26/04/2016

sussurros na noite: capítulo 9


Estavam na estrada por quase duas horas, e Nicholas enviou um olhar rápido e preocupado para sua silenciosa passageira. Demi estava sentada muito rígida e quieta, as feições cuidadosamente controladas, mas a cada quilômetro que rodavam ele quase podia sentir os temores dela aumentando, a tensão crescendo, e foi assaltado por uma pontada de culpa pelo que a impelira a fazer. 
Querendo evitar lhe fornecer qualquer informação que de alguma forma a fizesse desistir da viagem, desde o feriado do Dia dos Presidentes, Nicholas falara com ela apenas uma vez, pelo telefone. Durante a ligação, ela tentara lhe fazer várias perguntas a respeito do pai e da irmã, mas ele insistira para que poupasse a curiosidade até o dia da viagem para Palm Beach. Agora, estava pronto para responder as perguntas, ansioso em facilitar as coisas para ela e reforçar sua decisão, porem Demi parecia incapaz de falar, ou até mesmo de encará-lo firmemente quando ele falava. 
Nicholas tentou pensar em alguma coisa animadora que pudesse resultar de tudo aquilo para ela. Se fosse o caso habitual de uma jovem prestes a encontrar o pai e a irmã pela primeira vez, Demi certamente teria esperanças de uma futura intimidade, a fim de fortalecê-la para o que teria pela frente. Mas Demi não ia ao encontro deles por razões sentimentais. Estava engolindo seu orgulho, agindo por obrigação, e estava indo para espioná-los.
Como havia escassas possibilidades de qualquer final remotamente feliz para ela, Nicholas tratou de inventar um, em parte para aliviar sua consciência e, em parte, para deixá-la um pouco mais animada. Em seu cenário de conto de fadas, Patrick Lovato acabaria provando ser inocente de quaisquer atividades criminosas, desenvolveria um profundo vínculo paternal com Demi, e os dois terminariam gostando um do outro. Ignorando as improbabilidades astronômicas de que isso acontecesse, ele disse: 
— Demi, talvez agora não pareça, mas esta viagem poderia resultar num desfecho muito positivo para toda sua família. - Ela parou de olhar pela janela e encarou-o. Desde que aquele era o único encorajamento que ela parecia ser capaz de lhe oferecer, Nicholas prosseguiu rapidamente — Neste exato momento, seu pai é apenas um suspeito que estamos investigando. Você está nos ajudando a chegar mais perto dele e dos fatos e, assim que tudo estiver concluído, talvez possamos descobrir que ele é totalmente inocente de qualquer ato criminoso. 
—  Na sua opinião, quais são as chances de isto acontecer?  
Nicholas hesitou. Não queria insultar a inteligência dela, nem retribuir sua confiança iludindo-a por completo.
— Escassas - respondeu, honestamente. — Mas existe uma possibilidade. Agora, vamos considerar a situação por um ângulo mais pessoal: não há dúvida de que ele tem sido um péssimo pai, mas é evidente que tem alguns arrependimentos, do contrário não teria entrado em contato com você. Nenhum de nós sabe realmente de todos os fatos que culminaram com o fim do casamento de seus pais mas, baseando-se no que você me contou, a mãe dele foi a principal instigadora do divórcio e dos acordos de custódia. Foi ela quem veio para a Flórida a fim de levá-lo de volta para San Francisco, depois que o pai dele sofreu um ataque cardíaco, não é? 
— Sim, mas ele concordou com os planos dela. 
— É verdade, mas lembre-se de que ele tinha vinte e poucos anos, na época. Pode ter concordado com ela levado pela fraqueza, imaturidade, covardia, ou porque ela o convenceu de que se tratava de uma obrigação familiar sagrada, quem sabe? Estas são falhas de caráter, mas não são necessariamente imperdoáveis ou permanentes. Tudo o que sabemos com certeza é que ela morreu há três meses, e quase imediatamente depois disso seu pai está lhe pedindo uma reconciliação. 
Demi percebeu que Nicholas fazia um grande esforço para ajudar, mas também fazia com que se sentisse apreensiva e em dúvida, quando ela já se debatia com outras emoções que mal conseguia conter. Queria lhe pedir que parasse, mas algum senso de justiça inato, ou talvez a simples curiosidade, incitou-a a seguir o raciocínio dele um pouco mais. 
— E quanto à minha irmã? Que possível justificativa ela teria para nunca ter tentado entrar em contato com a minha mãe? 
Nicholas enviou-lhe um olhar enviesado.
— Talvez imagine por que a própria mãe nunca tenha tentado entrar em contato com ela. 
— Sob os termos do acordo que mamãe foi obrigada a assinar, ela estava proibida de entrar em contato com minha irmã.
— Talvez Selena não saiba disso.
Demi encarou-o com firmeza, tentando suprimir o primeiro e delicado sopro de esperança que já tivera em muitos anos, sobre uma possível reunião da família. 
— Você disse que tinha um informante infiltrado na casa, lá em San Francisco. Por acaso ele lhe deu alguma pista sobre isso?
— Não. Selena nunca foi de grande interesse para nós. Tudo o que sei sobre ela é que algumas pessoas a consideram fria e distante, enquanto outras acham que é calma, refinada e elegante. Todos concordam que é linda. É uma tenista nacionalmente reconhecida, joga golfe como uma profissional e é perita no bridge. Quando participa de torneios, geralmente é em dupla com seu pai, que também é um tenista nacionalmente reconhecido, um excelente jogador de bridge e um craque no golfe. 
Demi expressou seu desprezo quase sacrílego por realizações tão frívolas girando os olhos para o alto e encolhendo os ombros - um gesto que foi tão afetado e tão inesperadamente engraçadinho que Nicholas teve de engolir uma gargalhada de espanto. 
— E, depois, tem Marie - ele disse, mencionando a última matriarca sobrevivente da família. — Ela também estará em Palm Beach.
 - Marie? - Demi repetiu. 
— Sua bisavó por parte de pai - Nicholas explicou, acrescentando rispidamente: — É uma megera de noventa e cinco anos, com um ”pavio curto” que aterroriza e intimida qualquer um que lhe cruze o caminho. É também uma notória sovina. Possui um patrimônio de cerca de cinquenta milhões de dólares, mas dizem que é capaz de ter um ataque se vê mais do que uma lâmpada acesa num comodo. 
— Parece adorável - Demi comentou secamente. Depois, teve de combater a desconfortável percepção da sua própria frugalidade. Sara a chamara de ”pão-dura” justamente na semana anterior, e sua própria mãe vivia reclamando que Demi detestava separar-se do dinheiro. Mas Sara e Dianna eram duas gastadeiras incuráveis, Demi disse a si mesma, consolando-se. Ela, por outro lado, tinha de viver com um orçamento restrito porque aprendera a necessidade disso durante a infância, e porque seu salário como detetive da polícia não lhe permitia que jogasse dinheiro fora. Se tivesse muito dinheiro, certamente o gastaria. Bem, um pouco, pelo menos. 
Satisfeito por ter aliviado um pouco da ansiedade dela com o seu cenário otimista, Nicholas deixou-a mais ou menos à vontade com os próprios pensamentos, depois disso. Porém, conforme aproximavam-se da saída da rodovia para a estrada de Palm Beach, ele sabia que teria de trazê-la de volta à realidade. Depois dos esforços que empreendera para fazer com que os parentes dela parecessem mais humanos e dignos de estima, agora ele teria de lembrá-la de que seu pai era um suspeito de crimes e que a função dela seria espioná-lo.
— A casa de seu pai fica a uns dez minutos daqui - ele disse. — Há pouco eu lhe apresentei as possibilidades mais otimistas, mas receio que agora temos de nos preparar para um cenário mais pessimista. Vamos rever a nossa história, para que possamos cumprir nossa missão. Ela virou-se no assento, dando-lhe sua total atenção. 
— Tudo bem, vá em frente. — Diremos a eles que nos conhecemos em Fort Lauderdale cinco meses atrás, quando eu participava de um seminário sobre seguros - ele explicou, lembrando-a dos detalhes pessoais a seu próprio respeito que, talvez, esperassem que ela soubesse. — O nome do meu pai é Clifford, o da minha mãe é Joan. Ela faleceu há vários anos. Sou filho único, cresci em Chicago e me formei na Universidade de Loyola. Ainda moro em Chicago e trabalho para a empresa de seguros Worldwide Underwriters Inc.. Você e eu ainda não tivemos a chance de passar muito tempo juntos porque moramos longe um do outro, e é por isso que foi tão importante para nós ficarmos juntos nestas duas semanas de férias. - Ele tocou na alavanca da seta e mudou de faixa na pista, preparando-se para tomar a próxima saída para Palm Beach. — Está tudo claro, até agora? 
Demi assentiu. Tinham conversado sobre isso no feriado, mas agora sua curiosidade fora despertada. 
— Alguma destas coisas é verdade? 
— Não - ele respondeu num tom categórico, que desencorajava quaisquer futuros esforços de se indagar sobre sua verdadeira vida pessoal. — Meu disfarce tem toda cobertura e será sustentado caso Lovato decida me investigar, mas duvido que isso aconteça. Assim que sua família souber que não nos conhecemos há muito tempo, e nem passamos muito tempo juntos, ninguém vai desconfiar quando você não souber de todos os detalhes a meu respeito. De qualquer forma, não estarão muito interessados em mim, por isso não vão fazer muitas perguntas. Mas estarei pronto para fornecer as respostas, se for necessário. Se eu não estiver por perto, diga o que quiser, mas lembre-se de me comunicar depois. Agora, vamos rever os seus antecedentes. Já escolheu uma profissão adequada? 
— Sim. 
Ambos haviam concordado que seria tolice dizer a Patrick Lovato que Demi trabalhava como detetive de polícia. De acordo com o informante de Nicholas em San Francisco, Lovato não tinha nenhum conhecimento sobre a vida de Demi quando ligou para Dianna a fim de pedir o número do telefone dela, e não havia razão para pensar que ficara sabendo de qualquer coisa quando ligou para ela no trabalho. Nicholas ainda estava exultante com isso.
— Nem consigo acreditar na sorte que tivemos, quando sua mãe não teve chance de contar nada a seu respeito no dia em que ele ligou. 
— Isso não teve nada a ver com sorte. Minha mãe estava louca para contar tudo sobre mim, mas ele não lhe deu a chance porque é um homem rude e sem coração. Nunca ligou para ela, durante trinta anos, porque não se importa com o que ela sente ou com o que ela pensa. E quando finalmente telefonou, disse-lhe que não tinha tempo para conversar, tinha apenas o tempo suficiente para anotar o número do meu telefone. Assim que ela lhe deu o meu número direto no trabalho, ele disse que ligaria para ela novamente, algum dia em que não estivesse com tanta pressa, e desligou! 
— Entendo seu ponto de vista. 
Mas Demi não tinha a intenção de desanimá-lo. 
— Mas você teve seu golpe de sorte mais tarde, quando ele me ligou - disse, com um sorriso. — Eu questionei Sara, sem que ela percebesse, e ela disse que se lembrava perfeitamente de como o capitão Ingersoll atendeu o telefone, e as palavras exatas que ele disse a Patrick. Nada do que Ingersoll falou poderia ter alertado meu pai para o fato de ter ligado para a delegacia de polícia, e nem de que sou uma policial. Isso, sim, foi sorte
— Eu bem que estava merecendo um golpe de sorte neste caso - Nicholas comentou, irônico. — Agora, diga-me qual é a profissão que você escolheu. 
— Na faculdade, eu me graduei em Biologia Marinha e depois em Matemática, antes de me decidir pela carreira na polícia. Mas você disse que queria que eu escolhesse uma profissão que Patrick considerasse frívola ou inócua. Uma carreira na área da ciência ou da matemática não seria a mais adequada e, além disso, não tenho conhecimentos suficientes em nenhum destes campos para agir como se fosse uma especialista. Na semana passada, ainda estava tentando encontrar uma solução enquanto esperava que Sara acabasse de conversar com uma cliente, e foi então que tive a ideia... uma profissão perfeita. 
— Não me deixe nesse suspense. Qual é? 
— Pelas próximas duas semanas serei uma designer de interiores. 
— Você tem razão. - Ele riu. — É exatamente o que eu tinha em mente. Acha que sabe o bastante sobre este assunto para convencer os outros?
— Sei o bastante para blefar. 
Durante anos ela ouvira Sara discorrendo sobre móveis e acessórios, e tinha uma razoável certeza de que absorvera os jargões e as informações suficientes para fingir numa conversa superficial com Patrick Lovato que, de qualquer forma, certamente acharia o assunto bastante entediante.
— Há mais uma coisa que precisamos discutir - ele disse, a voz adquirindo um tom implacável. — Quero que você esteja absolutamente segura de que sabe qual será o seu papel em Palm Beach, e sobre as questões legais envolvidas caso se desvie dele um milímetro que seja. 
Demi sabia muito bem aonde ele queria chegar, mas assim mesmo estava curiosa em ouvir sua explanação. 
— Legalmente, seu pai tem direito a um mínimo de privacidade na própria casa. Como você está indo para lá a meu pedido, tecnicamente estará trabalhando para o FBI. Mas, desde que o FBI não possui um mandado de busca, qualquer evidência que você, ou eu, descobrirmos, não será aceita pelo tribunal, a não ser que nos tenha sido exibida abertamente ou num local em que tivéssemos permissão de estar. Você pode passar-me as informações, mas não pode procurar por elas. Estou sendo bem claro? Não quero que você sequer abra uma gaveta, a não ser que alguém lhe peça para pegar alguma coisa dentro dela. 
Demi reprimiu um sorriso pelo fato de Nicholas achar necessário explicar-lhe informações legais tão elementares.
— Na verdade, aprendi um pouco sobre isso num episódio da série Lei e Ordem - ela brincou. 
Nicholas relaxou um pouco, mas seu tom continuou enfático. 
— A mesma regra se aplica às conversas que você ouvir por acaso. Certifique-se de que está num lugar onde o acesso lhe foi permitido, e de que tem um motivo legítimo para estar ali. Também ajuda se você estiver bem nas vistas de alguém, no momento. Quanto ao telefone, você não pode ouvir conversas alheias pela extensão. Vamos seguir as normas à risca. Entendeu tudo? 
Demi  assentiu.
— Entendi. Em resumo, não importa quão escrupulosos nós sejamos, os advogados dele irão distribuir moções como se fossem panfletos, a fim de suprimir as provas no tribunal. 
— E o nosso trabalho é nos certificarmos de que você não faça nada que possa deixar um juiz inclinado a aceitá-las. O ponto mais importante é você se lembrar que o motivo de estarmos aqui não é a busca de evidências. Eu estou aqui para ficar de olho nele. Patrick passa uma boa parte do ano em Palm Beach. Quero saber o que ele faz enquanto está aqui, aonde vai, e com quem se encontra. Você está aqui porque é o único meio de levar-me para dentro da casa dele, e porque talvez seja capaz de passar-me informações úteis, caso se depare com elas. Seu objetivo não é procurar tais informações.
— Eu entendo. 
Satisfeito, Nicholas tentou pensar em algo mais leve que pudessem conversar, e depois de um momento, voltou ao assunto que estiveram discutindo antes.
— Acho que passar-se por uma decoradora de interiores foi uma escolha inspirada. Patrick não se sentirá nem um pouco ameaçado. É perfeito.
Demi fez que sim, mas à medida que se aproximava a hora de encarnar em seu disfarce, a ideia de uma profissão falsa, especialmente sendo a de Sara, não lhe parecia assim tão perfeita. Estaria penetrando num território desconhecido, onde teria de integrar-se com um grupo de estranhos arrogantes e, ao obrigarem-na a ocultar sua verdadeira profissão, não estavam apenas eliminando o tópico principal de uma conversa corriqueira, mas sim apagando uma parte de sua vida.
— Demi? - Nicholas encorajou-a enquanto entrava numa rua larga, onde imponentes mansões alinhavam-se de frente para o mar. — Por acaso está em dúvida se será capaz de passar-se por uma decoradora de interiores? 
— Designer de interiores - ela corrigiu, suspirando. — Não, vai dar tudo certo. De qualquer forma, é uma questão de gosto. Assim, se eu disser alguma asneira, vão apenas presumir que não tenho um mínimo de bom gosto. 
— Para mim está ótimo - ele anunciou animado, estranhamente satisfeito com a possibilidade de ela cair em tal desgraça. — Afinal - explicou - quanto mais Patrick subestimá-la, maiores serão as probabilidades de baixar a guarda. Sinta-se à vontade para mostrar-se inepta, ingenua e até um pouco tola, sempre que for possível. Ele vai engolir.
—  Por que acha que ele irá acreditar que eu seja qualquer uma destas coisas? 
— Porque, de acordo com as informações que temos, é mais ou menos assim que ele se lembra da sua mãe - Nicholas respondeu, escolhendo as palavras cuidadosamente. 
Não queria dizer a ela que, na verdade, Patrick referia-se a Dianna como uma ”pateta”, uma ”Pollyana incurável”, e como o ”protótipo da loira burra”. 
— Só sei que vou detestar aquele sujeito. - Exalando um longo e profundo suspiro, Demi falou: — O que a opinião dele sobre minha mãe tem a ver com o que vai pensar a meu respeito? 
Nicholas enviou-lhe um leve sorriso. 
— Você se parece com ela.
— Eu não acho. 
— Bem, eu acho - ele afirmou. — Patrick também vai achar e, naturalmente, vai presumir que você seja tão... - Fez uma pausa, escolhendo uma das palavras menos ofensivas que Patrick costumava usar para descrever a mãe de Demi: - tão simplória quanto sua mãe. Demi tinha a alarmante impressão de que Nicholas já tomara alguma decisão a respeito de tudo aquilo, mas que procurava tocar no assunto com toda cautela por saber que ela não gostaria nem um pouco.
— Estou deduzindo que você pretende que eu reforce este conceito errôneo que ele tem sobre a minha mãe e sobre minha inteligência, estou certa?
— Se puder. 
— E, desde que você sabia que provavelmente eu abominaria esta ideia, decidiu guardá-la até que estivéssemos praticamente dentro da casa. 
— Acertou de novo - ele disse, desavergonhado.  
Demi recostou a cabeça no assento, fechou os olhos e entregou-se a um raro momento de autopiedade. 
— Ah, ótimo. Isso é ótimo. 
— Escute, Demi, você veio aqui para cumprir uma missão, e não para fazer com que Patrick a admire, certo? 
Ela engoliu em seco. 
— Certo - suspirou, mas mentalmente cerrou os dentes enquanto as próximas duas semanas se desenrolavam em sua imaginação. 
Nicholas ligou a seta conforme se aproximavam de uma vila palaciana em estilo mediterrâneo, com uma estradinha pavimentada de lajes e enormes portões duplos de ferro bloqueando a entrada pela rua. 
— Uma última coisa, antes de entrarmos. Sei que será difícil, mas você precisa esconder sua hostilidade em relação a Patrick. Ele não é nenhum tolo, e terá de acreditar que você deseja uma reconciliação. Será que consegue disfarçar seus sentimentos por ele? 
Ela assentiu. 
— Estive praticando.
— Como é que se pratica uma coisa dessas? - ele perguntou, enquanto virava o carro na direção da entrada.
— Fico parada na frente do espelho e penso em algo muito terrível que ele tenha feito; então começo a sorrir, até parecer realmente feliz com isso. 
Nicholas riu alto e cobriu-lhe a mão, dando-lhe um aperto breve e encorajador, antes de parar na frente dos portões. Baixou o vidro do carro, estendeu o braço e apertou um botão, acionando o porteiro eletrônico instalado numa especie de pedestal. Depois, voltou-se para Demi.
— Sorria para a câmera - instruiu, fazendo um leve gesto de cabeça na direção da minúscula câmera localizada no pedestal. 
 — Sim? - uma voz de homem soou no pequeno alto-falante. - Demi Lovato e Nicholas Parker - ele disse. 
Os portões se abriram e eles entraram.

4 comentários:

  1. Adorando a história... ansiosa pelo encontro Jemi... continua...

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    1. Que bom que você gostou lindona, já escrevi o capítulo e é o próximo, beijos.

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  2. Amei o capítulo, to ansiosa pro encontro da Demi com o pai dela

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    1. Que bom que gostou, já postei o capítulo do encontro com o pai e o encontro Jemi, espero que goste lindona. Beijão!

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