19/09/2016

breathe: capítulo 17 (2/3)


— Então você está saindo com aquele Joseph Jonas, certo? — perguntou Marybeth em um dos encontros do clube do livro. 
Ergui a sobrancelha enquanto segurava meu exemplar de mulherzinhas
— O quê? 
— Ah, querida, não precisa ficar com vergonha. Todo mundo na vizinhança já viu vocês juntos. Não se preocupe, pode contar tudo pra gente. Ninguém vai comentar nada. 
Claro
— Ele corta a grama do meu jardim. Nós mal nos conhecemos. 
— É por isso que outro dia você saiu da casa dele pela janela à uma da manhã? Por que ele corta a grama do seu jardim? — perguntou uma mulher que eu mal conhecia. 
— Desculpe, quem é você? 
— Dana. Sou nova na cidade. 
Precisei me esforçar muito para me controlar. Ela havia se adequado perfeitamente aos hábitos locais. 
— Então é verdade? Você pulou da janela dele? Falei para Dana que eu não podia acreditar nisso. Você acabou de perder seu marido e não iria manchar a memória dele com outro homem — interveio Marybeth. — Seria como dar um tapa na cara do seu casamento. Como se vocês tivessem escrito os votos de casamento na areia, e não no coração. 
Meu estômago se revirou. 
— Talvez devêssemos falar sobre o livro — sugeri. 
Mas elas continuaram a fazer perguntas. Perguntas para as quais eu não tinha respostas. Perguntas que eu não queria responder. Isso se prolongou durante toda a noite e tudo parecia se passar em câmera lenta. Quando acabou, me senti infinitamente feliz. 
— Tchau, meninas! — despediu-se Susan, acenando para Elizabeth. — Lembrem-se de ler Cinquenta tons de cinza em duas semanas. Tragam anotações. 
Acenei para todas. No final da noite, não tínhamos falado nada sobre o livro, e eu me senti extremamente menosprezada por todas aquelas mulheres. 
23 de agosto. 
Para a maioria das pessoas era só uma data. Para mim, era muito mais do que isso. 
Era aniversário de Zachary. 
Dia de ter grandes recordações. 
Eu deveria lidar melhor com elas. As pequenas lembranças normalmente doíam mais. Apoiei-me na árvore do meu jardim e olhei para o céu brilhante, os raios de sol iluminando tudo. Elizabeth brincava com Zeus numa pequena piscina de plástico que eu tinha comprado. Joseph estava construindo uma mesa de jantar em seu galpão. 
Não sei de onde veio, mas uma pluma branca pousou em mim. Uma pluma pequena, delicada, que adentrou minha alma. Um sentimento de perda esmagador me dominou, e eu levei a palma da mão à testa, batendo nela repetidas vezes. Meu coração disparou no peito, as lembranças de Zachary me inundaram. Afoguei-me nelas. Não conseguia respirar, minhas costas deslizando pela árvore, tremendo incontrolavelmente. 
— Me perdoa — chorei por mim. Por Zachary. — Desculpe se eu não consegui... — gritei de dor, fechando os olhos. 
Senti duas mãos no meu ombro e pulei, assustada. 
— Shhh, sou eu — murmurou Joseph ao se sentar no chão e me abraçar. — Estou aqui. 
Puxei a camiseta dele e molhei-a com minhas lágrimas. 
— Eu não consegui salvá-lo, não consegui — eu gemia. — Ele era tudo para mim, e eu não o salvei. Ele lutou por mim, e eu... — não consegui dizer mais nada. Não consegui achar as palavras certas no meu coração sufocado. 
— Shh, Demi. Estou aqui. Estou aqui — a voz dele me confortava, mas eu desabei completamente. Meu primeiro surto em muito tempo. Agarrei-me a Joseph, suplicando silenciosamente que ele não me abandonasse. 
Ele me abraçou com mais força. 
Em seguida, senti mãos pequenas em meu corpo. Elizabeth estava tentando me trazer algum conforto. 
— Sinto muito, minha querida — sussurrei, tremendo, abraçada a Joseph e a minha filha. — Mamãe sente muito. 
— Tá tudo bem, mamãe — consolou ela. 
— Tudo bem. 
Mas ela estava errada.
Nada estava bem. 
E eu não tinha certeza de que um dia ficaria. 
Choveu naquela noite. Fiquei sentada no quarto por um tempo, só de roupão, vendo o dilúvio cair. Chorei com a chuva, sem conseguir me controlar. Elizabeth estava dormindo no outro quarto, e Joseph deixou que Zeus passasse a noite com ela. 
Faça isso parar, supliquei ao meu coração. Faça essa dor parar
Pulei a janela e fui até a casa de Joseph. Fiquei encharcada em segundos, mas não me importei. Dei uma leve batida na janela dele, e ele a abriu, sem camisa, me encarando por alguns segundos. Seus braços se apoiaram no parapeito da janela, o que deixou seus músculos à mostra. 
— Hoje não — disse ele baixinho. — Vá pra casa, Demi. 
Meus olhos ardiam de tanto chorar. Meu coração doía de saudade. 
— Hoje — retruquei. 
— Não. 
Desamarrei meu roupão e o deixei cair no chão. Fiquei na chuva só de calcinha e sutiã. 
— Sim. 
— Meu Deus — murmurou ele, abrindo a janela. — Entre. 
Obedeci. 
Uma poça de água se formou aos meus pés. Eu tremia de frio. De dor. 
— Pergunte como eu quero hoje. 
— Não — a voz de Joseph era ríspida, e ele não olhava para mim. 
— Quero que você me ame hoje. 
— Demi... 
— Você pode ser agressivo, se quiser. 
— Pare. 
— Olhe para mim, Joseph.
— Não. 
— Por que não? — perguntei, aproximando-me quando ele deu as costas para mim. 
— Você não me quer? 
— Você sabe a resposta. 
Balancei a cabeça. 
— Você não me acha bonita? Não sou tão bonita quanto ela? Tão boa quanto... 
Ele se virou rapidamente e segurou meus ombros. 
— Não faça isso, Demi. 
— Me ame agora, por favor... — implorei, os dedos deslizando por seu peitoral. — Por favor, faça amor comigo. 
— Não posso. 
Bati em seu peito.
 — Por que não? — as lágrimas começaram a deixar minha visão embaçada. — Por que não? Deixei você me tocar quando a quis, deixei você trepar comigo quando precisou. Deixei... — minhas palavras se transformaram em soluços. — Deixei você... Por que não... 
Ele agarrou meus pulsos, impedindo-me de continuar batendo em seu peito. 
— Porque você não está bem. Está completamente devastada hoje. 
— Só faça amor comigo. 
— Não. 
— Por que não? 
— Porque não posso. 
— Isso não é resposta. 
— É, sim. 
— Não, não é. Pare de ser covarde. Me diga, por que não? Por que não? 
Porque eu não sou ele — berrou Joseph, fazendo meu corpo estremecer. — Não sou Zachary, Demi. Não sou o que você quer. 
— Mas você pode ser. Você pode ser ele. 
— Não — respondeu, rispidamente. — Não posso. 
Eu o empurrei 
— Eu te odeio — gritei, minha garganta queimando, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu te odeio — mas eu não estava falando com Joseph. — Eu te odeio por ter me deixado! Eu te odeio por ter ido embora. Não consigo respirar. Não consigo... 
Desabei nos braços de Joseph. 
Desabei de uma forma que eu nunca tinha experimentado na vida. 
Estremeci, gritei, e uma parte de mim morreu. 
Mas Joseph me abraçou, fazendo de tudo para que minha alma sobrevivesse àquela noite.

E essas mulheres fofoqueiras? Querendo saber da vida da Demi
E a Demi devastada por causa de Zachary :(
Me contem aqui nos comentários o que acharam!

3 comentários:

  1. Estou adorando a maratona!!!
    Mulheres fofoqueiras kkkkk
    <3

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    1. Que bom que gostou amor, elas são mesmo kkkkkkk
      Bjs <3

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  2. Cada capítulo, uma emoção diferente, cada capítulo uma lágrima nova, estou tão viciada e ao mesmo tempo tão chorona em relação a essa fic, estou amando cada capítulo dela. Estou completamente viciada.

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