22/04/2016

sussurros na noite: capítulo 5 (Parte 1)


Bell Harbor, 
Flórida, 21:30 P.M

O fogo foi detectado por volta das nove e meia da noite, de acordo com o vizinho da Sra. Rivera que vira a fumaça passando através da porta da frente e ligara para o 911. Em seis minutos o Corpo de Bombeiros já estava no local, porem era tarde demais para salvar a miserável casinha de madeira. 
Demi dirigia-se do trabalho para casa, com a intenção de mudar de roupa e atravessar a rua até a praia onde transcorria a festa de despedida de solteiro de Pete, quando ouviu o chamado pelo rádio e decidiu oferecer qualquer tipo de ajuda que pudesse. Na hora em que chegou, a rua já estava congestionada com os caminhões dos bombeiros, ambulâncias e viaturas da polícia, as luzes de emergência piscando como sinistros faróis dentro da noite. Sirenes gemiam à distância e as mangueiras espalhavam-se pelas ruas, deslizando nos gramados como se fossem inchadas serpentes brancas. Os policiais isolavam toda a área mais próxima e tentavam evitar que uma crescente multidão de curiosos chegasse perto demais.
Demi acabara de tomar os depoimentos de vários vizinhos quando a Sra. Rivera subitamente chegou ao local. A mulher idosa e atarracada avançou por entre os policiais e os curiosos como um frenético atacante pronto para fazer um gol, tropeçou numa das mangueiras e aterrissou nos braços de Demi, e seu impulso quase fez com que ambas caíssem no chão. 
— Minha casa! - ela gritou, lutando para livrar os punhos que Demi segurava. 
— A senhora não pode entrar - Demi falou. — Corre o risco de se ferir, e estará apenas atrapalhando os homens que tentam salvar sua casa. 
Em vez de mostrar-se mais calma ou dissuadida, a Sra. Rivera ficou histérica. 
— A minha cachorrinha! - gritou, debatendo-se para se soltar. — Minha Daisy está lá dentro! Demi passou o braço em torno dos ombros da mulher, tentando detê-la e consolá-la ao mesmo tempo. 
— Daisy é uma cachorrinha branca e marrom? 
— Sim, pequena. Branca e marrom.
— Acho que a vi por aí há alguns minutos - disse Demi.
— Ela deve estar bem. Chame o nome dela, nós vamos procurá-la juntas. 
— Daisy! - a Sra. Rivera soluçou, girando no lugar, impotente. — Daisy! Daisy... onde você está? 
Demi olhava atentamente por toda a rua, procurando prováveis esconderijos que um animalzinho aterrorizado escolheria para se abrigar, quando uma carinha branca e marrom, suja de fuligem e poeira, de repente espiou de baixo de um carro da polícia
— Aqui está ela - Demi chamou. 
— Daisy! - a Sra. Rivera gritou, adiantando-se, correndo e pegando no colo o animal apavorado. 
Depois disso, não havia mais nada que Demi pudesse fazer, exceto permanecer ao lado da desolada senhora e oferecer-lhe o consolo de sua companhia enquanto observavam as chamas vorazes devorando o teto da casa, espalhando-se por toda a varanda.
— Uma de suas vizinhas contou-me que a senhora tem uma filha, que mora aqui por perto - Demi falou com gentileza.    
A Sra. Rivera assentiu, com o olhar fixo na casa destruída.
— Vou passar um rádio para que um carro de polícia vá buscá-la e a traga até aqui, para que fique com a senhora - Demi ofereceu. 

Quando Demi finalmente chegou em casa, já estava tão atrasada para a festa de Pete que não teria tempo de tomar um banho e nem lavar os cabelos. Deixou o carro na entrada da garagem, pegou a bolsa e apressou-se em atravessar a rua, mas teve de virar-se de lado e espremer-se para passar entre dois carros estacionados junto à calçada. Enquanto passava entre os pára-choques dos dois veículos, teve a impressão de que havia alguém sentado ao volante de um outro carro, estacionado mais adiante na mesma fileira; então, a sombra desapareceu de repente, como se a pessoa tivesse escorregado para baixo no assento, ou se inclinado para ficar fora de visão. 
Demi conteve o impulso de ir investigar e seguiu andando rapidamente pela calçada. Estava com pressa. Talvez a pessoa naquele carro - se é que havia mesmo alguém - tivesse derrubado alguma coisa no chão e abaixara-se para pegar. Talvez tivesse decidido tirar um cochilo. Ou, o que era mais provável, ela vira apenas uma sombra refletida no para-brisa, formada pelas folhas das palmeiras que se agitavam sob a luz da rua. 
Mesmo assim, continuou observando o veículo, um Ford, com o canto dos olhos enquanto encaminhava-se na direção da longa fileira de barracas de alimentação que se alinhavam no calçadão. Quando estava prestes a contornar uma barraquinha de sorvete, Demi viu que a luz interna do Ford se acendia e um homem alto saía do carro. Ele começou a andar lentamente para a praia, movendo-se no sentido oposto ao da fileira de barracas e na direção que levava às dunas de areia. 
Demi já não conseguia mais reprimir suas inquietas suspeitas e parou, imóvel, usando a lateral da barraca para proteger-se da vista dele. Ao norte dos estandes das lanchonetes havia uma faixa de areia de cerca de um quilometro, pontilhada de quiosques circulares usados pelos frequentadores da praia para churrascos e piqueniques. Aquela era a parte da praia mais adequada para os banhos de sol e mar, reuniões e festas, e era ali que a festa de Pete estava em andamento. 
Na parte logo ao sul das barracas, para onde o desconhecido se dirigia, não existia nada exceto as dunas de areia cobertas de espessa vegetação, dunas que tinham muito pouco a oferecer numa noite escura, a não ser privacidade para casais de namorados e para pessoas que esperavam engajar-se em outros tipos de atividades, bem menos inocentes. 
Demi sabia que estava tensa e nervosa desde o telefonema que recebera de seu pai naquela tarde, mas havia alguma coisa no homem que saíra do carro que lhe provocava uma apreensão nitidamente profissional. Em primeiro lugar, Demi tinha a impressão de que o vira antes; em segundo, ele não estava vestido como alguém que viera dar um inocente passeio noturno pela praia. E, mais importante do que tudo, havia algo de furtivo no comportamento dele, tanto quando estava no carro, como agora que saíra para fora. Vários incidentes envolvendo assaltos e tráfico de drogas já tinham ocorrido naquelas dunas, e até mesmo um assassinato alguns anos atrás.
Demi esgueirou-se por trás da barraca de sorvete e retomou o caminho que havia feito, permanecendo próxima aos fundos dos estandes a fim de alcançar o lado oposto da fileira de barracas. Dali, seria capaz de observá-lo ou de segui-lo.
Maldizendo em silêncio a areia que penetrava em seus sapatos, o homem esperava junto às dunas, aguardando o momento em que sua presa surgisse na praia em frente das barracas de alimentação. Ela havia sido sempre tão confiante, tão fácil de seguir e tão previsível que, quando não apareceu no lugar onde ele esperava vê-la, nem sequer lhe ocorreu a possibilidade de se alarmar. Ela estivera apressada e, quando não a avistou de imediato, ele presumiu que esquecera alguma coisa em casa e voltara para buscar. 
Em vez de ir atrás dela e encher ainda mais os sapatos com areia, ele deu alguns passos para trás e abaixou-se num vão entre duas dunas. Oculto pela areia e pela vegetação, tirou um pacotinho de balas de menta do bolso e esperou que ela retornasse ao seu campo de visão.
Removendo o papel prateado da bala, inclinou-se para a frente, tentando obter um relance do momento em que ela atravessasse novamente a rua na direção de sua casa. A lua escondera-se atrás de uma nuvem, mas a luz da rua estava próxima o bastante da lanchonete para permitir que ele a visse. 
Porem, subitamente, ela surgiu por detrás da fileira de barracas e desapareceu quase no mesmo instante nas dunas cobertas de vegetação. 
A manobra inesperada deixou-o atônito, pois acrescentava um pouco de sabor e excitação ao que havia sido, até agora, quatro dias de um tédio total, embora necessário. Ela estava tramando alguma coisa. Alguma coisa secreta, particular. 
Ele se levantou com cuidado, esticando o pescoço, com os sentidos alertas a qualquer som, qualquer sombra, mas ela havia desaparecido. Praguejando baixinho, virou-se e começou a subir pela duna atrás dela. Esperava poder avistá-la de um ponto mais alto. 
— Pare exatamente onde está... 
A voz dela assustou-o de tal forma que ele desgarrou-se dos talos da vegetação que estivera segurando para subir na duna e escorregou pela areia. Desequilibrando-se, e incapaz de levantar na areia macia, ele fez um giro, tropeçou e desabou na direção dela. Bateu contra alguma coisa, sentiu uma pancada na nuca e aterrissou de cara na areia. 
Piscando para tirar os ciscos dos olhos, levantou o rosto para ela. Demi estava parada bem à sua frente, com os pés levemente separados, os braços estendidos e uma pistola Glock de nove milímetros bem segura entre as mãos.
— Coloque as mãos nas costas, onde eu possa vê-las - ela ordenou. 
Ao menos por enquanto, ele achou melhor obedecer. Obviamente ela percebera que estava armado quando sua jaqueta se abriu mas, agora, iria tentar desarmá-lo e ele não tinha a menor intenção de permitir. Sorriu lenta e tranquilamente, enquanto levava as mãos às costas. 
— É uma arma bem grande para uma garotinha como você. 
— Junte as mãos e vire-se de costas. - O sorriso dele alargou-se, astucioso. 
— Por quê? Não vai me algemar? 
Demi não tinha algemas consigo; não tinha nem sequer um cordão de sapato para amarrar-lhe os pulsos. O que tinha diante de si era um homem armado numa praia cheia de gente, que parecia frio o bastante - ou maluco o bastante - para provocá-la e sorrir para ela, um possível psicopata que não demonstrava nenhuma reação normal à situação crítica em que se encontrava. 
— Faça o que mandei - Demi avisou, levantando um pouco mais a arma para enfatizar suas palavras— Gire de costas, deite em cima das mãos. 
Outro estranho sorriso bailou no rosto dele, enquanto considerava tais instruções. 
— Não é um bom plano - ele disse. — Quando você vier pegar a minha arma, tudo que precisarei fazer é erguer-me um pouco, agarrar o seu pulso e atirar em você com a sua própria arma. Você já viu o estrago que uma nove milímetros é capaz de fazer num corpo? 
Ele parecia louco o bastante para matar qualquer pessoa que ficasse em seu caminho naquela praia, e a última coisa que Demi pretendia era dar-lhe esta chance ao tentar desarmá-lo sozinha. Tensa, mas com firmeza, ela nivelou a arma para um ponto entre os olhos dele.
— Não me obrigue a usar isso aqui - avisou. 
Os olhos dele estreitaram-se quando registrou a mudança sutil na pontaria dela; então, virou-se de costas bem devagar, ficando com o corpo por cima das mãos. 
— Eu tenho duzentos e cinquenta dólares em dinheiro, aqui no meu bolso - ele disse, mudando de tática. — Basta você pegar e seguir em frente. Ninguém se machuca, ninguém fica sabendo.
Demi ignorou-o. Dando um passo para trás, apontou a Glock para o alto e na direção do mar, e disparou três tiros em rápida sucessão; depois, tornou a apontar para ele. Os seus tiros ecoaram na escuridão como pequenos disparos de canhão, e em algum lugar da praia alguém gritou de susto. 
— Por que diabos você fez isso? - ele inquiriu. 
— Acabei de pedir reforços - ela respondeu. — Eles estão um pouco mais adiante na praia. Chegarão aqui em um minuto. 
O comportamento dele alterou-se completamente, diante dos olhos dela. 
— Neste caso, acho que chegou a hora de abrir o jogo - ele falou rapidamente, tornando-se ríspido e profissional — Sou o agente especial Nicholas Parker, do FBI, e você está prestes a destruir o meu disfarce, detetive Lovato. 
Além do fato de ele saber seu nome, e de que sua personalidade acabara de passar por uma transformação drástica, Demi não tinha motivos para acreditar que fosse qualquer coisa exceto o que parecia ser momentos atrás. Ainda assim... 
— Deixe-me ver sua identificação. 
— Está no bolso do meu casaco. 
— Sente-se, bem devagar - ela ordenou, seguindo seus movimentos com a ponta da arma. — Tire o documento do bolso e jogue-o para mim. 
Uma fina carteira de couro aterrissou na areia, aos seus pés. Mantendo a arma sempre apontada para ele, Demi abaixou-se e pegou-a, abrindo-a em seguida. A foto dele estava estampada num dos lados, e as credenciais no outro. 
— Satisfeita? - ele perguntou, já colocando-se de pé. Demi não estava satisfeita, estava furiosa. Baixou o braço, deixando a arma pender em sua mão, e começou a tremer numa reação retardada à situação de extrema tensão que ele lhe infligira. 
— Esta é sua ideia de diversão, ou será que tem alguma outra desculpa para quase me matar de susto? - inquiriu. 
Ele encolheu os ombros, enquanto limpava a areia das calças. 
— Tive uma oportunidade de descobrir como você reage sob pressão, e resolvi aproveitá-la. Enquanto o observava, Demi de repente percebeu porque ele lhe parecia conhecido, e também deu-se conta de que ele não estava lhe falando toda a verdade. 
— Ontem você estava no parque, hoje à tarde estava no estacionamento da prefeitura. Você tem me vigiado há dias. 
Em vez de responder, ele fechou o zíper da jaqueta o suficiente para esconder o coldre de couro marrom em seu braço; depois, finalmente dedicou-lhe toda sua atenção.
— Está certa. Tenho vigiado você há vários dias. 
— Mas, por quê? Por que o FBI estaria interessado no que eu faço ou deixo de fazer? 
— Não estamos interessados em você. Estamos interessados em Patrick Lovato.
— Vocês estão... o quê? - ela perguntou, sem entender. 
— Estamos interessados em seu pai. 
Demi encarou-o, muda e desorientada. Havia muito tempo que seu pai deixara de existir, para ela. Patrick Lovato era apenas o nome de alguém famoso mas que ela não conhecia, um nome que ninguém costumava lhe mencionar. E no entanto, nas últimas doze horas, aquele homem, aquele nome, pareciam estar se erguendo das cinzas de seu passado e grudando-se nela como fuligem. 
— Não sei o que vocês acham que ele fez mas, seja lá o que for, não estou envolvida. Nunca tive nenhum relacionamento com ele, em toda minha vida. 
— Nós sabemos de tudo isso. - Ele olhou na direção da beirada do mar, onde três homens aproximavam-se correndo, um deles com uma lanterna cujo facho saltitava e girava na areia como a luz de um farol descontrolado. — Parece que seus reforços estão a caminho - observou, segurando-a pelo braço e impelindo-a para a frente. — Vamos encontrá-los. 
Demi moveu-se automaticamente, mas suas pernas pareciam duras como pau, e seu cérebro cheio de serragem. 
— Aja com naturalidade - o agente instruiu. — Apresente-me para eles. Se alguém perguntar, nós nos conhecemos em Fort Lauderdale dois meses atrás, quando você participou de um seminário da polícia, e convidou-me para vir a Bell Harbor passar o fim de semana prolongado. Agora, sorria e acene para eles. 
Demi assentiu e obedeceu, mas não conseguia pensar em mais nada, exceto que o FBI estava investigando Patrick Lovato, que ela estivera sendo seguida e que, poucos momentos antes, aquele mesmo agente do FBI tentara verificar se ela aceitaria um suborno! 
Jess foi o primeiro a alcançá-los, chegando bem na frente dos outros, com o fôlego inalterado pela corrida. 
— Pensamos ter ouvido tiros vindos daqui - disse, perscrutando as dunas. — Vocês não escutaram nada? 
Demi fez um esforço heroico para mostrar-se divertida enquanto mentia para um amigo leal que viera correndo em seu socorro. 
— Foram fogos de artifício, Jess. Dois adolescentes os soltaram aqui nas dunas, e fugiram em seguida. 
— Pois pareciam tiros - Jess argumentou, pousando as mãos nos quadris e olhando fixamente por cima do ombro dela. 
Ted Burnby e Leo Reagan chegaram arrastando-se um instante depois.
— Pensamos ter ouvido tiros - Ted ofegou, mas Leo Reagan estava incapaz de falar. Com cerca de vinte quilos acima do peso e completamente fora de forma, ele inclinou-se e apoiou as mãos nos joelhos, tentando recobrar o fôlego. 
— Dois adolescentes estavam soltando fogos por aqui - Demi mentiu novamente, sentindo-se mais constrangida e indignada a cada falsidade que dizia.
Leo e Ted aceitaram a explicação muito mais prontamente do que Jess, mas, também, Jess era muito mais esperto e vivido, um policial de cidade grande que desertara para uma comunidade menos violenta, mas cujos instintos ainda estavam bem aguçados. Depois de mais alguns minutos, ele finalmente desistiu da busca visual por entre as dunas e olhou para Demi, franzindo a testa.
— A festa de Pete está quase no fim - disse, bruscamente. 
— Já estávamos nos perguntando por que você não aparecia. 
Considerando as circunstâncias, Demi forneceu a única resposta possível e acreditável: 
— Eu estava a caminho, agora mesmo. 
Jess retirou as mãos dos quadris, adotando uma postura um pouco menos agressiva enquanto analisava o homem que a acompanhava. 
— Quem é esse? 
Para alívio de Demi, o agente do FBI decidiu apresentar-se 
— Nicholas Parker - ele disse, adiantando-se para apertar a mão de Jess, e depois de Ted e Leo. Positivamente transbordando uma tranquila cordialidade masculina, acrescentou: 
— Sou um amigo de Demi, de Fort Lauderdale. 
— Se está planejando comer alguma coisa na festa de Pete, é melhor se apressar - Leo avisou o agente, pois seus pensamentos sempre se voltavam para comida. — Os nachos já acabaram, mas o cachorro-quente está muito bom. 
— Tive um dia longo - o agente Parker respondeu, em tom de desculpas; depois, olhou para Demi e disse, suavemente: — Demi, vá à festa sem mim. 
Ela entrou em pânico. O sujeito pretendia desaparecer sem lhe responder mais nenhuma pergunta! Ela o havia desmascarado e agora ele poderia simplesmente sumir de Bell Harbor, deixando-a numa agonia de incerteza, sem meios de descobrir por que o FBI estivera vigiando-a. Ficou tão desesperada para detê-lo, que o agarrou pelo braço.
— Ah, mas quero que você conheça Pete – insistiu — Ficaremos apenas alguns minutos. 
— Eu realmente seria um estorvo. 
— Não seria, não - Demi retrucou, animada. Os olhos dele estreitaram-se, num aviso. 
— Acho que eu seria, sim.
— Você nunca poderia ser um estorvo. É uma pessoa tão interessante
— Você é que tem uma opinião elevada demais.
 — Não tenho, não - ela argumentou e, em desespero, apelou para uma chantagem velada, dizendo aos amigos: — Deixe-me lhes dizer como ele é realmente interessante... 
— Ora, não os aborreça com detalhes, Demi - ele interrompeu, com um sorriso significativo. — Vamos encontrar seu amigo Pete e comer alguma coisa. 
Leo animou-se diante da menção de comida.
 — Ei, Nicholas, você gosta de anchovas? 
 — Adoro - Richardson respondeu entusiasmado, mas Demi tinha a impressão de que ele tinha os dentes cerrados de raiva. 
— Então está com sorte, porque sobrou um montão de pizzas de anchovas. Nunca conheci ninguém que goste de anchovas, exceto Pete e, agora, você.
No decorrer de toda a discussão, Jess havia observado atentamente o agente do FBI; então, pareceu ter perdido o interesse e a paciência.
— Se não voltarmos para a festa, daqui a pouco a festa virá à nossa procura. 
— Vamos - o agente Parker concordou. 
Depois, surpreendeu Demi ao passar o braço em torno de seu ombro, no que parecia ser um gesto casualmente possessivo e afetuoso. Porem, não havia nada de carinhoso na pressão dura e de aviso que ele fez em seu braço. Jess, Leo e Ted foram caminhando ao lado deles e logo os quatro homens iniciaram uma conversa sobre esportes. Em poucos minutos o relativo isolamento das dunas passou a dar lugar a uma faixa de praia bem iluminada, onde os rádios portáteis competiam com o barulho das ondas e as mantas espalhavam-se pela areia como bandeiras coloridas, na maioria ocupadas por jovens casais com intenções românticas. 

finalmente o Nicholas apareceu, esse capítulo ficou bem grande então vou dividir em duas partes. O joseph vai aparecer logo, comentem para saber se estão gostando...
beijos lindonas <3

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