01/12/2016

heartbeat: capítulo 2


Creme ou açúcar

Demi acordou no dia seguinte mais uma vez fascinada com o corpo de Alex, que ainda dormia. Deitou a cabeça no peito quente dele e começou a divagar sobre seu relacionamento. Era cheio de coisas estranhas, como o de qualquer outro casal. Ela sabia que se acostumaria, mas por enquanto o estilo de vida muito acelerado que o namorado levava era um grande desafio. De início, as diferenças não pareceram tão grandes porque a relação crescera e florescera no mundo dela.
Agora que Demi estava no dele, precisava aceitar muita coisa.
Ser um troféu não estava entre seus objetivos de vida. No entanto, desde que se mudara para Nova York, Alex parecera querer forçá-la a assumir esse papel. Quando saíam juntos, ele a exibia para os poucos amigos que Demi tivera a chance de conhecer. Ela também notara uma mudança no comportamento de Alex, tratando-a como se fosse seu dono. Às vezes era fofo coisa de namorado, mas na maioria das ocasiões tinha algo de autoritário e perturbador. Ainda assim, naquele exato momento, com os sentidos saturados dele e considerando tudo de bom que Alex fizera por ela, Demi aceitava o relacionamento tal como era. Aninhou-se junto de Alex, afastando uma mecha de cabelo rebelde da testa do namorado.
Ele se remexeu e sorriu.
– Você acordou cedo. – a voz soou rouca, por ter acabado de acordar. – Não fiz um bom trabalho colocando você em coma pós-sexo ontem à noite.
Aconchegando o rosto na dobra do braço de Alex de maneira brincalhona, ela sorriu.
– Se tivesse conseguido me colocar em coma pós-sexo, nunca mais poderia transar comigo.
– Você está muito enganada, meu amor. Eu transaria com você de qualquer jeito, com ou sem coma.
– Você é nojento – brincou Demi, rindo e sentando-se na cama.
Com um brilho predatório nos olhos castanhos, ele perguntou:
– Pronta para a segunda rodada?
– Você não prometeu me levar para tomar café da manhã hoje?
– Prometi. E vou.
– Bem, preciso estar no trabalho às dez e ainda tenho que tomar banho.
– Você sabe que, quando necessário, sou bom numa rapidinha – disse Alex, pondo-se de pé e a puxando para si.
Incapaz de negar, ela cedeu, enquanto ele despia a ambos a caminho do banheiro. Demi encostou no armário do lavabo e o observou abrir o chuveiro. Sentiu a tensão que emanava do corpo dele enquanto Alex caminhava para ela com um sorriso de menino que sempre a derrotava. Ele a puxou e a beijou com tanta delicadeza que Demi sentiu seus lábios estremecendo junto aos dele.
Não conseguiria se libertar do encanto hipnótico daquele beijo nem se quisesse. Sentindo as mãos de Alex alisarem cada pedacinho de seu corpo, marcando sua pele com aquele toque abrasador, seu sangue ferveu, fazendo o corpo desejar mais. Ele deslizou a boca pelo vale entre os seios dela e roçou o mamilo com a língua. Aquilo a enlouqueceu.
Erguendo os olhos para fitá-la, Alex sugou e rodeou o bico rijo com a língua.
– Você gosta disso, não gosta?
– Sim – respondeu Demi, ofegante, enquanto as mãos dele agarravam os cabelos dela.
Num ritmo lento e enlouquecedor, ele enfiou os dedos em sua boceta úmida. A pressão era deliciosamente torturante e coincidiu com a contração súbita entre suas pernas. Alex a beijou com mais intensidade quando sentiu as unhas dela se cravarem em suas costas. Gemeu quando Demi correu as mãos por seu peito, os dedos deslizando bem devagar pelo abdômen definido. Ela enlaçou a cintura dele com as pernas e Alex a carregou para o chuveiro. Encostou-a na parede, e ela deixou escapar um arquejo de prazer quando ele a penetrou. Todas as terminações nervosas de Demi se incendiavam enquanto os corpos pareciam se fundir.
– Nossa, como você é gostosa, Demi – sibilou ele, a voz carregada de desejo.
Ela se agarrou aos ombros rijos enquanto a água quente escorria por seus corpos. O desejo dela crescia a cada pulsar e estocada. Com os lábios colados aos dele, Demi apertou mais as pernas ao redor da cintura, arqueando o corpo para junto do de Alex, tomando para si tudo o que ele tinha para oferecer. Os olhos dele se arregalaram ao sentir a carne quente e escorregadia dela se contraindo ao seu redor. Demi gemeu de satisfação e completude ao sentir os espasmos e o tremor de Alex. Enterrando o rosto no pescoço delicado da namorada, ele deixou escapar um grunhido gutural ao gozar. Quando Alex se afastou, os olhares se cruzaram e se fixaram, buscando outra vez o equilíbrio enquanto a respiração voltava ao normal.
– Amo você, Demi – disse ele, colocando-a no chão com todo o cuidado e a puxando para junto de si. – Fico feliz que esteja aqui comigo.
– Também amo você e sinto muito pela forma como agi ontem, antes de você sair. – ela lhe deu um beijo rápido no peito, as mãos emoldurando o rosto dele. – Vou tentar ser mais compreensiva em relação a essa sua agenda maluca.
Ele sorriu para ela com carinho.
– Eu sei que vai.
Passaram um bom tempo no banho. Alex a ensaboou de maneira brincalhona e Demi retribuiu esfregando as costas dele. Deu-se conta de que o que ele dissera na noite anterior era verdade.
Precisava estar em Nova York com Alex. Ela o amava. Não havia uma única fibra em sua alma que fosse capaz de morar tão longe dele outra vez.
Considerando que não teriam mais tempo de sair para tomar café da manhã, Demi acabou preparando o desjejum para os dois. Depois de limparem a cozinha, Alex foi para o trabalho.
Demi também se arrumou para sair e ligou para a irmã, Dallas, que morava na Califórnia.
Demi sentia muita saudade dela. Dez anos mais velha, Dallas era como uma segunda mãe. Tinha se casado com o namorado da escola, Michael, havia seis anos. Para suprir a ausência do pai, Demi buscava em Michael a ajuda que teria lhe pedido caso estivesse ao seu lado. Dallas e Michael eram tudo para Demi. Encontrá-los antes da morte da mãe tinha sido difícil, mas estar em extremidades opostas do país significava visitas ainda menos frequentes. No entanto, haviam marcado uma data provisória para se verem dali a alguns meses.
Assim que desligou o telefone, Demi entrou num táxi e seguiu para o trabalho. De repente se lembrou de como a mãe havia desejado visitar Nova York. Tinha até comprado entradas para um espetáculo na Broadway, mas adoecera logo depois. O avanço rápido da doença a impedira de fazer a viagem. A lembrança tinha um sabor amargo e doce ao mesmo tempo. Ali estava ela, na cidade que a mãe desejara conhecer, mas não estavam juntas.
Enquanto entrava no restaurante, Demi tentava afastar a tristeza.
– Ei! Não vai me dizer oi? – perguntou Roberto, o cozinheiro espanhol. – Eu gosto de você, Demi. Gosto muito de você.
– Oi, Roberto. – ela riu. – Também gosto de você.
Ele corou enquanto Demi batia o cartão no relógio de ponto. Fallon lhe disse que, como no dia anterior ela dera conta do trabalho no horário de pico, achavam que estava pronta para cuidar de uma área de mesas. Seus primeiros clientes foram policiais de Nova York.
Antonio a observou atentamente enquanto ela os abordava.
– Oi, meu nome é Demi e vou servi-los hoje. – sorrindo, ela sacou a caneta e o bloquinho do bolso do avental. – Os senhores vão pedir as bebidas por enquanto, ou já sabem o que vão querer?
O policial mais velho, um sujeito de cabelos grisalhos, retribuiu o sorriso.
– Você não é a nossa garçonete de sempre.
– Não, senhor. Comecei a trabalhar aqui ontem, então peguem leve comigo, está bem?
Demi virou-se e indicou Antonio atrás de si. – Meu patrão está de olho.
Com expressões simpáticas, eles riram, sem dúvida achando o comentário divertido.
O policial mais jovem brincou:
– Quem? Antonio? Que nada, ele é inofensivo.
O policial de meia-idade deu um sorriso afetado.
– Não se preocupe. Vamos tentar ser bonzinhos, mas às vezes somos um pé no saco.
– Bem, não sejam muito duros comigo, rapazes. – Demi estava contente por eles terem senso de humor. – O que vão beber?
Ela anotou os pedidos e os enviou para a cozinha. Atendeu mais algumas mesas antes de
o corre-corre do almoço começar de verdade. O lugar foi de “bem tranquilo” para “um manicômio com todos os tipos possíveis de clientes”.
Quando Demi ia entregar o pedido de uma de suas mesas, Antonio a chamou e fez sinal para uma das baias reservadas no canto.
– Ei, Caipirinha, chegou mais uma pessoa no seu setor. Tudo bem atender mais uma mesa?
Ela ajeitou a bandeja junto ao ombro.
– Claro, estou bem. Já vou lá.
Ele assentiu e se afastou, apressado, em direção à porta para receber mais clientes. 
Demi estendeu a mão para pegar um cavalete e apoiar a bandeja e em seguida distribuiu os pratos para o grupo de cinco pessoas.
– Precisam de mais alguma coisa?
Uma morena atraente com um vestido leve de verão ergueu um copo de refrigerante vazio.
– Um refil, por favor.
Demi deu um sorriso apressado e pegou o copo.
– Volto já.
Foi até a máquina de refrigerante, olhando em direção à nova mesa, mas mal conseguindo ver o cavalheiro solitário que ainda não tinha sido atendido.
– Merda – murmurou.
Voltando depressa para o grupo de cinco, Demi entregou a bebida à mulher.
– Desculpe por não ter trazido antes. Alguém mais precisa de alguma coisa? –perguntou outra vez, rezando para que ninguém pedisse nada. Todos balançaram a cabeça, negando.
Demi deixou escapar um discreto suspiro de alívio e lhes disse que em breve voltaria para ver se estava tudo bem. Afastando-se, tirou o bloquinho de pedidos do bolso e foi até a baia.
Deslizando a mão pela testa suada, se aproximou da mesa e, sem querer, deixou cair a
caneta. Ajoelhou-se para pegá-la, mas antes que pudesse fazê-lo, o cliente já estendia a mão
em sua direção.
– Obrigada – disse Demi, ainda agachada. – É muita gentileza. Posso... – A voz falhou quando seu olhar cruzou com o dele.
Era o Sr. moreno, gostoso e bonitão do elevador. Demi ficou sem fôlego ao vê-lo ali, sentado, muito à vontade. Precisou segurar a mesa para se equilibrar enquanto se levantava devagar.
Era ainda mais bonito do que ela se lembrava. Não que vinte e quatro horas pudessem apagar a imagem dele de sua mente, mas agora ele estava tão presente, másculo e atraente. Fez despertar o já tão conhecido comichão na pele dela. Estava sem o paletó, pendurado com capricho num gancho ao lado da baia. Usava uma camisa branca engomada e a ausência de cor só destacava ainda mais os seus olhos esverdeados.
Os lábios de Joseph se curvaram num sorriso.
– Você não parece muito feliz em me ver.
– Eu só estou um pouco... hum... – ela lutava para encontrar as palavras.
Joseph não queria admitir que sua necessidade de vê-la outra vez era tão intensa a ponto de ter cancelado uma reunião com um cliente importante na esperança de pegá-la no trabalho. Também não lhe diria que quando as portas do elevador se fecharam na noite anterior sentira um estranho vazio pela partida dela.
– Você saiu tão apressada ontem! Nem tive a chance de lhe dar uma gorjeta.
– Aaahhh. – Demi prolongou a interjeição, tentando pensar no que dizer, já que Joseph parecia bloquear seus pensamentos. – Certo... sobre a forma como fui embora... Me desculpe. Quer beber alguma coisa? – ela mordeu a tampa da caneta.
Joseph passou os olhos sobre os lindos lábios e sorriu diante daquela reação nervosa.
– Claro. Vou querer um café, por favor.
– Creme ou açúcar?
Ele inclinou a cabeça.
– Você põe?
– O quê?
– Creme ou açúcar no seu café?
– Por que quer saber? – indagou Demi, confusa com aquela pergunta.
– Bem, estou tentando descobrir o máximo que posso sobre você. Achei que café seria um assunto simples. Mas posso ter me enganado.
Demi deixou escapar uma risadinha.
– Isso parece coisa de stalker. Não acha?
– Hum... um stalker. Acho forte demais. – ele riu, e o divertimento se refletiu em seus olhos. – Prefiro chamar de curiosidade.
Ela balançou a cabeça.
– Muito bem, mas você não respondeu à minha pergunta: vai querer creme ou açúcar?
– Você não respondeu à minha pergunta. – ele arqueou uma sobrancelha perfeita. – Põe um dos dois no seu café?
Certa de que ia perder a batalha, ela cedeu:
– Sim.
– Ah, os opostos de fato se atraem. –Joseph se recostou no assento e cruzou os braços. – Vou querer o meu puro, por favor.
Demi piscou, olhando para aquele rosto sensual por mais alguns segundos. Ela se virou e
caminhou outra vez até a mesa anterior, para perguntar se os cinco clientes precisavam de
alguma coisa. Eles disseram que não, então ela entregou a conta. Depois foi até o balcão do
café, sem fôlego por causa daquele homem desconhecido. Enquanto Demi preparava a bebida, Fallon se aproximou depressa.
Com os cabelos pintados de preto, ficou boquiaberta ao olhar para Joseph.
– Caipirinha, você conhece aquele cara?
Demi respirou fundo e se virou para Joseph. Ele estava distraído com o jornal.
– Não... bem... mais ou menos, eu acho. – ela colocou o café dele numa bandeja.
Fallon arrancou o bloquinho de Demi de dentro do avental, anotou seu nome e telefone nele e o entregou de volta.
– Pelo amor de Deus! Entregue isso a ele. Meus olhos nunca viram um homem tão gostoso!
– Gostoso é pouco. – Demi começou a se afastar, mas então se virou de volta. – Espere aí, e o namorado que tem idade para ser seu pai?
Fallon pôs as mãos nos quadris e deu um sorriso irônico.
– Quando tenho uma oportunidade, estou disponível para qualquer idade, raça ou gênero.
Balançando a cabeça, Demi riu e foi caminhando até a mesa de Joseph. Tentando controlar o coração acelerado, calculou a idade dele. Não parecia ter mais que 25 anos. Com a mão trêmula, serviu-lhe o café. Ele sorriu para ela com os olhos arregalados e deixou o jornal de lado.
– Já escolheu o que vai comer? – perguntou ela, baixando a vista para as abotoaduras de ônix e o relógio que parecia ser caro.
– Na verdade, ainda nem vi o cardápio – respondeu ele, pegando-o para dar uma olhada.
– Está bem, então volto daqui a pouco.
– Espere – pediu Joseph. – Tem alguma sugestão em especial?
– A única coisa que já comi aqui foi o sanduíche de queijo Asiago com cogumelos Portobello.
– Boa pedida. Vou querer isso.
Ela já ia anotar, mas se deteve.
– Tem espinafre. Tudo bem para você?
Mordiscando o lábio inferior, Joseph sorriu.
– Seu nome e telefone vêm junto?
Ai, que desgraça, ele e esses lábios, pensou Demi.
Tentando agir como se a pergunta não a tivesse afetado, ela arrancou o papel com o telefone de Fallon e o entregou a ele.
– O meu não. Mas minha amiga pediu que eu lhe desse o dela. – Demi meneou a cabeça em direção a Fallon que estava na recepção, observando-os. – Espero que faça o seu tipo.
Joseph não desviou os olhos de Demi por um segundo sequer.
– Não estou interessado nela – respondeu sem se abalar, empurrando o papel até a beirada da mesa.
– Como sabe que não está interessado? Nem se virou para ela.
Apoiando os cotovelos na mesa, Joseph deu um sorriso que suavizou os contornos da boca perfeitamente pecaminosa.
– Sei que não estou interessado nela porque a única mulher em Manhattan cujos nome e telefone eu quero está bem aqui na minha frente.
Demi se remexeu, desconfortável, a respiração presa no fundo da garganta.
– Bem, sinto muito. Tenho namorado.
– Imaginei – respondeu ele, cruzando as pernas de um jeito displicente. – Seria quase impossível que não tivesse.
– E mesmo assim está pedindo meu telefone?
Observando a mão esquerda dela, Joseph sorriu.
– Sim. Não estou vendo nenhuma aliança no seu dedo e, enquanto não houver aliança, ainda posso ter esperança.
– Então está me dizendo que é infiel? – questionou ela, olhando-o com incredulidade.
– Eu não disse isso.
Sorrindo, Demi inclinou a cabeça.
– Bem, está supondo que eu trairia meu namorado para sair com você, o que automaticamente o torna infiel.
– Minha esperança é que você termine com seu namorado e saia comigo – acrescentou ele depressa, com um sorriso irônico. – Isso faz de mim um homem honesto.
Ela anotou o pedido.
– Honesto, não. Pretensioso, sim.
– Prefiro o termo esperançoso – argumentou Joseph, avaliando a forma como ela mordia o lábio, nervosa. – Posso ao menos saber o nome da linda garçonete que está me servindo? Abalada pelas palavras dele, mas sem querer revelar seu verdadeiro nome, Demi respondeu:
– Molly. Meu nome é Molly.
Demi ia abrindo a boca para falar quando Antonio chamou do outro lado do
restaurante:
– Caipirinha, telefone para você!
Mesmo sem querer, Demi desviou a atenção de Joseph. Foi até a recepção para atender a
ligação.
– E aí, o que ele disse? – perguntou Fallon.
Demi franziu a testa.
– Ele tem namorada.
– Merda, e eu fiquei esperando. – Fallon pegou a bolsa e se dirigiu à porta. – Pelo visto vou ter que me contentar com o velho por enquanto. Vejo você amanhã.
Com um aceno, Demi pegou o telefone. Era Alex ligando para eles planejarem a noite. Depois de desligar, ela ficou contente por ele ter telefonado, trazendo seus pensamentos de volta para onde deviam estar. Respirando fundo, caminhou até o computador e digitou o pedido de Joseph.
Cumprimentou uma família de três pessoas que chegava e completou as tarefas paralelas que tinha deixado de lado.
Por fim, arriscou-se a olhar na direção de Joseph ao se sentar ao balcão do café esperando pelo pedido dele. Sentiu-se absurdamente dominada quando seus olhares se cruzaram. Ficou confusa.
Não sabia por que o olhar dele a abalava tanto e odiava o fato de, na verdade, gostar da forma como Joseph a encarava. Demi obrigou-se a sair de seu devaneio ao ouvir um dos cozinheiros chamá-la.
Entrou na cozinha, pegou a comida de Joseph e o bule de café.
– Um sanduíche de queijo Asiago com cogumelo Portobello e espinafre – disse ela, colocando o prato diante dele. – E um pouquinho mais de café para você.
– Obrigado.
Joseph correu os olhos até o pescoço de Demi enquanto ela se inclinava para servir a
bebida. O perfume doce lhe atiçou os sentidos. Imaginando como seria deslizar os lábios por aquela linda pele, voltou a se concentrar no rosto dela e sorriu. Pigarreou, tentando afastar aquela imagem.
O coração de Demi estava disparado, as batidas falhando, enquanto ele a encarava.
– Posso lhe trazer mais alguma coisa?
– Na verdade, pode. Me desculpe – começou ele, tentando despertar do estranho encantamento no qual ela o colocara. – Recebi uma ligação avisando que preciso voltar para o escritório. Posso levar isto para viagem?
– Ah... sinto muito por ter demorado tanto – disse Demi, pegando o prato. – Vou colocar numa embalagem para você.
– Não se preocupe. Eu deveria ter avisado antes. – ele se levantou e vestiu o paletó.
Demi deu meia-volta e caminhou em direção à porta da cozinha.
Depois de deixar uma nota de 20 dólares em cima da mesa, Joseph sacou um cartão de visitas e duas notas de 100. Enrolou-as no cartão e as cobriu com uma nota de 5.
Demi voltou com a embalagem e a entregou a ele.
– Mais uma vez, sinto muito por ter demorado tanto. – ela fitou os olhos dele. Na mesma hora, seus sentidos voltaram a se aquecer.
Joseph se inclinou para a frente, a centímetros do rosto de Joseph. Pegou a mão dela e pôs o cartão e as notas em sua palma, o hálito suave junto ao seu ouvido:
– E eu já lhe disse para não se preocupar.
Demi ficou paralisada ao constatar que sua respiração se tornara tão irregular quanto os batimentos de seu coração. O hálito morno dele, tão perto dela, quase a fez perder a cabeça. Joseph irradiava uma energia sexual intensa que ela não tinha como negar e estava bastante certa de que nenhuma fêmea de sangue quente seria capaz de fazê-lo. Sem conseguir formular uma frase, ela não respondeu.
Os lábios dele se abriram num sorriso encantador.
– Me ligue se mudar de ideia, Molly.
E com isso, ele deu meia-volta e seguiu porta afora. Os olhos de todas as mulheres do restaurante o acompanharam. Demi soltou o ar, só então percebendo que estava prendendo a respiração. Contou o dinheiro, chocada, não só pelo valor da gorjeta, mas pelo fato de ele ter deixado o cartão também. O lado em branco estava virado para cima. Ela lutou contra a vontade de virá-lo. Suspirou, furiosa consigo mesma, enquanto tentava parar de pensar nele. Não adiantou. Joseph invadia cada canto de sua mente.
Não tinha como negar que o achava muito atraente. Ficara alarmada por não ter conseguido parar de encará-lo quando o vira pela primeira vez. Havia algo de misterioso naqueles olhos, que quase imploravam que ela se submetesse a ele, que o obedecesse e fizesse com ele algumas das coisas mais sacanas que sua mente podia imaginar. Talvez fossem os malares, quase proeminentes demais. Ou talvez o tom suave e rouco da voz que basicamente desarmara cada pensamento coerente que Demi tivera desde a primeira vez em que ele falou.
É claro que ele tem uma voz sensual para combinar com aquele olhar de alcova.
Sem dúvida era um gostosão, com voz e olhar sedutores. Mas Demi sabia que teria de resistir enquanto a sanidade estivesse no controle. Fez de tudo para entrar na cozinha sem conferir o nome e o telefone dele no cartão. Agindo contra todos os demônios sexuais que gritavam dentro de sua cabeça para não deixar a oportunidade passar, ela atirou o cartão no lixo e os dedos formigaram com a ausência do papel.


teve um momento Demi e Alex mas não vai durar por muito tempo hahaha
e essa tensão toda entre a Demi e o Joseph? eles estão desejando um ao outro 
comentem sobre o que acharam amores.
bjs lindonas e até o próximo <3
respostas aqui

2 comentários: