Na manhã seguinte, dei uma passada na oficina do Stephen para ver a surpresa que ele havia mencionado na semana anterior. Elizabeth, Bubba e eu fomos até o centro da cidade. Ela cantando sua própria versão de Frozen, eu querendo cortar os pulsos e Bubba sendo o agradável e silencioso bichinho de pelúcia zumbi.
— Tio S! — gritou ela, correndo e quase derrubando Stephen, que estava com a cabeça dentro
do capô de um carro. Ele usava uma camisa branca cheia de manchas de óleo, a mesma
substância que tinha no rosto. Stephen virou-se e pegou Elizabeth no colo, girando-a no ar antes de abraçá-la bem apertado.
— Oi, garotinha. O que é isso atrás da sua orelha? — perguntou ele.
— Não tem nada atrás da minha orelha.
— Ah, acho que você está enganada — ele tirou a moeda de trás da orelha dela, fazendo-a rir muito, como sempre. — Tudo bem com você?
Elizabeth sorriu e começou a contar, com uma expressão muito séria, que eu a deixei se vestir sozinha naquele dia. O resultado foi uma saia de tutu preta, meias de arco-íris e uma camisa de pinguins zumbis.
Eu ri. Stephen a encarava como se estivesse muito interessado na história. Depois de alguns minutos, deu a ela algumas notas de 1 dólar para que comprasse doces na máquina de venda automática com a ajuda de um de seus funcionários, Gary. Ouvi Elizabeth repetir toda a história da roupa para o pobre homem.
— Ela está ainda mais linda do que eu me lembrava. Tem seu sorriso.
Mesmo achando que o sorriso dela era mais parecido com o de Zachary, agradeci o elogio.
— Então, tenho uma coisa pra você, vem cá.
Ele me conduziu até uma sala nos fundos, onde um lençol cobria um carro. Quando ele arrancou o pano, minhas pernas ficaram bambas.
— Como? — perguntei ao contornar o jipe, passando meus dedos por ele. O carro de Zachary parecia novinho em folha. — Foi perda total.
— Bobagem. Amassados e arranhões sempre podem ser consertados.
— Isso deve ter custado uma fortuna.
Ele deu de ombros.
— Zachary era meu melhor amigo. Você é uma das minhas melhores amigas. Só quis fazer alguma coisa boa para quando você voltasse.
— Você sabia que eu iria voltar?
— Tínhamos esperança — Stephen mordeu o lábio e olhou para o carro. — Ainda me sinto culpado. Na semana anterior ao acidente, implorei a ele que trouxesse o carro aqui pra uma revisão. Ele disse que ainda dava pra esperar alguns meses, que o jipe ainda estava bom. Não consigo deixar de pensar que, talvez, se eu tivesse feito uma revisão e encontrado algum problema... Se ele tivesse deixado eu dar uma olhada no motor, talvez ele ainda estivesse... — ele levou a mão ao rosto e parou de falar.
— Não foi culpa sua, Stephen.
Ele fungou e deu um sorriso triste.
— Bem... é que isso passa pela minha cabeça de vez em quando. Agora, vem aqui, vamos entrar.
Entrei pelo lado do motorista e sentei. Fechei os olhos e respirei fundo algumas vezes antes de colocar a mão no banco do carona, esperando aquele toque, aquela sensação gostosa de segurar a mão de uma pessoa. Não chore. Não chore. Estou bem. Estou bem. Então, senti o calor de outra mão segurando a minha e abri os olhos, deparando-me com Elizabeth, o rosto todo lambuzado de chocolate. Ela sorriu, e eu automaticamente fiz o mesmo.
— Tudo bem, mamãe?
Uma respiração de cada vez.
— Sim, querida. Estou bem.
Stephen se aproximou e me entregou as chaves.
— Bem-vindas de volta, senhoritas. Lembrem-se: se precisarem de mim pra cortar a grama ou qualquer outra coisa, é só ligar.
— O Pluto já cortou — exclamou Elizabeth.
— O quê? — perguntou Stephen, erguendo a sobrancelha.
— Acabei contratando um cara pra fazer o serviço. Bem, mais ou menos. Ainda tenho que pagar a ele de alguma forma.
— O quê? Demi, você sabe que eu faria isso de graça. Quem você contratou?
Sabia que ele não iria gostar da resposta.
— O nome dele é Joseph...
— Joseph Jonas? — Stephen passou a mão pelo rosto, prestes a ficar vermelho. — Demi, ele é um babaca.
— Não é.
Bem, sim, ele é.
— Acredite em mim, ele é um desequilibrado. Você sabia que ele trabalha para o Sr. Henson? Devia estar num hospício.
Não sei por que, mas parecia que Stephen estava falando de mim.
— Você está exagerando, Stephen.
— Ele é doente. E Joseph é perigoso. Só... deixa que eu cuido do jardim pra você. Meu Deus, ele é seu vizinho. Odeio isso.
— Ele cortou o gramado muito bem. Não precisa se preocupar.
— Preciso. Você confia demais nas pessoas. Demi, use mais a cabeça que o coração. Você tem que pensar — ai, isso doeu. — Não estou gostando nada disso e duvido que Zachary também fosse gostar.
— Bom, ele não está mais aqui — sibilei sentindo-me um pouco constrangida e muito magoada. — Eu não sou boba, Stephen. Posso cuidar disso. Eu só... — fiz uma pausa, dando um sorriso forçado. — Obrigada. Pelo jipe. Você não tem ideia do que significa pra mim. E ele deve ter percebido meu sorriso forçado, pois colocou a mão no meu ombro e disse:
— Desculpe, eu sou um idiota. Só fico preocupado. Se acontecer algo com você...
— Estou bem. Estamos em segurança. Prometo.
— Está bem. Então vá embora antes que eu fale mais alguma coisa de que vá me arrepender. — Ele riu. — Elizabeth, cuide da sua mamãe, tá?
— Por quê? Eu sou a criança, não ela — respondeu minha filha, insolente. Não consegui disfarçar uma risada, porque aquilo era cem por cento verdade.
O Stephen se faz de santo mas ele não é, ao decorrer da história vocês irão entender
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Adorei, posta logo! Bjs
ResponderExcluirPostei amor, bjs <3
Excluirelizabeth é a coisa mais fofa do mundo, quero pra mim <3
ResponderExcluirnão gosto muito desse stephan, parece que ele vai aprontar muito.
adorei o capítulo, posta logo.
bjs xx
Ela é sim <3
ExcluirEle vai aprontar muito, muitas surpresas estão por vim.
Postei lindona, um beijo <3