10/04/2017

heartbeat: capítulo 36


Aceite apenas

– Eu ouvi direito? – os olhos castanhos de Selena se arregalaram, redondos como moedas. Ficou parada, segurando um punhado de batatas fritas, e inclinou a cabeça para o lado. – Ele vai a todas as consultas médicas com vocês?

Demi engoliu o hambúrguer e, depois de tomar um gole da garrafa d’água, assentiu.
– Ouviu, ouviu, sim. Por que é que você está tão chocada? Além do mais, você ainda acha que ele devia ter sabido desde o começo.
Selena suspirou fundo e enfiou as batatas na boca.
– É. Eu acho mesmo que ele devia ter sabido – concordou ela, mastigando. – Mas eu nunca disse que o Alex do pau pequeno devia ir às suas consultas. E você sabe por que eu disse aquilo, então não vamos começar de novo. Eu te amo demais, amiga.
Demi revirou os olhos.
Fallon espetou o garfo numa folha de alface americana encharcada em molho ranch.
– Pelo menos o Joseph conseguiu mantê-lo longe da sala de parto. – ela passou a língua no piercing do lábio. – Todo mundo sai ganhando. Ninguém vai preso. Nada de batalhas nos tribunais.
– É verdade – trinou Selena, bebendo o resto de um milk-shake de baunilha. – Mas teria sido legal ver o Joseph ganhar moral.
– Ganhar moral? – repetiu Demi.
Selena assentiu.
– Cadeia. Xadrez. Xilindró. Qualquer período de tempo passado na prisão faz a pessoa ganhar moral.
– Selena, por que o Joseph precisa ganhar moral?
Tentando conter um sorriso, Selena ergueu uma sobrancelha perfeitamente desenhada.
– Bem, ele já é delicioso, sem ofensas. Acrescentar tempo passado na cadeia ao histórico dele só o deixa mais gostoso. Eu estou dizendo, Demi, depois que ele voltasse para casa, você iria ver só o sexo sensacional que iria ter com o rapaz. A cadeia transforma os homens em demônios.
– Até parece que eles já não são dois demônios. Para melhorar, eu me lembro de ter lido que as mulheres se transformam em bolas de hormônio ambulantes quando ficam grávidas. – Fallon fez cara de quem sabia do que estava falando ao olhar para Demo. – Aposto que você vem mantendo o Joseph ocupado nesse departamento.
Ui! Assunto delicado. Para evitar os olhares de Fallon e de Selena, Demi pegou uma batata frita do prato e olhou ao redor, detendo-se no casal que afivelava uma criança de colo a uma cadeirinha. Frustrado pelo confinamento, o garotinho enérgico de cabelos louros guinchava e chutava a mesa. Uma risada do pai, um dedo severo da mãe e uma caixinha de suco depois, e a criança entrou num silencioso estado de beatitude.
Demi suspirou, limpou a boca e pegou a bolsa.
– Estamos prontas para ir?
Selena estreitou os olhos, estudando Demi, a testa franzida. Demi se preparou para o comentário cretino que certamente estava por vir.
– Puta merda, Demi. Você está negando sexo a ele, não está?
Lá estava. Mais uma revirada de olhos e outro suspiro.
– Não, Sel. Não estou. Ele é que está.
Irritada, Demi chamou a saltitante garçonete adolescente. Com um sorriso, a garota se aproximou, os cabelos castanhos presos em duas tranças.
– Posso trazer mais alguma coisa para vocês, meninas?
– Não. A gente vai querer a conta, por favor – respondeu Demi, tirando a carteira da bolsa, já se levantando.
– Na verdade, eu queria um sundae duplo de chocolate – interveio Selena, fitando Demi. – Com cobertura extra.
A garçonete rabiscou o pedido.
– Já volto.
– Ei, nem a pau, Demi – protestou Selena, dando um tapinha na cadeira. – Você não atira uma bomba dessas sem contar o que não está acontecendo na cama. – Selena olhou para Fallon em busca de apoio. – Estou certa ou não estou?
Fallon assentiu, também dando um tapinha na cadeira.
– Completamente. Sente-se aqui e desembuche, caipirinha.
– Vocês duas não prestam – sussurrou Demi, voltando a ocupar a cadeira. – O que é?
– O que é o quê? – repetiu Selena, piscando, perplexa. – Como disse a Fallon... desembuche.
– Eu já contei tudo. Ele não transa comigo desde que a gente foi fazer a minha primeira ultrassonografia. – desviando o olhar, ela deu de ombros, inflando o peito com uma respiração profunda e sexualmente frustrada. – Ele tem medo de me machucar e de machucar o bebê.
– Como assim? Ele tem uma espada no lugar do pênis? – perguntou Fallon. – A gente está no final de fevereiro e vocês dois não transam desde o começo de janeiro?
Com o queixo erguido, Selena cruzou os braços, acentuando os seios que saltavam de dentro do suéter de caxemira rosa-choque.
– É sério? Você está falando sério?
Demi bufou.
– Não, eu estou mentindo. Me deu na telha inventar uma história ridícula hoje. – ela soltou os cabelos do coque e os cachos se derramaram por suas costas. – Sim, estou falando sério. Ele anda... nervoso.
– Ele está sendo babaca – retrucou Selena com veemência, aceitando o sundae das mãos da adolescente saltitante.
– Concordo. – Fallon enfiou a colher na sobremesa de Selena. – Tem alguma coisa rolando aí. Acha que ele está traindo você? Quer dizer, eu li que uns caras ficam superesquisitos quando a mulher está grávida. Talvez ele esteja comendo alguém.
Demi arregalou os olhos. Selena encarou Fallon.
– É a segunda vez que você menciona ter lido alguma coisa sobre gravidez. É bom que você e meu irmão não estejam com nenhuma ideia na cabeça.
– Eu gosto de me manter informada – respondeu Fallon, atacando outra bola de sorvete.
– E eu gostaria de responder à sua pergunta – disse Demi, insistente. – Não, não acho que ele esteja me traindo. – na verdade, isso já tinha ocorrido a Demi.
Maldita Fallon. Demi sacudiu a cabeça para se livrar da ideia com a mesma rapidez com a qual ela entrou. – Ele quer conversar com o médico na próxima consulta para ter todos os dados.
Fallon chupou a colher, as sobrancelhas erguidas.
– Você está tentando me dizer que Joseph Jonas, magnata das finanças e um cara bastante esperto, não buscou informações na internet sobre isso?
– Ele não confia na internet – respondeu Demi com um suspiro. Empunhou a colher e mergulhou no que ainda restava do sundae. – Diz que as informações são conflitantes demais e que prefere conversar com o médico pessoalmente.
Fallon deu de ombros.
– Não estou convencida. Ou ele não sente tesão ou está encontrando alívio em outro lugar. – O queixo de Demi caiu. Fallon soltou uma gargalhada. – Estou brincando, caipira. Mais ou menos. Mas, sério, fique de olhos abertos. Só parece... esquisito. Um homem inteligente como ele não pode simplesmente emburrecer. E se ele estivesse mesmo interessado, por que esperar? Por que não dar uma passada no consultório do seu médico e perguntar logo?
Demi fechou a boca e pensou no que Fallon dizia. Não havia parado para pensar por que Joseph não tentara ir atrás das informações por conta própria. A barriga dela ainda não parecia um balão, mas já beirava as dezesseis semanas.
Demi não achava que ele a estivesse traindo e se sentia insegura com relação ao corpo, então aceitava a suposição de que Joseph a achava brochante.
Selena franziu a testa para Fallon.
– Você está tentando perturbá-la?
– Não. – Fallon limpou a boca e atirou o guardanapo amassado em cima da mesa. – É que nunca se sabe. Só isso.
Selena balançou a cabeça e revirou os olhos.
– Não dê ouvidos a ela, Demi. O Joseph nunca, nem no seu pior dia, trairia você. Agora, eu acho que você tem de deixá-lo esperto. Talvez pegar uns folhetos no consultório para instruir o homem nas formas específicas de curtir uma atençãozinha individual durante a gravidez. Contanto que nada precise ser ligado na tomada, está valendo. Não é preciso que ninguém seja eletrocutado tentando dar umazinha.
Demi se levantou tentando chamar a atenção da garçonete outra vez.
Depois de entregar o cartão de crédito para a menina, deixou escapar um suspiro.
– Muito bem, vocês duas. Não quero mais falar sobre isso. Ele vai conversar com o meu médico na próxima consulta. Fim de papo.
As duas mulheres assentiram e o assunto foi encerrado. Depois de pagar, elas se dirigiram à saída.
Fallon vestiu o casaco e deu um abraço em Demi.
– Eu tenho que me arrumar para trabalhar. Também te amo, fofa. Não ligue para mim: estou com TPM. Tenho certeza de que vai ficar tudo bem – disse Fallon. Demi abriu um pequeno sorriso e a ajudou a envolver o pescoço com um cachecol. – Passe logo no restaurante. O Antonio está com saudades. Merda, todos nós estamos.
Demi aquiesceu, também sentindo saudades de todos. Tinha pedido demissão havia algumas semanas ao decidir que trabalhar em regime de meio expediente como professora de uma turma de primeiro ano já era mais do que o suficiente por ora.
– Eu vou, sim.
Depois de se despedir de Fallon, Demi e Selena entraram num táxi e deram início a um dia de compras de roupas de grávida. Mais uma vez, a barriga ainda não tinha se transformado no balão prestes a explodir que seria dali a alguns meses, mas as formas em expansão definitivamente exigiam novos trajes. Vinte minutos mais tarde, após uma das viagens mais assustadoras que já tinha feito pela cidade, graças a um motorista de cabeça quente, chegaram à Rosie Pope, uma sofisticada butique para grávidas na Madison Avenue.
Selena bateu a porta com força ao sair do táxi.
– Que cara psicótico! – Selena mostrou o dedo do meio para o taxista que já saía cantando pneu em meio ao trânsito do meio-dia. – Meu Deus! Sério, deviam dar tranquilizantes para esses caras antes de começarem o trabalho. – depois de prender os cabelos e fartos num coque desleixado, suspirou e abriu a porta para Demi. – Por que diabos você não veio de carro? Você tem aquele carro sensacional e novinho em folha que o Joseph deu, e mal sai com ele.
– Você mal sai com o seu. – Demi passou a butique chique em revista, impressionada com a seleção de roupas. – Você está em Manhattan há muito mais tempo que eu e sabe como o trânsito é assustador. Não são só os motoristas de táxi. Todo mundo dirige que nem louco por aqui.
– Verdade. Eu me acostumei a pegar táxis ou o metrô. Mas eu poderia ter um orgasmo só de me sentar no seu carro. Eu não teria o menor pudor em dirigi- lo. Aquela máquina foi feita para velocidade e sexo. É tesão sobre rodas.
Demi soltou um suspiro, relembrando aquela gloriosa autoestrada da Califórnia. De fato, tinha sido feita para a... diversão.
Selena tirou uma blusa vermelha de uma arara e a posicionou sobre o peito de Demi. Inclinando a cabeça de um lado para outro, examinou-a por um instante. Franziu o nariz em sinal de desgosto e pendurou-a de volta.
– Não é a sua cor. Ah, não estou nada feliz por você ter resolvido não dar um chá de bebê.
– Sel, não vou fazer isso de jeito nenhum. A situação não pede. Pare de falar no assunto.
Demi pegou três jeans, em tamanhos que iam do 36 ao 40, de uma pilha de calças bem dobradas.
Fitando a etiqueta de preço astronômico, quase as colocou de volta. Quando ia saindo para o trabalho naquela manhã, Joseph havia deixado o cartão de crédito e um bilhete em cima da bancada dizendo que queria que ela comprasse roupas naquela butique em particular. Considerando que ele tinha gastado 30 mil dólares sem pestanejar num mobiliário de quarto de bebê formidável, em mogno entalhado à mão, trazido de avião da Itália, Demi não sabia ao certo por que estava chocada.
– Além de roupinhas e outras bobagens, a gente já tem tudo para o bebê. Não precisamos de um chá de bebê.
– Eu sei que vocês não precisam de um, mas é um rito de passagem. – seguindo Demi até o provador, Selena pegou umas blusas. – Se eu não tiver a oportunidade de ver você usando aquele chapeuzinho com fitas de presente, que graça terá a minha vida?
Demi riu e pegou as blusas das mãos de Selena.
– Aqueles chapéus são horrendos. – ela abriu a cortina e entrou no provador.
– Você é malvada o bastante para querer me ver usando um troço daqueles.
– Não tenha dúvida de que sou. – Selena tirou o batom vermelho-escuro da bolsa, passando-o nos lábios franzidos enquanto se mirava num espelho compacto. – Ora, vamos, Demi, estou falando sério. Deixe-me organizar alguma coisa para você. Senão, vou ligar para a produção dos programas do Maury Povich e do Jerry Springer para me certificar de que você, Joseph e o Lorde das Trevas de Merda tenham os seus quinze minutos de fama, ao vivo, na TV.
Demi soltou uma gargalhada.
– Adoro os apelidos que você inventa para o Alex. – ela abriu a cortina e deixou o provador usando um jeans escuro para gestante e uma blusa preta com decote V que pendia ligeiramente do ombro. – Mas eu mato você se ligar para qualquer um desses... – a voz de Demi foi sumindo quando ela viu o próprio reflexo.
Com frequência, admirara a beleza de uma mulher que carregava um bebê na barriga. A maneira como a pele se expandia, criando um templo para a vida que crescia, a impressionava. Mas, olhando-se no espelho, Demi não conseguiu encontrar o menor traço de beleza. Levou as mãos à barriga e a alisou em direção aos quadris que se alargavam. O fato de que ainda não chegara à metade da gravidez a fez se dar conta de que estava com metade do tamanho que teria no parto.
Pelo reflexo, Demi observou Selena se aproximar por trás dela.
– Estou horrorosa – sussurrou Demi, completamente convencida de que esse era o motivo pelo qual Joseph a vinha privando de sexo. – Na hora de dar à luz, vou estar gorda como o Garfield.
Selena pousou a mão no ombro de Demi.
– Você está linda, amiga. Se o Garfield fosse bonito como você, comeria muitas lasanhas para comemorar.
Demi abriu um pequeno sorriso.
– Você sabe que não teve graça, né?
Selena deu de ombros.
– É. Eu costumo ser melhor do que isso.
O sorriso de Demi sumiu enquanto ela se olhava. Lembrou-se de uma conversa que tivera com a mãe antes de ela descobrir que estava doente, numa manhã quente de junho, na cozinha de uma casa envolta em lembranças tristes e doces. De férias da escola, Demi estava tomando café da manhã. Foi como se a mãe soubesse que algo de ruim ia acontecer. Ela começou a falar do relacionamento com a própria mãe, que falecera alguns meses antes, e Demi sentiu uma pontada no coração. Após alguns risos leves e muitas lágrimas, ela olhou para Demi, o olhar distante, e falou que, se algum dia não estivesse mais presente fisicamente, ainda assim estaria presente a intuição materna lhe dizia que não havia muito mais tempo.
Demi não imaginou que aquela conversa faria tanto sentido quase um ano depois. E temia o impacto daquilo tudo. Estava prestes a ter o primeiro filho e, muito embora a mãe talvez estivesse assistindo, não estaria presente em carne e osso. A guardiã de todas as suas lembranças de infância, boas ou ruins, não veria o bebê de Demi. Não encheria o neto com o amor que só uma avó consegue dar. Não estaria presente para segurar a mão de Demi e para acompanhá-la ao longo do caminho materno. Com uma lágrima rolando pelo rosto, Demi passou as mãos pelos cabelos. Olhou outra vez para o espelho, para a mãe que estava prestes a se tornar.
Sua estrada, apesar das camadas de felicidade, também era calçada por uma saudade que apenas a mãe poderia preencher.


***

Um granizo pesado martelava a janela do quarto como se fossem milhares de dedos tamborilando, despertando Demi de um sono profundo. Ela abriu os olhos, estreitando-os, e deu com Joseph coçando a barriga nua, umedecendo os lábios, de olhos fechados. Ela tentou desesperadamente recuperar o fôlego. Uma ânsia insistente se intensificou em meio a suas pernas, o corpo reagindo a ele da única maneira que sabia. Precisava dele.
Precisava tocá-lo, saboreá-lo, senti-lo. Dentro dela. Por cima dela. Por baixo dela. Independentemente de qualquer coisa, ela o queria e não aguentava mais esperar. O ar, perfumado com a sua colônia, entranhou-se em todos os seus sentidos. Demi se contraiu, a respiração suave de Joseph, sua cadência grave e vibrante aumentava-lhe o desejo. Ela tentou, em vão, se deter, mas quando ele se virou, o edredom escorregou do corpo, expondo aquele glorioso osso do quadril. Estava ferrada. A voracidade explodiu em sua barriga.
Demi mordeu o lábio, sentou-se e despiu a camisola e a calcinha de seda preta. Aproximou-se como uma mariposa atraída pela chama. Com dedos cuidadosos, deslizou o edredom para longe do corpo nu. Ele se mexeu um pouco, dando um gemido profundo, mas não acordou. Demi engoliu em seco, a ânsia por cada centímetro daquelas carnes duras de pele dourada preenchendo-a com um desespero próximo ao de uma louca. A pulsação e a respiração se aceleraram enquanto ela deslizava pela cama.
De joelhos à frente dos pés dele, abriu as suas pernas e se preparou para o ataque. Envolvendo o pau quase duro, levou a boca ávida até ele. Ouviu-o gemer e o esforço do corpo musculoso para se sentar só serviu de combustível para o desejo. Tentou satisfazer a sede que sentia por ele, chupando com mais força, lambendo cada centímetro do pau coberto de veias, da raiz à cabeça. Meu Deus, que delícia o sabor dele. O sabor salgado daquela seda líquida combinada ao sabor da pele faziam a cabeça de Demi subir e descer reverentemente, a mão seguindo os mesmos movimentos a cada vez que ela o enfiava na boca.
Então, Joseph acordou.
Ele arrastou o corpo em direção à cabeceira, mas isso não deteve Demi.
Ela foi em frente sem largá-lo.
– Demi... – disse ele, ofegante, a voz entrecortada. – Que diabos você está fazendo?
Com as pupilas dilatadas de tesão, ela ergueu a vista enquanto chupava o pau, agora duro como pedra.
– O que acha que eu estou fazendo, Sr. Jonas?
Demi mergulhou outra vez e sentiu o membro bater no fundo da sua garganta. Mais um gemido, profundo e delicioso, saiu rasgando do peito de Joseph, que agarrou os cabelos dela. Aquilo a fez se sentir entorpecida. Zonza. Deslizou a boca pela ereção pulsante, as unhas enterradas nos quadris dele. Os músculos de Joseph se tensionaram e ela adorou a sensação. Ah, sim, agora o tinha sob domínio. Ele penetrou mais fundo entre os lábios dela, segurando os seus cabelos com força enquanto a guiava para cima e para baixo, para baixo e para cima, deixando que ela o levasse ao limite.
Cada um dos sentidos de Joseph foi devorado por aquela boca faminta.
– Caralho – rosnou ele. – Você adora o meu sabor, não é?
Sim. Adorava.
O sabor acre que ele expeliu, misturado com certa doçura, a entorpeceu.
– Mmm – gemeu ela, a língua deslizando por uma gota espessa de sêmen. Demi passou a mão pela barriga nua de Joseph, deixando marcas de unha vermelhas e profundas, ainda circulando o pênis com a língua. Um gemido inebriante se arrastou pela garganta dela quando ele beliscou um dos seus mamilos endurecidos, acariciando-o lentamente entre o polegar e o indicador.
Com uma das mãos ainda enterrada em seus cabelos, começou a se mexer mais rápido.
Joseph estava prestes a explodir. Engoliu em seco com dificuldade quando Demi o chupou com mais força ainda. Ele a agarrou pelos ombros, puxando-a para cima do peito. Numa fração de segundo, colocou-a de barriga para cima, deitada por baixo dele.
Sem fôlego, Demi atirou os quadris para cima, a necessidade alucinante de tê-lo dentro dela quase levando-a à loucura. Agarrou-o pelos ombros, a boceta apertada, ardendo de tesão. Ele se deteve acima dela, apoiado nos cotovelos.
Com respirações profundas e irregulares, ele a observou como se não soubesse ao certo o que fazer.
– Você vai me foder agora e eu vou amar cada segundo, Joseph. Você vai me foder e não vai machucar o bebê. Se você não me foder neste instante, eu é que vou machucar você.
Maldita. Ele ficou mais duro ainda. Ela ferrava com a cabeça dele em diversos níveis. O desejo disparou por suas veias como nunca na vida, fazendo-o reavaliar o simples fato de estar vivo. Apesar de atordoado pela franqueza dela, não pôde evitar o sorriso que se esgueirava por sua boca.
– Você me quer tanto assim?
– Quero – gemeu ela, respirando com dificuldade.
– Mas quanto?
Ele roçou o queixo no seio dela. Meu Deus, que saudade estava de senti-lo. Que saudade estava de senti-la. Fez um círculo com a língua por cima da protuberância do mamilo.
– Eu quero que me fale, com o máximo de detalhes, quanto você quer, de verdade.
Demi inspirou de forma instável.
– Já não basta você não me achar atraente? Agora ainda quer que eu descreva quanto desejo você? – Ela desviou o olhar. – Está querendo me torturar, Joseph?
Os olhos de Joseph se arregalaram, o coração esmagado no peito. É claro que sabia que ela havia ficado frustrada no decorrer das últimas semanas, mas jamais imaginara que aquilo a afetaria tão profundamente. Sabia que precisava consertar a situação.
– Olhe para mim, amor – sussurrou.
Demi obedeceu com os olhos cheios de lágrimas e o coração de Joseph se apertou ainda mais. Segurando a coxa dela, enganchou-a ao redor da cintura e roçou os lábios no queixo dela. A respiração arquejante de Demi o fez derreter.
– Eu achava seu corpo lindo antes de você engravidar – disse ele, a voz grave de encontro aos lábios trêmulos dela. – Só que, agora, ele se transformou num requinte. Na verdadeira... perfeição.
Carinhosamente, ele pegou a outra coxa, repetindo o movimento de passá-la ao redor da cintura. Sentiu as pernas dela estremecerem em antecipação. Joseph a fitou por um instante antes de se abaixar para penetrá-la. Quente, escorregadia e se fechando em torno dele com uma fúria enlouquecida, sua boceta era deliciosa. Conteve um gemido, deleitando-se com o arquejo suave de Demi. Uma onda passageira de medo o percorreu quando a penetrou um pouco mais profundamente, mas ele o afastou. Joseph lhe deu um beijo de língua, saboreando aquela doçura, e segurou-lhe a nuca e a graciosa curva do quadril.
– Preciso dizer quanto tenho morrido de desejo por você? – ele grunhiu, passando a língua pela pele delicada do pescoço dela. – Preciso de você mais do que da próxima batida do coração.
Correntes de êxtase se irradiaram pelos membros de Demi enquanto se contorcia por baixo dele. A voz, o timbre de um homem que pedia perdão retumbou grave em seu ouvido. Seus bíceps se flexionavam a cada estocada lenta e calculada que dava. Ela se derretia, descongelando sob seu calor. Arrastando as unhas pelos músculos das costas dele, Demi não conseguia respirar, presa entre os lábios quentes de Joseph e suas palavras de sedução. O desejo dele fazia-se evidente em cada carinho seu, em cada investida de sua língua. Com as costas arqueadas, ela mexia os quadris mais e mais rápido, mas de repente ele parou por completo.
– Gavin, não pare – implorou ela, as coxas apertando a cintura dele com vigor. – Por favor.
– Não – replicou ele com um sussurro estrangulado. Afastou os cabelos úmidos do rosto de Emily e passou a língua sobre a dela. – Não vou foder você esta noite, Demi Lovato. Pode me matar se quiser, mas vou possuí-la lentamente, até você não aguentar mais. Meus dedos vão tracejar cada linda linha oculta do seu corpo. Meus lábios vão acariciar, nutrir e alimentar cada centímetro insaciável do seu ser. Pode ser?
– Pode – gemeu ela.
Joseph tomou a sua boca, engolindo cada gemido que se seguiu enquanto explorava as profundezas macias do calor molhado e delicioso que era só dela. Ele a encheu do mais puro, mais doce e mais belo amor que Demi já havia experimentado. As pulsações lentas e agoniantes dele e os beijos profundos e apaixonados superaram qualquer coisa que ela já tivesse sentido, saboreado ou conhecido. Alimentando o corpo de Demi com o que ansiava, Joseph tirou de vez da cabeça dela a ideia de que não a queria.
Jogou fora todas as inseguranças...
Desvendou todas as dúvidas...
E a levou embora nos ventos rodopiantes de seu amor inegável, inquestionável...

pessoal, finalmente meu computador chegou e voltei com tudo, espero que não tenham me abandonado hahaha
essa história está quase acabando e já tenho outra maravilhosa para postar para vocês.
essas amigas da Demi são tudo doidinha né hahaha ainda bem que a Demi se acertou com o Joseph nessa questão, lindo esse final <3
gostaram? comentem e até o próximo.
bjs amores <3

4 comentários:

  1. Adorei esse final
    Essas amigas da demi coitada

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    1. Sim, deixando ela mais insegura mas isso logo vai mudar.
      Que bom que gostou lindona, vou postar hoje.
      bjs <3

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  2. eu vim aqui para comentar no aviso para você não nos abandonar LOL
    ainda não li, mas vou ler esse capítulo maravilhoso e comentar sobre.

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    1. Eu não vou abandonar, pode deixar hahaha.
      vou postar outro hoje lindona.
      bjs <3

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