O problema com as propriedades de Palm Beach era que muitas delas, incluindo a de Joseph, possuíam portões eletrônicos que impediam que visitantes indesejáveis chegassem até a porta.
Como Demi temia, ela havia se tornado um destes visitantes. E fora a Sra. Snowden quem a informara disso, enquanto ela esperava em seu carro alugado diante dos portões. Num tom gélido, a secretária de Joseph dissera pelo interfone:
— Fui instruída a informá-la de que se você se aproximar desta casa novamente, ou de qualquer outra propriedade da família Jonas, o Sr. Jonas nem vai se dar ao trabalho de chamar a polícia. Irá cuidar disso pessoalmente. - Fez uma pausa, como se estivesse incerta se seria ou não necessário acrescentar um conselho pessoal e depois, obviamente, decidiu que sim: — Se eu fosse você, não o poria à prova. Adeus.
Com medo de começar a chorar ali mesmo, onde a Sra. Snowden poderia vê-la através do monitor, Demi engatou a marcha à ré no carro. E, então, avistou Courtney descendo a escadaria da frente, vindo na direção dela.
Demi desceu do carro e encaminhou-se para os portões. Courtney parou do outro lado e fuzilou-a com um olhar de desprezo.
— Como teve coragem? - inquiriu, com uma raiva amargurada. — Como pôde fazer isso conosco, que sempre a tratamos tão bem?
— Eu sei o que você deve estar pensando, Courtney - Demi falou, penosamente. — Nem espero que você acredite, mas eu não sabia de nada, não tinha ideia de que isto iria acontecer. - Engoliu em seco, antes de obrigar-se a continuar. — Eu... eu amei sua família, cada um de vocês.
Os olhos esverdeados de Courtney eram tão parecidos com os de Joseph que, inconscientemente, Demi tentou memorizá-los sob a luz do sol, mesmo que estivessem fitando-a com fria animosidade.
— Não sou tão estúpida a ponto de acreditar nisso.
Demi aceitou a condenação com um leve gesto de cabeça.
— E eu não posso culpá-la por isso. - Começou a virar-se e, de repente, deu-se conta de algo tão pungente que teve de piscar várias vezes para afastar as lágrimas, antes de acrescentar: — Obrigada por não ter-me acusado de ser uma assassina, além de espiã.
Courtney descartou o agradecimento com um encolher de ombros.
— Não sou tão estúpida a ponto de acreditar que você tenha matado Marie.
Demi virou-se, porque não tinha mais nada a dizer, mas Courtney ainda não terminara:
— Não fui à escola hoje porque imaginei que você apareceria por aqui, mas é melhor não voltar nunca mais. Você tem sorte porque Joseph viajou. Ele não está apenas zangado. Ele a odeia.
Demi assentiu.
— Eu entendo. Você acha que, se eu desse um tempo e escrevesse uma carta, ele pelo menos a leria?
— Não há a menor chance - Courtney afirmou, dando-lhe as costas e se afastando.
Courtney esperou que Demi saísse com o carro, antes de virar-se e voltar para os portões lentamente, observando-a até que desaparecesse na distância. Então, levou as mãos aos olhos e apertou-os com força, para impedir-se de chorar.
Durante a viagem de volta a Bell Harbor, Demi sentira-se infeliz demais para preocupar-se com o impacto que a notícia de sua prisão teria em sua vida e seu trabalho, dali em diante. Porem, algumas horas depois de chegar, já não tinha mais dúvidas.
Quando ligou para a mãe na loja, a fim de avisá-la de que estava em casa, Dianna ignorou as reclamações de Lydia e fez questão de tirar o restante do dia de folga, por ”motivos pessoais”. Sara interrompeu um encontro com um cliente importante e chegou logo depois da mãe de Demi. Depois, as duas passaram a mimá-la como se ela estivesse doente, trazendo-lhe petiscos e comidinhas preferidas, numa tentativa de restaurar tanto o seu ânimo quanto seu apetite.
Mas Demi nem sequer percebeu estes agrados, porque de fato sentia-se doente. Abraçada numa almofada, encolheu-se num canto do sofá e lhes contou tudo o que sabia sobre o assassinato.
Sara e Dianna haviam reconhecido Nicholas a bordo do iate de Joseph, durante uma reportagem que viram na tv, e Demi não tinha mais motivos para lhes esconder o seu verdadeiro relacionamento com o agente do FBI. Porem, para evitar que Dianna ficasse mais preocupada e aborrecida, Demi as fez acreditar que era Joseph Jonas o objeto da investigação de Nicholas, e deixou Patrick Lovato de fora da história. Contou-lhes sobre Selena, Patrick, sobre as pessoas que conhecera e coisas que havia feito, mas preferiu omitir seu breve caso de amor com Joseph. Não sabia como falar sobre ele, e nem se conseguiria fazê-lo sem desabar completamente.
Quando os assuntos se esgotaram, Dianna foi para a cozinha preparar uma xícara de chá
para Demi, enquanto Sara fazia uma tentativa de levantar os ânimos bastante abalados da amiga.
— Você encontrou algum ”homem perfeito” por lá? - Sara brincou.
Demi teve de fazer um esforço para manter a expressão indiferente.
— Eu... bem, sim...
— Quantos?
— Não muitos. Só um.
— Só um? Palm Beach é o ponto de encontro preferido da imensa maioria dos ”homens perfeitos”. Você não deve ter olhado direito.
Demi fechou os olhos e viu o rosto bronzeado, os lindos olhos esverdeados, e os lábios insistentes indo ao encontro dos seus. Engoliu em seco.
— Ele era tão perfeito quanto possível.
— Quer dizer que você o conheceu?
— Ah, sim - Demi respondeu, com a voz fraca. — Eu o conheci.
— E saiu com ele?
— Sim.
— E...? - Sara incitou-a.
A voz de Demi era apenas um sussurro, e ela teve de limpar a garganta.
— Nós gostamos um do outro.
— Quanto vocês se gostaram? - O sorriso de Sara foi desaparecendo ao ver a expressão da amiga e ao ouvir-lhe a voz.
Demi recostou o rosto na almofada que estava abraçando, e engoliu em seco novamente, tentando conter as lágrimas.
— Muito - respondeu.
— E ele tem um nome? - Sara indagou.
— Joseph Jonas.
— Joseph Jonas? - Sara quase engasgou. — Joseph Jonas?
Como muitos moradores de Bell Harbor, Sara assinava o jornal Palm Beach Daily News, e mantinha-se sempre bem informada sobre as atividades sociais da cidade.
— Escute bem, Demi: mesmo se não fosse um contrabandista de armas, você não iria querer ficar com ele. Ele está sempre acompanhado de mulheres ricas e glamourosas em todas as fotos que vejo no jornal, mas nunca permanece muito tempo com a mesma.
Antes que Demi pudesse responder, sua mãe retornou da cozinha com o chá, e foi logo dizendo num tom firme, mas gentil:
— Não creio que Demi deva perder as esperanças de que tudo isso acabará bem. O assassino de Marie será descoberto, e então Selena e Patrick ficarão sabendo que ela é inocente, e irão perdoá-la. E, até agora, ninguém afirmou que alguma coisa ilegal tenha sido encontrada nos iates de Joseph Jonas. Tenho certeza de que ele é inocente, do contrário Demi jamais teria... - Interrompeu-se e olhou com carinho para sua filha infeliz, acrescentando com convicção: — Do contrário Demi não teria se apaixonado por ele. Quando a inocência dele ficar provada, Demi poderá lhe pedir desculpas. Não tenho dúvida de que ele seja um homem gentil e bondoso, que acabará compreendendo e perdoando. - Olhou para Demi. — Não é verdade, querida?
Demi lembrou-se de seu último telefonema para Joseph, e ergueu os olhos lacrimejantes para a mãe.
— Não - respondeu.
Poucos minutos depois, Demi deu-se conta de que teria de tomar providências imediatas para superar tudo aquilo. Pegou o telefone e ligou para o departamento de polícia.
— Matt, aqui é Demi - disse ao tenente Caruso. — Gostaria de voltar ao trabalho amanhã mesmo, em vez de segunda-feira, se for possível.
— Você já está na cidade? - ele perguntou, e quando ela respondeu que sim, ele disse para que se apresentasse no serviço na manhã seguinte.
Depois que desligou, Caruso foi até a mesa de Jess Smith.
— Demi está em casa - informou. — Eu lhe disse que poderia voltar ao trabalho amanhã. Só espero que o capitão Ingersoll não se incomode, pois, afinal, ela foi acusada de assassinato... Jess levantou-se.
— Caruso, você é um imbecil.
— Aonde você vai? - Caruso chamou, enquanto o outro saía.
— Pode me chamar pelo rádio, se precisar de mim - Jess avisou mas, antes de sair, parou na mesa do despachante. — Demi está de volta - informou-o. — Está na casa dela.
Antes que Jess chegasse em seu carro, o despachante já havia avisado a todos os oficiais que estavam de serviço em Bell Harbor e nos arredores.
Em dez minutos, uma fila de carros de patrulha começou a parar na frente da casa de Demi. Jess foi o primeiro a chegar, e Sara atendeu a porta. Não tinham mais se visto desde aquele dia em que ele a procurara depois do churrasco na praia, e Sara titubeou quando o viu parado ali.
— Venha aqui fora um instante - Jess ordenou, puxando-a para a varanda. — Como ela está?
— Está bem - Sara respondeu com firmeza. — Está ótima.
Mas Jess não se deixou enganar.
— De verdade, Sara, como ela está lidando com tudo isso?
— Mais ou menos.
Jess assentiu, como se já esperasse tal resposta. Depois, fez a última coisa que Sara esperava, ou queria, que ele fizesse. Aproximou-se dela e segurou-lhe o queixo com os dedos, sorrindo sem a menor sombra de zombaria ou sedução.
— Você acha que podemos fazer as pazes por enquanto, pelo bem dela?
Sara assentiu, espantada, apanhada de surpresa pela delicadeza na expressão dele, quando a olhava.
— Eu gostaria muito disso, Jess.
Pelo restante da tarde, e durante parte da noite, uma contínua procissão de carros da polícia parou na frente da casa de Demi, desaparecendo depois de algum tempo. Caixas de pizza e embalagens de sanduíches acumulavam-se na mesa da sala, enquanto os amigos de Demi inventavam desculpas para passar por ali e cumprimentá-la.
Mas ela sabia o que estava realmente acontecendo.
Seus colegas vinham lhe demonstrar seu apoio e tentar animá-la. E isso funcionou bem, até a hora em que ela foi se deitar. Sozinha na cama, não havia mais nada para distrair seus pensamentos, que se voltavam para Joseph. Adormeceu pensando nas vezes em que ficara deitada ao lado dele, depois de fazer amor, com a cabeça apoiada em seu ombro, as mãos acariciando-o distraidamente, até que os dois caíssem no sono. Ou que se amassem outra vez.
Tadinha da Demi :(
O que acharam? Comentem, bjs lindonas <3
To amando!!!! Por favor faça uma maratona. Plis
ResponderExcluirAmor, não vou fazer maratona porque a história já ta acabando :(
ExcluirAmanha posto mais!!!
Bjs lindona <3
Poxa, achei que a Courtney fosse ficar do lado dela, ela é tão esperta, como não percebeu que Demi estava dizendo a verdade!!! Achei o máximo o apoio que os amigos estão dando a ela!!! Torcendo pelo Jess e a Sara tbém!!! O pai do Joe também esta contra a Demi? Continuaaa....
ResponderExcluirA Courtney está bem abalada com tudo que aconteceu e o Patrick está chateado com a Demi, ele acha mesmo que foi ela que matou
ExcluirAmanha posto mais!!!
Bjs lindona <3