06/01/2017

heartbeat: capítulo 13


Só um pouquinho

– Meu Deus, Demi, será que você poderia ocupar só mais um pouquinho do espelho? – brincou Selena, batendo com o quadril no de Demi na tentativa de ver o próprio reflexo. – Você está incrível. Agora deixe eu me ver.
Demi passou os dedos pelos cabelos, tentando lhes dar um pouco mais de volume sem uma dose desnecessária de laquê.
– Você está no meu banheiro, amiga. Vá usar o seu.
Suspirando, Selena franziu a testa.
– Gosto mais do seu; então chegue para lá. Além do mais, sua amiga está esperando na sala, então deixe de ser grossa. Estarei pronta em um segundo, aí a gente pode se divertir até cair!
Rindo, Demi deu uma última olhadinha no espelho e saiu do banheiro. Pegou a roupa sobre a cama, uma saia preta curta de sarja e uma camisa vermelha de manga curta. Depois de se vestir, calçou sapatos pretos de salto e pediu a aprovação de Selena. Brincalhona, Demi deu uma voltinha.
– Você está supersexy – disse a amiga.
Demi sorriu e foi para a sala de estar.
Fallon deu um pulo do sofá com os olhos cinzentos arregalados.
– Caramba, Demi, como você fica bonita depois de um banho!
Pondo as mãos na cintura, Demi deu um sorrisinho torto.
– Vou tomar isso como um elogio.
– Mas é, Caipirinha. É um elogio. – ela jogou os cabelos ruivos com uma mecha completamente branca sobre o ombro. – Até hoje só a vi naquele uniforme preto e branco horroroso que eles nos obrigam a usar.
– Bem, muito obrigada, Fallon. Para outra garçonete que vive metida num uniforme preto e branco horroroso, você também não está nada mal. Eu nunca conseguiria usar meias-
arrastão como essas.
Fallon pôs a perna sobre a mesinha de centro e abriu um sorriso malicioso.
– O que, essas velharias? Ora, se eu pudesse, viveria enfiada numa meia-arrastão de corpo inteiro. Bem, apesar de em geral eu não me importar com o que as pessoas pensam, a sociedade não consideraria isso muito apropriado, não é mesmo?
Demi balançou a cabeça e riu.
– Acho que talvez você tenha razão.
Selena veio do quarto, usando um vestido vermelho e sapatos de salto combinando. Os cabelos estavam presos acima dos ombros e o vestido se ajustava como uma luva ao corpo violão. Depois de dar uma voltinha para Demi e Fallon, ela foi até a cozinha, pegou três copinhos e os encheu com uma boa dose de tequila.
– Vamos lá, senhoritas – gritou Selena. – Vamos tomar umas para esquentar.
As três se deliciaram com uma dose, animadas com a noitada de farra. Depois de virarem uma segunda dose, ouviram uma breve batida à porta. Alex entrou.
– Por que você se dá ao trabalho de bater, babaca? – perguntou Selena, revirando os olhos. Demi lhe deu uma cotovelada na barriga. Selena arfou e se corrigiu: – Quero dizer, Alex, é claro.
Ele lançou um sorriso gélido para Selena e então seus olhos passaram a Fallon. O olhar voltou a Demi com uma expressão confusa.
– O que você está fazendo? Achei que fosse sair comigo hoje...
Demi atravessou a sala e passou os braços pelo pescoço dele.
– Não. Eu lhe avisei, outro dia mesmo, que teria uma noite só de meninas com a Fallon e a Selena.
Alex segurou os quadris dela de leve e se inclinou em direção ao seu ouvido, falando baixinho:
– Posso conversar com você no quarto, só um segundo?
Demi assentiu e ele pegou a mão dela, conduzindo-a depressa. Fechou a porta do quarto e cruzou os braços.
– Que porra é aquela lá fora? – sussurrou ele.
– Do que você está falando?
– Da maluca fantasiada de gótica, de blusa e saia de couro preta. Meu Deus, ela está usando uma merda de uma coleira com espetos, Demi. Tem piercings no lábio, no nariz, na sobrancelha e sabe-se lá onde mais.
Demi gemeu, se deslocando em direção à porta, mas Alex a deteve, segurando-a pelo braço. Ela o encarou.
– Vai mesmo falar mal dela para mim? É uma garota legal, Alex. Quem liga para a aparência dela?
– Se minha namorada vai sair com alguém, eu me importo com a aparência dessa pessoa.
– Ele inclinou a cabeça e semicerrou os olhos. – Que tipo de atenção você acha que ela vai atrair com essa aparência?
Demi puxou o braço com força.
– Não estou preocupada com o tipo de atenção que ela vai atrair – sussurrou, num tom acalorado.
Ele passou as mãos pelos cabelos.
– Bem, que tipo de atenção acha que você vai atrair vestida desse jeito?
– Não vou ter esse tipo de conversa com você agora, Alex. Não mesmo – avisou ela com uma voz grave e hostil, tentando passar por ele mais uma vez.
Alex a agarrou pela cintura.
– Está bem, está bem. Sinto muito. Você está linda. – ele aninhou o nariz no rosto de
Demi enquanto pousava os braços dela no próprio ombro. – A qual boate vocês vão?
Demi suspirou.
– Cielo.
– Na Doze West?
– É.
– Muito bem, vou ligar para uns caras do trabalho e sair para fazer alguma coisa com eles esta noite. – ele a puxou e grudou os lábios nos dela. – Você fica me devendo uma.
Com a boca ainda colada à dele, ela falou:
– Eu avisei sobre esta noite.
Ele soltou um gemido grave enquanto sugava o lábio dela.
– Devo ter esquecido. Voltei a trabalhar até tarde por causa da conta nova, você sabe. –
Deslizou as mãos pela cintura dela. – A que horas você volta?
– Não sei – respondeu Demi, se esquivando do abraço. – Mas tenho que ir, elas estão me esperando.
Ele a puxou para mais um beijo e depois a acompanhou até a cozinha. Demi o apresentou rapidamente a Fallon. Com o olhar, avisou a ele que não dissesse nada que pudesse envergonhar qualquer um dos dois. Alex apenas sorriu, embora Demi percebesse que continuava contrariado.
Depois que as três juntaram o que levariam para a noite, ele as seguiu até lá fora, chamou um táxi e pagou a corrida.
Antes que saíssem, porém, Alex enfiou a cabeça pela janela traseira.
– Não voltem muito tarde, está bem? Vamos almoçar com meus pais amanhã.
Demi assentiu e ergueu o rosto para beijá-lo. Com isso, o motorista se afastou.
– Seu namorado é... simpático – comentou Fallon, os dedos percorrendo o teclado do celular com destreza. Selena riu, mas tentou disfarçar cobrindo a boca.
– Obrigada, Fallon – disse Demi, prolongando cada sílaba enquanto encarava Selena. – Ele pode ser meio super protetor de vez em quando, mas é um bom rapaz. 
Enquanto Selena ria dessa vez sem tentar disfarçar, Fallon praguejou:
– Ah, merda! Um amigão meu está dando uma festa na casa dele em Staten Island hoje à noite. – ela continuou a trocar mensagens de texto freneticamente. – O apartamento dele é incrível e ele dá festas de matar. Vamos para lá em vez da boate.
– Eu topo qualquer coisa – disse Selena, vasculhando a bolsa. Ela olhou para Demi. – Tudo bem por você?
– Não estamos arrumadas demais para uma festa na casa de alguém?
Fallon sacou uma garrafinha de dentro da bolsa e tomou um gole. Fez que não com a cabeça.
– Não, pode acreditar. É uma festa do tipo vale-tudo. – ela passou a garrafinha para Demi
– Beba, é minha especialidade.
Demi a aceitou e cheirou o conteúdo.
– O que é?
– Tome logo um gole, Demi – disse Selena, muito animada. – Você vive preocupada com o quanto bebeu 
– Eu já estou meio alta por causa daquelas doses de tequila e já tinha tomado um pouco de vinho enquanto me arrumava. – as duas a olharam de cara feia, esperando que provasse logo da garrafinha. – Está certo, tudo bem. – ela deu uma última cheirada no líquido e bebeu um pouco.
Começou a tossir e a piscar, tentando conter as lágrimas. – Que diabos é isto?
Os olhos de Fallon se iluminaram numa risada silenciosa.
– Aguardente caseira, querida.
– Agora, sim – disse Selena, ainda mais animada, estendendo a mão para a garrafinha. –Tomei esse troço uma vez quando estava no ensino médio. – ela entornou uma boa dose, franzindo o rosto por causa do sabor, ao mesmo tempo que balançava a cabeça.
– Certo, então vamos à festa do meu amigo?
Demi deu de ombros.
– Vamos nessa.
Forneceram as novas coordenadas ao motorista e, depois de meia hora, pararam diante de uma elegante casa de três andares em Staten Island. Selena pagou a diferença ao taxista e as mulheres desceram, todas um pouco vacilantes por conta da aguardente. A música ribombava pelas janelas fechadas, fazendo o chão vibrar. Soluçando, Demi riu, elas subiram as escadas e entraram na casa.
Havia várias torres de caixas de som em cada canto do primeiro andar, amplificando a música a ponto de Demi não conseguir ouvir nem os próprios pensamentos. Passou os olhos pelo ambiente e se deu conta de que Fallon não estivera brincando. Sem dúvida era uma reunião “vale-tudo”. Tinha desde gente vestindo roupa informal a trajes rebuscados, como se estivessem a caminho de uma formatura, além de garotas que não usavam quase nada: a multidão era uma mistura de todos os tipos de convidados.
De mãos dadas, Demi, Selena e Fallon serpentearam pela multidão de mais de cem pessoas, até que enfim encontraram o dono da festa, Jacob, amigo de Fallon.
Depois de cumprimentá-lo com um abraço, Fallon berrou mais alto do que a música:
– Jacob, estas são Demi e Selena.
Sem dizer nada, ele ofereceu um sorriso largo e pegou cada uma delas no colo, abraçando-as como se as conhecesse havia anos. Uma vez que as colocou de volta no chão, Demi e Selena caíram na gargalhada.
– Bem-vindas a mi casa, senhoritas! O álcool está na cozinha. Tem lap dances de graça com algumas das strippers mais gostosas de Nova York no escritório lá embaixo; uma mesa de sinuca nos fundos da casa; banheiros estrategicamente localizados em cada andar; e, se vocês decidirem perder a cabeça com alguém, tem um monte de quartos com camas king-
size no segundo e no terceiro andar – listou ele de uma só vez.
– Caralho, que máximo!
Selena buscou as mãos de Demi e de Fallon.
– Meu organismo precisa de umas doses agora mesmo, garotas. – ela se virou de volta para Jacob e lhe deu uma piscadela: – Valeu, amigão.
Ele assentiu e se embrenhou outra vez pela multidão. As mulheres se esquivaram de diversos corpos dançantes, de um sujeito correndo de um lado para outro com uma cueca enfiada na cabeça enquanto uma garota com seios desnudos o perseguia, e de diversos casais no maior amasso.
Acabaram chegando à cozinha, onde um bar muito bem abastecido as aguardava.
Depois de mais duas doses de tequila, as três foram para o quintal e se meteram numa partida de uma hora de “vira-copo”. Demi escolhera rum, então agora sua cabeça começava a ficar, no mínimo, agradavelmente turva. Voltando para dentro da casa com Selena ao seu lado, ela se recostou numa parede.
– Selena – começou, com a voz arrastada –, eu estou legal...
– Eu sei que você é legal, Demi – devolveu a amiga, a voz pura animação, também arrastando as palavras. – Mas pare de se gabar.
Balançando a cabeça, Demi riu.
– Não, você não me deixou acabar de falar, sua vaca. – a cabeça despencou para um dos lados. – Eu estou tentando... – ela soluçou – lhe dizer que estou legal... – mais um soluço – de beber.
– Eu também, garota. – Selena riu e guinchou feito um porco.
Demi balançou a cabeça mais uma vez.
– Não, mas eu... – soluço – tenho quase certeza de que estou vendo coisas também. – ela
apontou para a porta com os olhos semicerrados. – Veja só. Aqueles dois caras que acabam de entrar... – soluço. – São a cara do Joseph e do Trevor.
Selena deu uma gargalhada.
– Sua bobona, você não está vendo coisas. São mesmo o Joseph e o Trevor.
Demi ficou com uma expressão confusa enquanto espiava as duas imagens indistintas caminhando diretamente para onde estavam.
– Você está brincando comigo, né? – soluço. – Como é que eles iam saber – soluço – que a gente estava aqui?
Selena mordeu o lábio enquanto oscilava de um lado para o outro.
– Como eu sei que você anda amiguinha do Joseph, resolvi ligar para o meu irmão. Eles estavam juntos. – ela franziu a testa para Demi, num gesto inocente. – Aí contei uma mentirinha para o Trevor para fazer os dois virem até aqui.
Antes que Demi pudesse perguntar sobre a mentirinha, Joseph e Trevor chegaram até elas, ambos com os rostos cheios de preocupação. Joseph pôs as mãos nos ombros de Demi.
– Você está bem? – os olhos varreram o corpo dela automaticamente, como se avaliassem se estava machucada.
Ela o fitou com uma expressão perdida.
– Onde está ele, porra? – perguntou Trevor a Selena, cerrando as mãos.
– Vá com calma, maninho! – Selena riu. – Ele já foi posto para fora.
Os olhos de Trevor passaram a Demi. Ergueu-lhe o queixo e virou-lhe a cabeça de um lado para o outro.
– O cara machucou muito você?
Agora ela estava com as mãos de Joseph em seus ombros e os dedos de Trevor sob seu queixo.
Olhando para Selena com ar confuso, deixou escapulir um soluço.
Selena agarrou o braço de Trevor.
– Ele não a machucou. Ela só ia começar a dançar com o cara, mas ele foi ficando meio saliente, como eu disse, o dono da festa o botou para fora.
Joseph deu um passo atrás e tirou as mãos dos ombros de Demi.
– Selena, você disse que o cara deu um tapa nela.
Selena enterrou o rosto dentro do copo.
– Eu disse? – ela riu.
– Disse, Selena. Você fez parecer que ela havia apanhado e sido jogada no chão – vociferou Trevor.
Fallon foi chegando aos tropeços e interrompeu o que estava prestes a se transformar numa discussão fraterna em público. Ela estudou Joseph por um segundo.
– Ei, você é o cara do restaurante. Aquele para quem mandei Demi dar o meu telefone.
Ele sorriu.
– É, acho que sou eu mesmo.
Fallon retribuiu o sorriso e desviou os olhos para Trevor.
– E você quem é?
– Eu sou o irmão mais velho da exagerada aqui. – ele apontou para Selena e voltou a atenção para Fallon. – E quem é você?
– Eu sou uma garota que curte muito garotos louros de óculos.
– Que simpático... eu me encaixo nessa descrição. E eu sou um cara que curte uma garota que diz o que pensa. Quer dançar?
Fallon pegou a mão de Trevor, entrelaçando os dedos nos dele, e o conduziu até a sala de estar.
Trevor se virou para Joseph e fez sinal de positivo para o amigo. 
Joseph riu.
– Então – disse Selena, esticando a palavra ao máximo, um sorrisinho maroto brincando em seu rosto. – Vejo vocês mais tarde. – ela sumiu em meio à multidão, a risada ecoando acima da música.
Joseph se virou para Demi e notou o brilho vidrado e revelador em seus olhos.
– Bem, pelo visto você deve estar se sentindo ótima agora.
Ela chegou mais perto dele e inclinou a cabeça para cima a fim de olhá-lo.
– Alguma vez alguém já lhe disse que você é muito shmexy?
– Shmexy? – ele riu. Não esperava aquela pergunta. – Você não quer dizer sexy?
– Não, tem shmexy e tem sexy. E você, meu amigo, é shmexy.
Ele ergueu uma das sobrancelhas, aquela voz rouca de operadora de telessexo o deixou imediatamente excitado.
– Hum e qual dos dois é melhor?
– Shmexy.
– Bem, muito obrigado. Você é bastante shmexy, se me permite dizer.
Demi agarrou a mão dele e caminhou em direção à cozinha.
– Venha tomar uma dose comigo, Joseph.
– Você já não bebeu o bastante?
Ela parou de repente, e o peito de Joseph bateu nas suas costas. Demi se virou subitamente e deu de cara com ele, que lhe agarrou a cintura para ajudá-la a se equilibrar.
– Alguma vez alguém já lhe disse que você tem os olhos verdes mais incríveis, lindos e shmexy?
– Por que tantas perguntas, amiga? – quis saber ele, se divertindo um bocado.
– Nós somos amigos e amigos fazem perguntas.
Com todo cuidado, ele ajeitou os cabelos de Demi atrás dos ombros e sorriu.
– Sim, já me disseram que tenho olhos bonitos.
– Não, eles não são só bonitos. – ela soluçou. – eles... – fez uma pausa, umedecendo os lábios. – São olhos de alcova.
– Então eu sou shmexy e tenho olhos de alcova, é?
Assentindo, ela entrelaçou as mãos nas dele outra vez e o arrastou até a cozinha. De pé diante de um estoque sensacional de bebidas alcoólicas, ela pegou um copo plástico vermelho da enorme pilha e o entregou a Joseph.
– Escolha seu veneno, homem shmexy de olhos de alcova.
Cruzando os braços, Joseph a avaliou por um momento.
– Acho que vou segurar a onda com a bebida por enquanto.
Demi arregalou os olhos, o corpo oscilando.
– O quê? Não, você vai tomar uma dose comigo. – ela roçou as pontas dos dedos no rosto dele. – Por favorzinho...
Como se a forma fofa e infantil de ela lhe pedir aquilo não fosse o bastante, os dedos macios em seu rosto o fizeram questionar seu instinto de não beber com ela, considerando que Dem já estava bastante bêbada.
Joseph engoliu em seco.
– Só uma dose.
Ela ficou radiante.
– Vamos lá, de volta à questão anterior. Escolha seu veneno.
– Escolho bourbon. – ele meneou a cabeça em direção a uma garrafa de George T. Stagg.
– Este? – perguntou ela, empunhando a garrafa escolhida.
Ele assentiu e lhe entregou o copo. Demi começou a enchê-lo e não parou.
– Ei, espere aí, sua assassina! – Joseph riu e tomou o copo dela. Caminhando até a pia, despejou três quartos do conteúdo. – Isto deve bastar por enquanto.
Demi articulou a palavra chato e, mais uma vez, tomou a mão de Joseph, rebocando-o para a sala com sua energia frenética.
– Dance comigo – pediu, rouca, encarando-o com um sorriso sedutor.
– Não, vou só dar uma relaxada aqui. – Joseph apontou para um sofá cheio de gente que parecia estar tão chapada quanto Demi. – Vá em frente. Vou me recostar e assistir com o mais óbvio apreço masculino.
Desafiadora, ela empinou o queixo.
– Pfft, você é quem sai perdendo, amigão.
Ele riu e ficou observando quando ela saiu rebolando por entre a multidão.
Em algum momento Demi acabou encontrando Trevor e Fallon no maior amasso. Joseph a viu olhando para ele. Os cabelos desgrenhados criavam uma tumultuosa cortina castanho-
avermelhada que ia e vinha enquanto o corpo de Demi se movimentava, provocante, ao som da música. Ele precisou de todo o autocontrole que possuía para não se levantar e agarrá-la.
Mas sabia que dançar com ela bêbada daquele jeito, combinado ao seu próprio estado de excitação exacerbada, seria perigoso. Demi sem dúvida estava dando um show para ele.
Encostou-se no peito de Fallon e foi acariciando o próprio corpo com as mãos até chegar à cintura. Os olhos de Trevor se arregalaram diante da performance, mas ele continuou atrás de Fallon, roçando os quadris na bunda dela.
Os olhos de Demi encontraram os de Joseph e ela o chamou com um dos dedos. Ele semicerrou os olhos e inclinou a cabeça, fingindo-se confuso enquanto apontava para si,
como quem perguntava se era com ele mesmo. Ela assentiu. Ele articulou a palavra “não” e apontou para uma garota desmaiada ao seu lado. Embora não pudesse ouvi-la, Demi riu, sorrindo de orelha a orelha, ao mesmo tempo que continuava a requebrar de encontro a
Fallon.
Joseph desviou a atenção de Demi quando a garota inconsciente ao seu lado se sentou de
súbito e concluiu que a almofada na qual estava deitada era o lugar perfeito para vomitar.
Uma de suas amigas testemunhou a cena nojenta, arrastou a menina do sofá e a ajudou a chegar ao banheiro.
Colocando-se de pé, Joseph atravessou a sala de estar, esquivando-se habilmente de vários bêbados que se seguravam uns aos outros de forma a permanecerem em pé.
Recostou-se na parede e varreu a multidão com os olhos à procura de Demi. Quando a encontrou, Trevor e Fallon não estavam mais com ela. No lugar deles havia um sujeito que
ia deslizando as mãos até a cintura dela, os olhos a despi-la, a boca em sua orelha, não, espere agora estava em seu pescoço. Joseph a avaliou brevemente e ela lhe pareceu satisfeita com o que estava acontecendo, embora Joseph não estivesse. Uma onda de ciúme correu o corpo dele, e com apenas alguns passos chegou até Demi. Com os ombros aprumados, um músculo latejando na mandíbula e os olhos tomados de uma calma letal, Joseph atravessou o outro homem com um olhar furioso. Joseph não disse uma única palavra, mas nem precisou, pois o bêbado logo compreendeu o que ele queria dizer e foi se afastando aos poucos, até sumir.
– Você veio dançar comigo – suspirou Demi, a pele brilhando de suor.
Sem avisar, ela deslizou as mãos pelo peito rijo e musculoso de Joseph. Depois enlaçou o pescoço dele e puxou seu rosto para perto.
– Gosto de dançar com homens shmexy.
Com os rostos a poucos centímetros de distância, um aumento súbito de calor regado à adrenalina correu pelas veias de Joseph. Sua boca formigava de ansiedade enquanto fitava os lábios carnudos de Demi, recordando-se da sensação daquele beijo. Tentou  Deus sabe que tentou manter as mãos longe dela, mas não conseguiu. Quando se deu conta, estava deslizando-as lentamente pela cintura de Demi, demorando-se enquanto enroscava os polegares no cós da saia.
Ele a puxou, se refestelando ao sentir o suor dela em sua pele.
Foi a vez de Demi morder o lábio enquanto os olhos penetravam os dele com a mais pura e genuína luxúria. A música pulsante e o membro rijo dele de encontro à sua barriga só a incitavam ainda mais. Um gemido suave lhe escapou dos lábios, mas ela não soube dizer se Joseph percebeu.
Então ela se virou, arqueou as costas de encontro ao peito dele e ergueu a cabeça. Mal chegava aos ombros dele. Muito devagar, ele puxou os braços dela e os posicionou ao redor do próprio pescoço.
Enquanto os dedos dela se emaranhavam em seus cabelos, Joseph ia descendo as mãos pela curva dos cotovelos dela, roçando as laterais dos seios para, por fim, retornar à cintura.
Com seus corpos se movimentando em sincronia e 50 Cent cantando “Just A Lil Bit” ao
fundo, Demi sentiu o coração tropeçar quando os lábios de Joseph roçaram sua orelha.
Agora ela queria se virar outra vez e ficar de frente para ele, ver aqueles lindos olhos e absorver cada centímetro daquele corpo delicioso, mas quando tentou fazê-lo, Joseph a segurou no lugar. Ele a estava provocando e ela sabia disso. O toque dele iria deixando um
rastro de calor cortante a cada centímetro da pele sensível. Fazia com que ela ansiasse por
mais. A atenção dele estava rapidamente se tornando um vício do qual ela achava que nunca
iria se cansar. Demi poderia ter ficado naquela posição a noite toda, não fosse uma necessidade fisiológica.
Virando-se depressa, fitou-o no fundo dos olhos.
– Preciso ir ao banheiro. – as palavras saíram muito ofegantes.
– Eu a acompanho – respondeu ele, secando o suor da própria testa.
– Não precisa.
Ele sorriu de maneira quase inquisitiva.
– Não vou deixar você sair perambulando sozinha por este cenário caótico.
Brincalhona, ela flexionou o bíceps.
– Sério, eu sou durona.
– Bem, você é uma menina linda e durona, então eu me sentiria melhor tendo certeza de que não vai ser atacada a caminho de eliminar um pouco do álcool do organismo.
Ela deu de ombros.
– Acho que você está certo.
Pegando-a com delicadeza pelo cotovelo, ele a conduziu até um dos banheiros do primeiro andar. A longa fila dava voltas em torno da cozinha, então resolveram tentar um dos toaletes do andar de cima. Demi espiou aquele monte de degraus com certa tristeza.
Joseph sorriu diante da reação dela e a ajudou a subir. Para seu desespero, a fila estava ainda maior. Ele deu uma gargalhada sonora e rouca diante da expressão de Demi. Ela balançou a cabeça e explicou que havia um terceiro andar com ainda mais banheiros. Gavin a ajudou a subir as escadas outra vez. O último andar estava praticamente vazio e não tinha fila, então Demi resolveu o problema em dois minutos.
Quando voltou, encontrou Joseph encostado na parede, os olhos colados nos dela enquanto ela se aproximava. Troçando da posição na qual ele se encontrava, ela se pôs ao lado dele, os ombros quase se roçando. 
Virou a cabeça para olhá-lo.
– Obrigada por se certificar de que eu não fosse atacada até chegar aqui em cima.
Descolando-se da parede, Joseph se postou na frente de Demi tão próximo que sentia o calor emanando do corpo dela.
– Sem problema. Está pronta para voltar lá para baixo?
Cavando a própria destruição, ela fez que não com a cabeça. Os sons da música e da festa, vindos lá de baixo, foram sumindo. Além da própria respiração acelerada, Demi só conseguia ouvir a voz de Joseph e sentir o hálito quente lhe acariciando o rosto como uma pluma.
Joseph sentiu as emoções se infiltrarem pelos os olhos dela. Tesão. Desejo. Necessidade.
Tudo isso espelhando as próprias emoções. Ele chegou mais perto. Os olhos dos dois não se desviaram.
– Me diga o que você quer – sussurrou ele.
Sem responder e agindo por impulso, ela pressionou o corpo contra o dele, sentindo-se em meio àquela solidez. Lentamente, enlaçou o pescoço dele, olhou fundo em seus olhos e inalou o aroma suave e almiscarado da colônia dele. Ancorou-o com um olhar lascivo, os lábios de ambos a centímetros de distância, o hálito dela, doce e permeado pelo álcool, dançando diante do rosto dele.
– Diga, Demi. – as palavras saíram num rosnado grave enquanto ele agarrava seus quadris. – Eu preciso ouvir você falar.
Mesmo em meio ao seu torpor alcoólico, ela sabia o que ele queria dizer.
Com a respiração ofegante, ela mal conseguiu pronunciar as palavras.
– Eu... eu quero você.
Com o peso do corpo, Joseph a encostou na parede e lambeu o ponto macio abaixo do lóbulo da orelha dela.
– Diga quanto você me quer – pediu ele, ofegante.
O calor pulsava na barriga dela e formigava por todo seu corpo enquanto a língua dele ia desenhando uma linha úmida e tórrida pescoço acima.
– Oh, Deus, Joseph – gemeu ela, estremecendo. – Você está nos meus sonhos, nos meus pensamentos, na minha pele.
Antes que Demi pudesse recuperar o fôlego, ele tomou sua boca. Os lábios dele provocaram um choque, rompendo o ritmo e a estabilidade de seu coração pulsante. Ele tinha sabor de menta, de um pouco de álcool e de alguma coisa típica de Joseph. Um calor delicioso se espalhou por todos os músculos, fibras e células do corpo dela. Com uma das mãos espalmada na base das costas de Demi, Joseph mergulhou a outra nos cachos embaraçados de seus cabelos. Ela gemeu baixinho enquanto o calor da boca dele deslizava com facilidade pelos próprios lábios. O ataque ao seu sistema nervoso foi quase esmagador, não lhe permitindo um único pensamento coerente. Ele certamente a deixara sem fôlego na primeira vez em que se beijaram, mas naquele exato instante, furtivo como um gatuno, ele tentava lhe roubar o coração.
Com álcool, tesão e desejo correndo nas veias, Demi mal se deu conta de que saíram aos tropeços, rumo a algum quarto vazio. Joseph fechou a porta com o calcanhar. Ele gemeu ao afastar brevemente os lábios, dando a Demi apenas tempo suficiente para arrancar a blusa dele. Os dedos de Joseph se atrapalharam tentando desabotoar a camisa dela, mas por fim conseguiu e a jogou no chão. Os dois ficaram cara a cara, ambos com o peito arfando Demi só de sutiã, saia e saltos, e Joseph só de calça, fitando-se por um segundo.
A conexão entre os dois se fez sentir. Sem afastar os olhos dos dela, Joseph baixou a cabeça e grudou os lábios nos de Demi outra vez, o sabor ainda melhor do que ele lembrava.
As mãos foram vagando pela pele macia enquanto ele estudava cada centímetro, lendo a carne dela como um romance escrito em braile. Tudo nela era delícia pura. Ele a beijava
como se o breve período que haviam passado separados o tivesse privado das necessidades humanas mais básicas. 
Demi deixou escapar um gemido enquanto a língua dele deslizava por sua orelha, pelo pescoço e pela clavícula.
Aquele gemido levou o corpo e a mente de Joseph além do limite. Os dois desabaram na cama.
O nome de Alex passou depressa pela cabeça de Demi, junto com a culpa pelo que estava prestes a fazer, mas tais pensamentos desapareceram quando Joseph puxou seu sutiã de renda branca.
Pressionando os joelhos entre os dela, fazendo com que se abrissem, ele inclinou a cabeça para baixo e lambeu a suave curva de seus seios. Envolvendo o bico enrijecido com os lábios, sugou delicadamente. Demi sentiu-se corar e ficar mais excitada enquanto pressionava o corpo contra a boca de Joseph, se contorcendo diante do mais ardente desejo.
A língua dele desenhava círculos lânguidos, fazendo o calor abrasador aumentar segundo a segundo.
Joseph puxou a saia dela acima da cintura, os beijos se tornando frenéticos enquanto a mão acariciava a pele suave entre as pernas de Demi. Ela gemeu quando ele baixou sua calcinha. E ela perdeu o fôlego mais uma vez quando aqueles ardentes olhos pararam para observar sua reação assim que Joseph deslizou dois dedos e depois um terceiro para dentro de suas dobras úmidas. Ela arqueou as costas com aquela sensação, arfante, sem desgrudar os olhos dos dele.
Ergueu os braços, embrenhando os dedos pelos cabelos de Joseph e o puxou de volta aos seus lábios.
À medida que o beijo se tornava mais profundo, Joseph reagiu com um gemido longo e intenso, que apenas aumentou o fervor de Demi.
A boca que cobria a dela era quente e faminta, a língua deslizava para dentro e para fora, se deliciando com a doçura dela até buscar por mais. O corpo pulsava de prazer enquanto as unhas de Demi se cravavam nos ombros de Joseph, rasgando, se enterrando enquanto ela rebolava os quadris, apertando-os contra a mão dele.
Recuando, Joseph descolou os lábios de Demi enquanto continuava a penetrá-la com os dedos, a respiração dela ficando cada vez mais acelerada enquanto o olhar dele percorria seu lindo rosto.
Fitando aqueles olhos salpicados, um nó se formou no peito de Joseph, quase o impedindo de respirar. Ela era o fruto proibido e Deus sabia quanto ele queria prová-la. Faria qualquer coisa para tê-la. Ansiava desesperadamente por ela. Precisava dela. Mas percebeu que, por mais que ardesse por aquele momento, não podia possuí-la bêbada. Não se permitiria tomá-la daquele jeito: na casa de um estranho. Ele a queria quando ela estivesse consciente e sóbria e na cama dele. 
Queria acordar com ela ao seu lado e precisava saber que o álcool não a estava influenciando. Tirou os dedos de dentro dela numa tentativa de parar, mas assim que o fez, Demi segurou seu punho e enfiou os dedos úmidos na boca, sugando cada um deles como um pirulito.
O gesto simples foi tão deliciosamente lascivo que Joseph sentiu o sangue correr pelo corpo ainda mais depressa. Mais uma vez, colou os lábios aos dela, sufocando os gemidos de
Demi enquanto tornava a mergulhar os dedos em seu calor. Ele a beijou com mais vontade, grunhindo quando ela ergueu a perna para lhe a enlaçar cintura. Quando Demi largou os cabelos dele e correu os dedos pela barriga definida para desabotoar sua calça, Joseph soube que precisava parar de novo. Com um esforço torturante, brutal e agonizante, ele se levantou da cama de repente, o peito arfante.
Atravessou o quarto até a extremidade oposta, alisando os cabelos.
Deitada em choque na cama, tentando recuperar o fôlego, Demi olhou para ele com o rubor do desejo ainda florescendo em suas faces.
– Qual é o problema? – arquejou, com a voz irregular.
– Não posso fazer isso, Demi. – ele pegou a blusa no chão e a vestiu. Pegando a camisa dela, atirou-a sobre a cama, certificando-se de não chegar perto demais. Caso o fizesse, não haveria como recuar. – Levante e se vista.
Demi se sentou, sentindo a humilhação percorrê-la, e vestiu a camisa.
– Eu pensei que você quisesse isso.
Sem saber o que dizer, olhando para aquele lindo rosto e ainda tentando acalmar os próprios hormônios, Joseph engoliu em seco e apenas balançou a cabeça.
– Ai, meu Deus, eu sabia que isso iria acontecer – sussurrou Demi, ficando de pé aos tropeços, a cabeça ainda zonza. – Você não me quer. Nunca me quis. Eu não passo de uma de suas conquistas doentias e pervertidas para preencher seus vazios. Mais um peão no jogo de “vamos foder a cabeça das mulheres”.
Com duas passadas breves, Joseph cruzou o quarto. Segurando o queixo dela, roçou o polegar pelo lábio inferior.
– Não, Demi, me ouça.
Ela arrancou a mão dele do rosto com um tapa enquanto as lágrimas começavam a brotar.
– Não consigo acreditar nisso. Estou me sentindo uma idiota.
– Demi – sussurrou ele. O fato de ela estar obviamente bêbada o fazia sentir-se bem inferior ao homem que pensava ser. – Por favor, não pense que não quero você. O que acaba de acontecer... – falou, apontando para a cama. – Esse pouquinho que tive de você, me faz querer muito mais... só esse bocadinho deixa qualquer uma com quem já estive no chinelo. Eu desejo você mais do que qualquer coisa. Só não quero que seja assim.
Aparentemente imune à declaração, Demi tentava abotoar a camisa.
– Você não me quer. Preciso ir embora. – ela fungava, tentando se dirigir à porta.
Joseph a segurou pelo cotovelo e a virou, pondo as mãos em seus quadris. Ela tentou se afastar, mas entre a pegada firme dele e a quantidade de álcool em seu organismo, a tentativa foi inútil. Ele baixou a cabeça e a fitou nos olhos.
– Acha que foi fácil para mim me conter, Demi? Você não tem a menor ideia do quanto quero fazer isso com você... tocá-la outra vez – sussurrou, acariciando o rosto dela, voltar a sentir seu gosto. – ele lambeu os lábios, saboreando o que restava dos fluidos dela. – Enfim ter você embaixo de mim. – os dedos dele iam penteando os cabelos dela, suavemente. – Eu já disse... desejo você mais do que qualquer coisa, mas não aqui nesta casa, não com você bêbada.
Uma ruga de reprovação se formou entre as sobrancelhas de Demi enquanto ela secava uma lágrima do rosto.
– Ah, agora a epifania aparece, não é? – ela se afastou do controle dele com rispidez e se aproximou da porta, cambaleante. – Vá para o inferno, Joseph.
Ainda tentando ajudá-la, Joseph a pegou no colo com um movimento único e gracioso, como um recém-casado carregando a noiva. Sem escolha, Demi agarrou o pescoço dele, ainda arfante.
– Me ponha no chão.
– Você mal consegue andar.
– Consigo andar perfeitamente bem. Agora, me ponha no chão!
Joseph ignorou o pedido e abriu a porta com um puxão. O corredor que antes estivera vazio mais parecia um prostíbulo de primeira linha, com casais se beijando e se apalpando em tudo que era canto. Saber que ele tivera Demi presa naquele quarto numa cena não muito diferente daquela, apenas o deixou ainda mais nauseado. Desceu a escada correndo com ela no colo. Embora Demi estivesse se contorcendo para escapar, suas tentativas eram vãs. A cabeça pendia para trás e os olhos se fechavam a cada passo de Joseph. Nem mesmo a música ensurdecedora foi capaz de tirá-la de seu estupor alcoólico.
Perscrutando a multidão de corpos ébrios, o olhar de Joseph cruzou com o de Trevor, que estava numa espreguiçadeira com Fallon enroscada em seu colo. Trevor franziu a testa quando viu Joseph com Demi. Parecendo estar, ela própria, inconsciente, Fallon permaneceu na poltrona quando Trevor se levantou e foi até o amigo.
– O que houve com ela?
– Não está se sentindo muito bem – respondeu Joseph. – Vá buscar sua irmã e me encontre no carro.
Demi ergueu a cabeça do ombro de Joseph, devagar. Sorriu para Trevor.
– Eu estou ótima, Trevor – disse com a voz pastosa. – Mas Joseph é um babaca.
Ela fechou os olhos e a cabeça despencou mais uma vez sobre o ombro dele, os braços pendiam, moles. Trevor arqueou uma das sobrancelhas.
– Não pergunte agora – observou Joseph. – Apenas faça o que eu disse.
– Bem, tenho quase certeza de que vou para a casa de Fallon esta noite – exultou Trevor. – Vai nessa, coloque Demi no seu carro que vou achar Sel e mandá-la sair.
Joseph assentiu e seguiu desviando das pessoas. Alguns caras assoviavam e davam vivas, gritando que ele estava indo para casa com “uma chapadona filé”. Lutando contra o desejo de colocar Demi no chão e sair nocauteando todo mundo, Joseph continuou a serpentear pela multidão e, por fim, saiu pela porta da frente. Os olhos de Demi tremularam e abriram quando Joseph tentou colocá-la de pé para abrir a porta do carona.
– Eu não vou na frente com você, Joseph – disse ela, sem nenhuma firmeza.
Cambaleando para longe dele, Demi se agarrou à porta traseira e foi deslizando pelo banco de trás. Uma fração de segundo depois, já havia desmaiado.
Balançando a cabeça, Joseph contornou o carro, entrou, deu partida no motor e parou na frente da casa. Alguns minutos depois, com a ajuda do irmão, Selena se sentou no banco do carona.
– Certifique-se de que minhas duas meninas cheguem em casa direitinho – alertou Trevor. – Ligo para você amanhã, cara.
Joseph assentiu.
– Eu te amo, irmãozinho. – Selena riu e soprou um beijo quando iam se afastando.
Depois de olhar para Demi no banco de trás, tirou os saltos e colocou os pés sobre o painel do carro. – Cacete, ela foi a nocaute, hein?
Joseph não respondeu, olhava fixo para a frente.
Selena virou-se mais uma vez para espiar Demi e voltou os olhos para Joseph.
– Ih, merda. Aconteceu alguma coisa entre vocês?
Balançando a cabeça, ele apertou o volante com mais força ainda.
– Me faz um favor, Selena. Quando ela acordar, diga que parei por todos os motivos certos, só isso.
Conhecendo-o há tempo suficiente, Selena não insistiu e passou o restante do caminho em silêncio. O único momento em que Demi despertou foi quando Joseph parou para pagar o pedágio na ponte Verrazano-Narrows. Murmurou alguma coisa inaudível e logo dormiu de novo. Quando chegaram ao prédio, Selena também já estava cochilando e Joseph teve que acordá-la.
O barulho de portas de carro batendo despertou Demi, que se sentou com o corpo vacilando.
Com a vista turva, mal conseguia enxergar Joseph ao lado do carro, conversando com Selena.
Deslizando pelo banco traseiro, Demi escancarou a porta e quase foi ao chão ao tentar sair. Joseph a segurou pelo braço antes de os joelhos baterem no concreto.
Demi lhe lançou um olhar gélido e puxou o braço.
– Não me toque!
Agarrando-a pela cintura, Joseph prendeu o corpo dela contra o seu e a colou na carroceria, a respiração ofegante e a expressão dura. Os olhos de Selena se arregalaram diante daquela cena.
– Entre, Sel – disse ele sem se virar para olhá-la. – Eu subo com ela daqui a um minuto.
– Joseph, sinto muito. Foi tudo culpa minha, eu não deveria...
– Selena, a culpa não é sua. Entre logo – ordenou ele, mais ríspido.
Selena cobriu a boca com a mão e se afastou.
Demi olhou para ele com um sorriso sarcástico.
– Você gosta mesmo de partir o coração das garotas, não é?
Com o olhar calculista penetrando o dela como fogo, a mão imensa de Joseph passou por trás da nuca de Demi e a puxou para um beijo. Ela não resistiu. Na verdade, se agarrou aos cabelos dele, puxando-o com força de encontro ao próprio corpo. Gemendo grudado à boca delicada, Joseph dominou o beijo com facilidade. Não se importava com os olhares de quem passava  não queria nem saber se Alex os veria! A única coisa que lhe importava era que Demi soubesse quanto a desejava.
E tão rapidamente quanto iniciara àquele beijo, Joseph deu-lhe um fim. Mais uma vez no papel do marido recém-casado, ele tomou Demi nos braços e a carregou através do saguão do prédio e para dentro do elevador. Ao colocá-la de pé, seus olhares se encontraram. Foi uma questão de segundos até se beijarem outra vez, chocando-se com violência. Deu-se início a uma disputa de poder das mais ferozes: mãos deslizando para cima e para baixo, as costas de Demi pressionadas contra a parede, os cabelos de Joseph sendo puxados, as pernas dela em torno da cintura dele, grunhidos e gemidos de ambos os lados. O desespero de Joseph para arrancar as roupas dela e se plantar em seu interior, ali mesmo, no elevador, crescia depressa.
Quando as portas se abriram, eles pararam. Joseph passou as mãos pelos cabelos, desarrumando-os ainda mais, e Demi ajeitou a saia. Entrando no apartamento, encontraram Selena adormecida no sofá. Ele seguiu Demi até o quarto e a viu se deitar na cama. Sem olhá-lo outra vez, ela rolou, deixou escapar um suspiro e desmaiou.
Cruzando os braços, Joseph encostou no vão da porta. Seus olhos observaram o peito de Demi subindo e descendo, adormecida. Se não fosse a porta da frente ter se fechado com
um baque, chamando a atenção dele, teria passado a noite toda a observando. Joseph foi para o corredor e entrou na cozinha, onde encontrou Alex jogando as chaves sobre a bancada.
– Que diabos você está fazendo aqui? – perguntou Alex, desconfiado.
– As meninas foram a uma festa numa casa em Staten Island e a Demi teve um problema com algum babaca. Selena ligou para Trevor e fomos lá para ver se estava tudo bem.
Alex franziu a testa.
– Espere aí, elas foram a uma festa? Ela mentiu para mim, porra! Era para terem ido à Cielo. – Joseph estava prestes a responder, mas Alex continuou: – E por que ninguém me ligou?
Sem gostar do tom de Alex, Joseph inclinou a cabeça e semicerrou os olhos.
– Acho que decidiram ir à festa em vez de ir à boate. Da última vez que verifiquei, mulheres tinham o direito de mudar de ideia. – Joseph deu um passo à frente. – Se prestasse atenção na porra do seu telefone de vez em quando, teria visto que Trevor tentou, sim, ligar para você. Por que não experimenta limpar sua caixa postal para alguém poder lhe deixar uma merda de um recado, hein?
Alex cruzou os braços, a expressão gélida.
Joseph o encarou por um segundo, tentando controlar a adrenalina, e sua voz soou assustadoramente tranquila:
– Conforme eu disse, fomos até lá, nos certificamos de que estava tudo bem e eu as trouxe de volta. – tirou as chaves do bolso sem afastar os olhos dos de Alex. – Seja um bom namorado e tenha aspirinas e água à disposição quando Demi acordar. Ela vai precisar.
Sem mais uma palavra, Joseph foi embora.


amores desculpa por não ter postado é que eu fiquei sem internet e só venho voltar hoje.
que capítulo foi esse? adorei os dois juntos matando o desejo um pelo o outro kkkkkk
tadinho do Joseph, Demi dizendo que ele não a quer e mesmo ela brigando, eles ainda se pegaram no elevador kkkkkkkk
será que ela vai lembrar da noite passada? deixe seus palpites, i will be back soon 
kisses lindonas <3
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6 comentários:

  1. Meu Deus!!! Pegação das boas!!! Pq ele parou!!! Acho que a Demi vai pirar kkkkkkkk continua....

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    1. Das boas mesmo hahaha
      Ele parou porque ela estava bêbada e também tem o infeliz do Alex kkkkkkkk
      Vou postar hoje, bjs lindona <3

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  2. Posta logo!!! Estou amando essa fic!! Poderia fazer uma maratona... Beijos

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    1. Que bom que gostando amor, a maratona eu vou fazer na semana que vem porque eu não estou com capítulos adiantados agora, então vou organizar e faço ta bom?
      Vou postar hoje, bjs <3

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  3. Eba maratona!!!Melhor fic, melhor casal, melhor pega , melhor tudooooo

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    1. Que bom que gostando amor, a maratona eu vou fazer na semana que vem.
      Que pega dos dois né? hahaha
      Vou postar hoje, bjs <3

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