— Acho que ainda não fomos apresentados oficialmente — disse Selena, enquanto dançávamos juntos. — Então você é o pênis que está passeando pela vagina da minha melhor amiga.
Bem, não deixa de ser.
— E você é a melhor amiga totalmente inconveniente.
Ela abriu um grande sorriso.
— Sou mesmo. Olha, esse é o momento em que eu falo que se você machucar Demi, eu te mato.
Eu ri.
— Nós somos só amigos.
— Você está de brincadeira, não está? Meu Deus. Vocês dois são os seres humanos mais ignorantes do planeta. Sério, você não percebeu que minha melhor amiga está se apaixonando por você?
— O quê?
— Olha pra ela — exclamou Selena, voltando-se na direção de Demi. — Ela não para de olhar pra nós, porque está com medo de você me fazer rir, ou de que eu toque suas bolas, ou de que bata um vento e seu pau vá parar na minha boca.
— Peraí, o quê?
— Ah, cacete! Vou ter que desenhar? Ela está com ciúmes, Joseph.
— De nós?
— De qualquer pessoa que olhar pra você. — Selena ficou séria. — Só vai com calma, tá? Não destrua o coração dela. Já está em pedaços.
— Não se preocupe — dei de ombros. — O meu também está — percebi Stephen me encarando. — E ele? Também está com ciúmes e secretamente apaixonado por mim?
Selena encarou Stephen com desprezo.
— Não. Ele só te odeia mesmo.
— Por quê?
— Porque, por alguma razão, Demi escolheu você e não ele. Posso contar um segredo?
— Acho que não. Não.
Ela sorriu.
— Não importa, vou te contar de qualquer jeito. Na véspera do casamento da Demi e do Zachary, à noite, Stephen apareceu cambaleando, bêbado, na casa dela. Ela já estava dormindo, e por sorte eu abri a porta. Ele disse que Demi estava cometendo um erro, que ela deveria se casar com ele, e não com Zachary.
— Ele é apaixonado por ela esse tempo todo?
— Amor, tesão, querer o que não pode ter, eu não sei. De qualquer forma, ele está arrasado, porque ela voltou para a cidade e não deu a menor bola para ele. Provavelmente, Stephen pensou que, quando ela voltasse, eles ficariam juntos, mas levou um baita soco no estômago quando ela pegou o maior idiota da cidade — ela parou e sorriu. — Sem ofensa.
— Obrigado pela parte que me toca.
Girei e puxei-a para perto de mim.
— Só para registrar, não te acho mais um idiota — Selena abriu um sorriso ainda maior. — Dentro de algumas semanas será aniversário da Demi, e você está convidado para a festa. Vai ser uma excelente oportunidade pra ela dançar em cima do balcão de um bar e se livrar dos demônios que a assombram de vez em quando, e você terá total permissão pra usar a vagina dela nessa noite.
Eu ri.
— Você é muito generosa.
— O que posso dizer? — ela piscou. — Sou uma amiga maravilhosa.
***
Depois de dançar com Selena, sentei no canto do salão, tentando absorver tudo que havia descoberto. Vi Demi falando com Sam e abraçando-o, antes de ele ir embora. Acho que a noite deles acabou. Bom. Quando Demi sentou-se à minha frente, não consegui ignorar as batidas descompassadas do meu coração.
— Parece que você e Selena se entenderam muito bem — comentou ela.
— Posso dizer a mesma coisa de você e do Stephen — respondi.
— Não é a mesma coisa. Eu e Stephen somos só amigos. Então... ela te convidou pra uma noite de sexo casual? Aposto que você disse sim. Mas não acho que seja uma boa ideia, com todos os problemas pelos quais você está passando — ela mordeu o lábio inferior. — Ela te convidou para sair?
Ergui uma sobrancelha diante de sua pergunta atrevida.
— Essa pergunta é séria?
— Só estou dizendo que enfiar seu pau numa mulher não é a melhor forma de lidar com o estresse da vida.
— Mas não era exatamente isso que nós estávamos fazendo?
— E não funcionou, não é mesmo?
Selena estava certa. Quando observei as feições de Demi, tudo ficou claro. Seu rosto estava vermelho, e ela esfregava as mãos nas coxas. Nosso olhar se encontrou. Puxei a cadeira para mais perto, coloquei suas pernas entre as minhas e sussurrei:
— Agora eu entendi.
Um suspiro escapou de seus lábios, e Demi avaliou o quão próximos estávamos um do outro.
— Entendeu o quê?
— Você está com ciúmes.
Ela bufou alto e riu.
— Ciúmes? Não seja ridículo, Narciso.
Com uma voz suave, peguei suas mãos.
— Não precisa ficar envergonhada. É completamente normal se sentir atraída pelo vizinho depois de um tempo. Por que você acha que é ridículo?
Demi arrancou as mãos das minhas, e segurei o riso ao ver que ela estava ainda mais vermelha.
— Por quê? Você quer as razões, então? Para começar, você nem fez a barba. Com esse gorro e essa barba, fico até surpresa por você não estar vestindo uma camisa xadrez. Você toma banho?
— Tomo. Se você quiser, podemos voltar pra minha casa e tomar banho juntos pra economizar água.
— Não sabia que você era um ativista ambiental.
— Nada disso. Eu só gosto de deixar você molhada — as bochechas dela coraram, e eu observei suas sardas. Ela era bonita pra cacete. — Além do mais — continuei, tentando não pensar no fato de que sentia por ela tudo o que imaginava que ela sentia por mim. — Vi que você instalou o Tinder no seu celular. Ninguém está apontando o dedo na sua direção, te julgando. Talvez esteja fazendo isso em silêncio, com um olhar de esguelha, e na boa, isso nem conta.
— Esse aplicativo estava aparecendo o tempo todo no feed do Facebook! Selena me obrigou a instalar esse troço, só fiquei curiosa, só isso!
Demi estava cada vez mais vermelha, e meu corpo começou a reagir à proximidade entre nós. Queria acariciar seu rosto e sentir seu calor. Queria acariciar seus seios e sentir o coração batendo rápido, tamanho o nervosismo dela. Queria provar seus lábios...
— Qual é o lance entre você e Stephen? — perguntei novamente.
— Já falei, somos apenas amigos.
— Parecia muito mais que isso, pela forma como ele te abraçava.
Ela baixou os olhos.
— Quem está com ciúmes agora?
— Eu.
— O quê? — ela ergueu a cabeça, seu olhar encontrando o meu.
— Eu disse que senti ciúmes. Senti ciúmes da mão dele nas suas costas. Senti ciúmes quando ele falou algo com você ao pé do ouvido. Senti ciúmes quando ele olhou em seus olhos, e eu fui obrigado a ficar quieto vendo tudo.
— O que você está fazendo? — perguntou ela, confusa, a respiração entrecortada. Meus lábios tocaram levemente os dela. Suas mãos repousaram na minha calça jeans. Meus dedos envolveram os seus. Estávamos tão próximos que, por um instante, achei que ela estava sentada no meu colo e que eu podia ouvir as batidas de seu coração.
Aos poucos, o lugar se tornou mais barulhento. As pessoas começaram a ficar bêbadas, a comer e falar sobre coisas medíocres. Mas meus olhos... estavam fixos em seus lábios. Nas curvas de sua boca. Na cor de sua pele. Nela.
— Joseph, pare — murmurou Demi. Ela parecia tão confusa quanto eu, mas seu corpo se recusava a fazer o que sua mente ordenava.
— Diga que você não me quer — supliquei. Afaste-se de mim.
— Eu... — gaguejou ela.
Sua voz estava trêmula, e eu conseguia ouvir o medo em alto e bom som. Em meio aos temores e dúvidas, porém, notei um suspiro de esperança. Eu queria me agarrar o máximo possível àquilo. Queria ver a esperança que ela escondia no fundo de sua alma.
— Joseph… você acha… — ela riu, ansiosa, e passou a mão pela testa. — Você pensa em mim? Quero dizer... — gaguejou Demi novamente e ficou em silêncio. O nervosismo consumia seus pensamentos, confundia-os. — Você já pensou em mim como algo mais do que sua amiga?
Demi viu a resposta em meus olhos. Senti a alma dela tocando a minha, seu olhar repleto de surpresa e curiosidade, sua beleza envolta em uma aura de mistério.
Eu pisquei.
— A cada segundo. Cada minuto. Todos os dias.
Ela assentiu, fechando os olhos.
— Eu também. A cada segundo. Cada minuto. Todos os dias.
Afaste-se, Joseph.
Afaste-se, Joseph.
Afaste-se, Jos...
— Quero beijar você. A Demi triste, devastada. A verdadeira Demi.
— Isso mudaria as coisas.
Ela tinha razão. Seria como cruzar uma linha invisível. Sei que a beijei antes, mas era diferente. Foi antes de me apaixonar por ela. De me apaixonar perdidamente. Soltei o ar que estava preso em meu peito e vi que ela fez o mesmo.
— E o que aconteceria se eu não te beijasse? — perguntei.
— Acho que eu iria te odiar um pouquinho — respondeu ela suavemente, meus lábios a milímetros dos dela. — Na verdade, acho que eu iria te odiar muito.
Meus lábios tocaram os de Demi, que se inclinou em minha direção, as mãos agarrando minha camisa. Quando minha língua deslizou para dentro de sua boca, fazendo amor com a dela, Demi soltou um gemido baixo. Ela retribuiu meu beijo com intensidade, quase sentando em meu colo, entregando-se a mim.
— Quero que você me deixe entrar na sua vida — murmurou.
Tive que me controlar muito para não abraçá-la e levá-la para minha casa para explorar cada parte de seu corpo. Queria senti-lo junto do meu. Queria me perder nela. Mordi seu lábio inferior e a beijei gentilmente.
— Quero conhecer você, Joseph. Quero saber aonde você vai quando deseja esquecer tudo. Quero saber o que faz você acordar de seus pesadelos. Quero ver a escuridão que você luta diariamente para esconder. Você pode fazer uma coisa por mim? — perguntou ela.
— Qualquer coisa.
As mãos de Demi pousaram em meu coração, e ela sentiu meu peito subir e descer com a ponta dos dedos.
— Mostre pra mim o que você tenta esconder. Mostre onde dói mais. Quero ver sua alma.
Selena aproximando os dois aw
Definitivamente esse capítulo ficou maravilhoso, agora que eles vão começar entrar um na vida do outro
Os dois sentindo ciúmes um do outro <3
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bjs amores e até o próximo <3
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