16/12/2016

heartbeat: capítulo 7



Jogos e diversão

Ao cair da noite, o pequeno grupo se sobressaltou diante de um barulho vindo da frente da casa.
Trevor decidira soltar alguns fogos para anunciar sua chegada, antes de se juntar aos outros nos fundos. Com um sorriso cintilante, foi entrando e bradando a frase que era sua marca registrada:
– Cheguei! Hora de começar a festa!
Justin, namorado de Selena, chegou logo depois. Selena deu um pulo, dando gritinhos de alegria, e lhe tascou um beijo, informando aos homens que a moça tinha dono. Caminhando até Demi, Selena anunciou:
– Justin, esta é minha melhor amiga, Demi.
– Oi, é um prazer conhecê-la. – Justin sorriu. – Já ouvi falar muito sobre você. É legal poder associar um rosto ao nome.
Demi se levantou e apertou a mão de Justin.
– O prazer é meu. Pelo visto você conseguiu encontrar o caminho sem se perder. Selena estava com medo de que não achasse o lugar.
Justin se inclinou e deu um beijo na bochecha de Selena.
– Amor, você estava preocupada comigo?
Selena ficou vermelha.
– É claro que estava.
Alex se aproximou de Demi quando Justin e Selena se afastaram. Deixou escapar um suspiro e a puxou carinhosamente para si.
– Gata, sinto muito pelo que aconteceu mais cedo. Fui um babaca. Você me perdoa?
Ela buscou os olhos dele, tentando compreender a mudança repentina.
– Você está me deixando muito confusa. Nunca agiu assim quando eu morava no Colorado, Alex.
– Eu sei, Demi – sussurrou ele, pegando a mão dela. Levou-a até os lábios e a manteve encostada ali.
– É que eu te amo muito. Tenho medo de perder você, só isso.
– Eu não vou a lugar algum. Amo você mais do que imagina, Alex. Acreditei o bastante em nós dois para vir para cá e ficar ao seu lado. Isso já devia significar o bastante.
Pondo a mão na nuca de Demi, Alex trouxe o rosto dela para mais perto ainda.
– Você tem razão. – ele se inclinou para lhe dar um beijo nos lábios e ela aceitou sem pensar duas vezes enquanto roubavam mais alguns minutinhos para fazerem as pazes. Alex se afastou devagar e acariciou os cabelos dela com os dedos. – Vou pegar mais leve, prometo.
Demi sorriu, com esperança de que as palavras dele fossem sinceras. Brincalhão, Alex lhe deu um tapinha na bunda, tascou-lhe outro beijo e avisou que ia jogar sinuca com Chris e Liam. Ela o observou desaparecer dentro da casa.
Foi caminhando em direção a Selena e Justin, que estavam aninhadas numa espreguiçadeira, muito animados por estarem juntos. Então Joseph apareceu com um baralho na frente dela.
– Então... Trevor me contou que você gosta de jogar pôquer.
Demi olhou para Trevor enquanto ele puxava uma cadeira. Seus olhos voltaram para
Joseph.
– Eu jogo muito bem, devo admitir.
– Sei... e qual seria exatamente sua modalidade favorita? – indagou Joseph colocando uma caixa de mogno cheia de fichas de pôquer na mesa.
– Gosto do Texas Hold’em.
– Hum, muito bem. É o meu favorito. – ele sentou-se na frente dela. – Podemos começar? – Joseph cortou o baralho.
– Podemos.
– A gente só vai assistir – avisou Selena com grande animação. Lançou um sorriso divertido para Demi, que balançou a cabeça.
– Bem, vocês podem até achar que são jogadores experientes, mas vou limpar a carteira dos dois. – Trevor riu, olhando para ambos por cima dos óculos. Atirou uma nota de 100 na mesa. – Sou um profissional tarimbado. Não digam que não avisei.
Joseph se ofendeu com a afirmação.
– Vamos jogar por dinheiro de verdade? – perguntou Demi.
– Claro – Joseph pegou duas notas de 100 e jogou no tampo. – Acabo de pagar a sua parte.
– Não precisa fazer isso – disse Demi, colocando-se de pé. – Vou pegar dinheiro com o Alex.
– Não se preocupe com isso. Pego com ele depois que levar você e Trevor à falência observou Joseph, lançando um de seus sorrisos pontuados por covinhas.

Trevor estava ocupado demais embaralhando as cartas para admitir ter ouvido a provocação de Joseph, mas Demi não estava ocupada a ponto de não notar aquele
sorriso enlouquecedor.
Hesitante, ela se acomodou na cadeira e também sorriu.
– Acha que vai me levar à falência?
– Ora, tenho certeza de que sim.
Rindo, Demi se recostou.
– Isso é o que vamos ver, Sr. Jonas.
O modo como o sobrenome dele deslizou pela língua dela fez Joseph tentar conter as emoções que ameaçavam transbordar de seu corpo. Ele lambeu os lábios enquanto a fitava e distribuiu as cartas.
Com as cartas em mãos, as bebidas fluindo e Selena e Justin como espectadores, o jogo começou.
Durante a hora que se seguiu, Joseph e Demi esgotaram as fichas de Trevor. E não pararam de zombar dele.
– Está bem, está bem. Mas só para que vocês saibam, estou muito bêbado; por isso joguei mal esta noite – defendeu-se Trevor, recolhendo-se para uma espreguiçadeira ao lado de Selena e de Justin.
Selena riu e consolou o irmão virando uma dose de tequila com ele.
– A velha desculpa do “bebi demais e joguei feito um idiota”. Um clássico – falou Joseph, rindo.
Trevor balançou a cabeça com uma expressão de derrota.
– Peguei pesado, não foi?
Joseph terminou a cerveja antes de responder:
– Eu diria que sim. Mas já usei essa desculpa muitas vezes – admitiu ele, dando as cartas para si e para Demi.
Depois de alguns minutos estudando-se mutuamente para ver quem teria a melhor mão,
Demi pigarreou.
– Vou apostar tudo.
Ela empurrou a pilha crescente de fichas para o centro da mesa, um sorriso do tipo “eu o desafio” se insinuando nos lábios.
Joseph a observava com atenção enquanto tamborilava devagarzinho na garrafa de cerveja vazia.
Tentando desviar os olhos dos dela, baixou-os para as próprias cartas. Tinha dois reis e outro já se encontrava sobre a mesa. Chegando o corpo para a frente, inclinou a cabeça e sorriu.
– Talvez não queira fazer isso, Srta. Lovato.
Demi também chegou para a frente, imitando a arrogância de seu adversário. Enquanto fitava os olhos que não piscavam, ela constatou que aquilo era mais difícil do que havia imaginado.
– Está com medo de arriscar?
Selena, Justin e Trevor assistiam de perto, todos com expressões curiosas. Joseph deu um sorriso pretensioso e empurrou sua pilha de fichas para junto da de Demi.
– Eu guardo meu medo para pouquíssimas coisas nesta vida, mas seu blefe não é uma delas. – ele riu e virou as cartas. – Eu gostaria de apresentá-la aos meus amigos: Os três patetas.
Selena arfou.
– Que merda! Agora você se ferrou, Demi. Ele acaba de aplicar o velho golpe dos três patetas em você.
Demi arregalou os olhos, fingindo-se horrorizada.
– Hum, é até possível que eu tenha me ferrado. – ela deu um tapinha na borda das cartas. – Mas, considerando que tenho três ases, acho que estou bem por enquanto.
Demi abriu as cartas sobre a mesa enquanto o rosto se iluminava com um enorme sorriso de satisfação.
O pequeno grupo incluindo Joseph, começou a rir histericamente. Demi puxou as três notas de 100 dólares de cima da mesa e as enfiou no bolso. Naquele momento, a tensão que vinha pesando tanto sobre os ombros dela quanto sobre os de Joseph pelo modo como seus mundos haviam colidido sumiu como um fantasma.
Por fim, Chris, Liam e Alex voltaram lá para fora. Joseph levou alguns minutos para contar a Alex sobre sua derrota arrasadora. O namorado olhou para Demi com um sorriso orgulhoso.
Depois o grupo ajudou Joseph a arrumar as coisas e todos resolveram que era melhor ir dormir.
Antes que o restante dos convidados chegasse, os rapazes costumavam fazer uma pescaria bem cedo no barco de Joseph, portanto descansar era uma necessidade. Eles se desejaram boa noite e foram para os quartos.

***

Já passava de uma da manhã quando Demi levantou da cama. Os roncos de Alex, induzidos pelo álcool, não a deixavam dormir. Na tentativa de pegar no sono, ela o cutucou, ligou a televisão e até colocou um travesseiro sobre o rosto dele, com a esperança de abafar o barulho. Nada funcionou.
Concluindo que uma boa dose de ar puro talvez ajudasse, ela abriu silenciosamente as portas francesas que davam para uma varanda.
Foi como se o mar estivesse chamando por ela. Caminhou até a beirada da varanda e espiou as ondas quebrando sobre as dunas ao longe. Como seus sentidos já haviam começado a absorver os sons, odores e paisagens que a cercavam, o “olá” de Joseph a sobressaltou.
Ela se virou de repente, uma mecha de cabelo grudando nos lábios, e deu com ele sentado numa cadeira rústica de madeira.
– Meu Deus – exclamou, mais alto do que pretendia.
– Não, não é Deus, sou eu, o Joseph. Joseph Jonas – zombou ele, pegando uma cerveja de uma embalagem com seis garrafas. – Embora em algumas situações particulares já tenham se referido a mim dessa forma. – ele riu.
Demi também riu e deu meia-volta.
– Eu não tinha percebido que esta varanda era ligada a outro quarto. Vou deixar você ter um pouco de privacidade.
– De forma alguma. Fique e tome uma cerveja comigo.
Com uma leve apreensão, Demi se aproximou de onde Joseph estava. Ele abriu uma cerveja para ela.
– Obrigada. – ela pegou a garrafa e se afundou numa cadeira ao lado dele.
– De nada. E então, o que a traz a esta varanda no meio da madrugada?
– Não consegue ouvir isso?
As sobrancelhas de Joseph franziram em sinal de confusão enquanto ele olhava em volta.
– Bem, estou ouvindo as ondas.
– Sorte sua. – ela suspirou. – Porque ainda consigo ouvir Alex roncando.
– Ah, entendi. – ele deu uma risadinha e apoiou os pés num pequeno pufe. – Nós, homens, somos impressionantes nesse quesito.
Demi balançou a cabeça e tomou um gole da cerveja.
– Com exceção de sufocá-lo até a morte, já tentei de tudo para ver se ele parava.
Joseph assentiu e deu uma piscadela.
– Hum, não é má ideia. Assim você ficaria disponível.
– Seja bonzinho – brincou ela.
– Sim, senhora – concordou ele.
Alguns minutos se passaram enquanto os dois ouviam as ondas quebrarem. O céu estava límpido, estrelado, e uma brisa fresca de verão soprava.
– Não vi você indo até o mar hoje – observou Joseph, pegando mais uma cerveja. Torceu a tampa e a atirou num jarro de terracota que já continha uma boa quantidade de tampinhas. – Não gosta de praia?
– Na verdade, eu adoro praia. – ela respirou fundo enquanto o olhar desviava do dele e ia para o mar. – Algumas das melhores recordações que tenho da minha mãe são de dias intermináveis passados na praia.
Um peso invadiu o peito de Joseph. Ele sabia que a mãe de Demi tinha falecido. Quando estavam na boate, sentira vontade de lhe dizer alguma coisa, mas tinha achado pouco apropriado fazê-lo assim, do nada. Continuou a olhar para ela, buscando as palavras certas.
Endireitou o corpo para fitá-la.
– Sinto muito pela sua perda e por tudo o que teve de passar – disse ele baixinho, por fim.
Demi apoiou o queixo nos joelhos dobrados e olhou para Joseph.
– Obrigada.
– Se não se importa, eu adoraria ouvir as recordações que você tem dela. – Joseph falava com uma voz baixa e cautelosa enquanto a encarava.
Um sorrisinho repuxou os lábios de Demi.
– Sério?
Ele fez que sim e retribuiu o sorriso.
– Eu ficaria honrado.
Ela levou um minuto para compor as ideias.
– Bem, quando eu era pequena, ela juntava dinheiro o ano todo para a gente poder ir a Santa Cruz. Alugava um apartamentinho na beira da praia e a gente passava o dia todo fora. Soltávamos pipa por horas a fio e andávamos de bicicleta pelo calçamento. – ela fez uma pausa e sorriu. – Ela adorava fazer anjos na areia, iguais àqueles que a gente faz na neve deitando-se no chão e agitando os braços. – ela deu uma risadinha diante da recordação e secou uma lágrima.
– Demi, eu... – sussurrou Joseph. Ela olhou para ele. – Minha intenção não era deixar você triste. Por favor... me desculpe.
– São lágrimas boas, Joseph. Já faz um tempinho que não falo dela. Sério, você não me deixou triste.
Aquelas palavras deixaram Joseph estupefato. Ele perscrutou os olhos de Demi e encontrou traços de felicidade misturados a uma perda incalculável. Aquilo lhe partiu o coração. Ansiava por passar os dedos pelos cabelos dela e consolá-la. Queria abraçá-la e livrá-la da dor.
– Parecem lembranças maravilhosas.
– São mesmo – respondeu Demi, com o olhar perdido. – Foi difícil vê-la doente por tantos meses, mas, para falar a verdade, quando ela deu o último suspiro, senti uma onda de alívio. Enfim ela estava em paz. – secando mais uma lágrima, Demi olhou para ele e depois para o mar. – Houve um momento em que cheguei a desejar acordar e descobrir que ela havia partido e que já não sentia mais dor. Ainda me sinto culpada por ter me sentido daquele jeito, mas não aguentava mais vê-la sofrendo.
As emoções de Joseph voaram até um lugar que ele não ousara revisitar havia algum tempo. Mais uma vez, se viu lutando para encontrar a coisa certa a dizer. A voz não foi mais do que um sussurro:
– Sei que parece que vivemos em mundos completamente diferentes, mas temos algo em comum – ele hesitou, sem saber se devia mencionar aquilo. Demi mostrou-se confusa. – Minha família quase perdeu minha mãe para um câncer de mama quando eu tinha 12 anos.
Demi deixou o ar escapar, sem ter a menor ideia do que dizer. A declaração dele a despertou de sua autopiedade.
E então Joseph fez uma coisa impetuosa. Sentindo uma súbita necessidade de tocá-la, inclinou o corpo e secou as lágrimas de Demi. Ela não se mexeu.
– Eu me lembro de como era vê-la doente e com dor. Nunca vou me esquecer do medo de não saber como seria a vida sem ela, embora eu saiba que vou ser obrigado a enfrentar isso um dia. Também me lembro de me sentir exatamente da mesma forma que você. Queria que
aquilo acabasse, ou que ela morresse para ter paz, ou que se curasse. Não aguentava mais vê-la daquele jeito. Eu costumava me martirizar por me sentir assim. Demi, só quero que você saiba que o que sentiu, que o que a gente sentiu, é uma reação humana muito genuína e normal.
Fungando, ela olhou para ele, notando a perfeição e sensualidade de seu rosto agora tocado pela tristeza. Por trás daqueles olhos encontrava-se a alma de um homem que também enfrentara sua parcela de dor, e Demi não conseguia decidir o que era pior: perder a mãe ou conviver com o medo de o câncer voltar.
Com a preocupação estampada nos olhos, Joseph se inclinou para a frente e estudou o rosto dela.
Um sorriso débil foi surgindo em seus lábios.
– Agora que consegui estragar uma noite razoavelmente decente fazendo você chorar, que tal um jogo para melhorar o astral?
Por causa da variedade de emoções que a varriam, Demi soltou uma gargalhada.
– Você não estragou a noite. – ela se levantou, secou as últimas lágrimas e esticou os braços acima da cabeça. – Eu estava precisando disso, acredite.
Joseph se levantou com ela e sorriu.
– Tudo bem, ótimo. Vai jogar comigo, então?
Ela lhe lançou um sorriso torto, olhando-o com desconfiança.
– Que tipo de jogo Joseph Jonas sugeriria? E nada de gracinhas, por favor. 
– Hum, aí você já está pedindo muito. – ele abriu um sorriso maroto e, sem dizer mais uma palavra, empurrou o vaso de terracota cheio de tampinhas até o meio da varanda.
Brincalhão, mandou que Demi se sentasse no chão com as pernas cruzadas a uns três metros do vaso. Com a expressão traindo sua curiosidade, ela fez o que lhe foi mandado. Então Joseph abriu as portas que conduziam ao seu quarto e desapareceu por um momento. Demi permaneceu sentada por alguns instantes, perguntando-se o que ele estaria fazendo. Quando voltou, trazia um suéter e um saco com mais tampinhas. Aproximando-se, atirou o suéter na cabeça dela e riu.
– Você parece estar com frio. Vista isso.
Sentou-se no chão ao lado de Demi, com as pernas cruzadas, os joelhos dos dois se tocando de leve.
Sorrindo, ela tirou o suéter de cima da cabeça e o vestiu. Por um breve instante, tentou gravar na memória aquele cheiro, que a fez se lembrar de quando se encontraram no
elevador. Não conseguia identificar o aroma com precisão: uma mistura de perfume, sabonete e loção pós-barba.
– E então, qual é o nome dessa brincadeira que estamos prestes a jogar?
Joseph mirou dentro dos olhos. Sob a luz da lua, lhe pareciam um tanto angelicais.
– É difícil pronunciar – respondeu ele, fitando os lábios de Demi, tentando afastar de seu corpo o fascínio que sentia por ela.
– Diga.
Ele baixou a voz até um sussurro e, de propósito, foi hesitando entre cada palavra pronunciada:
– Chama-se: “Atire... a... tampinha... dentro... do... vaso”... bem... ali. – ele apontou para o vaso.
Tentando ignorar quanto a voz sussurrada de Joseph era sexy, Demi deu um tapinha no braço dele.
– Uau, você é mesmo um espertinho, não é?
– Sou, sim, em todos os sentidos possíveis. – ele lhe entregou duas tampinhas. – Você começa.
Mal conseguindo enxergar, Demi franziu o nariz enquanto focava o vaso. Atirou a primeira e errou por, pelo menos, um metro e meio. Os dois riram. Na vez de Joseph, ele fechou os olhos e acertou em cheio. 
– É só uma suposição, então me perdoe se eu estiver enganada, mas acho que você já jogou isso mais de uma vez – observou ela.
– Ora, eu só joguei duas vezes, é claro.
Demi atirou outra e errou por apenas trinta centímetros.
– Duas vezes o caramba. Deve ter pelo menos quinhentas tampinhas dentro desse troço.
Joseph sorriu para ela, irônico.
– Errou feio. Na verdade, são mais de mil.
– Você bebe com frequência?
Ele riu.
– Muitos verões, muitas festas e muitos amigos resultam em uma enorme coleção de tampinhas.
Ela balançou a cabeça.
– E por falar em coleção, notei diversos veículos estacionados na sua estrada de acesso. Uma moto, um BMW, um Bentley e não sei o nome do outro.
Ele sorriu.
– É um Nissan GT-R.
– Isso, um Nissan GT-R. Meninos e seus brinquedinhos.
Esfregando o queixo, Joseph espiou no fundo dos olhos dela por um segundo.
– Não temos todos de preencher o vazio de nossas vidas com alguma coisa?
Surpresa, Demi buscou o rosto dele, sem saber como responder.
Joseph lhe lançou um sorriso luminoso e atirou mais uma tampinha no vaso. Demi sabia que por trás daquela pergunta havia muito mais do que ela seria capaz de compreender. A primeira coisa que lhe ocorreu foi uma cebola. Joseph Jonas tinha muitas camadas que precisavam ser descascadas.
Algumas eram o que pareciam ser, outras eram apenas uma fachada de ferro com a qual
ele se revestia.
Depois de várias tentativas e erros com as tampinhas, que renderam risadas muito necessárias, Joseph olhou para o relógio e notou que passava das três da manhã. Levantando-se, ofereceu uma das mãos para Demi, que aceitou a ajuda.
A voz dele fluiu pelo ar como a mais requintada caxemira:
– Embora a noite tenha começado um pouco... triste, me diverti muito com você, Demi – falou, baixinho, concentrando os olhos intensos nos dela.
Ela sentiu a carícia daquele olhar cálido aquecendo seu corpo por dentro e por fora. Foi afastando a mão da dele, devagar, e acariciou a própria nuca enquanto o fitava.
– Eu também, Joseph.
Ele sorriu, se afastou e abriu as portas francesas que levavam ao seu quarto, mas não sem antes se virar e olhá-la uma última vez.
Mordendo o lábio de nervoso, Demi entrou no quarto onde Alex dormia.
O namorado ainda roncava.
Depois que fechou as portas, Demi se encostou nelas, em pânico, e mais uma vez sem fôlego.
Deslizando os dedos pelo pescoço, tentou racionalizar a atração visceral que Joseph exercia sobre ela, embora àquela altura estivesse cansada demais para entender qualquer coisa.

essa turma de amigos é demais, esse desafio entre os dois? adorei
e eles compartilhando coisas da vida deles, Joseph já está se apaixonando por ela e ela toda boba, fica logo com ele hahaha
bjs lindonas e até o próximo <3
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