20/08/2018

20. old friends


Fiquei espantado quando entramos no restaurante do Jacob, o Bro’s Bistrô. Era legal ver como ele tinha mudado de vida. Quando éramos mais jovens, fumávamos maconha e falávamos, de brincadeira, que queríamos ser chefs e donos de restaurantes. Era bom ver que o sonho dele tinha se tornado realidade.
— Cara, eu não acredito! Quem é vivo sempre aparece! — exclamou Jacob de trás do
balcão do bar. — Joseph Jonas. Achei que nunca mais veria você por essas bandas.
O cabelo de Jacob estava curto e bagunçado, e ele tinha o mesmo grande sorriso bobo de
alguns anos atrás.
Eu sorri.
— Com certeza faz um tempão, cara.
— Você parece bem. — ele veio em minha direção e me deu um abraço de apertado. —
Saudável.
— Estou me esforçando, cara. Estou me esforçando. Este lugar é incrível, Jacob.
— Sim, sim. Ainda está cedo. Vai ficar cheio a partir das sete ou oito horas. E amanhã é
noite de karaokê, e você vai poder ver seu irmão tocar.
— É mesmo? Não ouço você tocar violão e cantar há um tempão, Nicholas.
— Pois é, estou tentando voltar a fazer as coisas que eu gosto, sabe? A vida é muito curta
para deixarmos de lado o que nos faz felizes.
— Isso é verdade. Mas esse lugar é muito legal, Jacob. Não é todo dia que alguém
consegue realizar um sonho — comentei enquanto ele me guiava pelo local, me mostrando
tudo. — Mas você conseguiu. Está vivendo o seu sonho.
— Estou tentando. — ele riu. — Administrar o próprio restaurante é realmente muito
difícil.
— É cansativo só de pensar.
— É verdade que você se formou em gastronomia em Iowa? — perguntou ele, nos levando
de volta ao bar.
— É verdade. Achei que não seria capaz, mas... — Demi sempre soube que sim. — Eu
consegui.
Jacob abriu um enorme sorriso.
— Cara, isso é demais. Quem imaginaria que dois garotos fodidos como nós iriam para a
faculdade? O que vocês vão beber? Cerveja? Martínis coloridos, como as garotas gostam? —
perguntou Jacob, passando um pano na bancada.
— Quero água — respondeu Nicholas.
Eu ri.
— Continua o mesmo cara superfesteiro de antes. Quero uma Bud Light.
Nicholas arqueou uma sobrancelha.
— Estou vendo que você é tão festeiro e louco quanto eu.
Jacob serviu as bebidas e apoiou os cotovelos na bancada. Com as mãos entrelaçadas e a
cabeça apoiada nelas, perguntou:
— Então, Iowa, hein? O que diabos há para se fazer em Iowa?
— Exatamente o que você está pensando: nada. Minha vida é basicamente trabalhar,
dormir, mulheres e fumar maconha.
Assim como Demi, Nicholas fez uma careta quando mencionei a maconha.
— Dá um tempo, Nicholas. Não estou usando mais nada. Só um baseado de vez em quando.
— Não quero que você tenha uma recaída, só isso.
— Há anos que não tenho uma recaída. Estou bem. — pigarreei. — A propósito, obrigado
por me ajudar com o aluguel no mês passado. E no outro mês também... — minhas palavras
se tornaram um sussurro. — E no outro... — mesmo com um diploma, era bem difícil
encontrar um emprego de verdade.
— Sempre que precisar, estou aqui. — Nicholas sorriu, percebendo que eu queria mudar de
assunto. — Só queria pedir a vocês que não mencionem isso a Dallas, tudo bem?
Jacob riu.
— Isso deve ser estranho, Nicholas.
— O quê?
— Ser pau-mandado de uma mulher.
Eu ri.
— Estou surpreso por ele ainda ter pau.
— Vão se foder. Dallas é um pouco... — Nicholas franziu o nariz, procurando a palavra certa.
— Controladora? — sugeriu Jacob.
— Intrometida? — perguntei.
— Dramática?
— Extremamente dramática?
— Maternal?
— Estável — disse Nicholas, bebendo sua água. — Dallas é estável. Ela me mantém com os
pés no chão. Sim, ela tem um temperamento difícil, mas eu quero ela ao meu lado todos os
dias, porque ela é forte. Ela é minha âncora.
Jacob e eu ficamos em silêncio, um pouco atordoados.
— Uau. — Jacob soltou um suspiro. — Isso foi... — seus olhos lacrimejaram. — Isso foi tão
brega.
Eu ri.
— Cafona demais.
— Vão se foder. Eu jamais esperaria que dois caras encalhados e idiotas entendessem
alguma coisa sobre relacionamentos — falou Nicholas. — Então, gostou do lugar?
— Se eu gostei? É incrível. Aposto que a comida é tão boa quanto parece. Se eu morasse na
cidade, viria aqui todos os dias.
Um sorriso malicioso surgiu no rosto de Nicholas, e não demorei muito a ver o mesmo olhar
de deleite no rosto de Jacob.
— Foi bom você mencionar isso, porque Jacob e eu estávamos conversando... se você
ficasse na cidade, iria precisar de um emprego. Ele está à procura de um chef.
— O salário é bom. Quer dizer, o dono do restaurante é um completo idiota, mas o
emprego é legal — acrescentou Jacob.
Eu ri, porque aquela era uma ideia ridícula, mas parei quando vi que os dois estavam
falando sério.
— Não me leve a mal, Nicholas, mas como o casamento não vai acontecer em breve, vou
pegar o primeiro trem de volta para Iowa.
— Ah, é? E você pode pagar pela passagem de trem? — indagou ele.
— O quê? Você disse que pagaria a passagem.
— Não é verdade. Eu disse que pagaria a passagem para você vir. Não falei nada sobre a
volta.
— Vá se foder. — bufei e, com um olhar confuso, encarei meu irmão. — Você está falando
sério, não está? — olhei para Jacob. — Ele está falando sério mesmo?
— Essa é sua casa. E você é sempre bem-vindo em casa.
— Você está me mantendo como refém — retruquei, perplexo.
— Estamos te oferecendo um emprego! Olha, se você realmente quiser uma passagem
para Iowa, posso comprá-la amanhã de manhã. Mas minha oferta sempre estará de pé.
Nicholas realmente estava tentando me convencer a ficar e recomeçar a vida em True Falls,
mas eu não conseguia entender o porquê. Eu não considerava mais aquela cidade como o
meu lugar. Era só o local onde eu havia deixado os fantasmas do passado.
— Quero a passagem para Iowa. É sério, Nicholas, eu te amo muito. Mas essa cidade? Eu não conseguiria ficar aqui e manter a sanidade. Não mesmo.
Nicholas assentiu.
— Entendi. Só não podia deixar de fazer a proposta.
Agradeci a oferta.
— Então, você encontrou Demi? Qual é o seu plano se isso acontecer de novo? — perguntou meu irmão.
— Vou ignorá-la e me afastar. Não podemos voltar no tempo. Não posso repetir os
mesmos erros, e ela definitivamente está melhor sem mim. Mas, mudando de assunto, é bom ver que você está limpo, Jacob.
Ele assentiu.
— Não foi muito tempo depois que você saiu da cidade. Um dia acordei e cheguei à
conclusão de que eu não podia deixar as coisas como estavam. Não fui para a reabilitação,
mas frequentei a igreja por um tempo, e isso me ajudou muito. Não vou lá há anos, mas a
religião me tocou de uma forma que cheguei a ser nomeado pastor.
Eu ri.
— Não acredito.
Ele apontou para si mesmo.
— Se um dia você quiser se casar, lembre-se desse belo rapaz aqui. — do nada, Jacob se
inclinou para a frente com a expressão mais solene que já vi. — Joseph, falando sério, tenho
que te perguntar uma coisa muito importante...
Eu suspirei, ciente de que não poderia evitar as perguntas que muitas pessoas
provavelmente queriam me fazer. O mesmo tipo de pergunta que Sadie me fez. Como foi a
reabilitação? Teve recaída? Ainda pensa em usar drogas?
— Sim, Jacob?
— Como você consegue manter essa porra de cabelo tão perfeito? É mais brilhante do que
qualquer coisa que já vi. Que merda. Fiquei meio calvo e tive que passar máquina no cabelo para ter uma aparência mais ou menos decente.
— Cara, não comece a falar desse cabelo... — resmungou Ncholas.
— Já te disse, Nicholas, inveja é pecado. — eu ri. — Uma vez por mês faço hidratação com
gema de ovo e abacate.
— Sério?
— Sério. Mas, depois de quarenta e cinco minutos, quando for lavar o cabelo, não use água
quente. Caso contrário, vai ter ovos mexidos no cabelo e vai passar uma semana tirando-os da cabeça. Além disso, a água fria é boa para os folículos capilares, porque ajuda os fios a crescer mais fortes e saudáveis. Posso fazer uma lista de todos os produtos que eu uso, se você quiser.
— Jura? Pode fazer isso?
— Claro, sem problemas.
— Não acredito que essa conversa está realmente acontecendo... — comentou Nicholas.
Ele soltou um suspiro e revirou os olhos de uma forma que eu pensei que fossem sair de
órbita. Nicholas podia ter tido uma vida melhor que a minha, mas hoje ele era a piada do dia. Até porque meu cabelo estava incrível, enquanto o dele também estava ficando escasso.
Permanecemos no restaurante por mais algum tempo, sem falar sobre o passado ou o
futuro, apenas nos divertindo.
— Odeio ter que encerrar esse encontro, mas é melhor a gente voltar para ajudar Dallas
com o jantar — anunciou Nicholas.
Eu me levantei e apertei a mão de Jacob.
— Bom te ver, cara.
— Você também, Joseph. Você parece bem. Bem mesmo, cara.
— Você também. E, hum, nunca tive oportunidade de dizer isso, mas sinto muito sobre o
que falei naquela época. Com relação ao seu vício em pornografia, e o comentário sobre
garfos e tal.
Ele riu.
— Eu te perdoo, cara. Mesmo que não fosse um garfo, e sim uma colher bem geladinha.
Ah! Não se esqueça de me dar a lista de produtos para o cabelo!
Não sei se isso tornava as coisas mais normais ou mais estranhas, mas, de qualquer forma,
era bom estar entre pessoas conhecidas.

essa conversa entre os três, amo essa amizade <3
será que o Joseph irá ficar pela a cidade e irá conseguir ficar longe da Demi?
hoje é o aniversário da nossa anjinho Demi, amo você Demi.
infelizmente ela não vai poder aproveitar mas estou feliz pois ela está cuidando da sua saúde.
eu espero muito que vocês tenham gostado amores, volto em breve.
resposta do capítulo anterior aqui.

3 comentários:

  1. Aí, já tô shippo do jemi de novo, porém sigo com medo. Continua, linda.

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    1. Ainda tem muita coisa para acontecer hahaha.
      Vou postar mais hoje amor.
      Beijos, Jessie.

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