21/12/2018

30. addictive


Na primeira vez, Joseph veio até minha varanda, passou a mão pelo cabelo e disse que eu não deveria convidá-lo para entrar. Então, ele voltou outro dia, e no outro. E no outro. Eu queria saber o que se passava em sua cabeça. Quais eram seus devaneios e seus pesadelos. Mas, como não nos falávamos, eu teria que descobrir tudo isso através de sua linguagem corporal. Quando estava com raiva dos pais, ele era bruto. Quando estava com o coração partido por causa de Nicholas, seu corpo se demorava mais junto ao meu.
No batente da porta, dei um passo para o lado. Joseph entrou.
Não passamos do hall dessa vez. Ele arrancou minhas roupas, e eu arranquei as dele.
Joseph me pressionou contra a porta do armário e me ergueu, puxou meu cabelo, e meus
dedos se entrelaçaram nos dele. Minhas pernas envolveram a cintura de Joseph, e, sem
qualquer aviso ou hesitação, ele me penetrou. O choque enviou faíscas pelo meu corpo,
fazendo-me gemer e murmurar seu nome enquanto ele entrava e saía de mim. Eu estava a
segundos de me perder nele.
Uma das mãos de Joseph segurava minhas costas e a outra acariciava meu seio. Ele ia cada
vez mais fundo.
Sentir.
Provar.
Lamber.
Trepar...
Estávamos lentamente nos viciando naquilo: ele aparecia, e eu o convidava a entrar. A
paixão era a nossa droga, éramos viciados no clímax. Eu gemia seu nome, ele murmurava o meu. Nós nos movíamos, nos afastávamos, nos agarrávamos um ao outro, suspirávamos.
Recuperamos o fôlego, e ele me colocou de volta no chão. Mas, desta vez, em vez de ir
embora, Joseph seguiu na direção da minha sala de estar.
— O que você está fazendo? — perguntei.
Ele seguiu pelo corredor em direção ao meu quarto.
— Vista suas roupas.
— O quê? Por quê?
— Assim eu posso tirá-las novamente.

Minha viciante Demi...

Meu sofrido Joseph...

desculpem a demora mas aconteceram tantas coisas na minha vida esta semana.
infelizmente eu perdi o meu pai na semana passada e fiquei tão mal.
mas agora a dor só será saudade, já estou bem melhor e de volta para o blogger.
desculpem pelo o capítulo pequeno mas só consegui isto por hoje.
será que essa relação somente de sexo entre a Demi e o Joseph irá dar certo?
o que acham? deixem seus palpites.
eu espero muito que vocês tenham gostado amores, volto em breve.
resposta do capítulo anterior aqui.

11/12/2018

29. i am fine


Eu cozinhava desde que tinha cinco anos. Minha mãe nunca me deixava nada para comer
além de uma lata de sopa, então tive que aprender a usar o abridor de latas e o fogão para
aquecê-la. Quando completei nove anos, fazia pizza sozinho, com massa de pão, usando
ketchup e queijo processado. Aos treze, eu já sabia como rechear e assar um frango.
Então, o fato de Jacob estar sentado diante de mim com a testa franzida era preocupante.
Nós estávamos a uma mesa do Bro’s Bar & Grill, e eu havia colocado um prato de risoto com
cogumelos e linguiça diante dele. O restaurante ainda estava fechado, e era a segunda vez
que ele me pedia para preparar um prato.
— Hum... — murmurou, pegando o garfo e provando uma grande porção de risoto.
Observei-o mastigar bem devagar, sem demostrar qualquer reação enquanto deliberava se
a minha comida era boa o suficiente para me deixar trabalhar em sua cozinha.
— Não — disse ele sem rodeios. — Não é o que eu quero.
— Você está de brincadeira comigo? — perguntei, perplexo, sentindo-me insultado. —
Esse prato me aprovou na faculdade de gastronomia. Foi meu trabalho final.
— Bem, seus professores não sabem de nada então. Não sei como são as coisas em Iowa,
mas, aqui no Wisconsin, gostamos de comida gostosa de verdade.
— Vá se foder, Jacob.
Ele sorriu.
— Traga outro prato semana que vem. Vamos ver como as coisas progridem.
— Não vou continuar trazendo pratos para você ficar falando mal deles. Isso é ridículo. Eu
posso fazer a comida do seu cardápio. Só me dê o emprego.
— Joseph, eu te amo. De verdade. Mas, não. Preciso que você cozinhe com o coração!
— Eu cozinho com as mãos!
— Mas não com emoção. Volte quando encontrá-la.
Eu o empurrei. Ele riu novamente.
— E não esqueça, você ainda me deve a receita da máscara para o cabelo!

***

— Como estão indo as coisas até agora? — perguntou Nicholas.
Estávamos na clínica para o terceiro ciclo de quimioterapia. Eu odiava aquele lugar, pois
fazia o câncer parecer mais real do que eu estava pronto para encarar, mas fiz o melhor que
pude para esconder meus medos. Nicholas precisava que eu fosse forte, o irmão que estaria
sempre ao seu lado, não o cara fraco que eu era naquele momento.
Era difícil para mim observar as enfermeiras colocarem vários cateteres nos braços do meu
irmão. Ele estremecia de dor, e isso era quase a morte para mim. Ainda assim, tentei agir
normalmente.
— As coisas estão bem. Jacob tem sido um idiota. Ele disse que eu tinha que aperfeiçoar
três pratos antes de me contratar para trabalhar em sua cozinha.
— Parece justo.
Revirei os olhos.
— Sou um ótimo cozinheiro! Você sabe disso!
— Sim, mas Jacob, não. Crie alguns pratos diferentes em casa. Não deve ser nada de mais.
Ele estava certo, não era nada de mais, mas ainda me irritava o fato de Jacob ter me
oferecido o trabalho quando cheguei à cidade e agora estar colocando empecilhos.
— Como foi rever Demi? — perguntou ele, fechando os olhos. — Imagino que deva ter
sido estranho.
— Revê-la com ou sem roupas?
Nicholas arregalou os olhos, chocado.
— Não! Você está dormindo com Demi? — indagou ele, meio gritando, meio sussurrando.
Dei de ombros.
— Defina “dormir”.
— Joseph!
— O quê?
— Por quê? Por que você está transando com Demi? Essa é uma péssima ideia. A pior de
todas. Achei que o plano era evitá-la a todo o custo para que você não voltasse ao passado.
Cara, você transou mesmo com ela? Como foi isso que aconteceu?
— Bem, quando duas pessoas tiram as roupas... — comecei, sorrindo.
— Cale a boca. Eu já fazia sexo quando você ainda usava cuequinhas de super-heróis.
Como isso foi acontecer com vocês dois?
Eu não podia dizer que fui procurá-la quando estava mal, porque ele ficaria péssimo se
descobrisse que eu não estava sendo forte. Mas eu não queria mentir. Então, disse a verdade.
— Ela é o meu lar.
Nicholas deu um sorriso.
— Depois de todo esse tempo, de tudo que vocês passaram, o sentimento ainda está aí,
hein?
— É só sexo, Nicholas. E só fizemos uma vez. Sem compromisso. Sem vínculos. Foi só uma
forma de relaxar.
— Não. Nunca é só sexo com vocês dois. Só para deixar claro, sempre gostei de vocês
juntos. Dallas odiava, mas eu adorava a ideia.
— Por falar em Dallas, não vamos contar nada para ela. Ela vai surtar.
— Surtar sobre o quê? — perguntou Dallas, entrando no quarto com café na mão esquerda
e um livro na direita. Ela fazia aulas do mestrado à noite e, quando não estava cuidando de
Nicholas, estava com a cabeça enfiada em algum livro. Às vezes, mesmo quando estava
cuidando dele, ela lia alguma coisa.
— Quebrei um pires na sua casa por acidente — menti.
Ela olhou por cima do livro.
— O quê?
— Foi mal.
Dallas começou a me questionar cada detalhe do incidente com o pires que eu não tinha
quebrado, e Nicholas sorriu para mim antes de fechar os olhos e esperar que a sessão de
quimioterapia terminasse.

***

Trinta e duas horas depois de Nicholas fazer quimioterapia, ele estava determinado a se
apresentar no bar. Dallas e eu tentamos fazer com que mudasse de ideia, mas ele se recusou,
dizendo que não podia simplesmente desistir do seu sonho. Agora, ele usava um boné de
beisebol preto todos os dias para tentar esconder a queda de cabelo, mas eu sabia que os fios
estavam caindo.
Nós nunca conversávamos sobre isso.
A respiração de Nicholas estava ofegante ao caminharmos até o carro, como se os poucos
passos fossem quase mortais para ele. Isso me preocupou muito.
— Viu, pessoal? — ele respirou fundo. Dallas o ajudou a se acomodar no banco do carona.
— Estou bem.
Dallas deu a ele um sorriso falso.
— Você está mesmo indo muito bem. Mal posso esperar para ver, em algumas semanas,
como a quimioterapia está dando resultado, porque eu sei que está. Tenho certeza disso. E
acho legal seguirmos com a nossa vida normalmente. Acho legal você continuar tocando
violão nos shows. Os médicos dizem que a rotina é importante. Isso é bom. Isso é muito bom
— repetia Dallas, e eu pousei a mão de modo reconfortante no banco do carona, onde Nicholas havia se sentado.
Ele me lançou um sorriso fraco.
Percorremos poucos metros antes que precisássemos parar o carro. Nicholas saltou do banco e começou a vomitar na calçada. Dallas e eu corremos até ele e o seguramos com firmeza para que não perdesse o equilíbrio e caísse.
Esse câncer estava se tornando mais real a cada dia.
Eu odiava isso.
Eu odiava tudo a respeito dessa doença repugnante. Como ela atingia as pessoas mais
fortes do mundo e as forçava a fraquejar. Como ela não só afetava as pessoas, mas as sugava
totalmente.
Se houvesse uma pílula mágica que eu pudesse tomar para transferir toda a dor de Nicholas
para mim, eu a tomaria todos os dias da minha vida.
Meu irmão não merecia passar por isso.
Nenhum ser humano merecia.
Eu não desejaria o câncer nem para o meu pior inimigo.
Voltamos para o carro e fomos direto para casa, pois não havia qualquer chance de Dallas
conseguir tocar do jeito que estava. Quando chegamos, Dallas e eu tivemos que ajudá-lo a
caminhar até o quarto.
— Estou bem — garantiu ele, a voz exausta. — Só preciso dormir um pouco. Eu deveria ter
dado um intervalo maior entre a quimioterapia e o show. Foi um erro idiota.
— Vou ficar na sala estudando. Se precisar de alguma coisa, me chame, está bem? — disse
Dallas, ajudando-o a se deitar e cobrindo-o com um lençol. Ela beijou o nariz dele, e Nicholas fechou os olhos.
— Ok.
Ela saiu do quarto, e eu continuei ali, observando o peito de Nicholas subir e descer. Ele
parecia tão magro que eu me sentia mal... O que posso fazer para você superar isso? O que
posso fazer para endireitar as coisas?
— Estou bem, Joseph — assegurou ele, como se lesse minha mente.
— Eu sei, é só que... eu me preocupo, só isso.
— Não desperdice seu tempo. Porque estou bem.
Ergui o ombro esquerdo. Eu te amo, irmão.
Ele moveu o direito, como se pudesse ver o que eu tinha feito, mesmo com os olhos
fechados.
— Vou sair um pouco. Peça para Dallas me ligar se precisar de alguma coisa.
— Vai sair para molhar o biscoito? Para brincar de médico? Para fazer coisas de adulto
com uma garota chamada Demi? — brincou ele.
— Nicholas, cala a boca.
Eu ri.
Mas, sim.
Era exatamente isso o que eu iria fazer.

eu amo essa amizade do Jacob, Nicholas e Joseph.
será que o Nicholas irá se recuperar logo? deixem suas opiniões.
eu espero muito que vocês tenham gostado amores, volto em breve.
respostas do capítulo anterior aqui.