25/01/2017

heartbeat: capítulo 21


Engolida por inteiro

ouçam the scientist do coldplay nesse capítulo.

Joseph telefonou para Demi e deixou recados.

Nada.
Mandou torpedos.
Sem resposta.
Sentado à sua mesa na Jonas Industries, pegou o telefone pelo que parecia ser a centésima vez naquela manhã. Colocando-o de volta no gancho, se recostou na cadeira e avaliou cuidadosamente os sentimentos perturbadores que se enraizavam na sua cabeça.
Havia alguma coisa errada. Mesmo que Demi ainda estivesse doente, sabia que já deveria ter recebido notícias dela. O lado mais calmo do seu cérebro, no entanto, o mandava relaxar.
Podia haver várias razões para ela ainda não ter retornado suas mensagens. Considerando que tinha perdido um dia de trabalho, era bem possível que estivesse tentando compensar.
Isso. Ele se apegaria a essa explicação.
No entanto, conforme a manhã foi se arrastando até se transformar no final da tarde, Joseph teve certeza de que só estava tentando se convencer de que não havia nenhum problema. Embora seu corpo tivesse sido obrigado a comparecer a várias reuniões de negócios, a mente não estivera presente em nenhuma delas. Os pensamentos foram sendo consumidos e cenários doentios foram apertando seu coração a cada minuto sem um retorno dela.
Depois de completar uma teleconferência com um cliente em potencial, ele se levantou da cadeira e cruzou o escritório, perguntando-se que diabos estaria acontecendo. Olhando para baixo, para as ruas caóticas por causa da hora do rush, resolveu fazer mais uma ligação para Demi.
Nada.
Demi o engolira por inteiro, mentira sobre o desejo de ter um futuro com ele e o descartara assim que Alex voltou. Incapaz de esperar mais, Joseph fechou os olhos por um segundo, respirando fundo, e vasculhou o bolso em busca das chaves. Levantou-se da cadeira e deixou o escritório.
Mágoa, raiva e dor comprimiam seu peito. Sabia que ainda faltavam algumas horas até o turno de Demi terminar, mas, quando acabasse, ele estaria à espera dela.


***

– Caipirinha – chamou Antonio, aproximando-se da mesa onde Demi e Fallon estavam sentadas. – Se já tiver terminado o serviço de apoio, pode ir embora.
Demi ergueu os olhos para ele enquanto enroscava a tampa de um saleiro. Assentiu.
– Obrigada, Antonio.
– E eu? – perguntou Fallon, jogando um conjunto de talheres já embrulhados dentro de um balde de plástico.
– Está sem sorte, garota. – ele riu. – Você foi escalada para o fechamento.
Fallon fechou a cara.
– Qual é, Antonio? Está chovendo pra cacete lá fora e só tive duas mesas nas últimas três horas. Já são oito da noite. Isso aqui está tão morto que você dá conta sozinho.
Balançando a cabeça, ele resmungou alguma coisa em italiano e se afastou. Fallon sorriu.
– Acha que eu devia tomar isso como um não?
– Acho que essa seria uma aposta segura – brincou Demi, se levantando do seu assento. Alongou o pescoço e desamarrou o avental. –Trevor vem buscar você hoje?
– Com certeza. Vamos jogar boliche mais tarde – respondeu ela, sorrindo.
– Que legal. Divirta-se. – Demi foi caminhando até o balcão para pegar a bolsa.
Depois de passar por baixo da bancada do bar, viu Fallon ao seu lado, o rosto cheio de preocupação. Demi olhou para ela, desconfiada.
Brincando com os cabelos pretos entre os dedos, Fallon hesitou.
– Trevor me disse que você voltou com Alex.
– É verdade. Resolvemos nossas diferenças – respondeu ela, tirando o casaco do cabide. – Por que está tocando no assunto agora?
– Bem, não quis que você se zangasse durante seu turno.
– E por que eu me zangaria?
Fallon ergueu uma das sobrancelhas, incrédula.
– Ora, Demi. Sei o que aconteceu entre você e o Joseph.
Demi tentou ignorar a pontada de dor em seu peito ao ouvir o nome dele, mas foi inútil. Vestiu o casaco e olhou de maneira inquisitiva para Fallon.
– Como ficou sabendo do que aconteceu entre a gente?
Fallon piscou os olhos cinzentos e deu de ombros.
– Selena me contou.
– É claro. – ela suspirou e se dirigiu para a porta. Fechou o zíper do casaco, pendurou a bolsa no ombro e suspirou mais uma vez. – Olha, eu estou bem – disse, baixinho, mentindo da melhor maneira que conseguia. Não estava bem. Estava um caco e, pela expressão de Fallon, teve certeza de que a amiga sabia disso.
Fallon se aproximou e pôs a mão no ombro dela.
– Por que você vai se casar com ele, Demi?
Os traços de Demi registraram o choque diante da pergunta.
– Fallon! – exclamou, exasperada. – Como assim, por que vou me casar com ele?
– Acho que é uma pergunta bastante direta, Caipirinha. – ela retirou a mão. – Por que vai se casar com ele se está apaixonada pelo Joseph?
Perplexa com o ritmo alucinante da conversa, Demi achou melhor responder da forma 
mais sincera que pôde: – Acho que a resposta é bastante direta, Fallon. Vou me casar com o homem que me ama. Falo com você outra hora – disse ela, se dirigindo depressa para a porta.
– Demi, espere! – gritou Fallon.
Demi levantou a mão para silenciá-la e segurou a maçaneta. Abriu a porta e perdeu o fôlego quando deparou com os brilhantes olhos de Joseph fixos nos seus. O choque percorreu seus membros e se acomodou em seu peito como aço. Ela olhou para ele, encostado no carro, sem se importar com a chuva fria. Com os braços cruzados, os olhos de Joseph a estudaram da cabeça aos pés e, se Demi não estava enganada, continham algo similar a raiva. Por um instante, a confusão cruzou o rosto dela, mas desapareceu quando a própria raiva a invadiu. Apesar de não querer lidar com nenhuma desculpa esfarrapada que ele certamente estava prestes a dar, não havia como se esconder dessa vez. Precisava enfrentá-lo. Ofegante, reuniu coragem, se recompôs e saiu para a calçada.
– Ah, aí está ela. A garota que partiu meu coração – disse ele, a voz alta e ameaçadora. – Era esse o seu objetivo? Porque, se era, você conseguiu o que queria.
– Como ousa me dizer isso? – berrou ela, a cólera brotando e borbulhando ainda mais.
– Como eu ouso dizer isso? Não fui nada além de um passatempo para você enquanto Alex estava fora! – ele deu um passo para a frente, jogando as mãos para o alto em sinal da mais completa rendição. – Isso é algum tipo de piada? – ele riu, mas sem o menor indício de diversão. – Eu enxerguei um bocado de coisas neste rostinho bonito, mas não vi uma sedutora, uma manipuladora doentia.
Joseph  tinha demonstrado aparecendo ali e a acusando de ser manipuladora. Aquilo a deixara paralisada. Ainda assim, escolheu ficar calada. Se Joseph queria ficar de joguinho, Demi permitiria, mas no fim ela seria a vencedora. Algo dentro dela gritava para deixá-lo se afundar. Cruzou os braços enquanto o espírito de desafio luzia em seus olhos, convidando-o para o próprio enterro. E Joseph morderia a isca, pois o olhar dela quase o levou à loucura. Embora ela tivesse lhe arrancado a alma do corpo, não tocá-la não era uma opção. Era impossível não beijá-la.
Precisava fazer isso ali mesmo enquanto a chuva caía. Joseph se aproximou com a fluidez de
um tigre atacando a presa. Antes que Demi pudesse cambalear para trás, ele a pegou pela cintura e pressionou os lábios contra os dela com força, a língua os entreabrindo enquanto ela tentava afastá-lo.
Por um segundo, ela sentiu nele o gosto da raiva, da irritação e do senso de posse e aquilo a deixou ainda mais confusa e irritada. Enquanto ele sorvia a chuva do lábio inferior dela, um raio caiu, rachando a terra em algum lugar ao longe.
– Porra, você pirou, Joseph? – sibilou ela, tentando afastar a cabeça e se desvencilhar dele.
– Se eu pirei? Como um tolo, acreditei em você, em nós dois juntos! – rosnou ele, erguendo a voz, mal conseguindo controlá-la enquanto agarrava a cintura de Demi. Ele a olhou nos olhos, vendo as gotas de água escorrerem pelos cílios e pelas bochechas. – Quando foi que você voltou com ele, hein, Demi?
Poças se formavam ao redor dos pés deles e pedestres encharcados de chuva passavam apressados.
Ela olhou para Joseph, o coração batendo e a revolta luzindo com ousadia em seus olhos.
– Voltei para ele mais ou menos uma hora depois de você sair do meu apartamento – sussurrou ela, a voz deixando clara a intenção de partir o coração dele em pedacinhos. Tentou se afastar, mas Joseph a segurou com firmeza. – Voltei para ele uma hora depois de você ter ido me ver, ficar me acariciando e descaradamente dizendo que me amava!
Fuzilando-a com os olhos, ele a agarrou pela nuca e puxou seu rosto a centímetros do dele, os narizes se roçando. Ela sentiu o hálito quente soprando por suas bochechas frias enquanto o próprio peito subia e descia com a respiração arfante.
– Você estava acordada quando fui lá?
– Ah, eu estava acordada, sim, e muito bem de saúde, aliás. – ela soltou uma gargalhada histérica, as palavras revelando toda a sua ira.
Joseph não podia acreditar no que estava ouvindo ou vendo. Aquela não podia ser a mesma mulher com a qual estivera apenas algumas noites antes. Já ouvira falar em gente que passava por crises de insanidade temporária e, naquele exato momento, estava pronto para levá-la direto para a ala psiquiátrica mais próxima.
Sem fazer pergunta alguma.
– Como você consegue ser tão perversa? – rosnou ele. Ela ia dizer alguma coisa, mas Joseph a interrompeu: – Você transou com ele ontem à noite, Demi?
A respiração ficou presa na garanta dela e o corpo esquentou por completo quando
Joseph inclinou a cabeça dela para trás, segurando-lhe os cabelos. Passou os lábios de leve pelo canto da boca. Foi descendo lentamente até a orelha, a barba por fazer roçando a pele, a voz um sussurro:
– E, se você transou, a sensação de tê-lo dentro dessa bocetinha linda foi tão boa quanto comigo? Ele foi capaz de fazer você implorar por mais do jeito que eu fiz? – mordiscou a orelha dela com suavidade e Demi quase derreteu ali mesmo. – E uma última pergunta: você gozou com tanta vontade para ele como gozou para mim?
Enquanto a chuva martelava a calçada, os olhos dela se estreitaram, o coração explodindo de dor e de raiva. Os dois tinham as roupas encharcadas, coladas aos corpos, a respiração pesada.
– Ele me fez gozar mais! – diante disso, Joseph pareceu chocado, até mesmo magoado, mas mesmo assim Demi não se conteve: – A sensação dele dentro de mim foi tão incrível quanto deve ter sido a do seu pau enfiado na Gina!
Joseph cambaleou para trás.
– Do que você está falando?
– Da Gina – esclareceu ela, a voz venenosa. – Fui fazer uma surpresa para você ontem. Levei o café da manhã. Mas quem foi surpreendida fui eu. Pelo visto, você já tinha comido. Seus lençóis ainda estavam quentes de nós dois e ela abriu sua porta praticamente nua. Dá
um tempo, porra! – ela assistiu à expressão no rosto dele se transformar em inquietação.
Joseph sabia que os olhos de Demi a haviam traído naquela história, mas também sabia que suas atitudes, o fato de ter deixado Gina entrar em sua casa, haviam conduzido àquela batalha. Que Deus tivesse piedade de Joseph se esse fosse o motivo para perder Demi.
Ele sabia que tinha que tomar muito cuidado. A mulher à sua frente estava arrasada e machucada, mas a mente dele estava paralisada. Não conseguia formular as frases com rapidez suficiente.
A ausência de uma resposta rápida pareceu confirmar aquilo em que Demi acreditava. Joseph sabia que fora pego em flagrante e não tinha ideia do que dizer. E antes que ele pudesse se dar conta do que estava acontecendo, Demi ergueu a mão e lhe deu um tapa na cara, com toda força. 
Ele cambaleou, atordoado.
– Seu filho da puta! – gritou ela, sem se importar com os passantes.
Cravou os olhos nele como punhais e estava prestes a agredi-lo outra vez, mas Joseph a segurou pelo pulso.
– Você precisa me ouvir, Demi – implorou ele, a voz firme.
Ela tentou se soltar, mas Joseph a puxou para seu peito. Com a mão livre, afastou os cabelos molhados do rosto dela.
– Ela já tinha ido embora quando saí do chuveiro. Eu não fazia ideia de que você tinha ido lá. – os olhos de Demi se arregalaram enquanto ela tentava se libertar outra vez. – Não, espere! Porra! Não é nada disso que você está pensando!
Demi ainda tentava se afastar, as lágrimas escorrendo.
– Isso é o melhor que você consegue inventar? – bufou ela.
Sentia-se presa sob o brilho daqueles lindos olhos verdes e não estava disposta a deixar que
eles a capturassem outra vez sob seu feitiço.
– Você só pode estar louco se acha que vou cair nessa! Não vai conseguir mentir para entrar no meu coração outra vez, Joseph. Odeio o que fez comigo, odeio o que fez com a gente e, acima de tudo, odeio você!
Parte dela ficou paralisada ao pronunciar essas palavras, afinal ela não o odiava. Não conseguia. Ela o amava do fundo da alma. No entanto, tudo o que achara que ele representava no instante em que o conheceu tinha se provado verdadeiro.
Joseph recuou como se Demi o tivesse atingido outra vez. Seu coração afundava dentro do peito enquanto o choque dava lugar à ideia de que talvez ele a tivesse perdido de vez e isso significava perder a si mesmo.
– Você não me odeia. Você me ama – disse ele, engasgando, sem tentar esconder a dor que o esmagava. Erguendo os braços, ele tomou o rosto dela entre as mãos, acariciando-lhe os lábios com os polegares. – E, meu Deus, Demi, eu amo você com tudo que existe dentro de mim, com tudo que sou, com tudo que algum dia serei. Por favor. Não me abandone dessa forma, sabendo que, se eu não tivesse deixado Gina entrar, isto não estaria acontecendo. Ela foi à minha casa... Eu não devia ter permitido que entrasse. Sei que não devia, mas ela estava bêbada e...
– Pare! – gritou ela, dando um empurrão violento no peito dele.
Funcionou, pois enfim conseguiu se libertar. Desceu até o meio-fio, lágrimas quentes de raiva escorrendo pelo seu rosto enquanto ela agitava os braços para chamar um táxi. Com cortinas de chuva caindo do céu, seu empenho passava despercebido enquanto os motoristas cortavam pela rua, apressados, encharcando-a ainda mais.
Aproximando-se dela, Joseph sentia-se tonto, oco, vazio. Segurou-a com firmeza pelo cotovelo e a virou. Os olhos dos dois, igualmente cheios de mágoa, fuzilaram-se. Erguendo os braços outra vez, ele tomou o rosto dela entre as mãos e encostou a testa na dela.
– Você precisa acreditar em mim – sussurrou, rouco, a voz cheia de dor. – Ela desmaiou no meu sofá. Dormi no meu quarto e não aconteceu nada. Nada mesmo.
Demi soluçava incontrolavelmente e tentava se afastar, mas Joseph a segurou pela nuca, mantendo a testa pressionada contra a dela.
– Eu disse que nunca a machucaria e estava falando sério. Todas as minhas palavras foram sinceras. Por favor, não faça isso com a gente... por favor. Eu não estou mentindo para você. Eu não sou ele. Eu não sou Alex.
Sentindo-se presa na escuridão do olhar dele, o coração de Demi parou por um instante enquanto ela fitava as gotículas de água escorrendo pelo rosto de Joseph descendo até aqueles lábios perfeitos que tinham adorado cada centímetro do seu corpo. Aqueles lábios perfeitos que também tinham adorado o corpo de outra mulher depois que ela saíra. As lágrimas vieram numa torrente quando o pensamento do que ele havia feito a golpeou outra vez com força brutal.
Balançando a cabeça, ela deu vários passos para trás, os olhos gélidos. Virando-se, levantou a mão para chamar um táxi e, para sua surpresa, um deles parou. Ela abriu a porta, mas Joseph a fechou de novo e a manteve assim.
– Me deixe entrar, Joseph!
– Não. Eu não vou deixar você ir – esbravejou ele. – Você não acredita em mim?
– Eu não estou brincando! Me deixe entrar – ordenou ela, a ferocidade de seu tom assustando a ambos.
Correndo a mão livre pelos cabelos encharcados, Joseph rangeu os dentes.
– Você acredita nas mentiras que ele conta todos os dias, mas não consegue acreditar em mim?
– Ah, agora você está forçando a barra – zombou ela, tentando tirar a mão dele de cima da porta. – Ele não foi o único que mentiu para mim!
– Mas que merda, Demi! – rebateu Joseph. De repente, ele a pegou pela cintura e a puxou com força contra o peito. Ela respirou fundo, indignada enquanto olhava fundo nos olhos verdes. – Não confunda meus apelos com fraqueza. Não sou um filho da puta. Eu disse que não estou mentindo, mas, se você acha, por um minuto, que ele nunca mentiu, ou que não está mentindo, é porque tem algo muito errado com você.
– Ei – berrou o taxista, impaciente –, ela vai entrar ou não vai?
– Vou!
– Não!
Os dois gritaram ao mesmo tempo.
Joseph desviou o olhar furioso para o motorista.
– Ela não vai entrar. Vai nessa. Agora.
Com um olhar irritado, o homem balançou a cabeça e saiu em disparada.
– Não dá para acreditar em você – gritou Demi, mais lágrimas escorrendo pelo rosto.
Cada uma delas flechava o coração de Joseph. Ela empurrou o peito dele mais um pouco, mas ele a manteve presa com um braço de aço ao redor da cintura. – Por que está fazendo isso comigo, Joseph?
– Porque amo você e porque não estou mentindo – respondeu ele, a respiração irregular e difícil. – Diga que você não me ama e vou embora. Vou embora e você nunca mais vai precisar me ver.
Com a mão livre, ele inclinou o pescoço dela para trás. Abaixou a cabeça e começou a roçar os lábios, muito de leve, pela sua têmpora, pelo rosto e ao longo da curva da mandíbula. Demi não conseguiu se conter, um ligeiro gemido escapou dos seus lábios.
– Nunca mais vai ter que sentir meu toque, Demi. Nunca mais vai ter que ouvir minha voz. Nunca mais vai ter que acordar comigo ao seu lado. Diga que você não me ama e eu sumo... para sempre.
Demi tremia por dentro, mas não quis demonstrar. Se deixasse escapar o que quer que fosse, cederia, e isso não podia acontecer. Embora cada fibra do seu corpo quisesse acreditar nele, não conseguia. Aquela era uma mentira muito bem bolada com a qual ele tentava manipulá-la. Era um ator num palco, aperfeiçoando sua habilidade, e Emily era sua única plateia. Agora era sua vez de mandar o coração dele para o crematório, o mesmo lugar onde o dela se encontrava agora.
– Eu não amo você – disse ela, mentindo descaradamente. E isso a destruía. Os olhos pingavam, cheios de lágrimas, enquanto o encarava. – Eu disse que precisava tirar você da cabeça e foi o que fiz. Foi só isso que aquela noite significou para mim. – outra mentira. No entanto, uma verdade única deixou os lábios dela: – E não acredito em uma palavra do que você disse.
Joseph fez uma careta de dor e segurou as lágrimas que ardiam em seus olhos. As palavras de Demi arrancaram o ar de seus pulmões. Ela pegara o coração dele e o triturara. Quase sem fala, ele recuou e a soltou.
– Obrigado pela cicatriz permanente – sussurrou ele, a voz em frangalhos, derrotado.
Sem outra palavra, enfiou as mãos nos bolsos e caminhou até o carro.
Demi cobriu a boca com a mão, deixando escapar um grito de dor enquanto o observava
se misturando ao fluxo de carros, os pneus cantando na rua molhada. Com o coração pesado, fez sinal para um táxi. Abriu a porta com as mãos trêmulas, entrou e disse o endereço ao motorista.
Naquela noite, o sono não viria para nenhum dos dois.
Naquela noite, a solidão, a mágoa, a confusão e a dor visitariam tanto Demi quanto Joseph.

e esse capítulo? essa briga? :(
Demi sua burra, volta pra ele muie! você o ama.
tadinho do Joseph :( ele nem fez nada, esse final cortou meu coração.
gostaram? comentem lindonas.
ate o próximo, bjs amores <3
respostas aqui

4 comentários:

  1. Gente coitado do Joe ele não fez nada a Demi voltou com o Alex e prefere achar que ele é um santo e volta com ele e não acredita no Joe e o Joe não merecia ter escutado tudo isso ele não fez nada quero que alguém com provas mostre pra Demi o quanto ela foi burra por não acreditar no Joe

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    1. Pois é, Alex é um babaca e depois que descobrir dos dois, não vai deixar eles em paz mesmo.
      Ela vai acreditar nele, ela só esta confusa neste momento.
      Vou postar hoje, bjs lindona <3

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  2. Não acredito que ela deixou ele ir embora... Tudo por causa daquele incosto... Que ódio... Já não bastava o idiota do Alex... Será que o Alex desconfia de alguma coisa e mandou esse encosto na casa do Joe? Continua logooo por favor... Tadinho do Joe...

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    1. Pois é, Demi é muito burra. Alex é um babaca por completo, que ódio dele também.
      Sobre o Alex te chamado a Gina pra ir na casa dele, é um mistério..só daqui pra frente que iremos saber.
      Vou postar hoje, bjs lindona <3

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