12/07/2017

for you: capítulo 18 (Parte 2)


Lembranças

Passamos três dias maravilhosos e românticos nesse pequeno paraíso ensolarado, interrompidos apenas por uma ameaça de tempestade de verão que começa se formar no céu. Eu odeio tempestades, desde criança. Ventos, raios e trovões lançam-me para de baixo das cobertas, hoje não é diferente.
Tento fechar a janela, e a imagem das palmeiras se curvando à vontade do vento, deixam-me
aterrorizada. O zunido lá fora como uma pessoa chorando, deixam meu emocional em frangalhos. Irritada, solto as abas da janela socando-a. Estou em via às lágrimas de raiva, medo e frustração. Por que quando as coisas parecem bem sempre surge uma tempestade, meteoricamente falando ou não.
— A coisa está feia lá fora — Joseph aproxima-se e faz o que não consegui antes, fecha as
janelas com total facilidade.
— Feche as cortinas por favor, eu não quero ver — murmuro, angustiada, antes de correr para a cama — Ah!
Olho para o vidro e imediatamente minha pele fica arrepiada ao observar os trovões rasgando o céu e o mar agitado. Odeio tempestades, trazem-me lembranças ruins. Um passado que desejo esquecer.
— Não? — Joseph encara-me com um enorme sorriso — Finalmente alguma coisa que a Srta.
Lovato tem medo.
Eu não respondo à provocação dele. Outro raio seguido de um estrondoso trovão fazem-me
tremer. Encolho-me na cama em pânico. Joseph vem rapidamente até mim ao notar como pareço assustada.
— Me abraça! — sussurro, agarrando-me a ele.
— Porra, linda! — diz ele, esfregando meus braços — Está tremendo. O que está acontecendo, Demi?
— Apenas me abrace, Joseph — respondo, a voz semelhante a uma garotinha.
Ele me aperta firme contra o seu peito. Eu respiro fundo, agarrada a ele, sinto-me segura em seus braços. O calor de seu corpo mesclado ao seu cheiro, um cheiro gostoso que eu adoro, isso acalma-me pouco a pouco. Ele me embala e começa a cantar baixinho em meu ouvido, sua voz rouca e sexy como a de um vocalista de uma banda de rock. Aos poucos, o som da tempestade fica longe, o medo desaparece, minhas pálpebras ficam pesadas e sou tragada pela escuridão.

***

— Não papai! Não a machuque — grito para o homem que arrasta minha mamãe pelos cabelos — Solte-a.
Tento pará-lo agarrando suas pernas, mas eu não tenho forças suficientes. Ele me encara feio e lança-me para longe. Em seguida, acerta o rosto de mamãe novamente, dessa vez com tanta força, que cai aos seus pés, inconsciente. Com olhar enfurecido ele vem em minha direção. Eu tenho muito medo, mamãe não pode me defender dele agora.
— Você é tão atrevida como sua mãe — o homem berra, tirando o cinto — Vou ensinar as duas o que acontece quando tentam fugir de mim.
Levanto-me assustada e corro. Mamãe sempre disse para eu correr, correr muito.
— Vem aqui sua peste! — garras afiadas seguram-me pelos pulsos. Isso dói.
— Por favor, papai — Eu não sei como ainda o chamo assim, talvez porque seja uma exigência dele ou porque não conhecia outra forma de me referir a ele. Mamãe sempre dizia bêbado ou desgraçado, eu só aprendi papai — Não me machuque. Vou ser boazinha.
— Cala boca garota! Vou dar-lhe uma lição que jamais irá esquecer.
— Não! Não!
— Demi! — ouço outra voz ao longe, suave, doce — Amor, acorde.
Abro os olhos, estou confusa, com medo. Olho para Joseph, o rosto enrugado e coberto de
preocupação.
— Tudo bem?
Apenas balanço a cabeça em concordância. Nenhum som e capaz de sair de minha garganta nesse momento. Há muito tempo que não tenho sonhos como esse.
— Um sonho ruim? — ele me puxa para os seus braços. Enrosco-me a ele como uma criança faz com os pais em dias de chuva.
Noto que a tempestade havia diminuído e há apenas o barulho da chuva batendo contra a janela fechada.
— Lembranças — respondo com os olhos cheios de água. Pisco algumas vezes para contê-las,
mas é inútil — Lembranças horríveis.
— Se a machucam... — murmura ele, beijando meus cabelos — Eu não preciso ouvir.
— Meu pai — começo a dizer. Eu quero contar a ele. Nunca falei sobre isso com ninguém, nem mesmo com Jenny. Ela sabe que cresci em um orfanato e que há coisas em meu passado que me machucam, mas, eu nunca havia me aprofundado no assunto — Meu pai... ele... ele...
Um soluço dolorido escapada de meu peito, impedindo que eu continue. Joseph segura meu rosto com as duas mãos, em uma espécie de concha.
— Tudo bem — diz ele, angustiado — Estou aqui, ele não pode machucá-la.
Em meio a tanto amor e gentileza, meus soluços transformam-se em um choro compulsivo. Como anteriormente, ele me nina e me acalma.
Minutos depois, um pouco mais calma eu começo a narrar meu passado doloroso para ele. Sobre meu pai alcoólatra e violento. As agressões contra mim e minha mãe; as surras, xingamentos e humilhações, as pressões psicológicas e todas as coisas que um homem violento e covarde fazem.
— A maioria das pessoas não lembram-se do que fizeram ou o que aconteceu aos cinco anos — murmuro amargurada — Acho que me lembro de toda a minha infância. Cada tapa, cada palavra.
Joseph está rígido e aperta-me mais contra seu peito.
— Íamos fugir aquele dia — sussurro, baixinho — Não sei como ele descobriu e ficou furioso.
Bateu tanto em minha mãe, após deixá-la desacordada, desferiu sua fúria em mim.
— Desgraçado! — diz ele, com ódio.
— Depois de me bater, ele voltou a se afogar em suas garrafas — continuo, com a voz fraca —
Mamãe acordou e meu viu chorando em um canto. Chovia muito aquela noite, raios e trovões por todos os lados. Aproveitamos que ele estava caído de tanto beber e fugimos.
As lembranças são tão nítidas que pareço revivê-las, sinto as gotas de chuva sobre meu rosto
enquanto corremos pelo quintal até o carro, o cheiro de terra molhada e a lama em meus pés descalços.
— Mamãe colocou-me no carro e fugimos imediatamente. Fomos de um lugar a outro do país. Sempre nos escondendo e com medo que ele nos encontrasse como havia jurado. O dinheiro foi acabando...
Minha voz falha, a dor que sempre carreguei na alma, esmaga-me com uma força surpreendente, como estivesse sido mantida dentro de mim e agora surge com uma força destruidora.
— Ela me deixou lá, sozinha — sussurro, em meio a torrente de lágrimas — Disse que era por
pouco tempo, que em breve viria me buscar. Isso não aconteceu. Ela foi embora sem olhar para trás.
— Demi — sussurra — Sinto muito.
— Prometa que não vai embora — murmuro, desesperada. Eu sei que meu pedido parece patético, mas se Joseph me virar as costas como minha mãe fez, acho que morrerei — Que nunca fará como ela, não importa o que aconteça?
— Eu prometo — ele seca as lágrimas que descem insistente por meu rosto.
— Não importa o que aconteça? — insisto ansiosa.
— Não importa o que aconteça — repete ele.
Seus lábios tocam os meus de forma suave. Apesar de a intensão ser acalmar-me, a paixão entre nós sempre fala mais forte. Dessa vez é diferente, delicado, suave e muito bonito. A forma como ele me toca, beija e distribui carinhos por meu corpo, trazem novas lágrimas aos meus olhos. Sinto-me amada, como se eu fosse uma joia rara e preciosa.
— Amo você — sussurra ele, em meu ouvido, o tempo todo.
Quando nossas mãos se entrelaçam e ele funde-se a mim é magico. Tomando-me lentamente, mas de forma intensa. Sinto cada partícula de meu corpo explodir.
— Ah! — soluço, baixinho.
A cada investida suave e potente leva-me cada vez mais alto. Inclino a cabeça e entrego-me as sensações dele dentro de mim, tomando e levando todas as angustias para longe, só há lugar para o prazer que Joseph proporciona.
Voo tão alto que imagino não ser capaz de voltar à Terra. Essa é a diferença entre foder e fazer amor. Eu amo quando fodemos de forma enlouquecida, mas fazer amor com ele é algo especial também. Hoje eu precisei de amor e foi o que ele me deu.

***

— Eu não sei cozinhar — murmuro, frustrada, contra o balcão da cozinha.
— Qualquer pessoa pode aprender o básico — Joseph repreende-me.
— Mas eu sou uma tragédia — resmungo, emburrada — Jenny é a melhor cozinheira que conheço e ela já desistiu de me ensinar.
Ele beija meu pescoço e desliza a mão para dentro do robe que uso e acaricia meus seios.
— Talvez você não tivesse o incentivo certo — diz ele, beliscando um mamilo — Se tentar,
prometo recompensá-la.
Maldito homem! Ele sabe onde é o meu ponto fraco. Bem, se a mulher conquista um homem pela boca, ele me prende pelo sexo entre outras coisas. Homem infernal!
— Está bem — sussurro, sem fôlego.
— Ótimo — Joseph afasta-se de mim, deixando-me cambaleando e bufando de raiva, frustração e tesão. Odeio quando ele age assim — Pique as cebolas que eu fico com o bacon.
Maldito, gostoso e cretino, homem!
Antes de começar com a cebola, dou um tapinha em sua bunda, ele me lança um olhar zangado e caio no riso. Dois podem jogar esse jogo Sr. Jonas. Começo a cortar as cebolas com um sorriso diabólico. Penso em inúmeras maneiras de me vingar dele. Meus olhos começam a arder, fungo em meio ás lágrimas e tento manter minha concentração na tarefa a minha frente, ou acabaria decepando o dedo. Sinto o olhar dele sobre mim e rezo para estar fazendo o trabalho corretamente, eu não posso ser tão estúpida ao ponto de não conseguir cortar uma maldita cebola.
— Pare! — Joseph coloca-se ao meu lado, pegando a faca de minha mão — Dê-me isso.
— O que fiz de errado? — pergunto, frustrada
Joseph senta-me em um dos bancos anexo ao balcão. Seu olhar para mim é compenetrado. Com o dorso da mão seca minhas bochechas. Ele parece aborrecido e começo a ficar preocupada.
— Não quero que chore — diz ele — Nunca mais.
A declaração cai sobre minha cabeça como uma avalanche.
— Mas foi só a cebola.
— Não me importa. Se vai chorar é de alegria. É só o que permitirei de agora em diante.
Hum. Isso foi lindo. Eu sei que é impossível, somos humanos, estamos apaixonados e com certeza virá uma briguinha ou outra, ainda mais considerando meu gênio forte, mas as palavras não deixaram de ser tocantes, pelo menos para mim.
— Você é inacreditavelmente fofo.
— Eu não sou fofo — diz ele, contrariado — Homens não são fofos. Somos no máximo sexys.
— Fofo, sexy e o homem mais gostoso que conheço.
— Gostoso? — pergunta ele, sorrindo — Vem aqui.
Joseph afasta alguns utensílios da mesa e coloca-me sobre ela, desfaz o nó que prende o robe em meu corpo que cai sobre a mesa, deixando-me nua. Afasta-se um pouco para observar a cena.
— Eu gosto de fodê-la em cima da mesa — diz ele, os olhos brilhando — Gosto muito.
— Isso é meio louco não acha? — mordo os lábios, excitada com a intensidade de suas palavras
— Tara por mesas?
— Não é pela mesa que eu tenho tara.
— Não? — pergunto meio grogue. Ele solta a faixa do robe que está usando, tira-o e fica nu a
minha frente — É como se você fosse a sobremesa, quero comê-la, sempre. Querida eu adoro comer você! Em cima da mesa, na cama, no chão, em qualquer lugar que esteja.
— Humm... — solto o ar que eu nem sabia estar segurando — Eu gosto de ser comida... Por você. Sempre!
Ele ergue minha cabeça debruça-se para me beijar. Solta um gemido profundo, grave, do fundo da garganta. Quando nossas bocas se tocam, ele agarra minhas pernas, separando-as e aninhando-se entre elas. Enquanto sua língua duela com a minha, uma mão tortura meus seios e outra, puxa-me pela cintura, colando-me a ele. Sua boca abandona a minha e desliza por meu pescoço, lambendo, mordendo, beliscando, provocando-me o tempo todo. Um dedo invade-me, ele está me fodendo com ele. Fecho os olhos e flexiono o quadril contra ele. Outro dedo e outro gemido meu. Ele volta a me beijar. Céus, estou em chamas.
Corro o dedo por seus ombros e costas, sinto a tensão em seus músculos, fico mole, mole. Ele debruça-se sobre meu corpo e com uma única investida entra em mim. Fecho os olhos e gemo alto novamente, ele sai lentamente e volta investir contra mim, de novo e de novo, eu respondo, movendo-me contra ele e em instantes, estamos perdidos, entregues nessa plenitude extraordinária.

***

Voltamos ao hospital para a retirada dos pontos. Após isso, ele foi completamente liberado pelo médico. As férias haviam acabado.
— Então está tudo resolvido — diz ele, ao telefone enquanto me observa arrumar as malas —
Adam, você garantiu que esses vândalos não causarão mais problemas? Está bem, até logo.
Xingo a mala por não conseguir fechá-la. Joseph desliga o telefone e vem ao meu auxílio,
fechando-a sem dificuldade. Odeio os homens, eles fazem coisas como abrir potes, fechar janelas com tanta naturalidade, nos fazendo parecer tão idiotas.
— Está tudo bem? — pergunto, desmanchando o bico. Afinal, ele não tem culpa de ser sempre tão eficiente.
— Adam e a polícia conseguiram resolver tudo. Não creio que voltarão a causar problemas —
murmura — Mas teremos que abandonar esse paraíso.
— É uma pena — suspiro, pesarosa — Poderia ficar aqui para sempre.
Ele beija minha testa e sorri.
— Voltaremos em alguns meses para a inauguração do complexo, prometo.
A viagem de volta foi bem melhor do que a ida. Com ele ao meu lado aproveitei toda a magia de estar nas alturas. Ao invés de se arrastar, o tempo passou em uma velocidade espantosa, mas é natural, não é assim sempre que estamos felizes?
Nos despedir é algo mais difícil. Quero arrastá-lo para dentro do meu quarto e deixá-lo ali para sempre.
— Tem certeza que não quer entrar? — soa mais como uma súplica do que uma pergunta.
— Eu não seria capaz de sair se eu entrasse — murmura ele — Nós nos veremos à noite.
— Está bem.
Ele abre a porta para que eu entre e deposita a mala perto da porta. Dá-me um longo e apaixonado beijo antes de sair. Jogo-me no sofá e relembro tudo que fizemos em nosso refúgio. Foram dias maravilhosos.
— Demi?
— Oi Jenny — ergo a cabeça e encontro-a no corredor que dá acesso aos quartos.
— Ouvi barulho e vim verificar quem era.
— Como você está?
Observo-a ficar vermelha e um enorme sorriso formar em seu rosto.
— Oh meu Deus! — corro até ele, abismada — Não vai me dizer que você e ele... Vocês?
— Sim — diz ela, escondendo o rosto entre as mãos — Estamos juntos. Sou uma idiota não é?
Quer dizer, ele é casado, eles sempre contam a mesma história sobre largar a esposa e como são infelizes em seus casamentos e...
—Sim, você é uma idiota — interrompo-a — E sim, muitos homens fazem promessas vazias, mas acha mesmo que é o caso dele? Eu li algumas notícias sobre a mulher dele, pelo menos, a parte de que ela é uma vaca, é verdadeira. Cabe a você saber, se o que sente por ele é forte para enfrentar tudo isso ou não.
— Eu não sei como explicar o que sinto — diz ela, assustada — Acho que estou apaixonada.
Abraço-a com carinho. Tudo que quero é que Jenny seja tão feliz como estou nesse momento.
— Eu quero apenas sua felicidade querida — murmuro — Não cabe a mim fazer julgamentos.
Arrasto-a para sofá obrigando-a me contar todos os detalhes sobre esse amor louco e proibido que ela vive.
Alguns minutos depois, e na melhor parte da história, a campainha toca. Imagino que seja Joseph, arrependido por ter ido embora.
Abro a porta em um supetão e fico estática com a pessoa a minha frente.
— John?
— Oi docinho.

nesse capítulo descobrimos um pouco do passado da Demi.
eles cozinhando juntos, que amor <3
eles voltaram para casa e já temos essa visita nada agradável do John.
no próximo capítulo irá ter treta é o que posso dizer.
o que acharam? espero que tenham gostado.
até logo, bjs amores <3
respostas do capítulo anterior aqui

4 comentários:

  1. Acho que estou ficando louca com essa história kk, é tão boa e parece que cada capítulo estou me apaixonando um pouco mais. Fiquei com um aperto no coração de ver o que a Demi passou na infância dela, fico imaginando o que será que aconteceu com os pais e principalmente com a mãe dela... Esses dois juntos arrancam de mim risos e sorrisos, Joe é muito fofo, claramente está completamente apaixonado por ela e visse versa. Qualquer um ver isso.. Jenny meu Deus, como eu tenho vontade de abraça-lá rs, é a personagem mais fofa da história. Tô amando cada segundo dessa história... Meu Deus, prevejo muito babado e gritaria com a volta do John.. Eu amei o capítulo e sempre fico ansiosa a espera de um novo..

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    1. Que bom que você está gostando amor, fico muito feliz.
      Demi sofreu muito na mão do pai e a Jenny é um amor de pessoa. Joseph está muito apaixonado por ela mas ainda não confessou isso hahaha. Vai ter treta no próximo, vou postar hoje amor. Bjs <3

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  2. Olá.
    Estou me atualizando da sua nova fanfic e adorei a sinopse e os primeiros capítulos, parece ser uma historia promissora.
    A historia é engraçada e cativante, não vejo a hora deles admitirem que se gostam de verdade. É o tipo de comedia romântica que gosto.
    Espero saber mais sobre a Demi.
    Posta mais (irei ler o restante).
    Beijos, Mirela (gyllenswift.blogspot.com.br)

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    1. Seja bem vinda amor, fico muito feliz que esteja gostando da fanfic. A história é incrível de amor e ao mesmo tempo comédia.
      vou postar hoje amor, bjs <3

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