma especialista, não vamos nos esquecer disso. Se está precisando de dinheiro, diga logo, porra. Mas que merda! – ele bateu o copo sobre a bancada com tanta força que Gina deu um pulo, sobressaltada com tanta raiva. 
Em algum lugar entre a adrenalina que corria pelas suas veias e os soluços dela, Joseph registrou o som do celular tocando. Por um momento, sentiu os pés congelados no chão. Não conseguia acreditar que a mulher que o magoara tanto e que o fizera passar por tanto desgosto estava ali, sentada em seu sofá, pedindo a ele que aliviasse sua dor. Balançando a cabeça, Joseph se virou e deixou a sala para atender à chamada. Até chegar ao escritório, o telefone já havia parado de tocar.
Seu coração parou por um instante ao ver que fora Demi quem ligara. Recostou-se na cadeira de couro, digitou a senha do maldito telefone e recuperou o recado que ela havia deixado.
Alô, espertinho. Sei que é tarde e eu mesma estava prestes a ir para a cama, mas quis ligar para agradecer por uma das melhores noites e um dos melhores dias da minha vida. Eu sei que você e eu temos muita dureza pela frente... ela fez uma pausa e baixou a voz. Mas, por mais que eu estivesse apavorada com tudo isso, não estou mais com medo, Joseph. Não mesmo. Você descartou qualquer dúvida que eu pudesse ter a nosso respeito. Ah, sei lá. Agora estou só falando pelos cotovelos, mas queria que você soubesse que o amo e que estou animada para ver quanto vamos ser incríveis juntos. Nos vemos amanhã à noite. Bons sonhos.
Joseph perdeu a conta da quantidade de vezes que ouviu o recado de Demi, a voz soando como a de um anjo em meio ao pesadelo que se encontrava sentado em sua sala. Suspirando, ele esfregou o rosto e se perguntou se deveria lhe enviar uma mensagem de texto. Achou melhor não, pois ela dissera que estava indo para a cama. Levantando-se da cadeira, fez o caminho de volta até a sala, apenas para encontrar a ex dos infernos dormindo em seu sofá e vestindo apenas o suéter e a calcinha. No chão, ao lado das calças jeans, a garrafa de bourbon encontrava-se emborcada e quase vazia.
– Como um dia tão bom pode acabar tão mal, porra? – murmurou ele, se dirigindo ao sofá. – Gina – chamou, inclinando-se sobre ela e cutucando-lhe o ombro –, você tem que ir embora.
Ela tentou enxotar a mão dele com um tapa, mas errou feio o alvo.
– Estou bêbada demais para ir a qualquer lugar, Joseph – respondeu com a voz arrastada. – Não se preocupe. Não vou roubar seus milhões enquanto você estiver dormindo.
– Não, Gina, você não vai dormir aqui – avisou ele, a voz insistente. – Levante-se.
– Se me quer fora daqui vai ter que me pegar no colo – disse ela, rindo baixinho, pegando o cobertor.
Joseph se encolheu. A coberta que envolvia seu corpo embriagado era a mesma debaixo da qual ele passara o dia todo enroscado com Demi. Concluiu que teria de queimá-la depois disso.
– Não vou pegar você no colo. Você nem está vestida. – a voz deixava claro que sua paciência estava se esgotando. Ele cutucou o ombro dela outra vez. – Levante-se, Gina. Não estou brincando.
Ela não respondeu. No entanto, o ronco leve disse tudo, dando sinais de que ela não iria a lugar algum tão cedo.
Pegando a garrafa, Joseph entrou na cozinha e esvaziou o resto do conteúdo na pia.
Deixando escapar um suspiro pesado, ele a jogou no lixo, encostou-se na bancada e olhou para Gina do outro lado da sala. Visto que sua única opção era se livrar dela, do sofá e de tudo o mais, Joseph se resignou ao fato de que ela iria, de fato, passar a noite ali. Com isso, apagou as luzes e se dirigiu para o quarto, os músculos enrijecendo de irritação e de raiva a cada passo. Já passava da meia-noite quando Joseph se deitou. Também já passava da meia-noite quando decidiu que a conversa com Demi, na noite seguinte, incluiria muito mais do que Alex. Também incluiria sua hóspede inesperada.
Ele só rezava para que Demi compreendesse.

amores desculpa por não ter postado na quarta-feira, fiquei sem tempo para entrar aqui.
e esses dois juntos? eles dizendo que amam um ao outro, que amor! Mas isso não vai durar por muito tempo não, muita coisa vai acontecer.
será que eles vão conta para o Alex e como ele reagirá? algum palpite?
e a Gina? vocês acham que ela venho atrapalhar a vida do Joseph? me contem aqui nos comentários do que acham.
ate o próximo, bjs amores <3
respostas aqui

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